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terça-feira, 31 de maio de 2011

FILMES DUMA VIDA - 45 - 'Hereafter' - Outra Vida

Desemprego atingiu novo máximo histórico de 12,6 por cento em Abril .



...e as medidas da "troika" ainda não começaram a ser aplicadas...

O CAPITALISMO SELVAGEM NÃO É FUTURO PARA A HUMANIDADE: Emissões mundiais de CO2 atingiram recorde histórico em 2010 .


Distraidos que andam a tentar salvar o sistema financeiro e a agarantir a sobrevivência do consumismo selvagem do capitalismo neo-liberal, os dirigentes mundiais "esqueceram-se" dos compromissos de Quioto e estão a conduzir a humanidade para a catástrofe.

OS PIRATAS VOLTAM A ATACAR: Moody’s coloca rating do Japão sob revisão.



Já por cá se sabia que essas célebres agências de rating se comportam como autênticos abutres.

Quando o Japão mais precisa da solidariedade internacional o contributo desses piratas das agências é ameaçar esse país com a descida do rating.

E não há ninguém que ponha esses criminosos na ordem?

Duas em cada cinco crianças vivem em situação de pobreza.



O Público de ontem divulgou uma reportagem arrepiante: cerca de 40% das crianças portuguesas vivem em famílias cujo rendimento está abaixo do limiar de pobreza.

Aguardei 24 horas para ver qual o impacto desta notícia na campanha eleitoral. Pensava eu que um escândalo como este merecia entrar no debate político. Pensava eu que era para debater questões como esta  que devia servir uma campanha eleitoral.

24 horas depois não ouvi nem uma palavra sobre o assunto.

Recorde-se que esses dados são anteriores à entrada em vigos das medidas impostas pela "troika".

Que país este!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

FILMES DUMA VIDA - 44 - Disponível para Amar (2000)

Eugène Atget, el mejor retratista de París.

Eugène Atget, el mejor retratista de París · ELPAÍS.com (clicar para ler a notícia)










Foi inaugurada, no passado dia 27 de Maio, em Madrid, na sede sa Fundação Mapfre, uma exposição retrospectiva de Eugène Atget (1857-1927), considerado o precursor da fotografia documental.
Intitulada EUGÈNE ATGET - A VELHA PARIS, a exposição, que reune mais de duas centenas de fotografias desse fotógrafo, pode ser vistada até 27 d Agosto.
Atget, que viveu no bairro parisiense de Montparnasse, dedicou-se a registar vários aspectos de Paris, monumentos, ambientes, parques, pessoas.
Publicou algumas dessas fotografias na "Revue Surrélaiste" teve com objectivo recolher fotográficamente "documentos para artistas". De facto houve muitos artistas, como Georges Braque, que recorreram ao seu trabalho.

O cartoon da semana

" - Que os políticos digam loucuras nos comícios, é natural. O que é imperdoável é que as digam os políticos que não são loucos."

(Amingote, ABC)

UMA NOTÍCIA QUE PASSOU (QUASE) DESPERCEBIDA (porque será?!!!): Kadhafi investiu 24 milhões no BCP e BES.

"Tão amigos que nós...éramos!!!"


...zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades...ou, o dinheiro está sempre à frente dos direitos humanos!!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Amnistia Internacional sopra 50 velas



É já neste Sábado, 28 de Maio, que a Amnistia Internacional comemora o seu 50º aniversário.
Aceda AQUI ao site oficial da secção portuguesa dessa organização.

FILMES DUMA VIDA - 43 - Once upon a time in America

Kadhafi "pode ter salvado o sistema financeiro francês".



...começa-se a perceber a pressa em destruir o regime de Kadafi por parte de algumas lideranças europeias, nomeadamente a de Sarkozy...é que, destruindo Kadhafi talvez destruam a documentação e as testemunhas dos negócios escuros que fizeram com o ditador Libio...

A Foto da Semana


Budistas no Centro de Java (Fotografia de Dwi Oblo/Reuters)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

EUA já acusaram os culpados da crise financeira


...e se na Europa houvesse coragem para fazer o mesmo? (mas, infelizmente, não há...até porque os responsáveis estão no poder, no político e no financeiro...).

COM LAGARDE, o FMI REGRESSA AO SEU PASSADO MAIS NEGRO: Lagarde enfrenta obstáculos políticos e judiciais.

(Presidência do FMI. de "mao a piao"?)


O anuncio da candidatura da ministra francesa das finanças, Christine Lagarde, à presidência do FMI, a concretizar-se, representa um regresso ao passado mais negro dessa instituição.

A evolução dessa instituição nos últimos anos, no sentido de uma maior humanização das suas receitas financeiras, aparecendo até, como aconteceu na recente negociação com Portugal, com uma atitude mais moderada e realista do que a dos representantes da União Europeia, irá mudar, para pior, se aquela senhora, como se prevê, vier a ser eleita para presidência do FMI.

A sr.ª Lagarde faz parte do restrito núcleo responsável pelo descalabro económico-financeiro da União Europeia e pelo abertura da guerra contra a Europa Social, os direitos sociais dos seus trabalhadores e contra os sectores produtivos, a favor dos sectores financeiros e dos “mercados”.

A sua eleição para a presidência do FMI beneficia de uma prerrogativa anti-democrática imposta àquela instituição financeira internacional, segundo a qual a Europa beneficia de uma espécie de “direito de pernada”, por troca do direito dos Estados Unidos presidirem ao Banco Mundial, deixando de fora de qualquer decisão os países emergentes, o chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A forma como a União Europa tem gerido a crise actual, protegendo os interesses financeiros à custa dos direitos dos cidadãos, protegendo os off-shores à custa do estrangulamento fiscal dos europeus que trabalham e produzem, esquecendo a tão apregoada solidariedade europeia, nada fazendo para combater a especulação dos agiotas das empresas de rating e dos bancos, os principais beneficiários dos juros incomportáveis que impõem ao países em dificuldade, tudo isto devia ser um sério aviso para auilo que se pode esperar do FMI, caso este venha a ser presidido por alguém como Lagarde, ministra das finanças de Sarkozy, o principal aliado da srª Merkel na germanização da Europa.

Esperemos que os países emergentes se rebelem e apresentem um candidato comum, caso contrário, com a eleição daquela senhora, vamos ter um FMI a apagar o fogo da crise financeira internacional com a gasolina da incompetência europeia.

FILMES DE UMA VIDA - 42 - O Escritor Fantasma

UMA GERAÇÃO EUROPEIA "À RASCA" :La carte d'une jeunesse européenne malmenée et «indignée» .



O desemprego crescente entre os jovens europeus, uma geração fortemente qualificada, é uma das provas da falência do actual modelo de desenvolvimento económico e social da União Europeia.

Nesta reportagem do Libération é possível perceber a gravidade da situação, não deixando de ser curiosa a referência à manifestação portuguesa da chamada “geração á rasca” como modelo adoptando pela crescente mobilização dos jovens contra o actual estado de coisas.

A gravidade da situação, neste momento mais evidente na parte ocidental e no sul da Europa, está a tornar-se explosiva e, não se vislumbrando nas lideranças europeias alguém com uma visão prospectiva , estamos perante uma situação que se agravará nos próximos anos.

Só com medidas corajosas, enfrentando os grande interesses financeiros, redistribuindo a riqueza europeia, reduzindo horários de trabalho, aperfeiçoando a formação dos jovens e melhorando os apoios sociais aos jovens, se poderá travar o caminho para o desastre.

Infelizmente a incompetência e a irresponsabilidade, a política de vistas curtas, a total entrega aos interesses especulativos e financeiros é, cada vez mais, a imagem de marca dos líderes europeus e daí não se pode esperar soluções para o problema.

À falta de capacidade das actuais lideranças europeias para enfrentar o assunto, a dúvida está em saber quem se irá aproveitar desse crescente descontentamento e desespero das gerações mais jovens.

A CRÓNICA DE DANIEL OLIVEIRA: Os gestores que são um exemplo para este País de preguiçosos.


...a velha história dos gestores portuguese que "conseguem" gerir dezenas de empresas ao mesmo tempo e receber a correspondente renumeração!!!!

O Problema da conservação de Fotos antigas discutido em congresso:

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O memorando da troika, finalmente lançado em português, ou o que os nossos políticos deviam estar a discutir...


Uma das eleições mais decisivas para o futuro de Portugal, onde se deviam estar a discutir projectos concretos para desenvolver o país e ultrapassar as dificuldades financeiras, está a revelar-se um autêntico massacre de “casos”, de ataques pessoais e de lavagem de roupa suja.

Os partidos, principalmente os chamados partidos do “arco do poder” deviam estar a discutir a forma como vão cumprir a aplicação das medidas impostas pelo memorando que assinaram com a “troika”.

Por exemplo, gostava de saber quais os critérios que os partidos do centrão vão utilizar para aplicar uma das medidas mais discutíveis desse memorando, que é a proposta de redução do número de municípios e de freguesias.

Gostava também de saber que reformas pretendem realizar na aplicação dos impostos (IRS, IRC, IMI, IVA)e como vão concretizar uma das condições do memorando que é a de combater eficazmente esse grande cancro da vida portuguesa que é a fuga ao fisco ( a profusão de “topos de gama”, que se cruzam comigo todos os dias, com matrículas dos dois últimos anos, não engana!).

Ou como vão reduzir o peso da administração pública e local, onde se acoita a maior parte dos “boys” do centrão, uma proposta que é transversal ao mesmo memorando.

Ou ainda, que critérios vão usar para o levantamento de todos os institutos, fundações, associações e empresas públicas, e se já têm um ideia daquelas que devem ser extintas ou fundidas, outra das obrigações impostas pelo memorando.

Por sua vez, os partidos que se opõem a esse acordo deviam estar a desmontar as medidas apresentadas nesse memorando e a apresentar soluções alternativas.

Aliás, não duvido muito que esses mesmos partidos, daqui a algum tempo, sejam os primeiros a defender as medidas do memorando para travar e combater a forma como os partidos do centrão vão tentar dar a volta a algumas dessas medidas, tentando salvar os “boys” à custa dos trabalhadores e os banqueiros à custa das empresas produtivas.

Resumindo e concluindo, gostaria de saber como é que cada um dos partidos que assinaram esse memorando interpretam cada uma dessas medidas e como pensam aplicá-las e, por outro lado, como é que os que se lhe opõem pensam limitar os estragos de uma aplicação mais sectária e ideologicamente preconceituosa das decisões nele contidas.

E não venham os comentadores cínicos do costume com a história que o memorando e a sua aplicação não têm discussão e são o único programa político viável neste acto eleitoral. Entre esses grassa a pura ignorância e o sectarismo ideológico, pois o memorando tem em si muitas questões em aberto e que podem ser aplicadas de forma diferente, tudo dependendo da política e dos preconceitos ideológicos dos seus executores.

Lendo o memorando, finalmente traduzido para português, é possível concluir que existe algum campo de manobra quanto ao modo de atingir os objectivos propostos e à aplicação de algumas das medidas aí referidas.

É que o memorando fala em objectivos a atingir em determinados prazos, mormente na saúde, na justiça, na educação, na administração e no funcionalismo público, no poder municipal, na organização do trabalho, mas, em muitos casos, deixa em aberto o modo como esses objectivos podem ser atingidos, remetendo ainda muitas decisões para a Assembleia da República e para a concertação social.

Parece-me por isso que havia muita coisa a discutir sobre o que podia diferenciar a maneira como cada um dos partidos do arco do poder pensa aplicar essas medidas e atingir os objectivos propostos.

Também aqueles que se opõem ao memorando deviam abandonar a sua posição de total irredutibilidade e podiam, para que o desastre não seja ainda maior para a população portuguesa, e se quiserem ser realistas e pragmáticos, defender ainda alguma coisa que se pode fazer em relação à situação social e laboral, com vista à protecção dos trabalhadores e dos grupos mais desfavorecidos, quer no Parlamento, quer na Concertação Social, quer ainda vigiando a aplicação dessas medidas, evitando que o “centrão” se venha a revelar “mais papista que o papa” na sua aplicação.

Infelizmente não é nada disso que se está a passar e o que assistimos é a uma das mais vergonhosas campanhas eleitorais, onde os partidos com hipótese de liderar os tempos difíceis que se avizinham se gladiam todos os dias com “casos de campanha” e com os mais abjectos ataques pessoais aos adversários.

Com essa gente a liderar a execução das decisões do memorando vamos assistir ao radicalismo na sua aplicação, a uma interpretação que defende os interesses dos seus “boys” e ao desvirtuar de algumas medidas que põem em causa a prática de assalto ao Estado e às empresas públicas que tem sido apanágio da prática desses partidos nas últimas décadas.

O memorando, que podia ser uma base interessante de discussão sobre a moralização da administração pública, vai ser assim usado por essa gente, incompetente, ignorante e sem escrúpulos, que lidera os partidos do centrão, em proveito da sua ideologia neo-liberal , em defesa dos seus interesses e dos seus “boys” e da sua base financeira de apoio, os bancos e os empresários do regime, contra os que trabalham e produzem, desvirtuando algumas das medidas aí propostas que, com boa-fé, podiam ser úteis no combate à corrupção e ao despesismo público.

Com essa gente a liderar, os mesmos políticos de sempre e que destruiram o país nos últimos dez a quinze anos,  o país, daqui a dois ou três anos, ou menos ainda, vai-se encontrar na mesma situação da Grécia...a não ser que os portugueses se mobilizem, informando-se sobre o conteúdo do memorando, fiscalizando activamente a correcta aplicação de algumas das medidas aí propostas, pressionando a classe política a clarificar a sua interpretação sobre alguns aspectos memorando e mantendo-se activamente vigilante em relação à sua aplicação.

Deve-se ainda exigir a divulgação pública das aplicações, euro a euro, do empréstimo que está na origem do memorando, assim como saber quem o vai administrar.

Só com o exercício pleno dos seus direitos de cidadania é que os portugueses podem impedir que esta seja mais uma oportunidade perdida para aprofundar o regime democrático e desenvolver do país..

FILMES DE UMA VIDA - 41 - Aleksandr Nevsky

«Top 10» das Novas Espécies de 2011

THE NATIONAL EM LISBOA


















terça-feira, 24 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PASSOS COELHO: De "tiro no pé" em "tiro no pé" até à vitória final de...José Sócrates?


Quando tudo parece correr de feição para o líder do principal partido da oposição, quando tudo parece indicar uma caminhada vitoriosa até à vitória nas eleições, eis senão quando…Passos Coelho, por si, ou por via dos que o rodeiam, resolve dar mais um “tiro no pé”.

Parece que exilar o sr. Catroga para o Brasil para evitar os seus disparates não está a ser suficiente.

Depois de ter batido Sócrates aos pontos no frente-a-frente televisivo, depois de as sondagens anunciarem o inicio da descolagem do PSD face ao PS, eis senão quando Passos Coelho, agora em pessoa, resolve disparar mais um tiro no pé.

Vem tudo isto a propósito da defesa da redução dos feriados como solução para a crise nacional.

Na pressa de agradar à srª Merkel , à CIP e aos “mercados”, parece que Passos Coelho não teve tempo de ler os dados da OCDE sobre as condições de trabalho em Portugal:

Vamos aqui recordá-los:

O nº mínimo de dias de férias na Alemanha é de 20 dias, mas, nos contratos colectivos, a sua média está nos 30 dias.

Em Portugal o número mínimo de férias é de 22 dias, mas nos contratos colectivos não ultrapassa os 25 dias.

Ou seja, neste caso, as diferenças não são significativas e, na prática, até são favoráveis à Alemanha.

Na Alemanha a média de horas de trabalho, por ano e por trabalhador, é de 1380. Em Portugal é de …2199 horas.

Em dias de feriados, aí sim existe uma diferença…uma diferença de três dias favoráveis a Portugal.

Ou seja, no geral, e apesar de termos mais três feriados , trabalha-se anualmente e por trabalhador mais …800 horas por ano.

Isto para não falar nas diferenças salariais e de condições de trabalho entre a Alemanha e Portugal.

Ou seja, se as coisas vão mal em Portugal, se produzimos pouco, tal não se deve ao facto de trabalharmos menos. Tal fica a dever-se, pelo contrário, não só à destruição do nosso aparelho produtivo (industria, agricultura e pescas) por imposição da União Europeia, mas também à má gestão do trabalho ,pela qual são responsáveis muitos dos opinadores que costumam ser muito lestos a culpar os trabalhadores pela situação, ao mesmo tempo que passam o tempo em congressos e a acompanhar comitivas presidenciais e ministeriais, em vez de gerirem as empresas pelas quais são responsáveis, recebendo, ainda por cima, rendimentos e ajudas de custo muito acima de qualquer gestor europeu.

Em conversa aqui há uns anos com um operário que tinha trabalhado no mesmo sector na Alemanha e em Portugal ele, já então, e já passaram muitos anos, resumia de forma clara a diferença entre os dois países: Na Alemanha trabalhava menos com menos esforço, mas produzia mais e recebia mais; Em Portugal trabalhava mais, com mais esforço, mas produzia menos e recebia menos.

Não me parece por isso que esteja na defesa da redução de feriados em Portugal, mais três que na Alemanha, a solução para nos aproximar dos níveis de produtividade desse país.

