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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

E se as “bocas parvas” pagassem imposto?


Sempre achei as opiniões dessa senhora um bocado "parvas", mas agora bateu no fundo.

Se calhar está a propor que sejam, mais uma vez, os mesmos do costume a "pagar a crise", retomando um velho slogan da extrema-esquerda.

Esquece-se a dita senhora que são os tais "burgueses" os únicos que pagam impostos realmente proporcionais ao seu rendimento, porque, os outros, ou fogem para os paraísos fiscais ou declaram o mínimo daquilo que realmente ganham, como acontece nalguns sectores que agora andam aí muito queixosos, porque "só" vão receber ajudas da "bazuka" em proporção com aquilo que sempre declararam ao fisco e não àquilo que estavam habituados a lucrar na realidade, não declarando ou recorrendo ao trabalho precário e mal pago.

Mas é exactamente a esses “queixosos” que a dita comentadeira pretende que se  pague, com a sua proposta  do assalto à classe média, como se depreende das sua palavras , defendendo que “as receitas perdidas nos restaurantes resolvem-se com dinheiro” , o tal que ela propõe tirar aos “burgueses”, talvez por sugestão de algum “chef” amigo, um dos tais que foge aos impostos, paga miseravelmente aos seus “colaboradores” e mantem-nos em trabalho precário.

Também se queixa da falta de generosidade do governo em relação a esse sector. Mas é apenas em relação a esse sector, e tem sido apenas este governo a ser pouco generoso?

Esquece-se a dita senhora que as chamadas "classes médias", as que já pagaram os desvarios de corrupção “socrática” e o "ir além da troika" passoscoelhista, para salvar o corrupto sector financeiro, não têm conhecido outra coisa, ao longo dos últimos 20 anos,  que não seja cortes nos seus rendimentos e aumento de impostos.

Para além disso,  o rendimento médio dessa "burguesia", a que sustenta o país com o pagamento regular de impostos, é miserável, comparado com os países do euro, já para não falar na situação da maioria da população, a do trabalho precário, a do salário mínimo e a das reformas miseráveis e vergonhosas.

Tenha juízo (provavelmente ganha mais num dia a comentar nos jornais e na televisão, do que um "burguês" do teletrabalho num mês).

Não há pachorra para o tempo de antena que a comunicação social dá a tais "comentadeiros", “achistas e  “tudistas".

O CHEGA agradece tais opiniões incendiárias.

E já agora, que estamos numa de fazer títulos com ideias parvas, aqui vai uma sugestão de graça: e que tal lançar um imposto para a parvoíce?

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Voltando às touradas.



Já aqui me manifestei sobre o que penso das touradas: um degradante espectáculo onde se tortura um animal encurralado.

Também já o disse: a desculpa da tradição em defesa desse triste espectáculo não pega. Por esse ponto de vista, manter-se-iam muitas tradições que incluem maltratar animais por puro prazer “tradicional” ou, indo ainda mais longe, muitas “tradições” que maltratam e humilham seres humanos.

Mas, o mais incrível de toda esta questão é o facto de o que está em causa não é qualquer proibição desse triste e degradante espectáculo, mas apenas mantê-lo a pagar o IVA de 13%, situação que era aquela que existe até à aprovação do próximo orçamento, continuando, mesmo assim, a beneficiar de uma redução de 10% de IVA em relação a muitos produtos e actividades muito mais importantes e essências do que a manutenção do degradante espectáculo das touradas.

Ou seja, quando a maior parte das actividades e produtos pagam um IVA de 23%, as touradas já beneficiam de uma redução de 10%, pagando 13% de IVA e agora queriam ir à boleia de artes como a musica, a dança, o teatro e o circo e passarem a pagar IVA de 6%.

Ou seja, não contentes por já beneficiarem de um subsidio indirecto do Estado, por pagarem menos 10% de IVA do qua aquele que deviam pagar, queriam ver esse “apoio” aumentar, pagando ainda menos do que muitos de nós pagamos por bens essenciais.

Se me explicarem onde está a “arte” de torturar animais, talvez até venha a aceitar tal redução. Caso contrário, “podem” (!!??) continuar a divertir-se a torturar animais, mas não me atirar areia para os olhos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Redes Sociais : A verdade da Mentira



O jornalista Paulo Pena continua ao seu excelente trabalho de investigação, nas páginas do cada vez melhor Diário de Notícias (agora semanário), sobre o papel dos sites de fake news a operar em Portugal.

Esta semana dedica-se a divulgar o negócio rentável de alguns desses sites de desinformação.

Para além de divulgarem notícias falsas com objectivos políticos muito precisos (quase todos ligados à extrema direita ou aos ressentidos com a “geringonça”), esses sites gerem milhões em negócios mais ou menos obscuros, desde a fuga de impostos à forma com acedem à informação dos incautos e ignorantes que partilham os seus conteúdos.

Um dos sites com maior êxito usa um título enganador e explora indecentemente o prestigio de uma profissão como a dos bombeiros, intitulando-se mesmo “Bombeiros 24”, que usa, no facebook, um nome vergonhosamente mais enganador: “Bombeiros Portugueses”.

Esse site consegue receber dinheiro pela publicidade que integra no seu espaço e está ligado a um outro site com o estranho nome “Bilbiamtengarsada”.

O “Bombeiros 24” usa ainda um software malicioso que “permite aos administradores dos site receber dinheiro de empresas de venda online. O truque é simples: deixa uma espécie de cookies nos computadores dos leitores que passam assim a ficar associados ao Bombeiros 24. Quando essa pessoa usar aquele computador para, por exemplo, comprar alguma coisa na Amazon, a empresa fica a saber que a venda foi “sugerida” pelo site português e paga-lhe uma comissão”

Uma outra prática desses sites é copiarem noticias de outros órgãos de informação verdadeiros sem pagar direitos e, pelo contrário, obterem lucro com isso, à custa dos “gostos” e partilhas dos incautos seguidores.

Ao reproduzirem noticias verdadeiras da comunicação social, fazem-no de forma cirúrgica, carregando nas noticias que falem de crime e corrupção e focando apenas uma tendência politica, para gerarem e potenciarem um sentimento de impunidade e criminalidade muito maior do que aquele que existe na realidade. Ao mesmo tempo acrescentam comentários tendenciosos e falaciosos.

Esses sites plagiam descaradamente órgão de imprensa, ganham dinheiro com isso e, como estão registados no estrangeiro e mantêm incógnitos os seus administradores, conseguem fugir ao pagamento de impostos pelos lucros obtidos com a publicidade.

Além daquele site, o jornalista identificou, no artigo desta semana e noutros que tem a vindo a publicar, vários sites que funcionam dessa maneira, espalhando desinformação, falsas verdades ou meias verdades (como dizia António Aleixo, “para a mentira se tornar segura tem de trazer à mistura alguma coisa de verdade”), ganhando milhões com isso e fugindo ao fisco em grande estilo.

Muitos usam títulos enganadores, fazendo-se passar por órgãos de informação, outros títulos “engraçados”, atraindo mais incautos que partilham essas “informações”, disseminando-as por milhares de seguidores.

Aqui fica a lista de alguns dos sites denunciados pela reportagem, todos registados no estrangeiro:

-“Semanarioextra”;
-“Jornaldiario”;
-“Noticiario.com”;
-“Magazinelusa”
-“Ptjornal”;
-“Lusopt”;
-“EventoXXI”;
-“JornalQ”;
-“Vamoslaportugal”
-“Lusonoticia”;
-“Altamente”;
-“Cura Natural”;
-“1001 Ideias”;
-“Muito Bom”;
-“Muito Fixe”;
-“Tafeio”;
-“Diariopt”;
-“Tuga.press”;
-“Direita Politica”;
-“Luso Jornal”;
-“Portugal Glorioso”;
-“Bilbiamtengarsada”.
-"Bombeiros 24";
-"Bombeiros Portugueses";
…e muitos outros.

Pela nossa parte tudo faremos para denunciar esses sites.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Austeridade Aumenta a Pobreza infantil em Portugal


Segundo dados ontem revelados pelo INE, os portugueses casam cada vez menos e mais tarde e têm cada vez menos filhos e também mais tarde.

Mais grave, mas causado pela mesma situação, o efeito das medidas de austeridade, o mesmo relatório revela o aumento do risco de pobreza entre as crianças portugueses, que se aproxima dos 30%.

A situação, que tinha melhorado entre 2005 e 2011, agravou-se significativamente nos últimos anos, com a austeridade aplicada aos mais vulneráveis, ao retirar o abono de família a mais 500 mil crianças e ao provocar que mais 120 mil ficassem dependentes de ajudas para escapar à fome!!! É OBRA!!!

Num relatório recentemente publicado pela Convenção dos Direitos da Criança para Portugal concluiu-se que "a austeridade conduz à negação ou violação dos Direitos da Criança".

A questão da pobreza infantil em Portugal foi recentemente alvo de uma reportagem da Euronews, que em baixo pode ser vista:


Será que esta "má imagem" de Portugal também preocupa o sr. Cavaco? 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Estranho caso de José Sócrates

(foto de Alberto Frias/Expresso)

Nunca votei em José Sócrates, mas, logo no início do seu mandato, quando deu ao PS a sua primeira maioria absoluta, que lhe foi oferecida pelos portugueses fartos dos governos do descalabro de Barroso/Santana Lopes, tive alguma esperança que algo mudasse na política nacional.

Pela primeira vez o PS ía governar com maioria absoluta e podia, também pela primeira vez desde o 25 de Abril, implantar o seu programa social-democrata sem constrangimentos.

Infelizmente essa esperança desde cedo de esfumou, com a governação autoritária de Sócrates, com o início da destruição do já de si fraco Estado Social e a retirada de direitos socias, virando portugueses contra portugueses, fazendo dos professores o bode expiatório do seu autoritarismo, iniciando o discurso da austeridade , dando início ao descalabro que nos levou à troika e ao governo de zombies actualmente no poder sob a “liderança” fantasma de Cavaco Silva.

Ou seja, se com Barroso e Santana Lopes pensávamos que tínhamos atingido o grau zero da política, o pior estava para vir com os governos que se sucederam, os de Sócrates e de Coelho (…e, sempre, Portas, que já vinha dos tempos de Barroso..).

Com Sócrates a submissão do poder político aos obscuros poderes financeiros, aos ditames de uma Europa cada vez menos solidárias, sob orientação de Merkel (então acompanhada por Sarkozy), aos negócios milionários com os novos ricos de Angola, da Venezuela e da China (à custa da miséria e da exploração das populações e dos trabalhadores desses países) e a distribuição dos dividendos assim obtidos pelos boys do costume, atingiu o seu ponto de não retorno, que encontrou no actual governo um fiel e entusiasta seguidor .

O nosso blogue surgiu a meio do primeiro mandato de Sócrates e desde logo manifestámos a nossa feroz oposição ao socratismo (basta clicar na etiqueta “anti-sócrates”, e ir clicando no final da página em “mensagens antigas” para poderem ler o que aqui escrevemos ao longo desses tempos).

Por isso estamos hoje à vontade para escrever o que vem a seguir.

A detenção de José Sócrates na noite da passada 6ª feira foi um acontecimento que não nos surpreendeu, dado o historial do ex-primeiro-ministro, mas mereceu-nos desde logo alguma estranheza pelo momento escolhido e pelo modo como decorreu.

Ficámos desde logo perplexos quando, cinco minutos depois de termos ouvido na SIC-notícias, no noticiário da meia-noite, já no Sábado, a notícia da detenção de Sócrates, terem desde logo aparecido imagens com o presumível carro da polícia que o transportava após a detenção no aeroporto, ao mesmo tempo que o jornalista referia o secretismo da investigação.

Ou seja, como é que, se a investigação e a prisão tinham sido conduzidas de forma tão secreta ,havia no local, “por acaso”, uma câmara da SIC que filmava o “momento”?

Poucas horas depois ficávamos ainda mais perplexos ao sabermos que dois órgãos de informação, o “Sol” e o “Correio da Manhã”, pespegavam nas primeiras páginas, preparadas antes da notícia ser conhecida pelo público, informações presumivelmente retiradas do processo, o tal processo “conduzido com secretismo”.

Ou seja, estamos mais uma vez perante um gravíssimo caso de violação de segredo de justiça, que tanto tem contribuído para “queimar” e contaminar processos judiciais que envolvem políticos e grandes interesses económico-financeiros.

Também, ao longo deste fim-de-semana, fomo-nos apercebendo que, a acompanhar este processo, existe uma guerra entre órgão de comunicação social, o “Sol” e o “Correio da Manhã” por um lado, a SIC  e o “Expresso” por outro, o que põe desde logo em causa a “independência” como esse caso vai ser acompanhado nesses órgãos de comunicação.

Ou seja, para além do próprio caso em si, vamos ter uma violenta guerra de tubarões da comunicação social que vai fazer deste caso uma arma de arremesso.
Outra perplexidade prende-se com o aparato da prisão. Ao que parece Sócrates não foi apanhado a fugir no aeroporto, mas a regressar, pelo que a detenção, feita como foi, parece visar a simples humilhação do detido.

Mas a  nossa  perplexidade adensa-se quando nos apercebemos do momento escolhido para essa detenção, o fim-de-semana em que o PS escolhia um novo secretário geral, no culminar de uma semana marcada por um outro escândalo de grandes repercussões, o dos chamados Vistos Gold, que tinha atingido o governo com grande estrondo.

Como se pode ver, acompanhando a comunicação social, casos gravíssimos como o dos Vistos Gold ou o do BES, para já não falar do BPN,  da Tecnoforma ou o dos “submarinos”, passaram de imediato ao quase esquecimento.

Contudo, e por aquilo que se sabe sobre as razões da detenção de José Sócrates, sendo graves, não atingem a gravidade dos outros casos que passaram par segundo plano,  nem tem os custos, para os portugueses e para o erário público, que esses outros casos anteriores têm.

Agora a justiça tem, pelo menos neste caso, de levar o caso Sócrates até às últimas consequências, sem deixar qualquer duvida ou sobre a culpabilidade, ou sobre a inocência de José Sócrates.

E, para que o caso não se politize, tem de agir célere, não se podendo arrastar até ao período eleitoral que se avizinha.

Ao mesmo tempo, tanto a justiça, como a comunicação social, não podem deixar cair no esquecimento os casos dos Submarinos, do BPN, do BES, da Tecnoforma ou dos Vistos Gold e devem ser igualmente céleres a esclarecer esses casos.

Caso contrário é a justiça e, a prazo, a democracia que passam a estar em causa, abrindo o caminho ao populismo e à demagogia e, mais depressa do que se pode pensar, em vez de uma dezenas de desordeiros de extrema-direita a manifestarem-se á porta do campus de justiça, veremos rapidamente esse número a aumentar.

A credibilidade das instituições democráticas joga-se neste caso.