Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Recordações à solta, dos tempos de infância.

(à porta de casa, na Praceta, 1º dia de escola, Outubro de 1962. O Pedro Rosado, o meu irmão Mário Luís, eu próprio e a minha prima São Rosado. Ao fundo o Tarique, o cão do Mabê)

A propósito do Dia da Criança, pus-me a recordar como foram os meus tempos de criança.

Tenho memórias dos meus 3 anos, vivia então numa vivenda no chamado "Bairro Lisboa", derrubada há poucos anos para dar origem a mais um incaracterístico  prédio de vários andares.

Era “Lisboa” porque esse era o apelido do proprietário das vivendas, mas também podia ter sido baptizado com o nome da capital porque ficava então no limite da vila, na estrada que ía para Lisboa.

Não nasci aí, mas essa é a minha primeira memória (do "mundo" só comecei a ter memórias em 1963, aos 7 anos, como a morte de Edith Piaf ou o assassinato do presidente Kenneddy...). As vivendas tinham um pequeno quintal de onde partia uma pequena escadaria, antecedendo a porta de entrada. Lembro-me das ambulâncias a entrar no hospital, quase em frente da vivenda. Conheci aí os primeiros companheiros de brincadeira. Eramos vizinhos dos pais da Manuela Moura Guedes, tendo ficado na memória, não na minha, mas contada pelos meus pais, uma célebre e dolorosa dentada que levei dela.

(Na escada de entrada da vivenda do Bairro Lisboa. Eu sou o de chapéu e rosto redondo. Os outros dois, segundo nota da foto tirada em Fevereiro de 1959, são o "Tó" e o "Zeca" (??))


Ainda antes de fazer os 4 anos, mudámo-nos para Coimbra e fomos viver para o Bairro das Colónias, na Rua de Guiné. Lembro-me de habitramos uma vivenda de dois andares, vivendo por baixo uma vizinha da minha idade. Não criei muitas raízes por aí, mas lembro-me do comboio que passava por perto e das visitas aos meus avós que viviam perto da Sé Velha e também do sossego desse bairro, afastado do centro de Coimbra, uma espécie de aldeia dentro da cidade.

Foi uma estadia de poucos meses e não deixou muitas memórias, regressando a Torres Vedras ainda com 3 anos, para a casa onde vivi o resto da infância, a juventude e o início da idade adulta, a casa da Praceta ( ainda sem nome na altura, mais tarde baptizada de Afonso Vilela), um prédio de 3 andares (hoje de 4) e onde conheci muitos dos amigos para a vida, não só os do mesmo prédio, mas os de prédios vizinhos ou outros que vinham brincar para aproveitar o sossego e a segurança do local, onde raramente passava um automóvel.

Quando para lá fui, existiam apenas quatro prédios com entrada pela praceta, o meu, o do Alfredo e do Zé Carlinhos, pegado ao nosso, e com quintais quase juntos, um, mais afastado, com um grande poço pelo meio, mais à esquerda (nascente) da entrada do nosso, e outro mais a sul, a poente, separado dos dois em vértice, acima referido, pelo caminho que ligava ao pátio por detrás do Venceslau, do lado poente. Existiam outros dois prédios, a sul, à saida da praceta, um de cada lado, mas com saida para a futura Rua dos Amigos de Olivença, que hoje separa as duas pracetas.

Os prédios tinham grandes quintais, onde muita gente tinha a sua pequena horta e árvores de fruto, ou onde se criavam galinhas e coelhos.

No meu quintal havia um limoeiro, uma videira, uma macieira (que nunca deu nada), sardinheiras e outras flores e um cacto trazido da praia de Santa Cruz. Num dos cantos, uma capoeira, onde a minha mãe criava galinhas, que íam “viver” para a marquise da minha casa em vésperas de nascerem os pintos. Aí também viveu o meu cágado, onde hibernava durante meses e passava outros dias na nossa casa. Eu cheguei a “ensaiar” criar formigueiros numa caixa transparente, obrigando as formigas do quintal a “emigrar”, mas com pouco êxito, pois elas depressa fugiam do formigueiro artificial, invadindo a casa, para desespero da minha mãe. Também “criei” caracóis em gaiolas, para fazer corridas.