Ao criar mais um caso à volta desse assunto, Passos Coelho revela, ou ignorância, ou má-fé, ou demagogia, ou todas as três.

A não ser que a demagogia e a ignorância ainda dêem votos em Portugal , com a divulgação de ideias disparatadas como essas, Passos Coelho parece que está pouco interessado em vencer estas eleições e, de “tiro no pé” em “tiro no pé”, vai dar uma vitória de “mão beijada” a quem não a merece, ao engº José Sócrates!

FILMES DUMA VIDA - 39 - 21 Gramas.

Os anos 60 de Dennis Hopper.

ESMAGADORA DERROTA DO PSOE EM ESPANHA: O descalabro da "terceira via"!


A esmagadora derrota eleitoral de ontem do PSOE em Espanha é a prova do descalabro da chamada “terceira via” seguida pela maior parte dos partidos da social-democracia europeia .

Recorde-se que, em termos gerais, Tony Blair foi a imagem e o modelo mais visível dessa chamada “terceira via”, um modelo seguido pelos partidos trabalhistas, social-democratas e socialistas, que procurava anular a argumentação da direita neo-liberal…governando como a…direita neo-liberal.

Foi assim que essa “terceira via” trocou de “amigos”, afastando-se dos ideais de igualdade e de aprofundamento democrático que esteve na origem do êxito da social-democracia no pós-guerra, afastando-se da defesa da liberdade sindical e dos direitos sociais, procurando agora agradar os meios financeiros, metendo-se nos “negócios”, apresentando-se de braço dado com banqueiros e grandes patrões, num pragmatismo que raiou a pura “prostituição ideológica”.

Por outro lado, em termos propagandísticos, passou a ser mais importante a “imagem” estereotipada para “passar bem” na comunicação social do que a defesa de ideias e programas concretos.

Tudo corria bem, e a direita andou de facto desorientada durante algum tempo, já que essa “terceira via”, em Portugal representada por José Sócrates, fazia o trabalho que aquela não conseguia fazer, …até se abater a actual crise financeira, provocada exactamente pelo projecto neo-liberal abraçado, sem o questionar, pela chamada “terceira via”.

Foi assim que, um acontecimento tão grave como esta crise apanhou a maior parte dos partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas totalmente comprometidos com o programa económico-social neo-liberal que está na origem do actual descalabro.

Um a um, um pouco por toda a Europa, os partidos da “terceira via” foram sendo afastados do poder. Zapatero, em Espanha, teve um início prometedor, ao afastar-se dessa “terceira via”, e ao começar a governar à esquerda, como devia ser apanágio da família política à qual pertence.

Mas, quando a crise se abateu sobre a Espanha, tal como no resto da Europa, Zapatero abandonou a sua política social e alinhou nas receitas neo-liberais do FMI e da União Europeia que levaram a sociedade espanhola ao descalabro actual, com o aumento do desemprego, com o agravamento das condições sociais, com a perda de direitos, tudo para agradar aos “mercados” e às empresas de rating. Há quem diga, aliás, que essa viragem política de Zapatero teve por detrás a influência e amizade pessoal com José Sócrates.

O resultado dessa guinada à direita do PSOE está agora à vista.

Claro que a direita, que sai agora vencedora, não vai alterar a situação aberta pela deriva neo-liberal dos socialistas espanhóis, antes pelo contrário, até a irá agravar.

A alternativa só pode estar à esquerda, e isso já percebeu, por exemplo, o Partido Socialista Francês, que nestas coisas costuma sempre andar à frente dos seus parceiros europeus.

Até isso acontecer, a direita vai continuar a apresentar-se como salvadora de uma situação financeira provocada exactamente pela aplicação do modelo neo-liberal por si defendido, sem o ónus de ser responsabilizada por isso.

sábado, 21 de maio de 2011

FILMES DUMA VIDA - 38 - american splendor

A Revolta de Madrid - o "túmulo" do neo-liberalismo?


"A Porta do Sol vai ser o Túmulo do Neo-Liberalismo"
(frase nas manifestações de Madrid).

Perante o silêncio da comunicação social portuguesa e europeia sobre aquilo que se passa ma Porta do Sol, em Madrid, com a manifestação contínua do Movimento 15 de Maio, aqui divulgamos aquilo que a imprensa espanhola escreve sobre a "revolução" de Madrid, que se alarga a muitas outras praças de Espanha: