Por último, parece-nos igualmente interessante referir o papel das tradicionais elites monárquicas durante a República .
Se mais de 40% da antiga elite partidária monárquica nunca teve qualquer participação conhecida no regime Republicano, situação mais característica entre ex-"progressistas" e ex-"franquistas" do que entre ex-"regeneradores" , mais de metade dessa elite não teve pejo em desenvolver actividade política durante o novo regime, e é aqui que surgem diferenças assinaláveis de atitude, conforme a sua origem partidária.
Quase metade dos antigos militantes do Partido Regenerador, demonstraram, de várias maneiras, a sua adesão ao novo regime, enquanto os ex-"progressistas" preferiram participar em associações independentes, principalmente as defensoras dos interesses agrários. Já a maior parte dos ex-"franquistas" preferiram participar em situações conjunturais de confronto directo contra o regime republicano.
Vemos assim que essas velhas elites, em termos gerais assumiram quatro atitudes face ao novo regime:
1- integraram-se nos partidos republicanos;
2-oposeram-se abertamente ao novo regime;
3-procuraram manter influência política controlando organizações não partidárias, como aconteceu no Sindicato Agrícola;
4-alhearam-se da vida política no novo regime.
Encarando agora a atitude geral dos monárquicos, não exclusivamente a dos antigos militantes dos partidos monárquicos, podemos detectar duas posições: - a "revolucionária" - demonstrada pela sua participação nos levantamentos locais monárquicas de 1911, 1912, 1913 e 1914 ; - a "legalista" , demonstrada na colaboração de muitos com os partidos do regime, na sua participação no Sindicato Agrícola, nos actos eleitorais, chegando mesmo a encabeçar "Listas do Concelho" que obtiveram êxitos importantes em 1917 e em 1922, apoderando-se do município neste último ano, nas eleições para o parlamento, legalmente ligados ao Partido Monárquico a partir de 1921, obtendo a partir de então bons resultados neste concelho.
Por outro lado, a visibilidade dos monárquicos durante a primeira república manifestou-se cronologicamente de forma distinta ao longo da Primeira República:
- Até à derrota da "Monarquia do Norte" nunca se assumiam abertamente como monárquicos, sendo o período áureo do "adesivismo", e os que se assumiam sofreram as consequências políticas das incursões monárquicas, que tiveram muito impacto na região até 1914, quer tenham ou não participado nelas .
- A partir de 1919 organizaram-se abertamente, conseguindo neste concelho resultados significativos nas eleições parlamentares e administrativas, antecipando aqui a derrota do regime republicano, ganhando a câmara em 1922, na qual se mantiveram até ao golpe do 28 de Maio, sendo então afastados, facto que pode explicar a facilidade com que os republicanos locais aceitaram, ou pelo menos não hostilizaram inicialmente, a ditadura militar, pois esta contribuiu para afastar os monárquicos da câmara de Torres Vedras.
Dado as limitações temporais à sua elaboração, sobrando por isso pouco tempo para o enquadrar teoricamente este trabalho, esmagadoramente de base empírica, estas são algumas das conclusões possíveis acerca das características das elites políticas republicanas torrienses ao longo do período estudado.
Se mais de 40% da antiga elite partidária monárquica nunca teve qualquer participação conhecida no regime Republicano, situação mais característica entre ex-"progressistas" e ex-"franquistas" do que entre ex-"regeneradores" , mais de metade dessa elite não teve pejo em desenvolver actividade política durante o novo regime, e é aqui que surgem diferenças assinaláveis de atitude, conforme a sua origem partidária.
Quase metade dos antigos militantes do Partido Regenerador, demonstraram, de várias maneiras, a sua adesão ao novo regime, enquanto os ex-"progressistas" preferiram participar em associações independentes, principalmente as defensoras dos interesses agrários. Já a maior parte dos ex-"franquistas" preferiram participar em situações conjunturais de confronto directo contra o regime republicano.
Vemos assim que essas velhas elites, em termos gerais assumiram quatro atitudes face ao novo regime:
1- integraram-se nos partidos republicanos;
2-oposeram-se abertamente ao novo regime;
3-procuraram manter influência política controlando organizações não partidárias, como aconteceu no Sindicato Agrícola;
4-alhearam-se da vida política no novo regime.
Encarando agora a atitude geral dos monárquicos, não exclusivamente a dos antigos militantes dos partidos monárquicos, podemos detectar duas posições: - a "revolucionária" - demonstrada pela sua participação nos levantamentos locais monárquicas de 1911, 1912, 1913 e 1914 ; - a "legalista" , demonstrada na colaboração de muitos com os partidos do regime, na sua participação no Sindicato Agrícola, nos actos eleitorais, chegando mesmo a encabeçar "Listas do Concelho" que obtiveram êxitos importantes em 1917 e em 1922, apoderando-se do município neste último ano, nas eleições para o parlamento, legalmente ligados ao Partido Monárquico a partir de 1921, obtendo a partir de então bons resultados neste concelho.
Por outro lado, a visibilidade dos monárquicos durante a primeira república manifestou-se cronologicamente de forma distinta ao longo da Primeira República:
- Até à derrota da "Monarquia do Norte" nunca se assumiam abertamente como monárquicos, sendo o período áureo do "adesivismo", e os que se assumiam sofreram as consequências políticas das incursões monárquicas, que tiveram muito impacto na região até 1914, quer tenham ou não participado nelas .
- A partir de 1919 organizaram-se abertamente, conseguindo neste concelho resultados significativos nas eleições parlamentares e administrativas, antecipando aqui a derrota do regime republicano, ganhando a câmara em 1922, na qual se mantiveram até ao golpe do 28 de Maio, sendo então afastados, facto que pode explicar a facilidade com que os republicanos locais aceitaram, ou pelo menos não hostilizaram inicialmente, a ditadura militar, pois esta contribuiu para afastar os monárquicos da câmara de Torres Vedras.
Dado as limitações temporais à sua elaboração, sobrando por isso pouco tempo para o enquadrar teoricamente este trabalho, esmagadoramente de base empírica, estas são algumas das conclusões possíveis acerca das características das elites políticas republicanas torrienses ao longo do período estudado.
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