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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A “Minha Vida” com Os Xutos e Pontapés..


Acompanhei o percurso dos Xutos desde os primeiros tempos.

Ainda me lembro de, para grande pena minha, não ter na altura  dinheiro para os ver, ainda uns quase ilustres desconhecidos, no “Casino” de Santa Cruz, num verão lá para os finais da década de 70 (provavelmente em 1979, já que esse foi o ano oficial da sua fundação).

Actuavam juntamente com outro grupo da época, os “Minas de Armadilhas”, na altura os seus principais rivais no panorama “punk” nacional.

Apesar de não ter podido assistir a esse concerto, que foi um dos primeiros dos Xutos ao vivo, a frustração de não os ter podido ver foi compensada pelo reencontro, nas ruas de Santa Cruz, de um amigo, o Rui do D. Pedro V, (não me recordo do apelido, mas vivia na Avenida de Roma e depois, com os anos perdi-o de vista…até hoje), que era menager de um desses grupos (fiquei com a idéia que era dos Xutos, mas talvez fosse dos Minas e Armadilhas !!??).

A partir de aí fui seguindo a carreira do grupo, bastante inovador, com letras que retratavam bem uma juventude suburbana e a irreverência punk, acabando por desembocar no sempre eterno rock and roll.

Não sei nomear todos os espectáculos dos Xutos a que assisti posteriormente, geralmente em festivais, sem esquecer a sua presença sempre habitual nos palcos das festas do Avante.

Recordo-me, contudo, de uma passagem de ano, penso que a de 1980 para 1981, no antigo refeitório da Cidade Universitária, onde os Xutos eram a banda principal, mas que tiveram de interromper abruptamente a sua actuação, não sei se ainda antes da hora da passagem de ano, e todo o pessoal foi evacuado do pavilhão, porque alguém de ente o público tinha sido esfaqueado, num ambiente “normal” entre a geração punk .

Entretanto ,vi-os pela última vez no Rock in Rio de 2012, já a banda consagrada dos nosso dias, numa actuação que quase fez esquecer os grandes nomes que já por ali tinham passado nesse dia (os Kaiser Chiefs e os James) e o que actuou a seguir a eles , o grande Bruce Springteen…

Estou convencido que, apesar do desaparecimento trágico do Zé Pedro, a banda tem todas as condições para continuar por muitos e mais anos.

Como alguém dizia, os Xutos são um daqueles grupos com quem mais de 90% dos portugueses se cruzaram, pelo menos uma vez na vida, num qualquer espectáculo ao vivo e para quem qualquer tema seu é um tema da nossa vida.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

40 anos de punk

Muitos consideram que o Punk nasceu em 1977, embora as suas raízes sejam anteriores.
Foi em 1977 que foi editado o single Good Save the Queen, considerado o tema fundador do movimento, tema da autoria dos Sex Pistols, banda criada em 1975.
Nessa ou noutra data, por cá associamos o movimento à segunda metade da década de 70.
Muitos de nós, marcados pelo pop/rock dos anos 60 e vivendo o crescente classicismo do rock sinfónico de bandas como os Pink Floyd, Yes, Genesis, Supertramp, Emerson Lake & Palmer, Camel, Gentle Giant, e tantas outras , estilo seguido por cá por bandas como os Tantra, Petrus Castrus, sem esquecer José Cid [sim, esse mesmo...] como seu histórico e mítico  10 Mil Anos Depois Entre Vénus e Marte, olhámos inicialmente para o punk com desconfiança, pois rompia com a técnica do rock sinfónico e com a musica mais série, a musica popular portuguesa, que então ainda ecoava como reflexo do 25 de Abril.
Recordo-me, aliás, do título de uma crónica do jornal "O Diário", diário oficial do PCP, bem revelador da desconfiança com que alguma esquerda olhava para a cultura punk, intitulada, com ironia e desdém, tentando ridicularizar o movimento,"Fazer a revolução com alfinetes".
Contudo fomos rapidamente conquistado pela irreverência revolucionária do punk que teve nos The Clash o seu lado mais intelectual e em músicos e grupos como Lou Reed, Patti Smith, Ian Curtis, e tantos outros, os seus legítimos herdeiros, que iriam marcar os anos 80 e o movimento "new wave" e, posteriormente, o chamado pós-punk, que continua por aí a dar cartas.
Por cá, lembro-me ainda do espaço punk a ser disputado por grupos como os Minas e Armadilhas e os quase desconhecidos Xutos e Pontapés, que estiveram presentes no final da década de 70 no casino da praia de Santa Cruz num dos primeiros concertos punk realizados em Portugal.
Não pretendo com este post, escrito de memória, fazer uma história do punk mas recordar aqui um movimento musical e uma atitude politico/cultural que muito marcou a minha geração, uma geração recém saída ressaca do PREC.
Aqui reproduzimos um interessante documentário sobre a "atitude punk" (em baixo apresentamos uma versão legendada em espanhol, mas sem som) .