Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta sacanas sem lei. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sacanas sem lei. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 26 de junho de 2025

NATO, Rutte e Oliveira da Figueira

 

(cartoon de Vasco Gargalo)

“No contexto atual da aposta no rearmamento desenfreado, que fará com que “a Europa pag[ue] em GRANDE, como deve” (nos termos da mensagem que o secretário-geral da NATO enviou a Trump), isto significa vender-nos “o medo como motor económico e, pior de tudo, é fazê-lo passar por uma boa ideia” (Marga Ferré, Público.es, 28.4.2025) e vendê-lo como catalisador da economia, ocultando ou relativizando o que desde o início só os mais descarados assumiram: “O Estado social europeu acabou” e, para pagar o rearmamento, haverá que cortar nas pensões de reforma, porque “não se pode pedir aos jovens que peguem em armas e [ao mesmo tempo] cuidar dos velhos num determinado estilo. Os governos terão de ser mais severos com os idosos”. Ora, como “as democracias ricas precisam de uma crise aguda para desencadear uma verdadeira mudança”, porque “é quase impossível convencer os eleitores a fazerem reformas drásticas enquanto o seu país não estiver a atravessar uma crise aguda” (Janan Ganesh, FinancialTimes, 7.3 e 2.1.2025), o que é preciso é criar essa crise.

“É aqui que entra o securitarismo. “Para criar medo, precisam de um monstro, de um Outro a odiar, de um inimigo ameaçador. Para os portadores do ódio belicista, esse Outro contra o qual se armam, esse inimigo aterrador (seja ele qual for, terrorismo fundamentalista, migrantes, Rússia, Irão, China…) tem um alcance muito vasto e é invulgarmente flexível” (M. Ferré)”.

[Manuel Loff, “Os frutos da política do medo”, in Público de 25 de Junho de 2025].

As duas frases acima transcritas, do artigo de Manuel Loff, resumem tudo o que se tem passado nos últimos dias nas chancelarias ocidentais e no politburo da União Europeia, culminando na vergonhosa bajulação a Trump na cimeira da NATO.

Por muito que nos prometam que os tão badalados gastos militares não vão corroer e destruir as estruturas do “estado social europeu”, é evidente que essa promessa é impossível de cumprir, tendo em conta a percentagem do PIB alocado à defesa. Sé em Portugal, já o sabemos, 2,1% corresponde a mil milhões de euros de gastos públicos anuais, que vão duplicar até aos 5% nos próximos anos, já se percebeu que esse valor não vai surgir do nada, vai implicar cortes, os do costume: pensões, salários, saúde, educação e  direitos sociais.

Ora, se tivermos em conta que o chamado “Estado Social Europeu” era a principal bandeira apresentada pela União Europeia que justificava a sua “superioridade civilizacional”, com a sua destruição ou enfraquecimento pouco restará desse projecto.

Sabemos que há décadas que os sectores financeiros, que dominam a burocracia europeia, procuram devorar em seu proveito o valor desse “Estado Social”, pelo menos desde os tempos da troika, projecto de “cativação” descaradamente e publicamente defendida pela actual responsável para área financeira da Comissão Europeia, a nossa bem conhecida “troikista” Maria Luís Albuquerque, coadjuvada nessa intensão por outra conhecida troikista, Christine Lagarde.

Para a mentira estar completa, também não falta outro conhecido troikista, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a confirmar a “necessidade” de destruir o “Estado Social” :” os cidadãos dos países-membros da NATO devem "aceitar fazer sacrifícios", como cortes nas suas pensões, na saúde e nos sistemas de segurança, para aumentar as despesas com a defesa e garantir a segurança a longo prazo na Europa”[afirmação proferida por Rutte no Parlamento Europeu em 12 de Dezembro de 2024], acrescentando: "Hoje apelo ao vosso apoio, a ação é urgente. Para proteger a nossa liberdade, a nossa prosperidade e o nosso modo de vida, os vossos políticos têm de ouvir as vossas vozes. Digam-lhes que aceitam fazer sacrifícios hoje para que possamos estar seguros amanhã" (in Líder da NATO pede aos europeus que "façam sacrifícios" para aumentar despesas com a defesa, na página da Euronews de 12.12.2024).

Essas afirmações são coerentes com a acção política desse troikista, enquanto primeiro-ministro da Holanda (1), de cujo governo fazia parte o nosso conhecido Dijsselbloem, que acusava os europeus do Sul de gastarem dinheiro em “copos e mulheres”.

Não se percebe, contudo, como é que se defende “a nossa liberdade, a nossa prosperidade e o nosso “modo de vida” cortando no Estado Social Europeu, já que tem sido este o principal pilar e o garante da nossa liberdade, prosperidade e “modo de vida” Europeu. Dizem que Rutte é formado em História, mas nunca deve ter lido Churchill que, quando, em plena 2ª Guerra , vendo-se obrigado a fazer duros cortes nas despesas, quando, numa reunião do seu gabinete, “alguém sugeriu que fossem feitas reduções significativas no orçamento da Cultura, Churchill recusou. O argumento: sem cultura "por que é que estamos a lutar?" (leia-se Jornal de Negócios, 30 de Janeiro de 2013).

O mesmo podemos dizer hoje para os defensores de cortes no “Estado Social”. Sem o pilara Social Europeu para que é que vamos lutar?.

Outro lado da moeda é o discurso do medo, também muito explorado pelo mesmo Rutte.

Ainda recentemente, numa deslocação a Portugal, alertava para o perigo de os russos invadirem Lisboa e, noutra ocasião, continuando a defender cortes no Estado Social, ameaçava quem o não fizesse que teria de aprender russo.

Aliás, sobre o “papão” militar russo o discurso é contraditório. Tanto se ridiculariza esse poder, “enfraquecido pelas sanções” e incapaz de controlar a Ucrânia, como se argumenta com a possibilidade de um ataque a um país da NATO nos próximos anos.

Nada aponta para que a Rússia, a menos que seja provocada, ataque um país da NATO, pois, se nem um país enfraquecido como a Ucrânia consegue controlar, sem ser à custa de imensas baixas e custos militares, muito menos teria condições para enfrentar directamente esses países. Aliás, o próprio Putin, surpreendido com a resistência ucraniana, há muito que se deve ter arrependido dessa invasão, embora não o admita.

O que se pretende com a subida do orçamento militar é, por um lado, salvar o sector automóvel europeu, convertendo-o no fabrico de armamento, por outro financiar a industria militar norte-americana, que enfrenta uma profunda crise, com ganhos para o sector financeiro que controla o politburo de Bruxelas.

E esse aumento da despesa militar, não se iludam, só pode ser conseguido à custa do “Estado Social Europeu” e, por arrasto, à custa “da nossa liberdade, da nossa prosperidade e do nosso modo de vida”.

Nos próximos tempos o nosso espaço político, público e comunicacional vai ser invadido por muitos candidatos a “Oliveiras da Figueira”, para nos vender e convencer a comprar toda a tralha armamentista.


(1)O “elucidativo” “currículo” de Rutte, segundo o perfil publicado na Wikipedia:

“Os seus principais objectivos [do governo holandês]  eram cortar a despesa pública, especialmente nos cuidados de saúde, e isentar as grandes empresas de um imposto sobre dividendos, mas mais tarde abandonou-o. Declarou também que "não haverá mais dinheiro para a Grécia" e comprometeu-se a descriminalizar a negação do Holocausto, embora também tenha renunciado a isso.

No contexto da pandemia de COVID-19, opôs-se a que a UE organizasse ajuda financeira aos países mais afectados, antes de aderir sob pressão dos seus aliados europeus.

O seu governo foi criticado em 2020 num relatório parlamentar, num escândalo de bem-estar. Determinados a combater possíveis fraudes, os serviços estatais retiraram benefícios às famílias que a eles tinham direito, enquanto que etnicamente traçavam o perfil dos beneficiários. Cerca de 26.000 famílias perderam injustamente estes benefícios entre 2011 e 2019, de acordo com o relatório, e em alguns casos tiveram de reembolsar os montantes recebidos. Enquanto a esquerda radical e os ambientalistas, alarmados pelos apelos dos pais, apelaram sem êxito a uma investigação já em 2014, os partidos no poder há muito que ignoram a questão. Políticos seniores, incluindo vários ministros em exercício, são acusados de terem optado por fazer vista grossa a disfunções de que tinham conhecimento”.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Mascarados…desmascarados…


Os piratas da agência de rating Moody´s andam preocupados com os “velhos” em Portugal e avisam que não sobem o rating do país sem se resolver esse “problema”….

Sinceramente gostava de conhecer o rosto do alarve de que escreve esse tipo de relatórios.

A Comissão Europeia anda preocupada com as “excelentes” condições dos trabalhadores portugueses e sugere que se facilite o desemprego….

O rosto destes alarves é conhecido…

Não há muito tempo, a banditagem do FMI preocupava-se com a “grande subida” do salário mínimo em Portugal….

O rosto emporcalhado desta gente vai dando excelentes caricaturas…

Gente que, sem máscara de Carnaval, usam todo o ano uma máscara de sacanagem engravatada e anda todo o ano a brincar com os cidadãos do mundo…

….talvez um dia apanhem com um “cocote” na fuça…e acabem “velhos”, desempregados e com salário de miséria… 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Dijsselbloem em cartoon´s - uma figura que só deixa saudades aos cartoonistas

O Homem que liderou de forma desastrosa o Eurogrupo, tendo contribuído para aumentar as divisões e as desigualdades entre os Europeus, vai finalmente sair de cena no próximo dia 13 de Janeiro.

Os holandeses já correram com esse racista  há muito tempo.

Por cá não deixa saudades e representou o pior que existe entre os burocratas de Bruxelas.

É caso para dizer..."adeus, até nunca mais".

Aqui se recorda a sua "acção", que quase conduziu à destruição do euro e da Europa e que tanto sofrimento causou em Portugal , numa recolha de cartoon´s, que retratam bem essa tenebrosa figurinha: 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O Regresso da "Múmia"!


Pensava que o Cavaco já se tinha reformado de vez e nos deixasse em paz com as suas intriguices.

Mas não, o homem está de volta, com um livro intitulado “Quinta-feira e Outros Dias”, aparentemente um título original de mais para o habitual cinzentismo do personagem.

Um leitor do jornal Público, no passado dia 14 de Fevereiro, explica-nos a origem de tão “original” título: o livro de poemas “Quinta-Feira e Outros Poemas”, de Miguel Franco (dramaturgo que viveu entre 1918 e 1988)

Numa nova versão do “nunca me engano e raramente tenho dúvidas , Cavaco explica ter desenvolvido um método de registo de “intervenções e conversas”, recorrendo a um bloco azul de folhas A5, desenvolvido nos seus “tempos de estudante universitátio” que “lhe permite (…) relatar fielmente o que se passou” (Público 12 de Fevereiro 2017).

Talvez por isso, como se interroga ironicamente o citado leitor do Público (Ademar da Costa da Póvoa do Varzim), talvez tenha sido aquele método que levou Cavaco a memorizar o título do livro de poemas que plagiou para o título da sua nova obra.

Enfim, mais um caso de mal disfarçado de plágio a que os políticos portugueses nos vão habituando.

Seja como for, eu, que gosto muito de livros, que, enquanto tive algum poder de compra, os adquiria vorazmente, houve, contudo,  sempre um tipo de livro, dos quais, mesmo oferecidos,  fugi como o diabo da cruz, memórias de gente cinzenta, principalmente se têm por autor nomes como “Cavaco Silva”.

 Por isso não vou dedicar à “obra” mais do que um ou dois cometários baseados nalguns “digest” filtrado pela imprensa.

Ao que parece a “obra” ,que será hoje editada,  debruça-se sobre os tempos da sua relação com José Sócrates.

É fácil, agora, bater no “morto”. Mas Cavaco nunca foi conhecido pela coragem, mas, pelo contrário,  como “alimentador” de tabus, movendo-se fantasmagoricamente pelos corredores do poder.

Recorda-nos o jornal Público de hoje alguns momentos da sua relação com o governo Sócrates, como os elogios que o pior presidente da nossa democracia teceu ao “ímpeto reformista de Sócrates”, durante o primeiro governo deste, o tal “ímpeto reformista” que teve como principais alvos os professores e os funcionários públicos e as negociatas que arruinaram o país.

Mais tarde, quando o barco já de afundava fez o que se espera sempre de personagens como Cavaco, tira o tapete a um Sócrates fragilizado e afirma, no discurso de tomada de posse do segundo governo de Sócrates, em 9 de Março de 2011, que não havia mais condições para sacrifícios.

Viu-se a sua “coerência” ,sobre essa afirmação, durante os anos seguintes, os do governo de Passos Coelho, quando assinou por baixo todas as “reformas estruturais” que nos sacrificaram  todos, isto é, o monstruoso aumento de impostos sobre a classe média, os cortes no ordenados e nas pensões, a destruição do já de si irrisório “Estado Social” português, o corte em direitos sociais  e a total submissão à Troika, deixando mesmo que se fosse “além da Troika”.

Espero que, depois de descer á cidade para lançar o seu lixo intelectual e debitar mais algumas alfinetadas cheias de lugares comuns, regresse calmamente ao seu covil para gozar a sua “merecida” reforma.

 

 

 

 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O lixo falacioso despejado pelas agências de rating


As malfadadas agências de rating voltam novamente a ser badaladas.

Pensava que estavam totalmente descreditadas, mas parece que continuam a existir entre nós devotos dessas agências de pirataria financeira.

Parece que essa gente continua a considerar Portugal como “lixo”, uma classificação humilhante  que, mais do que classificar os classificados, classifica os classificadores.

Todas elas elogiam o governo português pela estabilidade e até falam em “melhorias económicas”, “mais forte do que se previa” (Moody´s), mas preferem manter-nos no “lixo” financeiro que eles próprios promovem.

Ou melhor ainda, continuam a manter-nos no “lixo”…mas “com perspectiva estável”!!!! O que será isso de “lixo estável”????

E, mais grave, resolvem enviar recados sobre a composição do governo, como o fez a Moody´s.

Procurei na net as listas de classificação dadas por esses piratas financeiros e descobri algumas situações verdadeiramente caricatas e pouco abonatórias dos ratings vomitados por essa gente.

Se se percebe as classificações de topo, os chamados AAA e AA, o que se segue é uma lista totalmente disparatada.

Por exemplo, para a Stand & Pool ‘s, países como a Estónia, Letónia, Lituânia ou República Checa, ou, pior ainda, Marrocos, Arábia Saudita, Chile, Peru, Marrocos, Colômbia, Tailândia, Uruguai e   Índia, são menos “lixo” do que nós.

A fazerem-nos companhia no “lixo” estão a Rússia, o Azerbeijão, a Indonésia e a Bulgária!!!!

A Fitch não difere muito da anterior, nalguns casos com resultados ainda mais disparatados.

Para estes especuladores, a Arábia Saudita e o Chile até merecem nível A!!!

Menos “lixeira” do que Portugal são, para essa gente, o México, o Kazaquistão, o Azerbeijão, a Bulgária, a Colombia, a Hungria, a Índia, a Indonésia, Marrocos, Namíbia, Panamá, Peru, Filipinas, Roménia, Russia, Tailândia, Turquia e Uruguai.

Tão “lixo” como Portugal são a Costa Rica a Guatemala e a Macedónia.

A Moody’s vai no mesmo sentido.

Para estes especuladores, países como a Malásia, o México, a Arábia Saudita, a república Checa, a Estónia, Letónia e Lituânia, bem como o Botswana,  a Polónia e a Eslováquia conseguem o nível A!!!

Para estes predadores, são menos “lixo que Portugal, países como a Bulgária, a Colômbia, a Hungria, a India, a Indonésia, o Kazaquistão, o Panamá, as Filipinas, a Roménia, a África do Sul, a Tailândia e o Uruguai, enquanto o Azerbeijão, a Costa Rica, a Guatemala, Marrocos, Paraguai, Russia e Turquia nos fazem companhia na “lixeira”.

Com uma classificação menos escandalosa, mas por um caminho parecido, vai a lista a canadiana DBR, que dá um AA ao Chile e classifica como lixo, mas menos lixo que Portugal, o Brasil, a Colombia, a India, o México, a Turquia e o Uruguai…

Descobri, entretanto, que existem pelo menos mais três agências de rating “credenciadas”, uma japonesa e duas chinesas.

As chinesas conseguem ser tão ou mais disparatadas, nas suas classificações, do que as ocidentais.

A agência chinesa Dagong chega mesmo ao desplante de dar uma classificação AA à …Coreia do Norte, ao lado da Alemanha, da Austrália ou do Canadá!!!!(nesta agência Portugal está atrás da Argélia, da Bolívia, da Bulgária, da Colômbia, da Hungria e ao “nível” de uma Nigéria ou de uma Tunísia….!!!!).

A japonesa JCR parece a única que classifica os países com alguma lógica e, talvez por isso, Portugal surge com a classificação de A.

Parece-me perfeitamente disparatado que uma classificação do valor financeiro  e de classificação de investimento de um país não leve em linha de conta os Direitos Humanos e Socias em vigor nesses países, bem como a qualidade de vida e as desigualdades.

É esta a perspectiva do único “rating” credível, aquele que é emitido pela ONU, o chamado índice de desenvolvimento humano.

Neste, Portugal aparece na posição real, em 45º lugar, na “1ª divisão”, entre os classificados, os verdadeiros “AAA”, como países com “Desenvolvimento Muito Elevado”, no mínimo uma “divisão” à frente de muitos dos países que aquelas agências colocam à frente de Portugal.

Não é grave que um bando de especuladores anónimos usem um duvidoso critério para levarem a bom termo a sua tarefa de agiotas.

O grave é que sejam levados a sérios por políticos, economistas, jornalistas  e instituições que, com base naqueles duvidosos critérios classificativos, decidam sobre o destino de populações inteiras.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Regresso dos “Sacanas sem lei”



Não se pode falar propriamente de regresso, porque eles sempre têm andado por aí e este ano tem sido fértil na sua disseminação. Mas ao longo deste mês , o último de um ano trágico, eles têm voltado a ocupar, quer as primeiras páginas dos jornais, quer, noutros casos, o silêncio conveniente da mesma comunicação social.

Mas vamos a eles:

Por cá os representantes patronais têm-se comportado de modo miserável na concertação social, usando todas as munições da chantagem ao seu alcance para travarem um mísero aumento do salário mínimo (já por AQUI demonstrámos que qualquer ordenado inferior a 700 euros é um autêntico roubo…).

Essa posição está em linha com o comportamento da “sacanagem” do politburo de Bruxelas (Comissão Europeia, Eurogrupo, Eurofin, BCE….) em relação à Grécia. Depois de terem imposto um programa de austeridade que lançou 1/3 dos gregos para a miséria, resolveram elevar o nível de chantagem sobre aquele país, talvez como aviso ao resto da Europa, suspendendo as medidas de alívio da dívida, a propósito de duas medidas propostas no orçamento da Grécia. E quais são essas medidas? Pasme-se: restaurar o 13º mês para os reformados com pensões até os …615 euros, e adiar a subida do IVA nas ilhas do Mar Egeu que têm recebido os milhares de refugiados que fogem das guerras do Norte se África e do Médio Oriente. Aliás, esta última medida está em linha com toda a hipocrisia do politburo de Bruxelas em relação à situação dos refugiados que resultaram de conflitos alimentados, por omissão, irresponsabilidade ou intervenção de faco,  pela própria União Europeia (Iraque, Líbia, Síria, Egipto…).

Uma das organizações da troika que mais se tem empenhado na chantagem sobre a Grécia é o FMI, a mesma organização liderada por uma, sabe-se agora,  criminosa, condenada em França por, no mínimo, ter sido negligente num negócio que custou aos contribuintes franceses 400 milhões de euros, sendo contudo “perdoada” de cumprir pena de até um ano de prisão, apenas porque lidera aquela organização, a principal responsável pelo desastroso programa de austeridade na Grécia e noutros países da Europa.

Mas o ano que agora se aproxima arrisca-se a ser o ano dos “grandes sacanas sem lei”, com a Russia liderada por um homem com Putin, a Turquia com Erdogan, e, acima de todos, os Estados Unidos com a liderança de um Trump, secundados por uma enxame de “pequenos” mas perigosos “sacaninhas” (Orban na Hungria, Kacynski na Polónia, Maduro na Venezuela, Eduardo dos Santos em Angola, Assad na Síria, Duterte nas Filipinas, Kim Jong-un na Coreia do Norte, sem esquecer governos como o neo-fascista da Ucrânia ou os radicais e extremistas e/ou ditatoriais  de Israel, da Arábia Saudita,  da China,  do Egipto,  do Irão…). E a situação do próximo ano arrisca-se a ficar ainda pior, podendo acrescentar mais alguns “sacaninhas” à lista, com LePen em França à cabeça, e outros candidatos a “sacanas” do próximo ano nos países nórdicos e do leste e na própria Alemanha…

Mas o candidato mais provável a “super-sacana”, a pairar perigosamente sobre todos, é Donald Trump, que tem vindo a indicadr como seus “empregados” e conselheiros numa futura administração: um tal Bannon, responsável por um site de notícias falsas da extrema-direita, para conselheiro principal do presidente; um tal Flynn, general reformado, com negócios com Putin e Erdogan, para conselheiro da segurança nacional; um tal Tillerson, presidente de uma petrolífera, amigo de Putin, como secretário de estado; um tal general “Mad Dog” Mattis, defensor de um ataque armado ao Irão, um falcão do aparelho militar norte-americano, como secretário da Defesa e líder do Pentágono; um tal Session, racista declarado, que odeia imigrantes , para Procurador-Geral; um tal Steve Mnuchin, oriundo da “máfia” das Finanças, a Goldman Sachs, para secretário do tesouro; um tal Puzder, dono de uma cadeia de fast-food conhecida por violar legislação laboral e por tratar mal os seus trabalhadores, para secretário do Trabalho; um tal Carson, que defende a eliminação de verbas para os programas socias, para secretário da habitação; um tal Perry, que defende o total desregulamento da actividade petrolífera e defensor da energia nuclear, para secretário da energia; um tal Friedman , defensor da política agressiva do governo de Israel contra os palestinianos e da construção de mais colonatos judaicos na Cijordânia, para embaixador em Israel. Por último, a cereja no cimo do bolo,um tal Pruitt, um céptico das alterações climatéricas e critico de medidas de defesa ambiental tomadas por governos anteriores, para administrar a agência de protecção ambiental.

De facto, o ano que se aproxima anuncia-se como terreno fortemente competitivo para todo o tipo de “sacanas sem lei”…( e não falámos do ISIS, dos fanáticos “rebeldes” anti-Assad, da Al-Quaeda…mas esses estão par além da sacanisse, são bandidos e criminosos a soldo de muitos daqueles “sacanas” acima nomeados…)

 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O fanatismo populista

Fundamentalismo e populismo são as duas faces do fanatismo .
O Fundamentalismo anula qualquer possibilidade de diálogo ou de diálogo intelectual  e democrático com as suas teses, pois considera-se portador de toda a verdade e tem por objectivo impô-la por todos os meios, desde a mera boçalidade despejado nas redes socias aos métodos mais violentos, terroristas se necessário.
O Fundamentalismo é o “estado supremo” do fanatismo e está hoje espalhado um pouco por todo mundo, desde o mais “soft” fundamentalismo dos defensores da austeridade económico-social ao mais “hard” fundamentalismo dos terroristas islâmicos. Em comum, a imposição de um caminho único para ultrapassar a crise civilizacional dos nossos tempos.
O Fundamentalismo é o fascismo dos nossos dias.
O Populismo, por sua vez, é a face “legal” e “democrática” do fundamentalismo.
Ambas têm em comum a mesma visão simplista sobre a crise actual.
O populismo procura dividir para reinar: emigrantes contra “nacionais”, funcionários públicos contra trabalhadores no geral, classe média contra pobres, empregados contra desempregados, pensionistas contra jovens precários…
O populismo grita para impor as suas ideias e para que não se oiça mais nada à sua volta e aproveita-se das dificuldades diárias das populações para apresentar soluções fáceis para todos os problemas, seja acusando a “oposição” pelo dramático resultado das suas políticas irresponsáveis, com se passa na Venezuela, seja comparando o combate à criminalidade com o genocídio nazi, como o fez o cada vez mais perigoso presidente filipino.
A única boa notícia, uma folga para respirarmos, foi a derrota clamoroso do neo-fascista governante da Hungria no referendo onde tentou jogar o medo contra os refugiados.
Ao não conseguir que mais de 50% dos húngaros aderissem ao referendo, este perdeu qualquer validade e é uma primeira brecha que se abre no muro do quase ditador Hungaro.
Infelizmente esta é uma pequena vitória do bom senso e da democracia, num mundo povoado de “daesh”’s, de “grupos de Visegràd”,de  Putin’s, Le Pens’s, Assad’s, Netanyahu’s, Erdogan’s, Poroshenko’s, para além dos já citados Maduro’s, Duterte’s e Orban’s…já não falando no perigo real de a eles se poder vir a  juntar um Trump…
 
Ao pé dessa gente e do poder mundial que possuem, o paranoico líder norte-coreano Kim Jong-Un não passa de um ridículo cartoon…

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

E eu que pensava que pertencia à “Classe Média”!!!!


 
Economistas, comentadores, jornalistas e poliíticos neoliberais, burocratas do politburo de Bruxelas…toda essa gente, afinal,  andou estes últimos anos a enganar-me, a acusar-me de pertencer à "classe média" para me sacarem mais impostos, cortarem-me no ordenado e na pensão, retirarem-me direitos sociais, impedirem-me de aceder a benefícios sociais…porque "pertencia à classe média"...e, como não podiam sacar aos pobres, tinha de ser eu e os da minha “classe” a pagar a salvação dos bancos, a manutenção das pensões dos banqueiros e do prémios de “desempenho” dos seus accionistas e gestores, bem como os ordenados daquela gente.
Afinal, agora descobri, pelo discurso daqueles "gobelzinhos" de serviço à ideologia neoliberal, nomeados no início deste post, que a “classe média” tem rendimentos mínimos de 500 mil euros!!!!!.
Afinal, segundo esse critério, não pertenço à “classe média” , mas sou quase indigente !!!
Assim fico na dúvida se fui enganado por aquela gente quando necessitou de me sacar impostos e cortarem-me no rendimento com a desculpa  de que eu era um “privilegiado” da “classe média”, a viver "acima das minhas possibilidades", ou se agora, que a conversa já não lhes convém, a “classe média”, afinal, para essa mesma gente, são os “coitados” que usufruem um mísero rendimento de 500 mil euros!!!???...decidam-se!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

(Barroso, um nojo de politico):"Por Favor, não nos confundam com o sr. Barroso"

Durão Barroso tem vindo a comportar-se, na sua longa vida política, como o estereótipo de tudo aquilo que mais abominamos na vida política : o carreirismo e o oportunismo, para além do abuso da  paciência cívica dos cidadãos cumpridores e trabalhadores, ao tomar atitudes que atingiram negativa e dramaticamente a vida desses mesmos  cidadãos e contribuíram para desprestigiar uma instituição, como a União Europeia, que tanto sacrifício exigiu para ser construída.
Durão Barroso está ligado a alguns dos mais negros episódios da história recente, como a célebre cimeira das Lajes, que conduziu o mundo para o desastre actual, e o programa de austeridade imposto aos cidadãos trabalhadores e honestos da Europa para salvar  e manter o corrupto sistema financeiro europeu.
A sua incompetente passagem pela presidência da Comissão Europeia contribui igualmente para a decadência do projecto europeu e para o arrastar do criminoso processo dos refugiados.
Não é por isso de espantar a sua grande falta de escrúpulos em aceitar o emprego no mafioso grupo financeiro que dá pelo nome da Goldman Sachs.
O que é de espantar é a reacção do politburo de Bruxelas, nomeadamente do sr. Juncker, o sr. “Luxleaks”.
….gente eticamente corrupta que critica outro eticamente corrupto…tem mil anos de …corrupção ética!!!????

(Em baixo transcrevemos a notícia editada pelo "Diário de Notícias" de hoje):
 
"Trabalhadores públicos das instituições europeias esperam que Barroso "entenda que errou". Durão "vai trabalhar para o outro lado".
 
"Os funcionários europeus vieram demarcar-se do "gesto" de Durão Barroso ao aceitar um cargo no banco que consideram responsável pela crise que se abateu sobre a Europa. Em declarações ao DN, um dos funcionários do grupo informal que lançou uma petição para que o português perca todas as regalias do cargo que exerceu em Bruxelas pede "por favor" para não serem confundidos com o ex-presidente da Comissão Europeia.
 
"O que queremos é dizer às pessoas, por favor, não pensem que somos todos como o nosso ex-presidente. Já chega sofrermos pela má reputação do trabalho que se faz em Bruxelas. Somos acusados de trabalhar para os grandes grupos ou para os lobistas, mas também temos pensamento próprio e também somos cidadãos europeus e consideramos que há coisas que não podem ser feitas", considera o funcionário da Comissão.
 
"O grupo que junta "trabalhadores públicos de todas as instituições europeias" espera que "Barroso entenda que errou ou que o Goldman Sachs perceba que talvez não seja bom [contratar] essa pessoa que tem sido amplamente denunciada".
 
"Numa carta enviada ontem ao atual presidente da Comissão Europeia, Durão alega que levantar "questões de integridade" sobre a sua contratação para o Goldman Sachs são "afirmações sem fundamento e completamente sem mérito" e, além do mais, "são discriminatórias" contra ele e "contra o Goldman Sachs, uma firma regulada que opera no mercado interno".
 
"Porém, os funcionários dizem--se "chocados" e consideram que "o gesto de Durão Barroso é uma traição aos interesses europeus e às instituições europeias".
 
"Estamos profundamente chocados com esta mudança e com este desejo em particular de trabalhar para um banco privado internacional, que esteve no centro da crise do subprime que, na realidade, levou centenas de milhares de milhões de cidadãos europeus a ter problemas económicos e sociais", afirma o funcionário que, sob anonimato, aceitou falar com o DN.
 
"Saber que o homem que foi nosso presidente durante dez anos e por quem nós demos plenamente o nosso trabalho vai agora trabalhar para o outro lado... não podemos aceitar", afirma o funcionário da Comissão, acrescentando que "o Goldman Sachs tem sido o inimigo do bem-estar europeu e da construção europeia".
 
"Barroso defende-se das acusações dizendo que, do ponto de vista legal, foi "extremamente cuidadoso para assegurar o estrito cumprimento das regras da Comissão", quando aceitou o contrato. "Fui para o Goldman Sachs 20 meses após o fim do meu mandato, um período que excede o alargado período de nojo de 18 meses (antes 12 meses) instituído por mim durante a minha presidência", escreve o antigo presidente da Comissão.
 
"No entanto, os funcionários esperam que "o relatório do comité de ética", lançado pelo presidente Jean--Claude Juncker, no âmbito deste caso, se traduza na "conclusão de que algumas medidas têm de ser adotadas contra o senhor Barroso".
 
"Rangel ataca Juncker
 
Já o PSD continua a sua defesa do seu ex-líder, em Portugal e na Europa. O vice-presidente do Partido Popular Europeu Paulo Rangel defendeu ontem que não se pode transformar a ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs numa "questão política" e que a Comissão Europeia não pode "ter estados de alma, tem de se restringir às leis".
 
"Num ataque à comissão de Junker, Rangel denuncia uma "perseguição pessoal" e uma "fulanização" que é igualmente uma "discriminação", pois "já vimos episódios destes com Mário Monti, com Romano Prodi, com Neelie Kroes e com outros e que após um período de nojo foram para atividades privadas e, nalguns casos, na mesma empresa em que está Durão Barroso e não houve nenhuma destas reações".
 
"Rangel acusa Juncker de estar a ceder aos "populismos de extrema-direita e de extrema-esquerda" e a alimentar "telenovelas" que só servem interesses de "partidos como o da senhora Le Pen ou como o Bloco de Esquerda".
 
"O eurodeputado do PSD alerta também para uma "coincidência muito infeliz de timings". Rangel denuncia que o apoio público manifestado pelo chefe de gabinete de Juncker a uma eventual candidatura de Georgieva coincide com a tentativa de "enfraquecer uma candidatura portuguesa [à ONU], que é neste momento a mais forte".
 
"Para Rangel, a Comissão Europeia "tomou a iniciativa de encorajar uma candidatura da senhora Georgieva e na mesma semana existe a tentativa de procurar apoucar a imagem de um português que teve, até agora, o cargo internacional mais relevante nas vésperas de outro português ter outro."

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Erdogan e a sua noite das facas longas


Confesso que quando comecei a acompanhar nas televisões o desenrolar da tentativa de golpe militar na Turquia, e perante a aparente desorientação dos militares golpistas, me recordei do “nosso” 25 de Novembro de 1975:

- Militares descontentes vinham para rua e eram de imediato dominados. No caso português, com o tempo,  percebeu-se que tinham caído numa armadilha e que estavam isolados, mesmo em relação aos sectores políticos de onde esperavam apoio e que, do lado dos vencedores, apenas se esperava um pretexto para agir a anular os sectores militares “esquerdistas” que impediam a “normalização” democrática.

Contudo, com o desenrolar dos acontecimentos do passado 15 de Julho, na Turquia, aquela comparação já não fazia sentido.

De facto, estávamos perante uma situação bem mais trágica e a comparação, se é possível fazê-la, era cada vez mais uma “repetição”, em circunstâncias e moldes diferentes, da célebre “Noite das Facas Longas” levada a cabo por Hitler em 1934.

Chegado recentemente ao poder, entalado entre a crescente influência das SA de Rohms, que pretendiam aprofundar a “revolução” nazi, e o desejo do presidente Hindenburg e do exército de “normalizar” a situação de agitação política que se vivia na Alemanha, Hiltler preparou uma forma de eliminar os sectores mais radicais do nazismo.

Foi assim que Hitler e os seus mais próximos colaboradores atraíram as SA a uma armadilha, forjando uma reunião das forças de Rohm, que davam a idéia de um golpe de estado em preparação contra o novo regime nazi, idéia que foi usada pela propaganda, liderada por Goebbels, como pretexto à “limpeza” que se seguiu.

Com o pretexto de que Rohm e outros líderes nazis que contestavam a “normalização” institucional do governo de Hitler preparavam uma tentativa de insurreição, apoiada pelo estrangeiro, Hitler iniciou uma profunda purga no próprio partido, ao mesmo tempo que reforçava a autoridade das SS e controlava o impulso “revolucionário” das SA.

Aproveitando a situação e o apoio do exército e do presidente Hindenburgo, Hitler alargou a purga a vários sectores da sociedade, eliminando outros rivais de sempre, como Grege Stasser, o fundador do partido nazi, mas alargando a “purga” a outros sectores, dos social-democratas aos comunistas, passando mesmo por sectores católicos.

O “golpe de Estado” das SA teve lugar na noite de 30 de Junho para 1 de Julho de 1934, mas, dias antes, veio a saber-se mais tarde, a 26 de Junho,  Goering e Himmler  haviam elaborado, a pedido de Hiler, uma lista de “inimigos” de Hitler e do partido nazi a eliminar e prender depois do “golpe”.

O efeito de tudo isso foi o reforço do poder de Hitler e o apoio, até aí hesitante, do presidente Hindenburgo, do exército, dos grandes industrias e do poder financeiro ao nazismo, com as consequências conhecidas.

Voltando à Turquia, o único aspecto positivo do malogrado golpe militar é o facto de provar que, pelo menos nos próximos tempos, já não há lugar para golpes de estado contra regimes apesar de tudo ainda “democráticos” (mesmo se uma democracia muito restrita).

Tudo o resto são más notícias.

É má noticia a hesitação do Ocidente, quer na condenação ao golpe (contrastando com a reacção que tiveram na Ucrânia), quer, posteriormente, na reacção ao oportunismo de Erdogan que procura usar o efeito da sua vitória para perseguir inimigos políticos e purgar o exército e o aparelho de Estado, aumentando o seu poder pessoal.

Por exemplo, é patética a recção da União Europeia, onde a comissária Frederica Mogherine fez o papel de “tótó”-mor, “ameaçando” a Turquia de não poder entrar na União Europeia. “ameaça” à qual o neo-ditador Erdogan respondeu mostrando que se está a “marimbar” para a União Europeia.

Só os burocratas do politburo de Bruxelas ainda acreditam que o projecto europeu, naquilo em que ele se transformou nas últimas duas décadas, cativa ou entusiasma seja quem for.

Se há alguém que está em condições de ameaçar a moribunda União Europeia é o próprio Erdogan, usando a “arma dos refugiados” e o seu “apoio” (embora velado e indirecto) ao “Estado Islâmico” (não terá sido por acaso que a primeira acção militar do exército turco após o golpe tenha sido um ataque aos curdos, os únicos que têm combatido eficazmente o Daesh).

A única ameaça que podia ter efeito sobre Erdogan era a das sanções económicas e militares, nomeadamente ameaçando-o com a retirada do país da NATO, se não respeitar a democracia, a liberdade e os direitos humanos.

Infelizmente existem muitos interesses financeiros e políticos do lado ocidental que temem incomodar, a não ser com a retórica balofa do costume, o novo “quase”-ditador da Turquia, uma má notícia para os sectores democráticos, laicos e liberais da Turquia mas também para a Europa no geral.

Apenas o Daesh se deve estar a rir disto tudo…                                                                                            

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Nice : Mais um dia de terror - Seria bom que não nos habituássemos.


O que aconteceu ontem em Nice não pode começar a ser encarado como algo normal nas nossas vidas. Tal seria dar a vitória de mão beijada aos inimigos declarados da humanidade, como o são os monstros do Daesh ( mas não são os únicos).

De cada vez que um ataque terrorista acontece, na Europa ou em qualquer outro lugar do mundo, devemos começar a  formular muitas perguntas:

- Qual a origem desta gente e deste ódio?

- Quem criou Bin Laden e o terrorismo islâmico?

- Quem destruiu os equilíbrios do Médio Oriente, com a invasão do Iraque e a destruição da Líbia e da Síria?

- Quem agravou as tensões internacionais retirando influência à ONU?

- Quem alimentou regimes como os da Arábia Saudita ou da Turquia que financiam e armam, directa ou indirectamente, o terrorismo islâmico?

- Quem foi condescendente com a forma como os palestinianos têm sido tratados por Israel?

- Quem atirou populações inteiras para ghettos na periferia das grandes cidades europeias?

- Quem arma e financia essa gente e a sua propaganda?

-Quem faz do terrorismo um espectáculo que reforça essa propaganda?

- Quem, no ocidente, beneficia politicamente com o terror?

- Porque é que um ocidental morto por um terrorista “vale” mais que um africano ou um asiático morto nas mesmas circunstâncias?

Encontrar respostas para essas perguntas e  encontrar soluções para as respostas é meio caminho andado para combater o Daesh e o terrorismo que ele fomenta.

Talvez por isso não se encontre solução, pois as respostas põem em causa muita gente e muitos interesses ocidentais, muitos dos quais repetem, descaradamente, a sua “condenação” desses vis atentados, mas são responsáveis pelas atitudes, políticas, culturais, sociais, económicas e  financeiras que fomentam actos tão bárbaros.

Aos cidadãos resta não deixarem que estes actos se tornem um hábito, procurando responder àquelas questões e apontando o dedo aos responsáveis…

terça-feira, 12 de julho de 2016

Contra o Politburo de Bruxelas Marchar!!! Marchar!!! (…ou…Portugal e a Europa precisam de um Éder para quebrar a arrogância de Dijsselbloem, Dombrovskis, Schauble e Moscovici).


Eu sei que esta frase cheira a patriotismo barato e ingénuo.
Eu sei que os arrogantes que mandam nisto tudo não se comovem com a miséria alheia.
Eu sei que esses intolerantes líderes não eleitos, que se comportam como qualquer ditador de pacotilha, com a única diferença de que (ainda) não têm poder para prender ninguém, mas com poder para se vingarem, assaltando o bolso dos cidadãos dos países que contestam as suas medidas cegas ou ameaçando-os com mais medidas de austeridade, sem respeitarem a vontade democraticamente manifestada de procurar alternativas à desesperança do caminho único por eles imposto, atirando cada vez mais cidadãos desesperados para os braços da extrema-direita e do populismo radicalmente euroceptico e xenófobo (mas isso não os preocupa muito, pois têm sempre o seu futuro garantido, pois  a ditadura e a demagogia é o ambiente onde melhor se movem e, se acontecer a cada vez mais previsível desgraça política que se avizinha, terão um lugar reservado nessa “Nova Ordem Europeia”), não se vão desviar uma linha do seu programa neoliberal de destruir os direitos socias dos europeus.
Eu sei que não serve de nada argumentar contra esses fanfarrões bem pagos, nem explicar que  a aplicação de sanções em Portugal é o reconhecimento do falhanço do próprio remédio que eles impuseram ao país.
Eu sei que bater nos mais fracos e  é apanágio dos fanfarrões, que assim procuram descarregar a sua frustração perante o Brexit e desviar as atenções para as suas responsabilidades, quer na crise financeira, quer na crise humanitária dos refugiados que devia envergonhar qualquer líder político europeu.
Eu sei que isto não serve de nada, é uma opinião contra a maré arrasadora dos fazedores de opinião pública, os gobelzinhos e “acompanhantes de luxo” do ideário austeritário do Politburo de Bruxelas.
Eu sei que, “no fim ganha a Alemanha”.
Mas também se dizia isso no futebol e a selecção Alemã nem à final conseguiu chegar.
E a equipa pelo qual os alemães torciam, a França ( também neste caso... a França...era a França!!!) e que tinha todas as forças a seu favor, foi derrotada de forma limpa, mesmo quando não jogaram de forma limpa, destruindo o melhor trunfo dos portugueses.
 
Eu sei que tudo isto pode roçar a demagogia, mas essa é aúnica linguagem que essa gente fala e compreende..
Mas, talvez um dia lhes apareça pela frente ( dos arrogantes, altivos e bem pagos Dijsselbloem, Dombrovskis, Schauble e Moscovici, entre tantos outros...) um Éder que os remeta para o lugar de onde nunca deviam ter saído, o caixote do lixo da História…

sexta-feira, 8 de julho de 2016

SEM COMENTÁRIOS (ou talvez sim...) : Durão Barroso vai ser presidente não-executivo do Goldman Sachs em Londres

 
...talvez dê cabo de vez dessas sangue-sugas da alta finança...é que  homem tem uma longa experiência a dar cabo da União Europeia!!!
 
Outra ventagem é estar longe de Portugal..
..e estando em Londres talvez se lembrem dele e do apoio que deu à guerra no Iraque e o juntem ao Tony Blair no julgamento de crimes de guerra...

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Volta “Tony”, NÃO estás perdoado!!


Foi um dos maiores bluff´s da política internacional, criador da chamada “terceira via” que, em Portugal, teve comoo principal seguidor, José Sócrates.

Foi o primeiro de uma geração de políticos europeus, ditos “modernos”. “cosmopolitas”, mas que acabaram, todos, abrindo caminho ao desastre que se vive da Europa e no Mundo.

Sonhou “espalhar” a “democracia” e a “liberdade” pelo mundo, através do poder das armas.

Ao seu lado estiveram políticos como Bush, Barroso e Aznar que lançaram o Médio Oriente no caos com as consequências que todos conhecemos.

Blair continua a defender-se, argumentando que o Iraque “está melhor sem Saddam” (!!!). Mas essa mentira é desmentida pelos próprios iraquianos que então  saudaram a queda do ditador, como Khadim, “o iraquiano que odiava Saddam e deu em 2003 o primeiro golpe na estátua do ditador derrubada em Bagdad” e que hoje , diz  “de forma lapidar à BBC: “Saddam foi-se, mas agora temos mil Saddams.” Bush imaginava um “efeito dominó” de democracias, mas foi o contrário disso que ele (ajudado por Blair) legou ao mundo” (in Público on-line).

Com a divulgação, ontem , ao fim de sete anos de investigação, do inquérito que condena Blair, está aberta a porta para o condenar, a ele e aos políticos que o apoiaram (Bush, Barroso e Aznar e muitos outros), por crimes de guerra contar a humanidade. Pelo menos é isso que as associações dos familiares mortos no Iraque, na Grã-Bretanha, estão apostados em fazer.

Nisso o excelente filme de Roman Polanski, de 2010,  “O Escritor Fantasma”, era premonitório, uma metáfora sobre Blair, aqui transformado em "Lang":

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Schäuble, um dos “monstro” que devora a Europa, portando-se como elefante em loja de porcelanas!


Já cá faltava este.
De irresponsabilidade em irresponsabilidade os líderes europeus vão lançando todos os dias mais achas na grande fogueira em que se transformou a União Europeia.
No mesmo dia em que vários políticos com responsabilidade na União Europeia lançaram uma campanha para apoiar a independência da Escócia ( contra a qual os mesmos se manifestavam fanaticamente apenas há uns meses atrás), apenas para chatear os ingleses, dando argumentos aos que defendem a independência da Catalunha, da Flandres, da Lombardia e de tantas outras, o sr. Schäuble, o todo poderoso e arrogante ministro das finanças alemão, não tem nada mais para se entreter do que ameaçar, veladamente ou não, os portugueses com mais e pior austeridade.
 
O principal efeito dessas declarações, mal ou bem interpretadas, não se fez esperar: os juros da dívida pública portuguesa subiram de imediato. Tivessemos verdadeiro jornalismo e já se estava a investigar quem lucrou financeiramente com a “irresponsabilidade” dessas afirmações (de certeza que lá encontrariam muitos bancos alemães e amigos do dito senhor).
 
O mínimo que se deve exigir a esse monstro que tanto tem contribuído para desmantelar o espírito europeu, é um pedido de desculpas a Portugal.
Por outro lado, em Portugal, o embaixador da Alemanha devia ser de imediato chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para prestar explicações e para se exigir um pedido de desculpas pelas consequências financeiras dessas declarações.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Patético e Repugnante

Foi patética e repugnante a atitude de Eduardo Catroga, apanhado ontem pelas câmaras da SIC Notícias a "lamber as botas" ao primeiro-ministro, a pressioná-lo para se reunir como os accionistas da EDP e a oferecer os seus préstimos, como homem de "visão", não "partidária".

O homem parecia uma mosca tonta à volta de António Costa, que se mostrava deveras incomodado com a triste cena do homem.

Apenas o Jornal de Negócios se refere hoje, AQUI, na sua edição on-line, àquela triste cena.

terça-feira, 19 de abril de 2016

"Parlamento" brasileiro : um "circo" romano liderado por um mafioso

Seja qual for a opinião que se tenha sobre a presidente do Brasil ou sobre a corrupção que envolve o seu governo,foi uma vergonha de se ver o que se passou na Câmara dos deputados do Brasil.

Chegou-se ao ponto de elogiar os torturadores da ditadura militar brasileira.

Mas o mais grave é que quem lidera esse "parlamento" e conduziu o triste espectáculo que vimos este fim-de-semana foi um dos homens mais corruptos do Brasil, Eduardo Cunha.

O retrato desse mafioso à brasileira é retratado pelo jornalista do Público Félix Ribeiro, no artigo "Dilma foi tramada por um "gangster", que pode ser lido na edição de hoje desse jornal.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

DRAGHI, O MALCRIADO

Quando nos convidam para a casa de alguém, ainda por cima com viagem e almoço pagos, vamos procurar ouvir o que nos têm para dizer e comentar o que nos pedirem, não vamos publicar nas redes sociais reparos, com bocas indirectas e deselegantes, sobre a disposição, o estilo ou arrumação dos móveis da casa do nosso hóspede.

Mas, em sentido metafórico, foi isto que Draghi veio fazer a Portugal, onde se deslocou a convite do Presidente da República, para assistir ao primeiro Conselho de Estado e inteirar-se in-loco da situação económica e social de Portugal.

A idéia de trazer os burocratas não-eleitos da União Europeia, os "donos disto tudo", para se confrontarem com a realidade dramática dos resultados das decisões que eles tomaram na sombra dos seus gabinetes e dos chorudos e milionários salários que recebem pela função, parece-se interessante.

Mas para resultar era preciso que o convidado fosse uma pessoa tolerante, aberta de espírito e liberal, o que não foi o caso.

O homem entrou em Portugal com uma série de idéias feitas e saiu na mesma, enviando recados em todas as direcções.

O sr. Draghi, assim que pôde, não se conteve e teve de lançar umas bocas indirectas exigindo mais "reformas estruturais" e elogiando o desastre social provocado pela intervenção em Portugal da "sua" troika.

Confesso que já não posso ouvir falar em "reformas estruturais", não que eu não ache que a Europa não precisa de reformas.

Só que o que eu acho que são as reformas estruturais necessárias não são as mesmas que essa gente apregoa.

Para mim as reformas estruturais passam pela democratização e transparências das decisões das instituições europeias, pela submissão do poder financeiro ao poder políticos, económico e social, e pela tomada de decisões que melhorem a vida dos cidadãos, protegendo-os do corrupto sistema financeiro europeu e mundial.

Mas para essa gente, Draghis, Constâncios e Cª, quando falam de "reformas estruturais" falam de cortes em salários e pensões, mais impostos sobre empresas produtivas e trabalhadores, mais cortes nos direitos sociais, para facilitar a vida ao corrupto sistema financeiro (os tais "mercados") que lhes paga os chorudos ordenados.

Foi pena o sr. Graghi não ter aproveitado a ocasião para tentar perceber melhor o mau resultado social das "reformas estruturais" que impôs aos portugueses e, já agora, para esclarecer o papel da instituição que dirige no caso BANIF, que vai custar ao cidadãos deste país mais uns milhares de milhões de euros, saidos directamante dos nossos bolsos..

É caso para dizer: para além de arrogante, intolerante, socialmente desumano, o sr. Draghi também é... MALCRIADO!!!!


segunda-feira, 7 de março de 2016

Porque é que o novo emprego de Maria Luís Albuquerque é eticamente repugnante.


A comunicação social designa o novo emprego de Maria Luis Albuquerque como “polémico”.

Se houvesse coragem e independência nessa mesma comunicação social para designar as coisas pelos nomes, devia intitular a atitude da ex-ministra como “eticamente repugnante”.

A atitude da ex-ministra das finanças é eticamente repugnante porque ela é uma ex-ministra das finanças, cargo que ocupava até há três meses atrás, que passou cerca de três anos a lidar com a alta finança, a banca e a dívida e agora aceita um emprego numa empresa financeira que está ligada à alta finança, à banca e à dívida e que teve actividade relacionada com decisões tomadas pela ex-ministra enquanto exerceu o cargo.

A atitude da ex-ministra é eticamente repugnante porque, a mesma, agora como deputada, e exercendo este cargo em exclusividade (foi esta a notícia que ouvi), aceita agora um cargo fora do parlamento, onde vai receber quase o dobro daquilo que recebe como deputada, acumulando os dois vencimentos .

A atitude da ex-ministra de Passos Coelho é eticamente repugnante por tratar-se de alguém que, junto de instituições europeias e na execução das políticas que praticou enquanto ministra das finanças, sempre defendeu e praticou a austeridade fundada nos cortes salariais e nas pensões, na critica ao aumento do salário mínimo, na defesa do aumento das horas de trabalho, com o argumento de os portugueses andarem  a viver “acima das suas possibilidades”, e que agora vai receber um ordenado de cerca de cinco mil euros mensais, para trabalhar apenas 2 a 4 dias por mês, trabalho que vai ser mais passeio pago a Londres que trabalho.

Tudo isto cheira a pagamento de favores, tendo em conta a forma mafiosa como funciona a maior parte das agências e instituições financeiras europeias, pelo que se exige uma rigorosa investigação sobre a ligação entre  as decisões que tomou enquanto ministra das finanças e a actividade da empresa para onde ela agora vai “trabalhar”.

Maria Luís Albuquerque vai receber cinco mil euros por mês na Arrow Global - Economia - TSF Rádio Notícias (clicar para ler).