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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Respigo da Semana:Raquel Varela, a Padaria Portuguesa e o Salário Mínimo :


Raquel Varela, a Padaria Portuguesa e o Salário Mínimo :
por Raquel Varela:

“Curtas notas minhas sobre esta polémica da Padaria Portuguesa, que merecia claro mais desenvolvimentos:

“ 1) os patrões não pagam salários, quem paga salários é o trabalho dos trabalhadores - uma parte do que fazem paga o seu salário, a outra fica com o patrão. Ao fim do dia um trabalhador produz 20, entrega ao patrão, que lhe devolve 3 ou 4 - é isso o salário.

“ 2) as pequenas empresas neste país vivem asfixiadas, mas isso não pode ser despejado nas costas de quem trabalha

“ 3) o salário mínimo quando foi criado correspondia a um cálculo médio dos gastos de reprodução dos trabalhadores e suas famílias (casa, roupa, alimentação, etc) - hoje ele não cobre o mínimo

“ 4) o salário médio é que é de facto o salário mínimo - 900 a 1000 euros

“ 5) quem paga o salário real dos empresários que pagam o salário mínimo são os contribuintes portugueses através da Assistência Social

“ 6) A taxa de portugueses a trabalhar a tempo inteiro sem conseguir pagar as contas regulares - excluo dividas - já é superior a 10%.

 “7) É urgente fazer-se um cálculo do que é hoje o verdadeiro salário mínimo. Talvez fosse uma boa ideia os sindicatos juntarem-se, como no Brasil, e encomendar este estudo - no Brasil chama-se Salário Mínimo Necessário.

“ 8) há um projecto interessante do meu colega Professor Pereirinha, do ISEG, que há anos estuda o que chama de Rendimento Adequado.

 “9) o país tem que debater a sério com quem conhece a realidade laboral quais são todas as consequências de ter um salário mínimo actual abaixo da reprodução biológica - estudei o seu impacto nas relações laborais e na segurança social - é devastador, ao contrário do que se diz e insiste, não temos qualquer problema de sustentabilidade da segurança social por causa do envelhecimento, temos sim, um enorme problema da sustentabilidade desta por causa dos baixos salários.

 “10) Portuguesa é a minha padaria, tem 8 metros quadrados, mãe e filha, duas minhotas, uma delas regressada da África do Sul, tem pão de alfarroba, batata doce, erva doce, milho, noz, passas; estão afogadas em impostos, inspecções, pressões. Distribuem delicadeza e sorrisos no bairro. Não é uma cadeia, toda igual, com empregados stressados e exaustos que nem nos olham para a face.

“ Aqui as contas da produtividade e do salário mínimo. Para ser mais exacta se tivesse incorporado o aumento da produtividade seria hoje de 1329 euros.

“ São estudos do Eugénio Rosa, que apesar da ligação com a CGTP e desta com o PC e do PC com o Governo, tem mantido, o economista agora doutorado pelo ISEG, desde a tomada de posse deste governo, uma seriedade assinalável. Criticando e explicando em números o impacto negativo das medidas deste Governo nos trabalhadores, entre elas o aumento dos impostos; que a maioria dos pensionistas não teve aumentos; que a maioria dos assalariados perdeu capacidade de consumo; que o salário mínimo está a alargar-se a um conjunto cada vez maior de trabalhadores. Assim se faz um intelectual sério - defendendo ideias estudadas e demonstradas e não governos, sejam de cor forem.(www.eugeniorosa.com e    eugeniorosa.com)”

Raquel Varela , post no facebook, 29 de Janeiro de 2017
(para um melhor enquadramento do texto, vejam AQUI).

 

terça-feira, 8 de julho de 2014

A propósito de uma greve - Reflectindo sobre a saúde em Portugal.

O dia de hoje foi marcado pelo inicio de uma greve dos médicos.

A propósito da mesma transcrevemos aqui um texto de Raquel Varela, bem actual e interessante:

“O Relógio dos Médicos

Por Raquel Varela

Posted on July 1, 2014

“Eu tenho um médico de família. Gosto dele. Não gostava do anterior. Era mal-encarado, tinha ar de quem tinha acabado de ler uma peça do Ibsen e queria que eu sofresse com ele. Pedi para mudar, “incompatibilidades literárias”, expliquei na secretaria. Já lá vão uns anos tenho outro médico. Vejo-o pouco. Mas quando preciso, com voz paciente, atende-me. Rápido, muito rápido, é um entra e sai de gente a tarde toda no gabinete dele, velhos, novos, com crianças ao colo.

“A Organização Mundial de Saúde diz que os médicos têm 15 minutos para ver cada paciente, e como têm 1800 doentes – leram bem, 1800 – sob a sua responsabilidade, 15 minutos é uma fartança. Dizia eu que gosto muito do meu médico de família, desde logo porque faço parte dos seus 1800 filhos, somos uma grande família. E por isso até já lhe ofereci prendas – a última, e creio que até hoje a mais valiosa, foram uns morangos biológicos, vinha a comê-los quando entrei no gabinete dele.

"Comentámos a correr que “o sabor era incomparável”, disse mal dos pesticidas da Monsanto e ele comentou apressadamente “que delícia, são mesmo bons, mesmo como antigamente”…mas, ops, já tinham passado 5 minutos. Disse-lhe ao que vinha. Ele viu, preencheu qualquer coisa no computador, estávamos já nos 13 minutos, o relógio da OMS sempre a contar…


“Se a nova lei for para a frente, contra a qual dias 8 e 9 os médicos fazem greve, os meus morangos porventura são proibidos, considerados uma prenda. Para que não se diga o que todos sabemos  pretendem ainda calar a voz dos médicos, que denunciam a erosão dos serviços, com uma lei da rolha. 

"O Serviço Nacional de Saúde sustenta 30% do financiamento dos hospitais privados – Espírito Santo, Mello, Millennium BCP -, tudo nome de instituições a que associamos imediatamente pessoas especializadas em tratar-nos da saúde. E são estes os números oficiais, que estão muito aquém da realidade, porque jamais os privados vão pagar a formação dos médicos (12 a 14 anos de formação, pagas pelos contribuintes públicos). Ou seja, com força de trabalho formada, mais de 50% do dinheiro de facto que entra nesses hospitais privados vem do nosso Serviço Nacional de Saúde/Orçamento Público. 

"Dito de outra forma, há muito que os hospitais privados tinham ido à falência se não fossem despudoradamente sustentados por dinheiros públicos. E os meus moranguinhos é que são uma prenda?”.

Também a propósito dessa greve e da forma como alguma imprensa tratou o tema ao longo do dia de hoje,parece-nos do máximo interesse a leitura do seguinte post do blogue "O País do Burro".

Pela nossa Saúde(clicar para ler).

quarta-feira, 14 de maio de 2014

A grande fraude da dívida

Neste semana de Fátima e Futebol e de euforia pela "saída" da Troika, é bom não esquecer o essencial:

A grande fraude da dívida(clicar para ver).

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A DESMISTIFICAR ALDRABICES: Raquel Varela no Inferno

Por vezes é preciso que alguém, no meio da cocofonia geral de frases fitas e de tanta mentira e falsidade debitada por economistas, comentadores e políticos, venha apontar que "o rei vai nu".
É o que faz a investigadora Raquel Varela numa entrevista dada a uma televisão por cabo:

domingo, 11 de novembro de 2012

Mais um contributo para percebermos a maior fraude dos últimos tempos:Dívida dos portugueses ao Estado «não existe»

Num livro que acaba de ser editado, intitulado "Quem Paga o Estado Social em Portugal", a historiadora Raquel Varela prova que a   dívida dos portugueses ao Estado «não existe».

Esse um  prova, "através de um modelo matemático que os trabalhadores «pagam o suficiente para todos os gastos sociais do Estado». «Na maioria dos anos os trabalhadores até pagam a mais, apesar de o Governo nunca ter prestado contas».

É mais um contributo que nos alerta e ajuda a perceber como é que se criou esta "crise" , o maior roubo organizado da história contra os assalariados e os cidadãos, uma das maiores  fraudes de que todos estamos a ser vítimas: