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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Greve Geral...o Dia Seguinte...



Entre verdades e mentiras, duas ou três coisas que fiquei a “saber” com esta Greve Geral:

-Ir pela guerra dos números para medir a adesão e o significado da Greve Geral é um erro redutor e falacioso. O Governo caiu grosseiramente nesse erro, desacreditando-se. Os sindicatos conseguiram, desta vez, evita a armadilha. Nunca se vai saber quem fez greve porque não teve transporte para chegar a casa ou quem fez greve “à boleia” do serviço ou da empresa fechada. Mas, o mais grave, e inadmissível em democracia, são aqueles, muitos, principalmente os trabalhadores precários, que não puderam fazer greve, querendo, por causa da chantagem exercida por algum patronato, em total desrespeito pela lei, ou porque recebem salários tão miseráveis que um dia de greve pesa dolorosamente no orçamento familiar. Contudo, foi evidente, nos muitos depoimentos de rua recolhidos ao longo do dia pela comunicação social que, mesmo aqueles que foram prejudicados pela greve ou os que não fizeram greve pelas mais variadas razões, mostraram compreensão e até simpatia pela greve.

- A greve foi só dos Funcionários Públicos, nomeadamente do sector dos transportes. Mais, a Greve Geral é um “luxo” de Funcionário Público. Foi esta a linha de alguns comentadores e de alguma comunicação social. É óbvio que o maior descontentamento grassa entre o funcionalismo público, são estes os únicos que pagam os impostos correctamente e são estes os únicos que estão a ser penalizados socialmente. Claro que ainda pior estão os desempregados e os pensionistas, mas estes, obviamente não fazem greve nem contam para os números da greve. Para além de que a miserável chantagem patronal, a que nos referimos no parágrafo anterior, impede que a greve tenha o mesmo peso no sector privado.

- A greve saldou-se por actos de vandalismo e por confrontos no final da manifestação. Foi esta a imagem que alguma comunicação social e alguns comentadores tentaram impor junto da opinião pública. Mais grave ainda, foi no sentido de valorizar esta situação que se revelou a única atitude do Governo face à Greve, a de reunir com as polícias. Mais uma falácia. Esses actos foram isolados e pouco significativos. A greve e a manifestação, no essencial, decorreram de forma ordeira e pacífica.

Contudo os sindicatos esgotaram esta forma de luta. Daqui para a frente há o risco de os sindicatos não controlarem mais o descontentamento popular.

O Governo, os “seus” comentadores e a sua "base social de apoio" ainda vão ter saudades do tempo em que eram os sindicatos a convocar greves e manifestações…










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