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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Os Cães de João Rendeiro


Li por aí (Ana Cristina Leonardo, na sua crónica de hoje do suplemento ípsilon) que, no casarão do fugitivo banqueiro João Rendeiro, (que roubava aos ricos para dar aos…ainda mais ricos), vivem três “pobres” cães, uma cadela yorkshire terrier, uma schnauzer e um rafeiro encontrado na rua.

Esses três canídeos pareciam ter sido bafejados pela sorte de viverem numa casa farta e espaçosa…a não ser que fossem meras “peças decorativas”, para mostrar a amigos ou afugentar indesejáveis, amarrados a uma casota ou presos num canil do quintal, sem autorização para frequentar o casarão da família dos multimilionários…ladrões!

Desconheço a história real dos animais e os seus dramas “pessoais”, mas fico a pensar que, nos “grandes” dramas humanos, a sorte desses companheiros de quatro patas é rapidamente esquecida, passando despercebida aos focos da comunicação social.

Não sei se as autoridades, quando prendem os criminosos em suas casas, têm a preocupação de resgatar e tratar dignamente os companheiros de quatro patas que aí habitam, alheados da natureza dos seus donos (e não é porque sofrem de alzheimer…), muitas vezes os únicos seres vivos honestos que as habitam, ou se, pelo contrário, os abandonam à sua sorte, como últimas vítimas inocentes dos actos criminosos dos seus donos.

Pode ser que algum vizinho do luxoso condomínio de Alcabideche, referido, porque sempre dá mais estatuto do que aquele topónimo que remete para a origem saloia do lugar, como “situado nos arredores de Cascais”, se condoía com o destino desses animais, para quem se previa um futuro risonho, mas agora ficam privados da companhia dos donos, um em fuga, outro em prisão preventiva.

É o que se chama “ver a vida a andar para trás” ou, como se costuma dizer, porque um cão não escolhe os donos que lhe canham na rifa, “até para ser cão é preciso ter sorte”!

...e esses, "pensando" que tinham tido sorte...tiveram azar!!!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Voltando às touradas.



Já aqui me manifestei sobre o que penso das touradas: um degradante espectáculo onde se tortura um animal encurralado.

Também já o disse: a desculpa da tradição em defesa desse triste espectáculo não pega. Por esse ponto de vista, manter-se-iam muitas tradições que incluem maltratar animais por puro prazer “tradicional” ou, indo ainda mais longe, muitas “tradições” que maltratam e humilham seres humanos.

Mas, o mais incrível de toda esta questão é o facto de o que está em causa não é qualquer proibição desse triste e degradante espectáculo, mas apenas mantê-lo a pagar o IVA de 13%, situação que era aquela que existe até à aprovação do próximo orçamento, continuando, mesmo assim, a beneficiar de uma redução de 10% de IVA em relação a muitos produtos e actividades muito mais importantes e essências do que a manutenção do degradante espectáculo das touradas.

Ou seja, quando a maior parte das actividades e produtos pagam um IVA de 23%, as touradas já beneficiam de uma redução de 10%, pagando 13% de IVA e agora queriam ir à boleia de artes como a musica, a dança, o teatro e o circo e passarem a pagar IVA de 6%.

Ou seja, não contentes por já beneficiarem de um subsidio indirecto do Estado, por pagarem menos 10% de IVA do qua aquele que deviam pagar, queriam ver esse “apoio” aumentar, pagando ainda menos do que muitos de nós pagamos por bens essenciais.

Se me explicarem onde está a “arte” de torturar animais, talvez até venha a aceitar tal redução. Caso contrário, “podem” (!!??) continuar a divertir-se a torturar animais, mas não me atirar areia para os olhos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“Politicamente Correcto” é…Politicamente Correcto!



Hoje, quem pretende justificar as opiniões mais absurdas, mais abjectas e reacionárias, trata logo de diabolizar o “politicamente correcto”.

Como se o politicamente correcto não fosse uma conquista civilizacional.

Politicamente Correcto, quer dizer isso mesmo: Politicamente Correcto! Qual foi a palavra que não perceberam?

Vamos ao dicionário:

Politicamente”: “que está de acordo com as regras da politica, da organização e gestão dos assuntos públicos, de administração e do poder”. Também pode significar agir com diplomacia, cortesia, delicadeza, com habilidade, astúcia e perspicácia (Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea, [ DLPC] Academia de Ciências de Lisboa, ed. Verbo, 2001).

Não é esse o tipo de actuação que todos defendemos em democracia e liberdade? Não é esse tipo de actuação que nós devemos exigir aos agentes e responsáveis políticos e da administração?

Pode-se dizer que, quando agem em proveito próprio, quando  se deixam corromper ou quando abusam do poder, tais agentes políticos…não estão a ser políticos. E devem ser penalizados por isso;

“Correcto” : “que está de acordo com as regras estabelecidas; que não tem falhas, que está certo,  que é exacto, que está de acordo com as regras estabelecidas de carácter ético e social, que age com delicadeza, que é justo (DLPC) .

Não é tudo isto que devemos exigir dos diversos poderes e dos responsáveis pela governação de um país? Não é esse o exemplo que devemos, não só exigir a nós próprios e dar aos nossos filhos, enquanto cidadãos, mas também aos principais agentes com responsabilidades no funcionamento das instituições democráticas, como agentes de autoridade, juízes, professores, jornalistas, médicos, gestores públicos, agentes económicos e financeiros?

Os antónimos de “correcto” são…errado, inadequado, incorrecto, desonesto, indigno, injusto, grosseiro inexacto… (Dicionário Houaiss de Sinónimos e Antónimos, ed. Círculo dos Leitores, 2007). É isto que queremos defender, quando diabolizamos o “politicamente correcto”?

Talvez o problema e a confusão comecem no estabelecimento do tipo de regras e códigos que devem obedecer a uma acção e atitude politicamente correctas.

Tenho por mim que a celebre frase da Revolução Francesa da Igualdade, Fraternidade e Liberdade é o ponto de partida, à qual se deve juntar a formação de um Estado Democrático e Constitucional, baseado na soberania de cidadãos livres e na separação de poderes.

Depois devemos acrescentar os avanços civilizacionais na melhoria das condições de vida da Humanidade e no respeito pela própria humanidade, tudo muito bem sintetizado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.(clicar para a sua leitura integral).

Aliás, esta declaração devia ser de leitura e estudo obrigatório nas escolas e Universidade, e, já agora, de leitura obrigatória nos actos de contratação dos agentes acima referidos e, em especial, nos partidos políticos e nos órgãos de comunicação social.

Está lá quase tudo, sem segundas interpretações do que, quanto a nós, separa o que é politicamente correcto daquilo que é politicamente incorrecto.

A esse documento devemos acrescentar outros avanços civilizacionais, como a defesa do Ambiente, os Direitos das Crianças, os Direitos das Mulheres, os Direitos dos Animais, o respeito pelas minorias e a construção de um Estado Social .

Como pessoas não somos perfeitos, somos muitas vezes politicamente incorrectos, mas não devemos fazer jus dessas atitudes e imperfeições nem delas “programa politico” ou  argumento, e devemos exigir aos poderosos que, no mínimo, não defendam o ódio e a violência, respeitem os Direitos Humanos e Ambientais e os conhecimentos científicos, ou seja…sejam politicamente correctos.

Existem interpretações fundamentalistas e exageros na aplicação e defesa do que é politicamente correcto? Existem. Mas isso não anula o fundamental da defesa do que é politicamente correcto

O resto é conversa de gente ignóbil, ignorante, mal formada e mal intencionada, seja qual for a a sua origem ou formação politica social, cultural ou religiosa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Os Cães, os gatos e…os neoliberais



Substituam as palavras “cão”, “gato” ou “animal” por “judeu”, “negro”, “velho”. “doente” , “deficiente” e “criminoso”, e depois raleiem o artigos de JoãoMiguel Tavares (JMT) publicado no passado Sábado 1 de Setembro no jornal“Público”.

Pelo menos, a ver pelos comentários em defesa do artigo de JMT, que raiam, a maior parte, a intolerância, o fundamentalismo, a ignorância e o total desrespeito pelo direito à vida de animais saudáveis, com o estafado argumento neoliberal dos "custos", o artigo legitimou essa argumentação.

A comparação só é absurda para quem não vive próximos de cães e gatos e/ou acha que os humanos tem todos os direitos sobre o planeta (levem o artigo ao Trump e aí está um tema explorar por este, nos seus Twiters ,para reforçar e legitimar os seus argumentos em defesa das suas politicas contra a natureza e o ambiente…).

Quando se misturam os preconceitos financeiros dos neoliberais com o desrespeito pelos outros seres vivos temos a última crónica de JMT…

Vindo de quem vem não me espanta o “argumentário” de JMT. Sendo o mais brilhante e credível defensor do neoliberalismo na nossa imprensa, tudo não passa de aritmética.

Para os neoliberais somos todos um número no meio dos “mercados”. Sendo assim porque é que os animais devem escapar a essa lógica?

Defender a eutanásia, "mesmo" quando falamos de cães e gatos, como forma de controle demográfico ou de redução de custos, aplicando-a, não a animais doentes ou em sofrimento, mas a tudo o que apareça pela frente, parece-me um primeiro caminho para legitimar os maus tratos e o desrespeito pela vida animal.

Ao ler alguns dos comentários legitimados pela crónica de JMT, lembrei-me de uma história que ouvi há muitos anos, embora nunca a tenha conseguido confirmar:

Conta-se que aos jovens que ingressavam na Juventude Hitleriana era-lhes entregue um cão ainda jovem e que os membros daquela organização nazi tinham de tratar do animal durante uns anos. Quando chegavam a um patamar da sua “formação”, os jovens recebiam uma pistola e, como prova da sua fidelidade a Hitler e para “reforçar o carácter” tinham de abater o cão ao qual se tinham afeiçoado. Se ultrapassassem a prova estavam em condições para matar qualquer pessoa.

De facto, quem começa por maltratar ou “desumanizar” animais, acaba por maltratar seres humanos…

Mas, agora a sério, voltando ao tema.

Existem muitas medidas que podem evitar a proliferação de gatos e cães vadios, antes de estes  irem parar a canis:

- Proibir a importação e a venda de cães e gatos, bem como a sua criação, enquanto houver um cão ou um gato no canil (com algumas excepções: espécies portuguesas, animais para caça, animais para guiar cegos, para serviço de polícia, busca e salvamento …);

- Penalizar com taxas pesadas quem não cumpre as leis sobre obrigação de esterilizar ou chipar os animais domésticos e sobre maus tratos e abandono;

- Facilitar a vida a quem cumpre, nos transportes públicos, nos jardins e nas esplanadas e penalizar quem não cumpre;

- Facilitar o aluguer de casas a quem tem animais de estimação;

- Esterilizar todos os animais encontrados e abandonados e, sempre que possível e sempre que isso não cause problemas de saúde ou outros, devolver à rua esses animais, que acabam por ser adoptados por “vizinhos” ou, nos casos dos gatos, até podem contribuir para combater pragas;

- Criar um espaço para dez a vinte animais em cada freguesia do país, entregando-se o excesso a canis municipais e a associações de protecção de animais que possuam canis;

Nos canis só devem ficar casos mesmos extremos de dependência ou necessidade e, em casos extremos, sim, os animais têm de ser abatidos.

Vão ver que algumas dessas medidas até não têm muitos custos e, tomadas, podem reduzir o “problema”.

Percebo que tomar medidas “proibicionistas” ou “regularizar” situações não seja do agrado dos neoliberais, que só respeitam a lei do “mercado”.

Mas tudo o resto é retórica, má fé, falta de respeito e de educação cívica de gente mal formada e incivilizada (Diz-me com tratas os animais e direi como tratas as pessoas e qual é teu nível de civilização!!!).

Tive um cão que viveu comigo quase até fazer 19 anos e fui busca-lo a um canil, tenho, há cinco anos, duas cadelas que também fui buscar ao canil. Não venham dizer que os animais, em especial os cães, não têm sentimentos, não sofrem ou não temem a morte…

quarta-feira, 4 de junho de 2014

WOOF - uma nova revista para quem gosta de amigos de quatro patas

Woof auto intitula-se como "a revista para o melhor amigo do cão". Custa 3 euros e 10 cêntimos, sendo que estes 10 cêntimos da venda de cada número revertem para uma Asssociação de protecção aos animais abandonados, a APCA.

Editada bimestralmente, esta nova revista trata do tema de várias formas, com reportagens, entrevistas, dicas várias e conta também com a colaboração dos leitores.

Desejamos uma longa vida a este novo projecto.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sete cães envenenados em Torres Vedras - uma reportagem da SIC:

A APA de Torres Vedras é uma associação que se dedica a uma causa justa e honrada que é a protecção dos mais desprotegidos de entre todos os desprotegidos, os animais, que deviam ser estimados pela companhia, pela fidelidade  e pela  amizade de que nos dão provas todos os dias.

A APA é mantida diariamente, com muito esforço, por gente dedicada, e não funciona como uma simples canil ou um mero armazém de animais abandonados. 

Pelo contrário, tem como prática principal resgatar cães e gatos em perigo extremo de sobrevivência, maltratados e abandonados, proporcionando-lhes um espaço limpo e bem cuidado, distribuindo carinho e cuidados a esses animais, como posso comprovar pelo facto de ter comigo uma cadela, a Romã, que fui buscar àquela associação, e que todos os dias dá provas (pela sua descontracção e amizade, sem sinais de  traumas) do bom  tratamento  que lhe foi dado pelos responsáveis e voluntários da APA que a resgataram, ainda recém-nascida, a ela e a uma irmã, a Avelã, de uma situação dramática de sobrevivência.

Por isso, o que se passou há uns dias com alguns cães guardados por essa associação merece o mais veemente repudio. 

Alguém, sem o mínimo de escrúpulos, aproveitando-se cobardemente da calada da noite, cortou as vedações do espaço dos podengos, o que fica na zona mais extrema do espaço da associação, e a menos vigiada, roubou 10 cães e envenenou quase outros tantos, matando três cães, deixando outros em perigo de vida.

Os podengos, apesar de serem uma espécie tipicamente portuguesa, animais inteligentes, destemido, dedicados e independentes, são dos mais desprezados, por preconceito e ignorância.

Não se sabe qual vai ser o destino dos animais raptados, dos quais apenas um apareceu até agora, mas teme-se o pior, até pelo nível de violência demonstrada pelos raptores.

As bestas que assim agiram contra esta associação merecem ser punidas com toda a severidade pois incorreram em vários crimes, desde a invasão e destruição de propriedade privada até ao crime contra os animais, tudo previsto na lei.

Será também importante que os rostos e os nomes dos criminosos sejam de todos conhecidos, para se evitar assim que tal gente se possa alguma vez cruzar no caminho dos cidadãos honestos deste concelho.

Enquanto se espera o esclarecimento cabal desse crime hediondo e que se faça justiça, é importante que se dê toda a publicidade a este acontecimento, como o fez a SIC na reportagem que abaixo reproduzimos.

Para os responsáveis pela APA e para com os seus dedicados voluntários enviamos o desejo solidário para que não esmoreçam na sua louvável missão. 

Sete cães envenenados em Torres Vedras (clicar para ver reportagem)

Entretanto está a decorrer uma petição para levar à justiça os criminosos:

sexta-feira, 8 de junho de 2012

QUE O EUROPEU DE FUTEBOL NÃO NOS DISTRAIA...



Tem hoje início o Europeu de Futebol.

Infelizmente, nos tempos que correm, não nos podemos alienar com espectáculos como o Futebol.

Antes de nos lançarmos no entusiasmo dos grandes jogos e no apoio à selecção portuguesa, nomeadamente no jogo contra a arrogante Alemanha, devemos colocar algumas interrogações.

Em primeiro lugar, sobre as terríveis notícias, nunca desmentidas até hoje, do autêntico massacre de cães e gatos vadios na Ucrânia. (… a propósito, adiram à petição para denunciar a situação AQUI).

Já se sabia que a Ucrânia não prima pela defesa dos Direitos Humanos, não se podendo por isso esperar que os políticos desse país demonstrem igual preocupação pelos Direitos dos Animais.

Seria bom que todos aproveitassem a visibilidade do evento para denunciar a situação.
Em segundo lugar devemo-nos questionar sobre os gastos exagerados deste tipo de eventos e todo o aproveitamento político e comercial  que gira à sua volta.

Parece-me de facto condenável todo o exibicionismo dos jogadores em tempo de crise, passeando-se arrogantemente em “ultra” topos de gamas ou vivendo no meio de luxos desmedidos, tudo isto em altura de crise.

Esperamos, por outro lado, que os jogadores, que funcionam como modelo para muita gente, se saibam comportar com fair play dentro e fora das quatro linhas, e não venham com as costumeiras desculpas da arbitragem e outras do género...

Em terceiro lugar, se o tempo de antena dispensado em época “normal” ao futebol já é um exagero (…ía dizer uma vergonha!), devemos condenar a quase exclusividade em época de crise que as nossas televisões dedicam ao acontecimento. 

Será bom que todos se mantenham em “alerta máxima” durante o Europeu, principalmente se a selecção portuguese avançar com bons resultados, porque estamos perante uma classe política desonesta que costuma aproveitar estas “distracções” para tomar medidas anti-sociais e contra os cidadãos, de que estes só se apercebem depois dos factos consumados.

Antigamente falava-se, algo exageradamente e com laivos de propaganda política,  dos três “F’s” do “Fascismo” português: Fátima, Fado e Futebol.

Hoje o Futebol tem uma exclusividade e um poder que ultrapassam todos os outros “F’s” e “esmagou” todos os outros desportos nacionais. 

Aliás, convém recordar que, a não ser a nível de equipas, embora cada vez mais raramente, a selecção portuguesa de futebol profissional nunca trouxe para Portugal qualquer troféu Europeu, Olímpico ou Mundial, ao contrário de muitos outros desportos. 

Contudo, os nossos campeões da Europa, Olímpicos ou Mundiais nunca mereceram a atenção e o carinho que é dispensado a qualquer jogador de futebol.

Qualquer boçalidade saída da boca de um dirigente futebolístico, uma transferência de jogador, uma lesão de pouca monta de um futebolista merece notícia de abertura, ou de "última hora" de um qualquer “telejornal”, enquanto um “qualquer” bom resultado a nível mundial noutro desporto é relegado para segundo plano, isto quando se dão “ao trabalho” de o anunciarem.

Se sairmos do mundo do desporto o contraste de tratamento á ainda mais escandaloso: cientistas, artistas, músicos, cineastas, escritores,… vão ganhando grande prémios internacionais, mas são poucos os jornalistas e os cidadãos que sabem soletrar os seu nomes, do mesmo modo como soletram o nome de qualquer jogador de futebol de segunda linha.

É caso para dizer que, com a atenção  e o carinho que recebem das elites dirigentes, da comunicação social e do público em geral, com os prémios e ordenados que recebem, com as facilidades de empréstimos financeiro  e fiscais dados aos clubes de futebol e aos jogadores, com a importância que lhes é dado, trazerem para Portugal um bom resultado não é um mero desejo, é uma obrigação para esses futebolistas e dirigentes do mundo do futebol.

Por isso, não me limito a desejar, mas a exigir um bom resultado à “equipa das Quinas”…

quarta-feira, 23 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

No Meio da Tragédia uma cena de ternura


Um cão guarda outro ferido e  que recupera forças depois de terem sobrevivido ao tsunami.
...uma lição de fidelidade e de amizade no meio da devastação.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ARTE OU DISPARA[R]TE?



Na sua edição desta quinzena, o Jornal de Letras, pela pena de Helder Macedo, retoma uma polémica que nos questiona, não só sobre os caminhos da arte actual, como sobre os limites da própria arte.
Retoma um acontecimento que teve lugar há pouco mais de dois anos, e que pessoalmente julgava morto e enterrado, pensando mesmo que não passava de um mito urbano.
Segundo Helder Macedo, um “artista conceptual recolheu um cão abandonado, atou-o a uma corda e deixou-o morrer lentamente de fome e de sede. Durante vários dias, o artista e os visitantes da galeria presenciaram a agonia do animal, que finalmente morreu”.
Resolvi investigar na internet e descobri várias notícias sobre o assunto.
Acontece que, de facto, aquela “performance” teve lugar e foi seu autor Guillermo Vargas, mais conhecido por Habacuc, “artista” nascido na Costa Rica em 18 de Setembro de 1975.
Ao que parece é muito famoso no seu país, ganhando agora fama mundial, e essa exposição, realizada em Agosto de 2007 em Manágua, capital da Nicarágua, foi a sua primeira mostra individual, intitulada “Natividade - la “Expósicion nº1”.
Habacuc explicou que essa “instalação” partiu da reacção à morte de uma indigente nicaraguense, de nome Natividad, que foi morto num bairro da capital da Costa Rica por dois rotweiller, perante a indiferença geral de quem passava, nomeadamente polícias e bombeiros.
Foi essa a fonte de inspiração para a realização da polémica instalação que constava da apresentação de um cão vadio, a quem ele chamou de Natividad, apanhado nas ruas da cidade por crianças pagas pelo “artista” entre os milhares de cães vadios que percorrem as ruas de Manágua.
Amarrado a uma corda, sem comida nem bebida num canto da galeria, esperando pela morte, o animal jazia prostrado sob uma frase escrita na parede com ração para cães onde se podia ler “eres lo que lees”.
Até aqui todas as fontes coincidem. Onde não existe acordo é quanto ao verdadeiro destino do cão.
Para uns, muitos mesmo, partindo de denuncias na blogosfera ou da responsável pela página de cultura do jornal nicaraguense La Prensa, o cão morreu mesmo, perante a indiferença generalizada do artista e dos visitantes.
Para outros, poucos, tudo não terá passado de uma encenação, já que o cão só permanecia no seu lugar da galeria durante três horas, sendo alimentado nos intervalos, tendo fugindo (fuga conveniente!) ao terceiro dia, do pátio onde ficava durante as pausas, como explicaram os responsáveis pela galeria.
A ambiguidade do próprio “artista” contribuiu para adensar o mistério, que atingiu proporções internacionais quando ele foi escolhido para representara o seu país na Bienal Centro Americana de Arte que se realizou nas Honduras em 2008.
Em declarações ao Nación, jornal da Costa Rica, Habacuc afirmou:
“Me reservo decir si es cierto o no que el perro murió. Lo importante para mí era la hipocresía de la gente: un animal así se convierte en foco de atención cuando lo pongo en un lugar blanco donde la gente va a ver arte pero no cuando está en la calle muerto de hambre. Igual pasó con Natividad Canda, la gente se sensibilizó con él hasta que se lo comieron los perros”.
Acrescentou ainda que os visitantes da sua exposição “Nadie llegó a liberar al perro ni le dio comida o llamó a la policía. Nadie hizo nada”. Esta afirmação foi desmentida por alguns visitantes que teriam apelado ao “artista” para libertara o cão, pedido que ele sempre recusou.
Ainda em declarações àquele jornal, questionado se chegou ou não a alimentar o animal, o “artista” negou-se a responder.
Interrogado porque motivo não utilizou outro “meio de expressão”, respondeu que recolhia o que via e que o “perro está más vivo que nunca porque sigue dando qué hablar”.
Foi então que várias associações de defesa dos animais fizeram circular uma petição contra a presença do “artista” naquela bienal, que terá recolhido, conforme as fontes, entre duas ou quatro milhões de assinaturas. Ironicamente o próprio Habacuc confessou ter assinado a petição.
Foi digno de se ver o esforço de muitos bloguistas, entre os quais alguns portugueses, apoiantes da “arte” de Habacuc, tentando desvalorizar essa petição (neste caso foram mais papistas que o próprio “artista”): “que os defensores dos animais não passam de uns fundamentalistas, cheios de fantasias da Disney sobre o pretenso sentimento dos animais”; “que o cão não terá sido morto, nem humilhado”; “que os dias passados naquela galeria até foram os melhores dias na vida do canídeo”; “que matar um cão ou uma aranha é tudo a mesma coisa, porque os animais não tem sentimentos”, “que, se o artista violou os direitos dos animais, todos os dias são violados direitos humanos”, etc…, etc…
Este último argumento, então, é de bradar aos céus. Mesmo que o cão não tenha morrido, é evidente, apenas com base nos factos minimamente comprovados e nas próprias declarações de Habacuc que o “artista” violou vários artigos da Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Registe-se que esse documento foi proclamado pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas, no dia 27 de Janeiro de 1978, quando o “artista” tinha três anos de idade, e posteriormente ratificada pela ONU, como se vê, organizações formadas por “perigosos e fundamentalistas defensores dos animais”.
Tentar desculpar a falta de respeito por esse documento com o argumento do não cumprimento de outro documento, o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é ridículo e intelectualmente criminoso.
Quanto aos argumentos que negam capacidades de sentimentos por parte dos animais, deviam ler com mais atenção Konrad Lorenz (que alguns chegam a citar) ou Desmond Morris. Argumentos parecidos foram usados por Hitler contra os judeus ou pelos racistas norte-americanos contra os direitos dos negros.
Houve até quem pusesse em causa se aquela instalação alguma vez existiu, que não teria passado de uma bem montada e urdida mistificação propagandística. Esta tese, contudo, acaba desmentida pelo próprio “artista” e pelos responsáveis pela galeria.
Segundo o jornal Mexicano El Universal, aberrações artísticas como esta existem muitas, à sombra de uma pretensa “Arte Conceptual” que serve de desculpa para tudo.
Eu próprio me recordo da polémica, há poucos anos atrás, provocada pelo facto de a Tate Modern negociar a compra das fezes de um “artista” conceptual italiano, que as tinha integrado numa sua instalação, ou de outro episódio ainda mais caricato, passado numa galeria da Figueira da Foz, provocado por uma agência de limpeza que, com excesso de zelo, teria recolhido para o lixo uma sanita partida que fazia parte de uma instalação aí exposta.A empresa de limpeza teve de pagar uma indemnização ao “artista”, provavelmente no valor de uma sanita nova.
À custa de quererem ser tão “modernos” e tão”conceptuias”, muitos artistas esquecem-se que os pressupostos dessa arte não são tão “contemporâneos” como isso, pois já estava tudo na atitude dos vanguardistas do início do século passado.
A célebre frase-ensaio de Marcel Duchamp (1887-1968), segundo a qual “será arte tudo que eu disser que é arte”, que justifica a tal “arte conceptual”, foi escrita há quase cem anos. De forma apressada muitos interpretaram-na à letra, sem perceberem a intenção critica e irónica dessa artista nos seus “ready-mades”, aplicado na sua obra mais conhecida, “Fonte”, de 1917, um urinol assinado por ele, descontextualizado das suas funções habituais.
Sou um apreciador da “arte conceptual” e admiro-a por ter aberto novas portas à arte contemporânea, mas reconheço que, à sombra da “arte conceptual” muitos “artistas”, com falta de arte e engenho, usando uma pretensa “provocação artística”, procuram a todo o custo os seus 15 minutos de fama (outra frase irónica que muitos levam a sério, esta com cerca de quarenta anos, da autoria de Andy Warhol).
Em último caso, tal pretensa provocação e as costas largas da arte conceptual tudo podem justificar. À luz dessa atitude, ainda vamos ouvir dizer que o Holocausto não passou de uma bem planeada performance, conceptualmente programada por um estudante de artes plástica, de seu nomo Adolfo.
Por mim faço desde já uma proposta “conceptual”. Caso o tal Habacuc venha expor os seus cães em Portugal, proponho que, num acto de pura provocação artística, se peçam de empréstimo à Tate as tais fezes artísticas, que com elas se barre o artista costa-riquenho, e, no final, se contrate a empresa de limpeza da Figueira da Foz para limpar tudo…

(Ver mais documentos, notícias e fotografias sobre esta situação no meu blogue A FORMA E A LUZ)

domingo, 4 de outubro de 2009

O ELO MAIS FRACO (no Dia Internacional dos Animais)

Comemora-se hoje o Dia Internacional dos Animais.

Se pensarmos nos milhões de crianças que morrem de fome todos os anos, a preocupação como os animais pode parecer desproporcionada.

Mas o modo como tratamos e olhamos os animais, principalmente aqueles que nos estão próximos do ponto de vista biológico, é apenas o ponto de partida para definirmos o modo como tratamos as crianças e os idosos e, num último patamar, os outros homens diferentes de nós e a própria humanidade.

Diz-me como tratas os animais, dir-te-ei como tratas as crianças, os idosos, as outras etnias e a própria humanidade.

O animal é “apenas” o elo mais fraco da desumanidade e do hedonismo que tanto marcam a contemporaneidade.

Não é por acaso que, num dos países que mais respeito se nutre pela liberdade, a Holanda, é também aquele onde mais se prima pela qualidade de vida animal.

Ao contrário de países como o nosso, onde é praticamente impossível dar um passo acompanhado por um animal de estimação, tal a quantidade de proibições e limitações, na Holanda os animais podem entrar em toda a parte, menos nos Museus, e mesmo nestes hà um espaço ou alguém para tomar conta deles.

Claro que, em contrapartida, raramente se esbarra com um “sujidade” feita pelos animais.

Civismo e liberdade andam de mãos dadas.

Em memória deste dia, mostramos aqui algumas fotografias, tiradas com poucas condições de luz, da famosa “Casa dos Gatos” de Amesterdão: