Não se pode falar propriamente de regresso, porque eles sempre têm
andado por aí e este ano tem sido fértil na sua disseminação. Mas ao longo
deste mês , o último de um ano trágico, eles têm voltado a ocupar, quer as
primeiras páginas dos jornais, quer, noutros casos, o silêncio conveniente da
mesma comunicação social.
Mas vamos a eles:
Por cá os representantes patronais têm-se comportado de modo miserável
na concertação social, usando todas as munições da chantagem ao seu alcance
para travarem um mísero aumento do salário mínimo (já por AQUI demonstrámos que
qualquer ordenado inferior a 700 euros é um autêntico roubo…).
Essa posição está em linha com o comportamento da “sacanagem” do
politburo de Bruxelas (Comissão Europeia, Eurogrupo, Eurofin, BCE….) em relação
à Grécia. Depois de terem imposto um programa de austeridade que lançou 1/3 dos
gregos para a miséria, resolveram elevar o nível de chantagem sobre aquele
país, talvez como aviso ao resto da Europa, suspendendo as medidas de alívio da
dívida, a propósito de duas medidas propostas no orçamento da Grécia. E quais
são essas medidas? Pasme-se: restaurar o 13º mês para os reformados com pensões
até os …615 euros, e adiar a subida do IVA nas ilhas do Mar Egeu que têm
recebido os milhares de refugiados que fogem das guerras do Norte se África e do
Médio Oriente. Aliás, esta última medida está em linha com toda a hipocrisia do
politburo de Bruxelas em relação à situação dos refugiados que resultaram de
conflitos alimentados, por omissão, irresponsabilidade ou intervenção de faco, pela própria União Europeia (Iraque, Líbia,
Síria, Egipto…).
Uma das organizações da troika que mais se tem empenhado na chantagem
sobre a Grécia é o FMI, a mesma organização liderada por uma, sabe-se agora, criminosa, condenada em França por, no mínimo,
ter sido negligente num negócio que custou aos contribuintes franceses 400 milhões
de euros, sendo contudo “perdoada” de cumprir pena de até um ano de prisão,
apenas porque lidera aquela organização, a principal responsável pelo
desastroso programa de austeridade na Grécia e noutros países da Europa.
Mas o ano que agora se aproxima arrisca-se a ser o ano dos “grandes
sacanas sem lei”, com a Russia liderada por um homem com Putin, a Turquia com
Erdogan, e, acima de todos, os Estados Unidos com a liderança de um Trump,
secundados por uma enxame de “pequenos” mas perigosos “sacaninhas” (Orban na
Hungria, Kacynski na Polónia, Maduro na Venezuela, Eduardo dos Santos em
Angola, Assad na Síria, Duterte nas Filipinas, Kim Jong-un na Coreia do Norte,
sem esquecer governos como o neo-fascista da Ucrânia ou os radicais e
extremistas e/ou ditatoriais de Israel,
da Arábia Saudita, da China, do Egipto, do Irão…). E a situação do próximo ano arrisca-se
a ficar ainda pior, podendo acrescentar mais alguns “sacaninhas” à lista, com
LePen em França à cabeça, e outros candidatos a “sacanas” do próximo ano nos
países nórdicos e do leste e na própria Alemanha…
Mas o candidato mais provável a “super-sacana”, a pairar perigosamente
sobre todos, é Donald Trump, que tem vindo a indicadr como seus “empregados” e
conselheiros numa futura administração: um tal Bannon, responsável por um site
de notícias falsas da extrema-direita, para conselheiro principal do presidente;
um tal Flynn, general reformado, com negócios com Putin e Erdogan, para
conselheiro da segurança nacional; um tal Tillerson, presidente de uma petrolífera,
amigo de Putin, como secretário de estado; um tal general “Mad Dog” Mattis,
defensor de um ataque armado ao Irão, um falcão do aparelho militar
norte-americano, como secretário da Defesa e líder do Pentágono; um tal Session,
racista declarado, que odeia imigrantes , para Procurador-Geral; um tal Steve
Mnuchin, oriundo da “máfia” das Finanças, a Goldman Sachs, para secretário do
tesouro; um tal Puzder, dono de uma cadeia de fast-food conhecida por violar
legislação laboral e por tratar mal os seus trabalhadores, para secretário do
Trabalho; um tal Carson, que defende a eliminação de verbas para os programas
socias, para secretário da habitação; um tal Perry, que defende o total
desregulamento da actividade petrolífera e defensor da energia nuclear, para secretário
da energia; um tal Friedman , defensor da política agressiva do governo de
Israel contra os palestinianos e da construção de mais colonatos judaicos na
Cijordânia, para embaixador em Israel. Por último, a cereja no cimo do bolo,um
tal Pruitt, um céptico das alterações climatéricas e critico de medidas de
defesa ambiental tomadas por governos anteriores, para administrar a agência de
protecção ambiental.
De facto, o ano que se aproxima anuncia-se como terreno fortemente competitivo
para todo o tipo de “sacanas sem lei”…( e não falámos do ISIS, dos fanáticos “rebeldes”
anti-Assad, da Al-Quaeda…mas esses estão par além da sacanisse, são bandidos e
criminosos a soldo de muitos daqueles “sacanas” acima nomeados…)
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