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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Homenagem ao António Carneiro

(fotografia "roubada" à amiga Trindade Santos)

Faleceu António Carneiro

Por infeliz coincidência, publicámos ontem, no nosso blog Vedrografias, a reprodução de um texto que tinhamos publicado no jornal "Badaladas", sobre o livro de António Carneiro com memórias da sua vivência, relacionada com o Carnaval de Torres, intitulado "Aconteceu Assim".

Infeliz coincidência porque, poucas horas depois, recebemos a triste notícia do falecimento de António Carneiro.

O António Carneiro era um homem cheio de idéias e afectos, que preservava o convívio e a amizade com os outros, acima de todas as divergências.

E foram muitas as divergências que tivemos, mas sempre dentro da sã camaradagem e convívio.

Devo a António Carneiro, para além de tudo aquilo que qualquer torriense lhe deve, na àrea da cultura e do Turismo, o facto de me ter convidado várias vezes para publicar estudos meus, com principal destaque para o livro sobre o Carnaval de Torres, em conjunto com o Antero Valério, um êxito editorial.

Homem viajado e culto, o António Carneiro tinha histórias prodigiosas, parte delas relatadas no seu recente livro"Aconteceu Assim".

Junto dele, a boa disposição imperava, mesmo no meio de acaloradas discussãos políticas na Assembleia Municipal.

Diz-se que em África quando um velho morre é uma biblioteca que se perde.

O António Carneiro não era velho, principalmente no espírito e na abertura de cabeça, mas o seu falecimento deixa um vazio enorme na vida e memória torriense.

Um dia lá nos "reencontraremos", seja onde for, e lá iremos por a conversa em dia, acompanhada pelas saborosas histórias que ele tão bem sabia registar e contar.

Até Sempre Amigo!

quarta-feira, 24 de maio de 2023

"A Europa foi cumplice da cliptocracia russa"

(oligarcas russos com negócios em Portugal)

Delia Ferreira, a argentina que preside à organização  "Transparencia Internacional", denuncia AQUI, no jornal El País, a complacência das autoridades europeias para com os oligarcas russos, benificiando igualmente das relações com a China e os capitais deste país.

(É possivel que, não tendo uma assinatura do jornal espanhol,  não seja possivel ler o artigo, mas o título fala por si).

De facto, seria bom investigar quem andou a beneficiar e a alimentar os oligarcas russos e a beneficiar dos negócios chineses (podendo acrescentar, por cá, os angolanos...). 

Provávelmemte, numa invetigação levada até às últimas consequências, teriamos muitas surpresas!!!

Claro que chamar "oligarcas" apenas aos criminosos vindos do leste é redutor.

 Os tão "adorados" "mercados" deste lado são o sinónimo de "oligarcas" para os criminosos do mundo financeiro, do lado ocidental, protegidos pela srª Lagarde do BCE e pelos burocratas de Bruxelas.

E será bom que os oligarcas russos, que alimentam a guerra ilegal e criminosa de Putin, não venham, no futuro, a ser substiudos por "oligarcas" ucranianos, como acontece por cá (conforme já foi denunciado pelo jornal Tal & Qual, em meados do ano passado). Basta fazer uma visita aos estacionamentos no aeroporto de Lisboa, ou circular por Cascais,  para ver quais são os carros de matricula ucraniana, a maior parte topos de gama, pertencentes a esses "novos" oligarcas que, tal como a máfia, ocupam agora o lugar deixado pelos russos (ver AQUI quem eram, ou ainda são, alguns dos mais importantes oligarcas russos com negócios em Portugal). 

terça-feira, 16 de maio de 2023

O Clube de Bilderberg e uma anedota de Salazar


Já aqui escrevemos outros textos sobre o Clube Bilderberg. 

Acontece que esse "selecto clube" vai reunir-se esta semana em Lisboa, pouco se conhecendo, como é hábito na sua história, sobre o nome da maior parte dos convidados e sobre os temas aí tratados.

Apenas se sabe que essa organização "quase secreta" reune os homens mais influentes da política, da alta finança, da economia e do mundo universitário, os decisores mais poderosos do mundo.

Dessas reuniões apenas se sabe que saiem decisões que vão influenciar a vida da maior parte dos cidadãos do mundo, sem que estes tenham sido consultados para o efeito.

Não deixa de ser irónico que a maior parte dos participantes e organiadores desse evento, com caracteristicas quase mafiosas, passem a vida a falar em "democracia" e "liberdade" e se achem representantes do "mundo livre", mas tomam aí decisões pouco democráticas, não respeitando a liberdade de as conhecermos, achando-se no direito de estarem acima do escrutinio democrático.

Pelo contrário, muita dessa gente é responsável, por acção ou omissão, por muitas das desgraças que assombram este trágico século:  desigualdades e injustiças sociais; crescente militarização das relações internacionais; crimes ambientais...

Além disso, todo esse secretismo só serve par alimentar quer a desconfiança em relação às instituições democráticas que dizem defender, quer as teorias da conspiração que fazem crescer o populismo.

Não sei porquê, ironicamente, essa reunião de "poderosos" e "influentes" num único lugar, trás-me à memória uma anedota que corria nos tempos do Estado Novo:

Salazar, Américo Tomás e o Cardeal Cerejeira sobrovoavam o país num pequenos avião. Às tantas o cardeal Cerejeira abre a janela, atira uma nota de cem escudos e diz: - vou fazer um português feliz!. Não lhe querendo ficar atrás, Américo Tomás, faz o mesmo, só que desta vez com duas notas de cem escudos e diz: - vou fazer dois portugueses felizes!. Salazar, sovina como era,  a contragosto, mas não querendo ficar atrás do gesto dos outros dois, saca de três notas de cem escudos, abre a escotilha e, um pouco contrariado, atira-as pela janela, exclamando : - Vou fazer três portugueses felizes!. De dentro da cabine ouve-se o comentário do piloto para o co-piloto: - Se eu atirasse com esta merda por aqui abaixo fazia 10 milhões de portugueses felizes!.

Numa anedota idêntica que se passasse com alguns dos participantes do Clube de Bilderberg, era caso para dizer que o piloto não faria "apenas" 10 milhões de pessoas felizes, mas talvez uns 7 biliões...

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Festival da foleirovisão


Depois de alguns anos onde até apareceram alguns temas interessantes, nos lugares cimeiros da classificação, o Festival da Eurovisão regressou à sua habitual exibição de foleirada gritada.

Com a entrada, no inicio deste século,  dos países de leste, o Festival desceu imenso de nível, devido à imagem estereotipada que esses países faziam do popmusic, justificada pelas décadas em que andaram arredados da evolução que se tinha registado na musica pop, sendo quase os únicos que apostavam nesse festival, que perdia cada vez mais audiências no ocidente.

Nos últimos anos as coisas evoluíram e muitos desses países começaram a apostar nas suas próprias raízes musicais, como aconteceu o ano passado com a Ucrânia, com uma ajuda dos países ocidentais que íam resistindo à colonização da língua inglesa, como foi o caso de Portugal, naquele momento alto desse festival que foi a vitória de Salvador de Sobral.

Após esta vitória, e até este ano, as coisas pareciam evoluir positivamente e as audiências regressaram.

Contudo, este ano foi o descalabro.

Veremos no futuro se estamos no regresso à decadência dos primeiros anos do Século, ou se este ano foi a excepção numa viragem qualitativa que parecia avizinhar-se.

Ganhou uma canção que é um remake manhoso de uma velha canção dos Abba e quase vencia Israel, um contrassenso em relação às sempre decorativas mensagens de “paz” dos júris.

Não se percebe aliás o que faz Israel neste festival, não só por razões geográficas, mas devido à recente deriva politica extremista desse país, não muito diferente do caso Russo. É caso para dizer que estamos, mais uma vez, num claro exemplo da aplicação dos dois pesos e duas medidas.

As únicas participações que fugiram à foleirice dominante deste ano, França, Espanha, Moldávia e Portugal, ficaram todos classificadas abaixo da 15º posição.

É caso para dizer que voltámos ao “Festival da Foleirovisão”.