Chamava-se Claudes Choules o soldado britânico que faleceu agora na Austrália com 110 anos.
Era o último combatente vivo, conhecido, da Iª Guerra Mundial.
Este acontecimento tras-me à memória a minha infância e o fascínio que exercia sobre mim a presença anual, nos desfiles do 10 de Junho, de algumas dezenas de militares, muito velhos, cheios de medalhas, antigos soldados portuguesesm combatentes da Primeira Guerra.
Viviam no então denominado Asilo Militar de Runa e tive oportunidade de conhecer alguns deles pessoalmente nalgumas visitas que fiz a esse local.
Já na segunda metade da década de 80 do século passado tive oportunidade de, na companhia do meu amigo Moedas Duarte, ter entrevistado quatro desses combatentes para um programa radiofónico da Rádio Extremadura, uma rádio "pirata", no tempo da luta pela legalização das rádios locais, num programa comemorativo da entrada de Portugal nessa guerra.
Tenho por aí algures, uma cassete com a gravação dessas entrevistas que gostaria de um dia, quando tiver tempo, passar à escrita.
Poucos anos depois dessa entrevista deixou de haver combatentes portugueses dessa guerra. Não sei em que ano morreu o último combatente português, mas hoje, com a morte do último combatente no mundo, veio-me à memória aqueles tempos em que era frequente cruzar-me nas ruas de Torres Vedras com esses homens.
Hoje morreu o último, encerrando-se a nossa ligação, como geração, com uma época que agora se torna memória.
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