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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Um Cartoon Censurado pelo facebook (ao serviço do governo genocida de Israel)


Provávelmente ente post também vai ser censurado.

Até lá fica a informação sobre um acto de censura promovido pelo facebook, ao serviço do governo criminoso de Israel e do assassino Natanyahu.

Ontem coloquei na minha página do facebook uma reprodução de um cartoon do autor português Vasco Gargalo, retirado da net, penso que da página da revista Sábado (?), e

que podem ver abaixo.

Acompanhava esse cartoon com um comentário meu : "Com o "alto patrocínio" da União Europeia.

Para surpresa minha, ao abrir hoje o facebook, deparei-me com a remoção desse post com a seguinte desculpa dada pelo facebook : "É possível que a publicação contenha símbolos, glorificação a pessoas e  organizações consideradas perigosas".

Para que não restem dúvidas, aqui reproduzo o texto que me enviaram para justificar o acto:

"28/05/2025
Removemos a tua publicação
Por que motivo aconteceu isto
É possível que a publicação contenha símbolos, glorificações ou apoio a pessoas e organizações que consideramos perigosas.

Venerando Aspra de Matos
27/05/2025
Com o "alto patrocínio" da União Europeia: (reproduzindo o cartoon)
Partilhaste isto no teu perfil
Isto desrespeita os nossos Padrões da Comunidade relativos a pessoas e organizações perigosas.

E quais são esses padrões que foram "desrespeitados" pelo dito Cartoon?
De acordo com o censor foram os seguintes :

 "Pessoas e organizações perigosas
Não permitimos que as pessoas partilhem ou enviem símbolos, glorificações ou apoio a pessoas e organizações que consideramos perigosas.
Exemplos de coisas que não permitimos
Glorificar um ataque terrorista
Apoiar a violência contra um grupo de pessoas específico
Apoiar ou promover atividades criminais prejudiciais, tais como tráfico de pessoas"

Está explicado:

Ao reproduzirmos a cara do assassino Natanyahu estávamos a promover um líder, promotor de ataques terroristas em Gaza e na Cisjordânia, apoiante da violência contra "grupos de pessoas específicas" (os Palestinianos) e o tráfico de pessoas, obrigando milhares de pessoas a deslocarem-se dentro de Gaza.

Entretanto, aconselhados por um amigo a quem aconteceu o mesmo, constestámos a situação ao facebook.  Responderam assim:  "Olá, Venerando. Revimos novamente a tua publicação.Confirmámos que desrespeita os nossos Padrões da Comunidade relativos a pessoas e organizações perigosas.Sabemos que isto é dececionante, mas queremos manter o Facebook seguro e acolhedor para todos. 

Sem comentários!!

                                          

NOTA FINAL: Este caso teve novos desenvolvimentos. Ontem, dia 28 de Maio, por volta das 22 horas, voltei a postar no facebook esse mesmo cartoon, com o seguinte comentário:

"Mesmo correndo o risco de já ter uma fotografia minha com um alvo na testa a ser distribuida pelos agentes terroristas da MOSSAD em Portugal, e mesmo sabendo que este cartoon vai voltar a ser censurado, aqui o volto a reproduzir. Aproveitem para o partilhar e copiar antes que os censores do facebook voltem ao ataque (cartoon de Vasco Gargalo)":

E de facto, quando voltei a visitar a minha página, por volta da meia-noite, o cartoon tinha sido retirado, como os mesmos argumentos da primeira vez.

Publiquei então o seguinte comentário:

"Como já devem ter reparado, o Facebook voltou a censurar o cartoon de Vasco Gargalo que já tinha sido censurado ontem. Ficamos assim a saber quais são as opções políticas dessa plataforma. Pelos vistos o Sr Netanyahu é um criminoso "respeitável" para os censores do Facebook. A plataforma de cartoonistas Cartoon Movement, a revista Charlie Hebdo e outros cartoonistas independentes que se cuidem perante a caça às bruxas e a falta de sentido de humor desses assanhados censores, que, com essa atitude, são coniventes e cúmplices dos crimes de Israel na Palestina"

Ao mesmo tempo voltei a contestar a decisão.

Para meu espanto, desta vez voltaram atrás com a decisão, dando-me a seguinte resposta:

"28/05/2025

Restaurámos a tua foto

Olá, Venerando

Chegámos à conclusão de que a nossa equipa de revisão cometeu um erro ao remover a tua foto.

Agradecemos o tempo que dispensaste a pedir uma revisão e a ajudar-nos a melhorar os nossos sistemas. A nossa prioridade é manter a segurança e o respeito na comunidade. Por isso, às vezes temos de tomar precauções".

Tal mudança de atitude só pode ser explicada por uma ou várias das seguintes razões:

1 - o meu apelo para reproduzirem e partilharem o cartoon, antes de voltara ser censurado foi seguido por muitos amigos, aumentando a visibilidade desse acto de censura;

2 - O meu protesto envergonhou os censores:

3 - O censor que estava de serviço a esta hora era outro, mais benevolente, do que aquele que censurou o cartoon da primeira vez.

Contudo, o primeiro post não foi reposto e sei que algumas pessoas que partilharam esse cartoon, também alvos de censura, não viram o seu post reposto.


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Em defesa da comunicação social pública


Começo a minha manhã informativa a ouvir a Antena 1, no carro, durante o dia, continuo na Antena 1, por vezes vou à 3 ou à 2, à noite circulo entre a RTP 3 e RTP 2.

Fora da comunicação pública consulto os jornais, as rádios e as televisões que mais se aproximam de um serviço público, isto é, mais pluralistas nas opiniões, que fazem reportagem jornalística, que remam contra a maré dos top´s na divulgação “opinativa”, artística, cultural e musical, tais como os jornais Público, Diário de Notícias e Jornal de Letras, as rádios M80 e Radar, e, raramente, alguma informação e debate na CNN Portugal….o resto, com raras e honrosas excepções, é sempre mais do mesmo ou a voz do dono (dos grandes interesses financeiros, políticos e empresariais, que lhes pagam para isso).

Por isso parece-me cada vez mais importante a existência de uma informação e divulgação variada, pluralista, cuidada, tolerante, na política, na cultura, na vida social, que invista na reportagem, tudo o que, mesmo com erros e limitações, só a comunicação social pública, principalmente a RTP , Antena 1 e a LUSA vão fazendo, tudo o que, infelizmente, está cada vez mais ausente dos órgãos de comunicação social privados, apenas preocupados com audiências, em agradar aos “donos”,em correr atrás da cloaca das redes socias, em divulgar o que uma opinião pública cada vez mais anestesiada e acrítica pretende consumir.

Por isso, é preocupante o que se anuncia por aí para limitar o financiamento, logo o trabalho de qualidade, dos órgão de comunicação social públicos, no fundo uma forma indirecta de "censura".

Esperemos que seja apenas um devaneio passageiro. Mas devemos estar atento aos desenvolvimentos.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Exposição : “Proibido Por Inconveniente” - materias das censuras no Arquivo Ephemera


Com base numa vasta colecção de materiais recolhidos pelo Arquivo Ephemera, de José Pacheco Pereira, está a decorrer a exposição dedicada à censura durante o Estado Novo, intitulada “Proibido Por Inconveniente”.

Inaugurada no passado dia 7 de Abril, vai encerrar já no próximo dia 27 de Abril, na próxima 4ª feira, e é uma organização conjunta do Arquivo Ephemera e da Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito das comemorações do 25 de Abril.

Pode ser visitada no átrio das antigas instalações do Diário de Notícias, localizado no topo da Avenida de Liberdade.

No dia do encerramento, 27 de Abril,  está programada a apresentação do livro “Censura, a construção  de uma arma política  do Estado Novo”, da autoria do curador da exposição, Júlia Leitão de Barros, sessão que decorrerá às 17.30,  seguindo-se, às 18.30, uma conferência intitulada “O Que Nem Se Podia Pensar”, sobre a censura do pensamento e do gosto.

