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quinta-feira, 4 de junho de 2009

SOU PROFESSOR, NÃO VOTO EM VITAL MOREIRA

Quando o PS escolheu para cabeça de lista às eleições europeias uma figura como Vital Moreira, logo muitas vozes clamaram que o PS estava a “virar á esquerda”.
Na realidade Vital Moreira já deixou de ser de esquerda há muito tempo.
Bastava ler as suas crónicas de apologia às políticas do governo neo-liberal de José Sócrates, editadas no Público, para perceber que Vital Moreira já não é de esquerda, como o próprio PS liderado por José Sócrates o deixou de ser.
Com as políticas deste governo, tão bem defendidas pelas excelentes qualidades literárias de Vital Moreira, agravaram-se as condições de vida dos mais pobres, agravaram-se os direitos de quem trabalha, optou-se pelos remendos caritativos para fugir a reformas de fundo na segurança social, alargou-se o leque das desigualdades, aumentou o desemprego, baixaram os salários reais, aumentaram as fortunas especulativas, empregaram-se os amigos políticos (entre os quais o próprio Vital Moreira, na EDP) em empresas públicas, em altos cargos da administração ou em empresas que vivem à sombra do Estado ou lhe devem favores.
Por isso parece ridículo o apelo de José Sócrates, feito num espanhol macarrónico, por ocasião da abertura da campanha eleitoral, contra o “neo-liberalismo”, ele que foi o expoente máximo do pior dessa ideologia em Portugal, e apelando, de forma oportunista, a uma mudança na Europa como a que se deu na América com Obama.
Esquece-se que a Europa só mudará quando varrer os últimos resquícios do neo-liberalismo, representado, entre outros, pelo próprio Sócrates.
A aparente viragem à esquerda do PS, com a candidatura de Vital Moreira, não passa de uma grosseira caricatura, bem reveladora do oportunismo político do socratismo.
Acrescente-se ainda o modo calunioso e arrogante com Vital Moreira se tem comportado nesta campanha eleitoral, evitando um debate sério e profundo sobre a Europa que queremos.
Se tudo o que se disse já não chegasse para eu não votar PS, hà ainda a acrescentar aquilo que o próprio Vital Moreira disse sobre os professores em várias das suas crónicas.
Ele foi um dos mais persistentes defensores das políticas deste Ministério da Educação, usando argumentos eivados de má-fé e meias verdades, alinhando ao lado das boçalidades escritas sobre o assunto por Miguel Sousa Tavares, Fernando Madrinha , Emídio Rangel e Fernanda Câncio.
Só isto já bastava para daqui apelar a todos os Professores:

SE ÉS PROFESSOR E DE ESQUERDA, NÃO VOTES NO PS DE SÓCRATES E VITAL MOREIRA!

Uma Polémica entre Vital Moreira e o jornal "O Diabo".


Na sua edição do passado dia 26 de Maio, o semanário direitista "O Diabo" publicava a seguinte notícia:

"Como professor em Coimbra Vital Moreira falta e acumula

"O Parlamento Europeu é conhecido por frequentemente ser palco de cenas pouco edificantes com deputados a faltar às sessões ou que abandonam o hemiciclo às sextas-feiras antes dos trabalhos terminarem, a fim de partirem para o fim-de-semana.-
Neste sentido, tudo leva a crer que o Partido Socialista, longe de querer acabar com esse estado de coisas, queira manter a tradição: é que o seu cabeça de lista às eleições europeias, Vital Moreira, já tem fortes antecedentes no que respeita a faltar às suas obrigações.
Na qualidade de professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Vital Moreira está identificado como um docente que falta inúmeras vezes sem justificar as ausências.
Sendo encarregado da regência de várias disciplinas da área do Direito Público, o ex-protegido do “ultra” do anterior regime Afonso Rodrigues Queiró, ex-militante comunista inscrito só depois do 25 de Abril e actual fervoroso apoiante do secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, é conhecido na comunidade académica coimbrã mais pelas aulas que não dá do que pelo seu serviço docente.
Os anos lectivos sucedem-se mas o absentismo do candidato principal do PS às eleições europeias teima em manter-se.
Por vezes, chega a usar um assistente em sua substituição.Contudo, “tristemente memoráveis”, segundo um seu aluno de Coimbra, “são mesmo os dias em que os poucos alunos resistentes ficam pendurados à espera, em vão, e certamente que o livro de ponto não é assinado…”-
A mesma fonte adiantou a O DIABO que “há vários anos que não apresenta os sumários das lições que a lei impõe que elabore e que disponibilize aos alunos, embora até seja compreensível, pois se assim não fosse teria que mostrar quão pouco nos ensina”.-
O DIABO soube ainda que Vital Moreira como membro do Conselho Científico da Faculdade, no período 2006-2009 nunca se dignou a comparecer numa única reunião desse órgão, apesar de já se terem realizado largas dezenas.
As convocatórias que lhe são enviadas com a ordem de trabalhos são sempre recebidas com a mesma atitude: a indiferença.-
Possivelmente, e apesar de continuar a receber pontualmente a totalidade do vencimento, o candidato socialista terá outras tarefas que o impedem de trabalhar na Faculdade, como por exemplo, dedicar-se aos lugares que vai coleccionando, nomeadamente de presidente do Conselho Consultivo do Centro Hospitalar de Coimbra (nomeado pelo Governo de José Sócrates), de membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e de presidente do CEDIPRE – Centro de Estudos de Direito Público e Regulação, instituição privada alojada na Faculdade de Direito de Coimbra.
Segundo um responsável do CEDIPRE a “dedicação” de Vital Moreira “a este centro chega a ser comovente”, porque “já tem estado presente no centro enquanto falta ao serviço na Faculdade”.-
Por seu turno, o Conselho Directivo da Faculdade está ao corrente de tudo, tanto mais que o seu presidente, José Faria Costa, conhecido apoiante de Manuel Alegre nas presidenciais, tem assento no Conselho Científico, mas continua a fechar os olhos às “gazetas” do seu colega e amigo.
Será que Vital Moreira, que se intitula a face mais visível do PS a seguir a Sócrates, pretende manter esta mesma conduta relativamente ".
Rápidamente, Vital Moreira respondia a essa notícia no seu blog "Causa Nostra":

"RESPOSTA A UMA INFÂMIA

"Respondendo à notícia de hoje do semanário “O DIABO”, venho dizer que:
1. A acusação relativa a faltas constitui uma pura falsificação, bastando consultar os registos oficiais relativos às três disciplinas que leccionei na FDU no presente ano lectivo para mostrar a falta de fundamento.
2. Toda a informação sobre os planos de curso das disciplinas que leccionei encontra-se disponibilizada, desde o início de cada curso, na página electrónica da FDUC dedicada aos alunos, incluindo materiais de estudo e indicações bibliográficas, avisos sobre provas, matéria leccionada, avaliações, etc.;
3. O CEDIPRE, Centro de Estudos de Direito Público e Regulação, a que presido, desde a sua criação há uma década, é um centro de pós-graduação da FDUC, sem fins lucrativos, cujos cargos de direcção e gestão são gratuitos, não envolvendo, sequer, ajudas de custo nem indemnização de despesas. O mesmo acontece, aliás, com outro centro por mim dirigido, o Ius Gentium Conimbrigae (ICG), que a informação pidesca se esqueceu de mencionar;
4. Além destes serviços graciosos à FDUC, desempenho também o cargo de Director Nacional do Mestrado Europeu de Direitos Humanos, igualmente há uma década, também de forma gratuita e sem qualquer encargo para a FDUC;
5. É igualmente gratuito, e também sem ajudas de custo, das quais expressamente abdiquei, o cargo de Presidente do Conselho Consultivo do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC), um cargo de responsabilidade cívica, de que só posso orgulhar-me;
6. Não estando em dedicação exclusiva – e não beneficiando, por isso, da correspondente remuneração –, posso ter actividades profissionais exteriores à actividade universitária. Entre essas actividades não se encontra, porém, o ensino em universidades privadas nem tão-pouco a de membro do Conselho de Supervisão da EDP, que deixei aquando do anúncio da minha candidatura.
Vital Moreira"

Sendo Vital Moreira parte interessada, aguarda-se agora que uma entidade independente venha a público confirmar ou desmentir aquela notícia de "O Diabo" e/ou o esclarecimento de Vital Moreira.
Pela parte que me toca, gostava de saber mais pormenores e conhecer outros esclarecimentos sobre as presumiveis faltas de Vital Moreira, já que foi ele um dos principais defensores das políticas da actual Ministra da Educação, usando muitas vezes argumentação idêntica àquela que foi usada pelo "O Diabo", para denegrir toda uma classe profissional.
É ainda de destacar a atitude de virgem ofendida de Vital Moreira, quando tem sido ele a usar a calúnia e a meia-verdade para atacar os seus adversários políticos durante esta campanha eleitoral, como se comprova até por outro textos publicados no blog desse candidato.
Aguardam-se os próximos capítulos desta novela.

sábado, 30 de maio de 2009

Viatl Moreira...o maior "erro" do PS

À medida que a campanha eleitoral para as europeias vai avançando, começa-se a perceber que a escolha de Vital Moreira para liderar a lista do PS foi a maior imbecilidade cometida pela direcção política deste partido.
Começa-se a perceber que Vital Moreira não tem ideias para a Europa, a não ser uma ou outra “boca” avulsa, sem nexo e rapidamente desmentida pelo próprio ou por alguém com mais “tino” dentro do PS.
Percebe-se também que a imagem de prestígio que Vital Moreira trazia consigo, foi toda construída à sombra do PCP, e que nada de novo acrescentou ao seu perfil desde que saiu daquele partido, a não ser viver à sombra desse prestígio como constitucionalista (dizem as más línguas que muito dele construído à sombra do Professor Gomes Canotilho).
A única coisa de novo que esse constitucionalista trouxe para a política foi a utilização dos seus dotes de retórica escrita para defender, uma a uma, nas suas crónicas do Público, as propostas mais incríveis e absurdas do governo de José Sócrates, usando argumentos por vezes ofensivos contra aquilo que ele, ainda com tiques do “anti-fascismo”, designa por “interesses corporativos”.
Mas no final desta semana esse candidato desceu ao nível mais baixo de sempre, ao tentar explorara o caso BPN a seu favor, esquecendo-se dos argumentos que usa de cada vez que se fala no caso Freeport.
A grande contribuição de Vital Moreira para estas eleições vai ser, sem dúvida, ajudar ao aumento da abstenção.
Parafraseando um cineasta italiano, já é tempo de Vital Moreira, para além de dizer alguma coisa de esquerda, dizer alguma coisa de novo sobre a Europa.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Duplamente Lamentável: a agressão a Vital Moreira e as afirmações de Vitalino Canas!

16 . 12 horas:
“Ofensas pessoais e água caíram sobre a delegação do PS, presidida por Vital Moreira, cabeça de lista às eleições europeias, após os habituais cumprimentos à direcção da CGTP, ainda antes do início do desfile do Dia do Trabalhador, em Lisboa.“Manuela Augusto, presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS), que, na altura acompanhava Vital Moreira, juntamente com os socialistas Ana Gomes e Vítor Ramalho, contou ao PÚBLICO que alguns manifestantes terão insultado a comitiva socialista ainda antes da troca de cumprimentos com o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva. Porém, quando o grupo se preparava para abandonar o Martim Moniz, zona de concentração da manifestação da Intersindical, e rumava para os Restauradores foi perseguido por alguns manifestantes que “atiraram água” e lançaram “insultos muito fortes, mesmo ofensas pessoais”. “Manuela Augusto diz que os manifestantes tentaram ainda “empurrar” a delegação, mas “muitos participantes” do desfile da CGTP correram em auxílio dos socialistas. “Muitos manifestantes indignaram-se com aquela cena e afirmaram bem alto que aquilo era inadmissível.” O líder do DNMS notou ainda que Carlos Trindade, dirigente da CGTP, fez questão de “pedir desculpas em seu nome e em nome da Intersindical”¸ lamentando o sucedido. “Contactado pelo PÚBLICO, um dos assessores de imprensa do PS, Ricardo Pires, que acompanhava Vital Moreira, desdramatizou a situação, escusando-se a confirmar se o candidato socialista ao Parlamento Europeu ficou ferido. Ricardo Pires apontou ainda que o programa anunciado ontem no site do PS prosseguiu, com a comitiva a deslocar-se para os Restauradores para cumprimentar a direcção da UGT, que aí instalou o seu palco para os discursos do 1º de Maio. No entanto, Pires confirmou que, até ao fim da tarde, o PS irá fazer uma conferência na sede do partido, no Rato, sobre o que aconteceu esta tarde.”
17.47h:
“Vital Moreira considera que os insultos e as agressões de que foi alvo esta tarde, depois de ter cumprimentado a direcção da CGTP, no Martim Moniz, configuram um acto de “animosidade contra um antigo militante do PCP que não enjeita o seu percurso político, mas também não renuncia às circunstâncias” que levaram ao seu abandono do partido.“Em declarações ao PÚBLICO, o cabeça de lista do PS às eleições europeias afirmou ter sido alvo de “sectarismo e intolerância”, salientando que a situação tem uma “clara leitura política”. “É uma das tragédias em Portugal esta do sectarismo, de utilizar as vias de facto. Acções destas não prestigiam as forças políticas a que aquelas criaturas pertencem”, disse, escusando-se a explicitar a que “forças políticas” se referia. E prosseguiu: “Acções destas não prestigiam a Intersindical, que não é propriedade do PCP, e também desprestigiam o 1º de Maio.” “Ouvido pela SIC Notícias, Vital Moreira disse ainda que só podia “deplorar estes desacatos” que, em seu entender, “degradam o sindicalismo e degradam o 1º de Maio”. E acrescentou: “Há partidos que julgam que são proprietários das pessoas, mesmo que elas tenham saído há mais de 20 anos, como eu.”“O secretário-geral do PCP não quis comentar as agressões e os insultos a Vital Moreira, alegando que não viu o incidente. “Não vou comentar aquilo que não vi”, disse, citado pela Lusa.“Às 18h45, vai realizar-se uma conferência de imprensa, na sede nacional do partido, no Largo do Rato, na qual o porta-voz dos socialistas, Vitalino Canas, irá anunciar a posição do PS sobre os acontecimentos desta tarde.”
18.15h
“O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, não quis repetir as desculpas já apresentadas a Vital Moreira e à delegação do PS por Carlos Trindade, dirigente da Intersindical, poucos minutos depois das agressões e ofensas contra os socialistas. “Não vamos prolongar isso”, disse, em declarações aos jornalistas na Alameda Afonso Henriques após os discursos do 1º de Maio.“Não foi a CGTP”, disse, “foi um ou outro trabalhador.” Carvalho da Silva alertou, porém, para a “reflexão” que os partidos devem fazer nas vésperas de um acto eleitoral e num contexto de crise económica. “Estamos às portas das campanhas eleitorais e estão aqui trabalhadores em grande sofrimento. É preciso que a campanha eleitoral respeite o que as pessoas estão a sentir e que se faça disto um ensinamento”, afirmou, sem querer acusar explicitamente o PS de aproveitamento político no Dia do Trabalhador. No entanto, o líder sindical não se furtou a deixar um recado: “É necessário que os partidos façam uma reflexão sobre a acção política em período de campanha eleitoral e que respeitem as condições das pessoas.” “Algumas horas antes, Carlos Trindade apresentou pessoalmente as “desculpas formais” da CGTP a Vital Moreira e à delegação do PS: “É uma situação grave e quero apresentar desculpas formais da CGTP. Obviamente que Vital Moreira e a delegação do PS são bem-vindos à manifestação da CGTP.” “Em jeito de explicação para o sucedido, o dirigente da Intersindical afirmou que estas situações “traduzem momentos de desespero e de muito desemprego”, notando que o ataque contra Vital Moreira foi “uma atitude de desespero”. “Há trabalhadores desesperados que, em vez de reagirem contra a crise, reagiram desta forma desesperada”, disse.”
20.04h
“O porta-voz do PS, Vitalino Canas, considera que as ofensas de que foi vítima o candidato socialista às eleições europeias, Vital Moreira, constituem uma “agressão contra o Partido Socialista” e responsabilizou a CGTP e o PCP pelo incidente que marcou as comemorações do 1º de Maio.“Numa conferência de imprensa realizada ao fim da tarde, na sede nacional do partido, no Largo do Rato, em Lisboa, Vitalino Canas classificou os insultos e as agressões contra Vital Moreira e uma delegação socialista como um “acto de cobardia” e designou-os como sendo o resultado do “ódio” instigado pelos comunistas e pela Intersindical ao longo desta legislatura. “A CGTP e o PCP criaram, durante esta legislatura, um ambiente de ódio. E este acontecimento foi a expressão desse ódio que foi sendo gerado contra o PS”, afirmou. “O porta-voz dos socialistas referiu ainda que “nem a CGTP nem o PCP apresentaram desculpas ao PS e a Vital Moreira” e criticou Carvalho da Silva, secretário-geral da Intersindical, por este ter afirmado que “não tem de pedir desculpas”. “Preferia que essas declarações não tivessem sido feitas”, notou Vitalino Canas, frisando que o incidente “não pode passar sem as desculpas formais do PCP e da CGTP”. “Lembrando que a comitiva liderada por Vital Moreira fez questão de cumprimentar a direcção da CGTP, antes do início do desfile do Dia do Trabalhador, para “cumprir um acto de humildade e cortesia democráticas”, Canas reiterou que, em troca, “o PS foi agredido”. “Tratou-se de um ataque ao PS através do professor Vital Moreira”, afirmou.”
(Notícias da autoria da Jornalista Maria José Oliveira na Público online deste dia 1º de Maio).

Também nós lamentamos o sucedido.
Assisti no local a parte do discurso de Carvalho da Silva e pareceu-me sincero o incómodo que aquela situação, que ele próprio lamentou e condenou logo no início da sua intervenção, lhe provocou.
Também parece ter existido, no primeiro momento após o incidente algum bom senso de ambas as partes, como refere a primeira notícia acima transcrita.
Infelizmente, a necessidade de criar um caso político, com base num incidente lamentável, talvez tentando repetir a velha história da agressão a Mário Soares na Marinha Grande, com o objectivo de dar algum vigor à triste campanha de Vital Moreira para as eleições europeias, levou a que, em vez de se tentar serenar ânimos, se procurasse lançar achas na fogueira.
Mais uma vez esse papel coube ao inenarrável Vital Canas.
Se o incidente teve inicio com a atitude irresponsável de um grupo de arruaceiros e extremistas, acabou por ganhar um novo impulso, desta vez pela mão dos “arruaceiros engravatados”, oportunistas e irresponsáveis que enxameiam a liderança política actual do PS, tendo á cabeça o dito Canas.
O uso e abuso da vitimização da candidatura de Vital Moreira, iniciada no debate do Prós e Contras, continuada no debate com Paulo Rangel e agora com a tentativa de aproveitamento político deste acontecimento vergonhoso, vai contribuir para uma abstenção histórica nas eleições europeias.
Seguem-se novos episódios, provavelmente tão lamentáveis como este.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vital Moreira: ainda bem que avisa!

Numa entrevista emitida, domingo, no Rádio Clube, e publicada, no mesmo dia, no “Correio da Manhã” , mas da qual já se conhecia o mais importante do seu conteúdo desde 24 de Abril, por divulgação do “Público”, Vital Moreira afirmou que, caso o PS não obtenha maioria absoluta nas próximas legislativas, correrá o risco de ser “derrubado à primeira circunstância” e “terá que ir apresentar a Belém a sua demissão”.
Acrescentava ainda esse candidato que, com um governo minoritário, a estabilidade vai “ao ar”, devendo por isso o PS pedir maioria absoluta ao eleitorado, para ter estabilidade durante quatro anos para tomar medidas “mesmo que transitoriamente essas medidas não sejam simpáticas”.
Tais afirmações revelam, quanto a mim, três coisas:
Primeiro, Vital Moreira contradiz a sua candidatura, ao colocar no centro das atenções a política nacional, ainda por cima falando de outro acto eleitoral diferente, em vez de se centrar, como garantiu, nas questões europeias. Pelos vistos Paulo Rangel conseguiu confundir o candidato “socialista”.
Segundo, tais afirmações roçam a chantagem política, mostrando a incapacidade dos actuais dirigentes do PS em aceitar negociar com outros partidos a constituição de um governo minoritário. Revela igualmente, pela sua parte, um grande descrédito no regime democrático.
Não percebeu Vital Moreira que, se muitos dos portugueses que contribuíram para a primeira maioria absoluta do PS se recusam hoje voltar a dá-la, isso se deve à falta de diálogo e à atitude arrogante e autoritária que este governo assumiu nestes quatro anos?
Terceiro, ficamos a saber que este governo precisa de outra maioria absoluta para tomar mais medidas que “não sejam simpáticas”. Não lhes chegou quatro anos para tomar tais medidas? Ainda vamos ter mais do mesmo?.
Ainda bem que avisa. Assim ficamos a saber que quem votar no PS, ou é masoquista, ou é fanático pelo autoritarismo de Sócrates.