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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DIAS DO FIM DA EUROPA- 8 - É o "salve-se quem puder: Las empresas preparan planes de emergencia para la ruptura del euro.

 
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O EURO DÁ AS “ÚLTIMAS”

Já não há esperança para o euro.

Mesmo os mais optimistas já o admitem.

A dúvida está em saber QUANDO e COMO?

Amigos meus têm apostado comigo que daqui a um ano Portugal já não está no euro. Eu até estava optimista, e quando me referia ao fim do euro era mais em tom de provocação. No fundo, no fundo, ingenuidade minha, acreditava numa reviravolta de última hora.

Agora a minha aposta com esses amigos já não é que os ache pessimistas. Para mim, e perante as últimas notícias do mundo financeiro, económico e político, começo a ter dúvidas se haverá euro…daqui a um mês.

Neste momento, mais do que saber quando saímos do euro, ou quando é que ele acaba, ou se fica uma moeda restrita da Alemanha e dalguns satélites seus do norte e do leste, é saber como é que se acaba com ele.

Tenho por mim, já que se anda a pedir tantos sacrifícios aos portugueses, sem se apontar um objectivo que não seja o de salvar o euro, que já não é possível salvar, e “acalmar” os “mercados”, que, como se tem visto, não se “acalmam” com os sacrifícios, porque já perceberam que o euro é “lixo”, talvez fosse melhor aproveitar a “onda” e, em vez de sacrifícios em vão, estes fossem canalizados para uma nova realidade sem euro.

Uma primeira pergunta que faço aos meus amigos e a todos os portugueses em geral, excluindo os que vivem de “expedientes”, da especulação e da fuga aos impostos, o que é que ganharam com a adopção do euro, nos últimos dez anos?

Os salários pouco subiram, o custo de vida aumentou imenso (o que custava 50 escudos, passou a custar 50 cêntimos, o que custava 100 escudos passou a custar 1 euro, ou, seja, o dobro…), as restrições orçamentais exigidas, sem contrapartidas nem a prometida solidariedade aos países mais pobres, levaram à destruição da economia , em nome do equilíbrio orçamental e das “políticas comuns” (para favorecer a França e a Alemanha, destruímos a agricultura, a industria, o comércio local e as pescas…).Desbaratámos as poucas vantagens económicas da adesão ao euro na construção de auto-estradas que nos incentivaram a usar o automóvel (de preferência de marca francesa ou alemã), com graves custos na nossa balança comercial (o automóvel e o petróleo são bens importados e de grandes custos) e a desprezar o transporte público, quando não fizemos ainda pior, endividando-nos na construção de estádios de futebol e no crédito “barato” (que nos saiu caro), oferecido pelos bancos e que garante a estes, ainda hoje, lucros fabulosos.

Ou seja, tirando a facilidade em viajar em países com a mesma moeda, os poucos anos que vivemos com o euro não deixam saudades à maior parte dos portugueses ( e o pior ainda está para vir).

Resta-nos então virar as costas ao euro e, talvez, à Europa. Já que vamos sofrer sacrifícios tão pesados, que estes sejam para uma “boa causa”.

Sair do euro começa a ser, como se diz, um “imperativo nacional”.

Em primeiro lugar devemos deixar de privilegiar a União Europeia como parceiro quase exclusivo. Devemos reforçar as nossas relações como o norte de África, o Brasil e os países da CPLP. Devemos ainda aproveitar as nossas boas relações históricas com a Índia, a China e o Japão. Devemos reforçar os nossos laços com a Espanha e a Comunidade latino americana.

Não nos podemos esquecer das nossas comunidades de emigrantes, nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa.

Em nome da recuperação do país e da necessidade do nosso equilíbrio comercial e financeiro, devemos romper com todos os tratados europeus que nos impeçam de desenvolver os sectores agrícola, industrial e o das pescas.

Por enquanto, antes de sairmos do euro, devíamos criar uma moeda padrão virtual (assim como foi o ECU para a União Europeia, antes do desastre da criação do euro), que servisse de referência, em primeiro lugar, à moedas dos países da lusofonia, mas à qual podiam aderir outros países com quem tivéssemos boas relações culturais e económicas.

Quando saíssemos definitivamente do euro, essa moeda tornar-se-ia real, e estava almofadada na adesão à mesma desses países.

Por último devimos começar a criar já medidas para desincentivar a importação de produtos da França e da Alemanha, substituindo-os por produtos de outras regiões, em condições mais favoráveis para o nosso mercado, medidas que seriam extensíveis aos países que mantivessem o euro depois da nossa saída.

Até lá, aconselho a quem tiver reservas em euros que as troque por outra moeda, como a libra ou o dólar. Pode ser a salvação para os poucos que conseguiram acumular alguns euros.

Sector Público faz Greve Geral na Grã-Bretanha - Fotoreportagem









(Fonte: The Guardian)

O RESPIGO DA SEMANA - a opinião de Isabel do Carmo: "Já vivi nesse país e não gostei".

"Debate O empobrecimento de Portugal
"Já vivi nesse país e não gostei

por Isabel do Carmo
médica, endocrinologista


"O primeiro-ministro anunciou que íamos empobrecer, com aquele desígnio de falar “verdade”, que consiste na banalização do mal, para que nos resignemos mais suavemente.
Ao lado, uma espécie de contabilista a nível nacional diz-nos, como é hábito nos contabilistas, que as contas são difíceis de perceber, mas que os números são crus. Os agiotas batem à porta e eles afinal até são amigos dos agiotas. Que não tivéssemos caído na asneira de em­penhar os brincos, os anéis e as pulseiras para comprar a máquina de lavar alemã. E agora as jóias não valem nada. Mas o vendedor prometeu-nos que... Não interessa.
"Vamos empobrecer. Já vivi num país assim. Um país onde os “remediados” só compravam fruta para as crian­ças e os pomares estavam rodeados de muros encimados por vidros de garrafa partidos, onde as crianças mais pobres se espetavam, se tentassem ir às árvores. Um país onde se ia ao talho comprar um bife que se pedia “mais tenrinho” para os mais pequenos, onde convinha que o peixe não cheirasse “a fénico”. Não, não era a “alimentação mediterrânica”, nos meios industriais e no interior isolado, era a sobrevivência.
"Na terra onde nasci, os operários corticeiros, quando adoeciam ou deixavam de trabalhar vinham para a rua pedir esmola (como é que vão fazer agora os desempre­gados de “longa” duração, ou seja, ao fim de um ano e meio?). Nessa mesma terra deambulavam também pela rua os operários e operárias que o sempre branqueado Alfredo da Silva e seus descendentes punham na rua nos “balões” (“Olha, hoje houve um “balão” na Cuf, coita­dos!”). Nesse país, os pobres espreitavam pelos portões da quinta dos Patiño e de outros, para ver “como é que elas iam vestidas”.
"Nesse país morriam muitos recém-nascidos e muitas mães durante o parto e após o parto. Mas havia a “obra das Mães” e fazia-se anualmente “o berço” nos liceus femininos onde se colocavam camisinhas, casaquinhos e demais enxoval, com laçarotes, tules e rendas e o mais premiado e os outros eram entregues a famílias pobres bem-comportadas (o que incluía, é óbvio, Casamento pela Igreja).
"Na terra onde nasci e vivi, o hospital estava entregue à Misericórdia. Nesse, como em todos os das Miseri­córdias, o provedor decidia em absoluto os desígnios do hospital. Era um senhor rural e arcaico, vestido de samarra, evidentemente não médico, que escolhia no catálogo os aparelhos de fisioterapia, contratava as religiosas e os médicos, atendia os pedidos dos admi­nistrativos (“Ó senhor provedor, preciso de comprar sapatos para o meu filho”). As pessoas iam à “Caixa”, que dependia do regime de trabalho (ainda hoje quase 40 anos depois muitos pensam que é assim), iam aos hospitais e pagavam de acordo com o escalão. E tudo dependia da Assistência. O nome diz tudo. Andavam desdentadas, os abcessos dentários transformavam-se em grandes massas destinadas a operação e a serem fo­cos de septicemia, as listas de cirurgia eram arbitrárias. As enfermarias dos hospitais estavam cheias de doentes com cirroses provocadas por muito vinho e pouca pro­teína. E generalizadamente o vinho era barato e uma “boa zurrapa”.
"E todos por todo o lado pediam “um jeitinho”, “um empenhozinho”, “um padrinho”, “depois dou-lhe qual­quer coisinha”, “olhe que no Natal não me esqueço de si” e procuravam “conhecer lá alguém”.
"Na província, alguns, poucos, tinham acesso às pri­meiras letras (e últimas) através de regentes escolares, que elas próprias só tinham a quarta classe. Também na província não havia livrarias(abençoadas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian),nem teatro, nem cinema.
"Aos meninos e meninas dos poucos liceus (aquilo é que eram elites!) era recomendado não se darem com os das escolas técnicas. E a uma rapariga do liceu caía muito mal namorar alguém dessa outra casta. Para tratar uma mulher havia um léxico hierárquico: você, ó “tiazinha”; senhora (Maria); dona; senhora dona e... supremo desígnio - Madame.
"Os funcionários públicos eram tratados depreciati­vamente por “mangas-de-alpaca” porque usavam duas meias mangas com elásticos no punho e no cotovelo a proteger as mangas do casaco.
"Eu vivi nesse país e não gostei. E com tudo isto, só falei de pobreza, não falei de ditadura. É que uma casa bem com a outra. A pobreza generalizada e prolongada necessita de ditadura. Seja em África, seja na América Latina dos anos 60 e 70 do século XX, seja na China, seja na Birmânia, seja em Portugal”
In Público de 28 de Novembro de 2011