Escreve José Pacheco Pereira no catálogo de apresentação da exposição:

“O grande feito da Censura existente em 48 anos foi deixar de herança até aos nossos dias uma nostalgia de um Portugal onde todos se entendiam, onde havia “consenso”, onde todos trabalhavam pelo “bem comum”, sem corrupção que não fosse o roubo do pão pelos necessitados, onde havia “respeito” e boa educação. Ou seja, uma nostalgia perversa do Portugal da ditadura.

“(…) Nunca ninguém se interroga por que razão nunca houve  nada de parecido com a “operação Marquês” ao longo dos extensos  48 anos de ditadura? Não havia corruptos nos altos cargos da nação? Não havia corruptos na União Nacional? Nenhum general, embaixador, deputado à Assembleia Nacional, ministro ou secretário de estado, comandante da Legião ou graduado da Mocidade Portuguesa, nenhum governador colonial, bispo, “meteu a mão na massa”? Ou houve casos de corrupção que a Censura não nos deixou conhecer? Sem dúvida, como se vê nos cortes da Censura, do mesmo modo que havia pedofilia, violência contra as mulheres, violações, roubos e suicídios.

“Mas  a resposta é pior ainda : na havia corrupção porque não havia justiça para os poderosos do regime, e apouca que havia era dos escalões intermédios para baixo. (…).

“Neste sentido, a Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. Muito mais do que a subversão do “político”, o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem censura, foi este o seu legado”.

Os excertos acima transcritos resumem bem a importância desta exposição, onde se revela, entre o irónico, o ridículo, mas também o cuidado literário de alguns pareceres dos censores, como a censura foi um dos pilares do regime, cujo efeito se prolongou no tempo e se entranhou, ainda hoje, em certos valores identificados como os do “bom português” e da “portugalidade”.

A exposição é para visitar demoradamente, com atenção aos pormenores, deixando aqui algumas imagens da mesma, na visita que a ela efectuámos esta semana, tendo sido surpreendidos pela oportunidade de a percorrer guiados por José Pacheco Pereira.





































(Para ampliar, clicar sobre a fotografia)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O Fim do "Inimigo Público"

 

A desculpa é a de sempre. Dificuldades económicas, novas prioridades, alterações editoriais...

Enfim...o blá! blá" do costume par justificar o silenciar de vozes incómodas, irreverentes e independentes.

Porque será que, em Portugal, quando chega o aperto financeiro, muitas vezes mera desculpa para uma censura disfarçada, é sempre o elo mais fraco da cultura, da criatividade e da inovação que tem de ser descartado?

De facto, durante 18 anos, o "Inimigo Público", suplemento humorístico do Público, incomodou muita gente.

A desculpa das dificuldades financeiras para acabar com o suplemento das 6ªas feiras, não convence.

Se o problema é finaceiro, talvez pudessem começar por cortar no excesso opinativo, algum mera propaganda política ou obedecendo a agendas de carreirismo pessoal.

O humor em Portugal tem sido sempre incómodo para todos os poderes.

Noutros tempos, em condições mais difícies, enfrentando uma censura real, e não a actual censura disfarçada, recordamo-nos da coragem editorial do "Diário de Lisboa", com a edição de "A Mosca", um dos mais criativos suplementos humoristicos.

Mas esse era um tempo, apesar da censura e da PIDE, em que existia um jornalismo feito por jornalistas e onde o trabalho destes era respeitado e influente na linha editorials, ao contrário dos nossos dias em que os jornalistas se têm de submeter a editores que, muitas vezes, são meros  mercenários ao serviço do poder económico ou político.

Ficam as boas recordações das leituras do "Inimigo Público" ao longo dos últimos 18 anos.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Apesar de você (Um Hino contra a Censura e o Autoritarismo)


Foi em Março de 1970 que Chico Buarque, regressado do exîlio, gravou um dos seus temas mais icónico, "Apesar de Você".

A letra da musica era uma crítica indirecta,  à Ditadura Militar Brasileira, disfarçada de uma briga entre amantes.

Ao enviar a canção à Censura, como era obrigatório, os censores não perceberam o segundo sentido da letra, tendo autorizado a sua edição em vinil.

Lá, como cá, muitos censores eram incultos e idiotas, não percebendo o princípio das metáforas.

Só em Fevereiro de 1971, perante o êxito da canção, é que a ditadura se apercebeu do sentido a mesma, proibindo de imediato a sua passagem nas rádios e mandando os gorilas da polícia política à sede local da editora Philips, destruindo todas as cópias ainda aí existentes.

Felizmente não destruiram a matriz, permitindo que a canção fosse gravada mais tarde, já em democracia.

O censor que deixou passar a musica foi igualmente punido e Chico Buarque teve de prestar declarações à polícia que, em certo momento do interrogatório lhe perguntou quem era o "você" da musica, ao que o musico respondeu: "é uma mulher muito mandona, muiti autoritária".

Até ao fim da ditadura Chico Buarque ficou marcado e foi perseguido em várias ocasiões.

Para fugir à censura, Chico Buarque chegou  compor com pseudónimos, como "Julinho de Adelaide" ou "Leonel Paiva", mas o estratagema também foi descoberto pela censura.

A canção também tinha sido gravada pela cantora Clara Nunes em 7 de Janeiro de 1971, que também não tinha percebido o duplo sentido da canção, sendo obrigada, para escapar à perseguição, a colaborar com a própria ditadura, obrigada a gravar canções que faziam a apologia do regime.

Só em 1978 é que a canção foi incluida num album em vinil, "Chico Buarque (1978)", tendo também sido interpretada por outros cantores como Maria Bathânia, Benito de Paulo, Beth de Carvalho ou Daniel Mercury.

"Apesar de Você" tornou-se um hino contra as ditaduras, um hino cada vez mais actual, quer contra "velhas" ditaduras (China, Coreia do Norte...) ou "ditaduras de novo estilo", disfarçadas ou não de rituais "democráticos" (Irão, Arábia Saudita, Venezuela, Nicarágua, Rússia, Turquia, Hungria, Polónia, Ucrânia, Israel, Bielorrússia, Brasil...).

Para memória futura, pois pode tornar-se necessário saber cantá-la, aqui fica a letra desse hino contra todas as formas de autoritarismo e ditadura:

APEASAR DE VOCÊ

(por Chico Buarque de Holanda)

Amanhã vai ser outro dia

Amanhã vai ser outro dia

Amanhã vai ser outro dia

Hoje você é quem manda, falou, tá falado

Não tem discussão, não

A minha gente hoje anda

Falando de lado e olhando pro chão, viu?

Você que inventou esse estado

Que inventou de inventar toda a escuridão

Você que inventou o pecado

Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você amanhã há de ser outro dia

Eu pergunto a você

Onde vai se esconder da enorme euforia?

Como vai proibir

Quando o galo insistir em cantar?

Água nova brotando

E a gente se amando sem parar

Quando chegar o momento, esse meu sofrimento

Vou cobrar com juros, juro

Todo esse amor reprimido, esse grito contido

Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza

Ora, tenha a fineza de desinventar

Você vai pagar e é dobrado

Cada lágrima rolada nesse meu penar

Apesar de você amanhã há de ser outro dia

Inda pago pra ver o jardim florescer

Qual você não queria

Você vai se amargar

Vendo o dia raiar sem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rir

Que esse dia há de vir antes do que você pensa

Apesar de você

Apesar de você amanhã há de ser outro dia

Você vai ter que ver a manhã renascer

E esbanjar poesia

Como vai se explicar vendo o céu clarear

De repente, impunemente?

Como vai abafar

Nosso coro a cantar na sua frente?

Apesar de você

Apesar de você amanhã há de ser outro dia

Você vai se dar mal, etcetera e tal

Laraiá laraiá lá

Laraiá laraiá, laraiá laraiá

Lá laiá lá

Laraiá laraiá, laraiá laraiá

Lararará

Apesar de você...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Reprimir o acto musical, um acto comum aos mais diversos poderes instituídos.


O que têm em comum os Sex Pistols, as Pussy Rioy e Pablo Hasél ?

Todos foram parar à cadeia por desafiarem as autoridades, tenha sido a velha monarquia inglesa, a “nova monarquia” de Putin na Rússia ou a monarquia corrupta de Espanha.

Os Sex Pistols lançaram o tema “God Save the Queen” em 1977, tornando-se um ícone do punk, tema durante anos censurado nas rádios britânicas, e que levou à proibição da actuação da banda em solo de sua majestade, apesar de ter vendido 150 mil exemplares em apenas cinco dias e batido record´s de venda.


Uma actuação ilegal da banda, num navio no meio do Tamisa, nesse mesmo ano, para “comemorar” o Jubileu de Prata da Rainha, provocou a intervenção policial e a detenção dos músicos, que passaram algum tempo  na prisão.

Mais recentemente, o todo poderoso “czar” do Kremlin, Vladimir Putin, sentindo-se ofendido por uma tema da banda punk local Pussy Riot, que o criticava, mandou prender as jovens musicas, que passaram maus momentos na prisão (chamamos a atenção para a violência das imagens).

As mesmas Riot foram notícia recente por um tema anti-Trump,o amigo de Putin, escapando por pouco à prisão nos Estados Unidos.


Nos últimos dias, foi a vez da corrupta monarquia espanhola “mandar” prender o raper Pablo Hásel, devido à divulgação de um tema musical onde este denunciava, com palavras violentas, essa monarquia decadente.

Por ironia do destino, o 40º aniversário da única acção da monarquia espanhola em defesa da democracia, a repressão da tentativa de golpe militar da extrema-direita de 23 de Fevereiro de 1981, é comemorado debaixo da polémica devido à prisão do músico.

Hoje é também o dia em que passa mais um aniversário sobre a morte de Zeca Afonso, outro musico perseguido pela forma como fez da musica uma arma para denunciar a ditadura salazarenta.

Hoje, como ontem, e como sempre, a musica independente continua a incomodar muita gente, e quem diz a musica, diz a cultura independente em geral.

Talvez por isso, a cultura seja o parente pobre das medidas previstas para recuperar a economia e a sociedade no pós-pandemia.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Ilegalizar o Chega? Expulsar Mamadou Ba? Onde estão agora os Indignados?


Parece que anda por aí uma petição para expulsar Mamadou Ba do país.

Esse tipo de iniciativas é equivalente a outra, de sinal contrário, a de ilegalizar o Chega.

AQUI dissemos o que pensamos sobre o assunto do Chega.

Vivemos em democracia e em liberdade e, desde que se respeite as leis da mesma democracia, cada um é livre de defender o que quiser, mesmo as ideias mais disparatadas, absurdas ou mesmo ofensivas.

Mamadou Ba é livre de fazer as polémicas afirmações que costuma fazer, embora não me identifique com a maior parte delas.

Aliás, olhando para os milhares de afirmações publicadas na imprensa, proferidas nas televisões, declaradas nas rádios ou postadas nas redes socias, encontro afirmações, do mesmo teor ou de sentido contrário, tão disparatadas, intolerantes e ofensivas como as que costumam ser proferidas por Mamadou Ba.

É curioso que ainda ninguém se tenha lembrado de propor ou assinar uma petição  para expulsar as centenas de “idiotas” ( epiteto que muitas vezes é aplicado apenas a quem não concorda connosco) que todos os dias postam, escrevem e publicam as mais alarves boçalidades, os mais disparatados insultos e as mais intolerantes e ofensivas idéias.

Será apenas porque são "portugueses bem”, cheios de "portugalidade" (!!!) e, de preferência, brancos?

Também me espanta que tantos “comentadores” , tão ofendidos e preocupados com a absurda ideia de ilegalizar o Chega, não venham agora debitar preocupação idêntica por um outro acto absurdo, o de propor a expulsão de um cidadão de pleno direito.

É o que se chama de “dois pesos e duas medidas”, conforme o peso e a medida da ideologia de cada um.

E eu termino a interrogar-me: onde param agora os indignados que se manifestaram tão preocupados com o acto, atentatório da democracia e da liberdade ,que era a proposta de ilegalizar o Chega?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A SIC e o Carnaval de Torres ou...uma forma subtil de fazer Censura


 A Censura tem sido uma presença constante no Carnaval de Torres (ver AQUI o que escrevemos sobre o tema).

Costumamos estar habituados a uma censura feita "à descarada" e escapa-nos, muitas vezes, a censura mais subtil, muitas vezes exercida nos bastidores.

O que aconteceu este ano enquadra-se neste último caso.

Como todos sabem, o Carnaval de Torres deste ano ficou-se pela inauguração de um monumento, que procurou homenagear os profissionais que têm estado na linha da frente, para combater a epidemia ou manter o país em funcionamento (talvez com um esquecimento mais notado, o da actividade dos professores nesta conjuntura).

Para além do monumento, a crítica social e política habitual neste Carnaval foi, de forma inteligente, incluída no écran de um conjunto de "telemóveis" gigantes, uma referência ao meio de comunicação mais usado pelos cidadãos, obrigados ao confinamento e ao distanciamento físico.

A SIC, no passado dia 12 de  Fevereiro, realizou uma reportagem onde deu grande destaque aos "cartoon´s" incluídos num dos lados do tais "telemóveis" gigantes (ver AQUI) .

Ao visionarmos a reportagem, confirmámos o que já desconfiávamos, que não iriam mostrar  um desses "cartoon´s", aquele que reproduzimos em cima.

Porque é que não nos espantámos? Porque no dia em estivemos a fotografar o tal monumento estava lá uma equipa da RTP  (uma jornalista e um operador de Câmara) e, ainda antes de percebermos o alvo da conversa, ouvimos a jornalista a dizer para o operador :"vamos lá ver se nos deixam passar isto".

O "isto" era o mesmo "cartoon" "censurado" na reportagem da SIC.

Ou seja, o poder da SIC é tal na comunicação social que até  condiciona as opções editoriais de outros orgãos de comunicação.

E qual o motivo do subtil acto de censura, na televisão que se acha a campeã da liberdade de informação? Uma alusão à SIC, à TVI e à CMTV como metáfora de uma esquina de prostitutas.

Claro que é um acto subtil de censura, o de optar por  não reproduzir um cartoon de Carnaval, quando a reportagem reproduz quase todos, disfarçado de "opção editorial", uma forma civilizada e legal de censura em democracia, mas revelador da forma como se condiciona a informação nalguns órgãos de comunicação social, e até do poder corporativo de um classe profissional como a dos jornalistas.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

O Cartoon da Semana

(Jean Gouders/Cartoon Movement)

O jornal New York Times baniu os cartoon's das suas ediçãos, num acto de cobardia face à grande influência sionista nos Estados Unidos.

O que motivou esse acto de censura permanente foi a reacção provocada pela publicação, sem pedido de autorização, de um cartoon do português António,onde se denunciava a ligação entre Trump e a extrema-direita que governa Israel.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

BêDêZine: Um cartoon pela liberdade (solidários com António)...

Contra a censura sionistas do governo racista de Israel, e pelo respeito que nos deve a memória do judeus perseguidos ao longo dos séculos e mortos no Holocausto :

BêDêZine: Um cartoon pela liberdade (solidários com António)...: (Não deixa de ser curioso que um jornal como o New York Times, sempre pronto a falar em nome da "liberdade", se tenha intimidado com a reacção dos sionistas (clicar para ler mais).

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O Cartoon da Semana (uma alusão à censura no Carnaval de Torres)

Luís Afonso publicou no jornal Público de 25 de Fevereiro, 2ª feira, um cartoon alusivo à censura da figura de "Nossa Senhora da Bola" , retirada do "Monumento" do Carnaval deste ano, cartoon escolhido como Cartoon da Semana: