Um dos desportos favoritos dos portugueses é fazer queixinhas, e, então, se lhes puserem um microfone à frente, é ver o entusiasmo com que se queixam, aproveitando bem os “15 minutos de fama” que as "queixinhas" lhes rendem.
Noutros tempos davam “bom uso” a esse “desporto”, transformando a “queixinha”
em bufaria, nos tempos da Inquisição ou da PIDE.
Agora sobra-lhes o espaço que a comunicação lhes dá, até porque a “queixinha”
dá audiência.
A mis recente “queixinha” dos “portugueses de bem” versa o tempo de
espera na fila das vacinas.
Os mesmos portugueses, que são capazes de, alegremente e em festa, acampar à porta e esperar em filas
intermináveis junto de bilheteiras, para adquirirem ingressos, pagos com
dezenas ou centenas de euro, para os
festivais ou para os jogos de futebol, são os mesmos que agora se insurgem, por
terem de esperar uns dois pares de hora para levarem uma vacina que pode salvar
a sua vida e a dos seus, e, a prazo, salvar a economia.
Ainda por cima, quando tivemos o vice-almirante Gouveia e Melo,
antecipadamente, e com um pedido de desculpas, a explicar porque eram
inevitáveis essas filas, neste momento, e que a alternativa seria atrasar o
processo de vacinação.
Se é grave e indecente o aproveitamento político dos “queixinhas”, principalmente pelos mesmo que, em tempos, mandaram médicos e enfermeiros emigrar e cotaram nos serviços de saúde, sem se ouvir, então, um protesto de uma ordem profissional, é
igualmente grave que, uma comunicação social, havida de audiências, promova os
queixinhas em figuras públicas.
Entre “perder” umas horas numa fila, para ser vacinado, ou perder umas horas à porta da urgência de um hospital, ou dias em coma induzido nos cuidados intensivo, seria bom que os “queixinhas” pensassem duas vezes, antes…de fazerem “queixinhas”.
Mas...lá estou em, também...a fazer "queixinhas" dos "queixinhas" !!??
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