O SOM DO DIA - 34 - Amália Rodrigues "Gaivota"

O SOM DO DIA - 33 - Verdes Anos-Carlos Paredes

O SOM DO DIA - 32 - No Teu Poema - Carlos do Carmo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A VIDA DOS SONS -Antena 1 -

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Sempre gostei mais da rádio do que da televisão.
Cresci a ouvir rádio e sempre me cativou o mistério de não saber a quem pertencia "aquela voz" que se escutava.
Muitos acreditaram que a rádio iria conhecer uma fase de criatividade com a liberalização dos anos 80 do século passado. Foi assim no início, mas depressa os interesses publicitários e económicos destruiram o sonho de uma "nova rádio".
Hoje, a maior parte das rádios privadas estão transformadas em meros "gira-discos", repetindo-se umas às outras ou imitando o que de pior existe na rádio, a transbordar de publicidade, quase sem informação ou reportagens dignas desse nome.
Ao contrário do que muitos julgavam, foram as rádios estatais as únicas a evoluir para uma programação cuidada, uma informação de qualidade, a divulgação da boa musica e a realização de reportagens adequadas ao meio.
Foi assim, já há vários anos, depois de andar a ouvir rádios locais ou a TSF, que regressei à "velha" Antena 1 e hoje não passo um dia sem a ouvir várias vezes ao dia.
A sua programação leva-nos a recuperar o velho prazer de ouvir rádio e, entre a qualidade generalizada da sua programação, há um programa recente que se destaca: A VIDA DOS SONS.
Coordenado por Ana Aranha e Iolanda Ferreira, penso não estar a exagerar ao afirmar que este é um dos melhores programas de sempre realizados na rádio.
Conheci a Ana Aranha e não me surpreende que ela esteja ligada a este projecto. São de antologia as suas intervenções culturais na rádio nacional desde há vários anos.
A Ana Aranha foi minha aluna na escola da Freiria e, em mais de trinta anos de carreira como professor, nunca encontrei um aluno que escrevesse tão bem e de forma tão criativa como ela.
Em boa hora a Antena 1 a integrou nos seus quadros e as suas qualidades estão mais uma vez comprovadas neste programa.
Percorrendo os arquivos da rádio, que acompanham um século de história, recorrendo ainda à colaboração dos que o viveram ou estudaram, A VIDA DOS SONS é um espaço de audição obrigatrória para todos os que pretendem conhecer esse período.
É a prova de que a rádio tem futuro e nos pode continuar a surpreender.

A VIDA DOS SONS - Especiais Antena 1 - Multimédia RTP (clicar para aceder aos programa e arquivos)

EGIPTO - A FESTA DAS ELEIÇÕES


Decorre hoje o segundo dia das eleições democráticas no Egipto. envolvendo cerca de 50 milhões de eleitores.
Aqui divulgamos algumas fotografias desse acto eleitoral, com base no jornal The Guardian:









O "Fantas" já mexe...

A Foto da Semana

(Portland- USA. Autor : Don Rayan/AP )

O SOM DO DIA - 31 - Fado falado - João Villaret

O SOM DO DIA - 30 - Misia - Garras dos Sentidos

O SOM DO DIA - 29 - Carlos do Carmo, Um Homem na Cidade.

A FORMA E A LUZ: Acordar dentro de um quadro


A FORMA E A LUZ: Acordar dentro de um quadro (clicar para aceder ao video)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Conferência de Durban - COP17

Em Durban, na África do Sul, iniciou-se hoje a 17ª cimeira sobre as alterações climatéricas.

Esta é talvez, depois do falhanço da Cimeira de Copenhaga, a última oportunidade par a humanidade chegar a acordo e iniciar medidas de combate às perigosas alterações climatéricas que se avizinham.

Segundo alguns especialistas, não teremos mais de dois ou três anos para evitar o ponto de não retorno nas alterações climatéricas que podem conduzir a humanidade à catástrofe.

Infelizmente existem muitos interesses em jogo, desde os grandes interesses económicos ligados ao consumo desenfreado de matérias-primas e de petróleo, aos interesses dos chamados países emergentes, que se acham no direito de imitar o modelo consumista ocidental, e aos interesses do ocidente que construi um modelo de economia baseado num modelo de consumo desenfreado e de crescimento ilimitado, do qual não quer largar mão.

Vai ser muito difícil chegar a um acordo, ainda por cima num momento de crise financeira no ocidente, onde as preocupações e medidas ambientais são vistas mais como um peso nos seus orçamentos deficitários, do que numa ajuda para solucionar esta crise, que é, também, uma crise daquele modelo de desenvolvimento.

As perspectivas desta cimeira não são assim muito animadoras e, se voltar a falhar, será bom que nos preparemos para uma mudança irreversível do clima, com graves consequências para todos nós e, ainda mais, para o bem-estar das gerações futuras.

É evidente, para quem queira ver, que o modelo de desenvolvimento e crescimento capitalista está moribundo. Não é possível manter nem o crescimento contínuo das economias, nem os níveis de consumo a que nos habituámos, sem destruir o planeta.

As esperanças para uma solução duradoura são poucas, mas, quem sabe, se, apesar das baixas expectativas desta conferência, não vamos ter uma surpresa, chegando-se a um acordo global?

Seja como for, esta é a última oportunidade para travarmos a destruição ambiental do planeta.

 

COP17 | CMP7 (clicar para aceder ao site oficial da conferência)

Também podem aceder ao blog que a Quercus dedica ao assunto, seguindo essa conferência hora a hora, AQUI.

Uma reflexão sobre os dias de hoje, numa crónica de Ana Sousa Dias: A Curiosidade vai para Marte

REMANDO CONTRA A MARÉ: Sou Contra O Fado - A Canção De Lisboa (1933)



Este é um video contra a maré.
Um toque de humor,um dia depois do fado ter sido eleito património mundial.
(Agradeço à minha amiga Guida Molarinho a descoberta e sugestão).

O SOM DO DIA - 28 - Saudades de Coimbra | José Afonso ao vivo no Coliseu

O SOMDO DIA - 27 - Amália Rodrigues - Estranha forma de vida (1965)

O SOM DO DIA - 26 - Rui Veloso, Camané, Carlos do Carmo, Mariza - Estádio da Luz

O SOM DO DIA - 25 - Camané | A Guerra das Rosas

domingo, 27 de novembro de 2011

...e por último, sugerimos uma visita ao site do Museu do Fado.


Museu do Fado - Home (clicar para aceder ao site)

Uma noite guiada em Lisboa pelo "Fado das Horas"


O realizador Diogo Varela Silva  aceitou o desafio lançado pelo jornal Público para percorrer uma noite as casas de fado de Lisboa.
O video que resultou desse desafio, pode ser visto no link em baixo:

Vejam aqui o fado que António Costa colocou a tocar no telemóvel.

 Depois de conhecer a aprovação do Fado como Património da Humanidade, o presidente da Câmara de Lisboa pôs a tocar, via telemóvel, na sala de Bali onde decorreu a reunião de apuramento,um fado de Amália, reproduzido em baixo:

Fado já é Património da Humanidade - TSF (clicar para aceder ao video).

Rui Vieira Nery: Qualidade da candidatura convenceu a UNESCO

A primeira entrevista com Rui Vieira Nery, que coordenou a candidatura, após a aprovação do fado como Património Imaterial da Humanidade: 

FADO: O que é ser património imaterial da UNESCO?

Notícia publicada no ELPAÍS sobre o Fado, como Património da Humanidade.

As Reacçõesà classificação do fado como Património Imaterial da Humanidade

O Video que serviu para apresentar a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade.

O fado já é património mundial

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

JORNADA MUNDIAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Hoje é o Dia Mundialmente consagrado pela ONU para se reflectir sobre a violência doméstica, exercida maioritáriamente contra as mulheres, como se pode ler na notícia do Público:


Para esta jornada mundial da luta contra a violência sobre as mulheres, a ONU organizou um concurso de cartazes para alertar para a situação,junto dos cidadãos europeus.
Estes são alguns dos melhores cartazes: