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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Os Cães de João Rendeiro


Li por aí (Ana Cristina Leonardo, na sua crónica de hoje do suplemento ípsilon) que, no casarão do fugitivo banqueiro João Rendeiro, (que roubava aos ricos para dar aos…ainda mais ricos), vivem três “pobres” cães, uma cadela yorkshire terrier, uma schnauzer e um rafeiro encontrado na rua.

Esses três canídeos pareciam ter sido bafejados pela sorte de viverem numa casa farta e espaçosa…a não ser que fossem meras “peças decorativas”, para mostrar a amigos ou afugentar indesejáveis, amarrados a uma casota ou presos num canil do quintal, sem autorização para frequentar o casarão da família dos multimilionários…ladrões!

Desconheço a história real dos animais e os seus dramas “pessoais”, mas fico a pensar que, nos “grandes” dramas humanos, a sorte desses companheiros de quatro patas é rapidamente esquecida, passando despercebida aos focos da comunicação social.

Não sei se as autoridades, quando prendem os criminosos em suas casas, têm a preocupação de resgatar e tratar dignamente os companheiros de quatro patas que aí habitam, alheados da natureza dos seus donos (e não é porque sofrem de alzheimer…), muitas vezes os únicos seres vivos honestos que as habitam, ou se, pelo contrário, os abandonam à sua sorte, como últimas vítimas inocentes dos actos criminosos dos seus donos.

Pode ser que algum vizinho do luxoso condomínio de Alcabideche, referido, porque sempre dá mais estatuto do que aquele topónimo que remete para a origem saloia do lugar, como “situado nos arredores de Cascais”, se condoía com o destino desses animais, para quem se previa um futuro risonho, mas agora ficam privados da companhia dos donos, um em fuga, outro em prisão preventiva.

É o que se chama “ver a vida a andar para trás” ou, como se costuma dizer, porque um cão não escolhe os donos que lhe canham na rifa, “até para ser cão é preciso ter sorte”!

...e esses, "pensando" que tinham tido sorte...tiveram azar!!!

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