Li por aí (Ana Cristina Leonardo, na sua crónica de hoje do suplemento ípsilon) que, no casarão do fugitivo banqueiro João Rendeiro, (que roubava aos ricos para dar aos…ainda mais ricos), vivem três “pobres” cães, uma cadela yorkshire terrier, uma schnauzer e um rafeiro encontrado na rua.
Esses três canídeos pareciam ter sido bafejados pela sorte de viverem
numa casa farta e espaçosa…a não ser que fossem meras “peças decorativas”, para
mostrar a amigos ou afugentar indesejáveis, amarrados a uma casota ou presos
num canil do quintal, sem autorização para frequentar o casarão da família dos
multimilionários…ladrões!
Desconheço a história real dos animais e os seus dramas “pessoais”, mas
fico a pensar que, nos “grandes” dramas humanos, a sorte desses companheiros de
quatro patas é rapidamente esquecida, passando despercebida aos focos da
comunicação social.
Não sei se as autoridades, quando prendem os criminosos em suas casas,
têm a preocupação de resgatar e tratar dignamente os companheiros de quatro
patas que aí habitam, alheados da natureza dos seus donos (e não é porque
sofrem de alzheimer…), muitas vezes os únicos seres vivos honestos que as habitam, ou se, pelo contrário, os abandonam à sua sorte, como
últimas vítimas inocentes dos actos criminosos dos seus donos.
Pode ser que algum vizinho do luxoso condomínio de Alcabideche,
referido, porque sempre dá mais estatuto do que aquele topónimo que remete para
a origem saloia do lugar, como “situado nos arredores de Cascais”, se condoía com
o destino desses animais, para quem se previa um futuro risonho, mas agora
ficam privados da companhia dos donos, um em fuga, outro em prisão preventiva.
É o que se chama “ver a vida a andar para trás” ou, como se costuma
dizer, porque um cão não escolhe os donos que lhe canham na rifa, “até para ser
cão é preciso ter sorte”!
...e esses, "pensando" que tinham tido sorte...tiveram azar!!!
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