Nas aventuras do quintal eramos muitas vezes acompanhados pelo Tarique e pelo Fleg, que aí tinham as suas casotas, cães de caça que pertenciam ao pai do Mabê. O Tarique (ver foto de cima), um grande cão pachorrento, fazia de cavalo para a miudagem…

Vou esquecer alguns, mas, par além do meu irmão Mário Luís, e do  Mabê, “viviam” no quintal e na “praceta” o Nanan a Guigui, o Alfredo, a Ana Maria. a Graça e o Emílio Gomes, o Pedro e a Sãozinha Rosado, estes dois últimos meus primos em segundo grau e vizinhos do andar do lado, o Zé Carlinhos, o João Camilo, o Luís Rodrigues, o Janeca, o Rui e a Paulina Belchior, a Bélinha e, mais tarde, a Peta e a Paula Brás, a Nini, o Raul, o Carlos e o Marcos Ferreira e tantos outros, alguns de prédios ou ruas vizinhas ou familiares dos “pracenterenses”.

Havia uma certa hierárquia na formação dos grupos da brincadeira: em primeiro lugar, os vizinhos do mesmo prédio, depois os vizinhos do prédio ao lado, com o quintal encostado ao nosso, depois amigos e familiares comuns que visitavam os membros do "bando". As raparigas não tinham muito lugar no grupo, a não ser que fossem irmãs de alguém. O mais velhos (poucos), isto é, com mais 2 ou 3 anos de diferença, o os mais novos, com mais de 4 anos de difrença, a não ser irmãos, também não tinham lugar facilitado.

Por vezes os grupos de cada prédio entravam em guerras de pedrada entre eles, guerras que terminavam, muitas vezes, com aintervenção da avó do Alfredo, que acabava com tudo à vassourada, depois de termos partido algum vidro, e a paz era rápidamente restabelecida.

Lembro-me também de um caso curioso. Quando no prédio soubemos que vinham uns novos vizinhos para o andar de baixo do meu, correu o rumor, para tristeza de todos, que os filhos do novo casal já eram "muito velhos", isto é tinham 15 ou 16 anos. Afinal não era bem assim. Um deles (o António João) era, de facto, mais velho, com essas idades, e não se misturava connosco, mas o outro, o Janeca, era até mais novo do que a maior parte de nós.

Recordo-me do dia em que integrámos o Janeca no grupo do prédio. Tinhamos construido uma cidade, em cima de uma grande porta de madeira velha, deitada num canto comum do quintal, coberta com terra e relva, com "estradas" desenhadas pelo meio, onde "circulávamos" com os nosso carrinhos, quando apareceu um míudo novo (o Janeca), brincando sózinho, num canto, com um carrinho muito sofisticado, que virava as rodas da frente, um grande "avanço tecnológico". Ficámos todos curiosos com o carrinho e conferenciámos entre nós a melhor maneira de o abordarmos. Uns propunham que lhe roubássemos o carro, aproveitando o facto de sermos mais e, alguns, "mais crescidos", outros, que lhe propusessemos deixá-lo brincar connosco, em troca de nos deixar brincar com o carrinho dele. Prevaleceu o bom senso, falámos com ele e o Janeca deixou-nos brincar com o seu carrinho e, desde aí, tornou-se membro do grupo de pleno direito.

(O Mabê e eu, frente ao nosso prédio, primeiro dia de escola primária, Outubro de 1962)
(A GuGui, irmã do Mabê, à porta do prédio, em Março de 1963)

A Praceta era o nosso sol e os quintais dos prédios, os planetas circundantes, as ruas e os pátios em redor, o universo profundo.

Daí só saímos para a escola primária,  perto do cemitério, num caminho de terra batida (ainda não havia Henriques Nogueira), rodeado de vinhas e trigais.

Mais tarde “aventurámo-nos” para um pouco mais longe, para o Liceu, a Escola Técnica, ou a Física, situadas onde está hoje a sede do município.

No Verão, a praceta enchia-se de miudagem a inventar aventuras, a aprender a andar de bicicleta, a jogar à bola e a tantos outros jogos, como as escondidas ou a apanhada, ou em guerras de pedrara, mais tarde nos primeiros “namoros”. Num certo ano resolvemos jogar hóquei, uns com patins muitos rudimentares, outros nem com isso, mas alguém da Física, que ficava a poucos metros da praceta, reparou nos miúdos e levou-nos para essa associação para formar as primeiras equipas de infantis e juniores. Muitos vieram a destacar-se nessa modalidade e pelo menos um , o Luís, ainda treina os miúdos de hoje.

Na praceta não fabricávamos carrinhos de rolamentos, porque não havia “inclinação” para os mover, mas muitas vezes íamos ver as “actuações” dos nossos “vizinhos”, os “malucos das máquinas de rolamentos” da Álvaro Galrão, uma das ruas mais íngremes da vila, a rua onde vivi os meus dois primeiros anos de vida, mas não tendo qualquer recordação desse tempo.

O dia acabava com as mães a chamarem cada um de nós para o jantar, mas no Verão voltávamos à rua, até ser noite.

Havia dias especiais: o Carnaval, ficando a praceta no meio do corso, que circulava pelas ruas vizinhas, e era por isso vivido com muito entusiasmo por todos nós; o Santo António, onde  organizávamos as festas do bairro, enfeitadas com as bandeiras de papel recortadas por nós e coladas com uma mistura de água e farinha, sendo também pretexto para a grande aventura de ir até aos Cucos apanhar as parras de palmeira, enquanto o Venceslau fornecia as sardinhas, o vinho e a gasosa. Com o início do Verão tinha lugar o cinema ao ar livre no ringue da Física, o chamado “Cine Esplanada”. Como a maior parte dos filmes eram para maiores de idade, eram exibidos à noite ou não havia dinheiro para cinema, nas noites de sessão, naquelas em que nos conseguíamos afastar da praceta sem os nossos pais darem por isso, a miudagem rumava para o sítio da hoje chamada escola do avião e “assistiamos” ao filme nas traseiras do écran, por vezes apenas sombras e luzes, e ouvindo as conversa em inglês, que ninguém entendia mas nos permitiam uma noite de emoções. Havia ainda a Feira de S. Pedro, na várzea, onde esgotávamos a parca mesada nos carroceis e nos carrinhos de choque. No Verão, alguns sortudos íam para a praia passar um dia, um mês ou os três meses de férias, conforme as posses da família de cada um, ou para a piscina do “Vimeiro” aos fins-de-semana. Também por essa época juntava-se a minha famíla e a do Mabê no Casal da Paúl, para animadas churrascadas de Verão. Havia também o dia da passagem do Rally de Portugal, por uma rua próxima da praceta, ou de alguma etapa da volta a Portugal em Bicicleta.

(Em Santa Cruz em 1963)


Havia ainda outro local de encontro da rapaziada, o desfile anual dos atletas da Física, onde alguns andavam na ginástica, recebendo eu, nesse dia, as únicas medalhas da vida, “ouro”, “prata” ou “bronze”, não por qualquer acto de “bravura”, mas de acordo com o número de faltas dadas ao longo do ano. Como estava sempre com alergias e faltava muito, que me recorde nunca recebi a medalha de “ouro”.

(eu a receber a medalha na Festa da Física de 9 de Junho de 1961, das mãos do pai do Victor César. Na mesa estão o sr. Vasco Parreira, administrador da Casa Hipóito, o presidente da Câmara, Teixeira de Figueiredo e António Hipólito Júnior)

(Eu, de medalha ao peito, com o Professor Dieguez, em 1965)
(A minha turma de ginástica no desfile da Física em 1966. Sou o terceiro na fila da frente, da direita para a esquerda.São visiveis o Lipa, o Zé Paulo Duarte, o Bacelar e outros rostos que não me são desconhecidos, mas não me lembro do nome)

No Inverno as brincadeiras ficavam mais por casa, pelas varandas das traseiras ou, na melhor das hipóteses, pelo quintal, e restringiam-se aos moradores do prédio.

Brincava-se com as caricas, construindo-se com elas e com os carrinhos feitos de caixas de fósforos, com rodas de rolha, grandes países, onde por vezes entrávamos em “guerra” com o país de caricas dos vizinhos. Outras vezes fazíamos com essas caricas (tampinhas de refrigerantes) corridas de “bicicleta” (que se prolongavam nas areias da praia de Santa Cruz), “jogos Olímpicos”, viagens “espaciais” ao ´´armário mais alto lá de casa. Eu cheguei a fazer um jornal manuscrito sobre a vida do meu “país das caricas”.

O “mundo” das caricas permitiu-me “viajar” para mais longe, para a casa do Carrilho ou do To Zé, quase no extermo oposto da vila, gosto partilhado também com o Jorge Pereira.

A “loucura” pelas caricas motivou, aliás, uma das maiores aventuras desses dias de criança. O exame da 4ª classe era feito em Lisboa, no Liceu Passos Manuel e, nessa ocasião, fiquei alguns dias hospedado em Lisboa com a minha mãe, juntando-se a nós o Jorge Pereira e o Rogério, com as respectivas mães. Acabado o exame, e tendo todos passado, fomos dar uma volta por Lisboa. No Rossio existiam muitas esplanadas e muitas “caricas” espalhadas pelo chão, algumas “raras” de encontrar em Torres Vedras. Comecei a apanhá-las e, às tantas, dei por mim, sozinho, no meio de uma imensidão de gente. Pouco depois encontrei o Jorge Pereira e, ainda mais à frente, o Rogério, todos perdidos das mães. Fomos andando até ao início da rua do Coliseu, ao lado do D. Maria. Aí juntou-se uma pequena multidão à nossa volta, até aparecer um polícia, que nos deu “vinte e cinco tostões” para irmos para casa (como se nós soubéssemos onde estávamos hospedados!). De repente, chegaram as nossas mães, muito aflitas, o Jorge levou logo uma palmada, a minha mãe, com o nervosismo, desatou a rir. Resolvido o assunto, e como o polícia já tinha desaparecido, comprei um gelado com o dinheiro que ele me deu e continuámos o nosso passeio, não acabando por aí a ventura. No Castelo de S. Jorge, chamado pelo Jorge para ver uns patos bébés, resolvi atalhar caminho por cima de umas nenúfares, mergulhando todo vestido num lago. Para mim, só havia plantas em terra firme, e não conhecia a capacidade das nenúfares de viverem no meio da aquático. Só regressámos aos nossos aposentos depois da roupa ter secado, ao sol, nas muralhas do Castelo de S. Jorge.

(Fotografia para o exame da 4ª classe. Só voltei a usar gravata para defender Tese de Mestrado!!)


Nos tempos de “hibernação” em casa, também “produzia” “revistas” de Banda Desenhada, com um único exemplar, o “Gavião” (“imitando” o Falcão), o “Pato Zé Zó”, imitando as revistas do Pato Donald, e outras tantas, onde colaboravam o meu irmão, o Janeca, o Marcos e o Carlos Ferreira.

Mais tarde, o gosto pela BD resultou na criação do fanzine Impulso no Liceu, juntando mais um “lote” de novos amigos para a vida (Mário Rui, Vilhena, Antero, Esteves, Zico, Calisto…).

Como o meu avô tinha uma papelaria, oferecia-me muitas revistas de BD, um dos passatempos caseiros, lendo as aventuras das revistas “Zorro”, “Falcão”, “O Foguetão” ou, mais tarde, o “TinTin”, sem esquecer a leitura das páginas dominicais do “Reizinho” e do “Príncipe Valente” do Primeiro de Janeiro ou dos Peanuts nas páginas do Diário de Lisboa.

Outro passatempo era a compra e troca de cromos, com vários temas, dos eternos jogadores de futebol, ao jogadores de hóquei, passando pelo filmes da Disney, pela história natural e de Portugal, pelos monumentos ou pelos cromos das pastilhas elásticas como os Beatles.

(A papelaria do meu avô, na 9 de Abril, onde me "abasteciam" de revistas de BD e cromos )


No Natal era obrigatória uma visita da miudagem do prédio à casa do Pedro e da São Rosado, pois o pai, o sr. Manuel Rosado, que hoje ainda vive nesse andar com mais de 90 anos, ocupava toda a marquise com um imenso presépio, cheio de figuras, noras em movimento, vários objectos animados. Era uma festa.

Também por essa altura, íamos aos Cucos apanhar musgo para os nossos presépio mais modestos. O meu era feitocom figuras de papel, pertencentes à minha mãe, com origem em figuras editadas pelas revistas da sua infância, o Diabrete, o Mosquito, ou o Cavaleiro Andante. Mais tarde a árvore de Natal, um pinheiro que o meu pai comprava, tornou-se dominante na época natalícia.

Anualmente, uma vez pelo Natal, outra vez pelo Verão, deslocava-me para “fora do Universo” da Praceta.

No Natal, ia com a minha mãe, de comboio, a Lisboa, à zona do Chiado para as compras de Natal, e lembro-me da forma como ficava a salivar com as montras cheias de brinquedos que eu nem imaginava que existiam.

No Verão, íamos todos de comboio, numa viagem interminável, até Coimbra, visitar os meus avós paternos.

Fomos fazendo outros amigos para a vida no Liceu e nas férias de Verão de Santa Cruz, e íamos crescendo à medida que o nosso universo se alargava, cada vez em maior velocidade, até chegarmos à idade adulta.

Muito fica por contar e recordar, mas aqui deixamos um pequeno apontamento de alguém que teve uma infância privilegiada, sem saudosismos balofos, nem confundindo os belos tempos da infância com os “negros” tempos da sociedade portuguesa de então.

9 comentários:

Maria Jorge disse...

Adorei ler!!! Todo esse percurso me é familiar.

ISAURA FEITEIRA disse...

Tão giro!!! Gosto imenso destas histórias!!!
Um grande abraço!

Unknown disse...

Gostei de recordar! Obrigada

Luis Rodrigues disse...

Lembro-me bem desses tempos. Dos Jogos de futebol no meio da pra cera; dos Jogos contra uma equipa que jogava num campo ervado em frente da Física de hoje; das festas de Sto. Antonio na pra cera; das tardes de ping-pong numas instalações da Câmara por cima da antiga esquadra da polícia; das guerras contra outro grupo (do Moura Guedes) ; dos Jogos de hóquei na antiga Física que deram origem às primeiras escolas de hóquei com o treinador Carlos Miranda; da apanha de girinos nos poços que haviam perto da primária; Bons tempos!

Venerando António Aspra de Matos disse...

Caro Luís, lembro-me de um galo que tu tinhas que era um terror e andava atrás da miudagem, como se fosse um cão raivoso, quando fugia da capoeira. Lembro-me também de nos ensinares a "fabricar" bonecos de papel, bidimensionais, com os quais construiamos exércitos, tribos de índios, cowboys. Há pouco tempo fui dar com alguns desses boneco que tinha guardado.Um abraço.

Luis Rodrigues disse...

Terrível galo. Só a senhora que ía lá a casa fazer limpezas conseguia entrar na capoeira para tirar os ovos. 😂

Ana Sardinha disse...

Os tempos podiam ser “negros”, mas essa infância foi colorida e luminosa.

Anónimo disse...

Gostei muito de ler. Obrigada

Anónimo disse...

Sim, fui viver para a Praceta, pelo que percebo, mais tarde. Eu, meus pais fomos para o r/c, onde viviam a Guigas e Mabê... tínhamos saído de Setúbal, grande cidade, porque a minha mãe quis voltar a Torres, após a morte do meu irmão, em Angola, em 69...
Péta