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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU, há alguém mais criminoso do que eu? (sem esquecer o Hamas e o Batalhão Azov, entre outros)

 


As origens dos conflitos são diferentes, as histórias também. O Conflito Israelo-Palestiniano dura deste 1948 e o conflito na Ucrânia dura desde 2014.

Em 24 de Fevereiro de 2022 a Rússia invadiu criminosamente a Ucrânia, de forma ilegal, à luz das relações internacionais, com o pretexto de combater ao “nazis” e defender as populações de origem russófona,  alvo das perseguições e dos crimes por parte de bandos nacionalistas, que se digladiavam desde 2014, já tendo provocado entre 10 a 20 mil vítimas, a maioria civis, assistindo-se a massacres de parte a parte, o mais famoso o massacre de Odessa em que foram queimados vivos vários apoiantes da Rússia.

A Rússia tem destruído escolas, hospitais e outras infraestruturas civis ao longo da guerra, com o pretexto (nalguns casos comprovado) de que essas estruturas e os seus ocupantes são usado como escudo humanos por tropas ucranianas, ou foram atingidas acidentalmente por fragmentos de mísseis e drones atingidos pela defesa ucraniana.

Ao longo do mês de Outubro último Israel começou a bombardear, de forma desproporcionada e criminosa, a população civil de Gaza (e também a da Cisjordânia) com o pretexto de combater os terroristas do Hamas, que massacraram, num atentado sem precedentes,  mil e quatrocentos civis israelitas e fizeram reféns mais de 200.

Israel têm destruídos centenas de escolas e hospitais na Faixa de Gaza, sem se desculpar com erros de pontaria, mas com a desculpa da sua utilização militar ou logística por parte do Hamas, situação nunca comprovada por fontes independenetes.

A zona em guerra ou sob ocupação russa na Ucrânia tem a dimensão de grande parte da Península Ibérica.

A zona de guerra na Faixa de Gaza tem metade do tamanho do Algarve.

Segundo dados, já desactualizados (foram publicados pela revista Visão em 5 de Novembro), a invasão russa da Ucrânia que dura há quase 2 anos, provocou, entre a população civil do país, 9 614 mortos e 17 535 feridos, entre os quais 554 crianças mortas e 1180 feridas.

Segundo os mesmos dados, até aquela data, os bombardeamentos de Israel provocaram, na Faixa de Gaza, em cerca de 1 mês de guerra, 9 061 mortos e 24 mil feridos, entre os quais 3 648 crianças mortas e 9 600 feridas.

Nos violentos bombardeamentos da Rússia à Ucrânia, são reportadas, por dia, pelas próprias autoridades ucranianas, um número de vítimas raramente superior à 10, e muitas vezes “apenas” feridos, e sempre que isso acontece apontam para crimes de guerra, enquanto que nos bombardeamentos israelitas morrem centenas de civis por dia, número de que o próprio exército de Israel se gosta de gabar.

Qualquer morto civil numa guerra é sempre um crime de guerra. A violência das situações não se mede pelos números.

Mas, perante os dois pesos duas medidas como essas guerras têm sido comentadas ou divulgadas e os dois pesos e duas medidas da atitude dos responsáveis políticos “ocidentais” (será porque os ucranianos são louros de olhos azuis e os palestinianos são mais escurinhos?) é caso para perguntar: espelho meu, espelho meu, há alguém mais criminoso do que eu? (…eu sei que há, mas entre aqueles dois criminosos que lideram Israel e a Rússia é caso para dizer…venha o diabo e escolha. E já agora, que o Tribunal Penal Internacional tenha coragem para os levar, aos dois, à barra do tribunal para serem condenados como criminosos de guerra, que o são, e se deixe de usar, também, dois pesos e duas medidas).

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Há 60 anos - A Morte de um Presidente

 


Há dez anos publiquei por aqui este texto:

Já aqui me referi à minha primeira memória do mundo, para lá da minha casa, do meu quintal, da praceta e da escola primária.

Durante anos não soube muito bem qual das duas notícias, o anúncio da morte de Edith Piaf ou O assassinato de John Kennedy , tinha sido a primeira que me marcou para além do meu mundo de infância e que me despertou para a existência de um mundo mais vasto.

Vim a saber mais tarde que ambos os acontecimentos tiveram lugar no final de 1963, tinha eu então uns 7 anos de idade e que, cronologicamente, o primeiro acontecimento de que me lembro foi o da morte de Edith Piaf, em 10 de Outubro desse ano, como também já aqui referi.

De qualquer modo, o primeiro acontecimento histórico relevante foi o assassinato de Kennedy.

O tema foi tema de conversas entre os meus pais e lembro-me bem de ver na televisão os filmes do assassinato, embora o que me tenha marcado mais tenha sido o do assassinato de Lee Oswald por Jack Ruby, que aconteceu em directo nas televisões norte-americanas.

Desde aí, para o bem e para o mal, a história dos Estados Unidos, da sua cultura (cinema, banda desenhada, séries televisivas, musica rock) e dos seus feitos, como os da conquista do espaço, passaram a fazer parte do meu imaginário da infância.

As  eleições presidências norte-americanas eram sempre seguidas com atenção na minha casa, como contraponto de um país, como o Portugal de então, onde não existia democracia. 

Os Democratas eram os preferidos do meu pai, tendência que eu seguia com entusiasmo. Lembro-me de, no antigo liceu, brincarmos no intervalo às eleições presidenciais norte-americanas, onde nos dividíamos em grupos, uns apoiando os democratas (na altura Macgovern) e outros gritando por Nixon (mas isto foi já em 1972…).

Seja como for, a história do assassinato de Kennedy e da época foram sempre temas que me fascinaram.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

3 cartoon´s para responder ao meu "amigo" anónimo OPJJ

Tenho sido invadido por comentários, entre o descontextualizado e o ofensivo, entre a leitura enviesada  e o preconceito ideologico sobre aquilo que escrevo, de um tal OPJJ, que, sob essa designação, se esconde no anonimato.

O anonimato é uma das maiores cobardias do nosso tempo.

Já tentei vários meios para obrigar esse anónimo a revelar-se e a dialogar de forma civilizada, tudo sem sucesso.

Penso que a melhor resposta a esse tipo de gente é o humor. 

Como remate final, aqui deixo um conjunto de cartoon´s para responder ao meu "simpático" "atirador", falho de pontaria na maior parte dos casos.



No mundo da “rotulagem”


Fascistas, comunistas, social-fascistas, nazis, populistas, antissemitas, terroristas,  islamofóbicos, apoiantes de Putin, apoiantes do Hamas…e outros rótulos.

No mundo das redes sociais é mais fácil rotular que defender ideias, analisar factos, explicar acontecimentos, contextualizar, debater, de forma civilizada, opiniões divergentes.

Infelizmente, essa tendência para rotulagens apressadas, sobre quem pensa de forma diferente da nossa, está a fazer o seu caminho e, pior do que isso, está a provocar guerras criminosas e a tomada do poder por irresponsáveis.

Hoje não se discutem programas políticos, económicos ou sociais…discutem-se…rótulos!

Tentar contextualizar a guerra da Ucrânia é…”justificar” a criminosa invasão russa!!!

Curiosamente, essa invasão foi “justificada” pelo criminoso Putin com a rotulagem dos ucranianos como…”nazis”!!

Claro que, “para a mentira ser segura tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade”. Existem nazis na Ucrânia, como o tristemente célebre Batalhão Azov, mas também existem nazis do outro lado, entre as forças russas, sem esquecer a actuação criminoso e terrorista do Grupo Wagner.

Do outro, lado muitos se apressaram a colar o rótulo de “comunismo” a Putin, outra falácia ignorante sobre o que se passa na Rússia, um processo, esse sim fascizante, de tomada do poder por uma clique de oligarcas.

Agora, em relação ao criminosos, e ainda mal esclarecido, ataque dos terroristas do Hamas  a Israel e à criminosa resposta do governo de Israel, voltamos a assistir ao mesmo processo de “terrorismo intelectual”.

Quem chamar a atenção para as origens do problema palestiniano, para a origem do Hamas e condenar os crimes de guerra de ambos os lados em Gaza e na Cisjordânia, passa a ser considerado como “amigo do Hamas”, ou “antissemita”!!!

É mais fácil rotular, do que pensar!

É mais fácil rotular que admitir os nossos erros!

É mais fácil rotular do que admitir os crimes dos que consideramos pertencerem à nossa tribo!

Claro que todos aqueles rótulos tem uma origem histórica e conceptual, mas têm de ser usados com base no estudo da sua história e da sua concepção.

Usá-los como forma gratuita e ignorante de arremesso sobre os “adversários” políticos, mina o debate democrático e sereno que se deve ter sobre os temas de actualidade.

Todos nós podemos cair nesse erro, mas será bom que o procuremos corrigir e denunciar, ou, da barbaridade das palavras, depressa cairemos na barbaridade dos actos.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Os “descendentes” dos “Kapos” estão no governo de Israel?


A História da Palestina e de Israel não começou com os criminosos ataques terroristas do Hamas no dia 7 de Outubro.

As crianças Israelitas, barbaramente mortas nesse ataque, não foram as primeiras mortas naquele território. Entre Janeiro e o dia 7 de Outubro, o exército israelita e/ou os colonos extremistas e armados lançaram o terror entre os palestinianos da…Cisjordânia…, e mataram cerca de 40 crianças palestinianas, e continuam a matar actualmente com o pretexto de acabar com terroristas. Note-se: estamos a falar da Cisjordânia, não da Faixa de Gaza!!!

O rapto de civis, feitos reféns pelo Hamas, é um crime de guerra e um acto bárbaro e inconcebível, mas a prisão de milhares de palestinianos, sem julgamento, alguns há décadas encarcerados, pelos motivos mais ridículos, pelo Estado Israelita, vai no mesmo sentido do desrespeito pelos mais elementares Direitos Humanos e judicias.

O Hamas foi crescendo e ganhando influência entre os palestinianos com a conivência (alguns referem mesmo o apoio) dos governos de Israel, com o objectivo, não só enfraquecer a Autoridade Palestiniana, como  de tornar o conflito numa guerra religiosa entre fanáticos judeus e fanáticos muçulmanos, justificando assim o terrorismo de Estado de Israel contra o terrorismo do Hamas.

Aliás, está por explicar a facilidade com que o grupo terrorista entrou em território israelita com tanta facilidade e ocupando-o durante horas quando é sabido, dito por quem conhece a zona, que nem um coelho atravessa o "muro" sem desencadear uum rápido alarme. Só com conivência de autoridades israelitas é que esse ataque foi possível. Basta ver que beneficiou com a situação!

Ao longo de décadas o Estado de Israel nunca cumpriu a maior parte das resoluções da ONU, gozando da impunidade de que poucos Estados gozaram por não as cumprirem.

Quando tudo se encaminhava para uma solução de paz duradoura, um fanático extremista judeu assassinou Isac Rabin. Hoje a “família” política e religiosa desse terrorista governa Israel.

Após a queda da União Soviética emigraram mais de 1 milhão de “judeus” (??) de origem russa ou do leste da Europa para o Estado de Israel, com mais direitos que a maior parte dos palestinianos nascidos nesse território, a maior parte deles com tendências racistas e extremistas, atitude hoje dominante na maior parte dos países de leste (Hungria, Polónia, Tchéquia, Eslováquia, Ucrânia e Rússia), desequilibrando a balança política de Israel para a extrema-direita.

Membros do actual governo de Israel, ou que lhes são próximos, como a esposa do primeiro-ministro, desvalorizam o carácter humano dos palestinianos, classificando-os todos como animais, ou mesmo abaixo destes, para “não ofender os animais”, como afirmou a primeira dama, com o objectivo de justificar o tratamento dado aos civis de Gaza, numa prática, aliás, copiada dos nazis, que faziam o mesmo em relação ao judeus para justificarem a desumanidade do tratamento dado a esse povo e o próprio Holocausto.

A forma desproporcionada como o governo extremista de Benjamin Netanyahu reagiu ao ataque terrorista do Hamas configura, cada vez mais, um crime de guerra, tal como o comprovam organizações no terreno, como a ONU, a AMI, Os Médicos Sem Fronteiras, a Amnistia Internacional, a Cruz Vermelha, a OMS, a UNICEF, Repórteres Sem Fronteiras, Human Rights Watch e muitas outras.

A reacção do governo de Israel à acusação dessas organizações é acusá-las de “pactuarem com o terrorismo”, atitude idêntica à de outros ditadores e criminosos quando são confrontados por essas mesmas organizações pelos seus crimes contra a humanidade.

Ao que parece, a actuação do  actual governo de Israel, usando e abusando da chantagem moral com o terrível passado dos judeus, só pode envergonhar a memória das vítimas do Holocausto e as vítimas do anti-semitismo ao longo da História.

Só pode haver duas explicações para essa imoralidade, ou essa gente nada tem a haver com as vítimas do Holocausto, e obtém a classificação de judeu por puro oportunismo (como, aliás, se passa por cá com a venda de identidade sefardita a oligarcas russos e outros criminosos), ou então essa gente é descendente dos “kapos”, e aprenderam bem a lição com os nazis!!!

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Demita-se!


No passado Sábado o insuspeito António Barreto escrevia nas páginas do jornal Público:

“(…) Circulam nos jornais, nas televisões e nas redes sociais centenas de transcrições de interrogatórios, de declarações, de despachos confidenciais e de escutas telefónicas. A procuradora-geral da República utiliza formas sibilinas e estranhas à clareza do direito e do respeito pela dignidade das pessoas, com o que desencadeia uma crise política sem precedentes. Se não tiver razão, deve ser banida e afastada [sublinhado nosso].Se tiver razão, tem de mudar de estilo, dado que o actual não é próprio da democracia e da justiça”.

No Domingo a ex-directora do Deparetamento Central de Investigação a Acção Penal, Cândida Almeida criticava igualmente a actuação do Ministério Público liderado pela PGR : "rompendo com todas as normas deontológicas, algu´m informou  a imprensa da existência  do inquérito, não obstante sem suspeitas ou arguidos constituídos", acrescentando que a "justiça da praça pública serve interesses ocultos e entusiasma os pretensiosos e os ignorantes" (Público de 14 de Novembro).

Mais depressa do que se previa, descobriu-se que, o António Costa do comunicado da procuradoria, que a foi a causa da demissão de um governo de maioria absoluta, eleito há pouco mais de um ano, não era o primeiro-ministro.

Entretanto os tribunais não conseguiram provar as acusações mais graves contra os arguidos.

Não ponho as mãos no lume pela maioria desses arguidos, mas quem saiu mal disto tudo foi a justiça e o Ministério Público e, principalmente, a referida Procuradora Geral da República.

Mais uma vez as fugas selectivas de informação para a comunicação social, desta vez, para além de descontextualizadas, mal transcritas, destroem processos de combate à corrupção, lançando no lamaçal presumíveis inocentes ou complicando e arrastando processos de combate à corrupção, que acabam na prescrição ou esquecimento, beneficiando os verdaeiros culpados .

Já agora, investigue-se a origem das fugas ilegais de informação que partem do interior so Ministério Público, esse, sim, um grabe crime de "lesa democracia" e que corroe a confiança na própria justiça.

A responsável máxima por tanta incompetência, que está a ferir de morte a democracia e o Estado de Direito, é a Procuradora Geral da República.

Se lhe restar algum pingo de dignidade e responsabilidade deve seguir a recomendação de António Barreto: Demita-se!