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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Venezuela: quem agir primeiro ganha…perdem os venezuelanos



Como se viu nas manifestações deste fim-de-semana, a situação venezuelana chegou a um impasse.

Existe uma divisão profunda na sociedade desse país provocada pele falta de alternativas credíveis quer à corrupção e incompetência de Maduro, quer à irresponsabilidade e incoerência de Guaidó.

Na rua, o chavismo vai perdendo força, mas ainda tem uma capacidade de mobilização considerável, enquanto a oposição vai ganhando terreno, se bem que a mobilização do dia 2 de Fevereiro tenha sido inferior à de 23 de Janeiro.

A forma como ambos os contendores têm usado a Constituição também não abona nada a favor de qualquer dos lados.

Para a oposição, a Constituição (do tempo de Chavez) serve quando ganham eleições, como aconteceu nas últimas eleições para o Parlamento, mas não serve quando Maduro ganhou as primeiras presidências às quais concorreu, e serve agora outra vez para justificar a aclamação de um presidente interino.

Para o chavismo a Constituição serviu para dissolver uma assembleia legitima e convocar uma fantochada eleitoral para eleger um desacreditada Assembleia Constituinte.

Dividida está também a comunidade internacional, com a Rússia e a China, entre outros, a apoiar Maduro, para preservar a influência que ganharam e o controle do petróleo do país, enquanto Trump procura recuperar o controle do petróleo daquele país, desacreditando as intenções da oposição, com o seu apoio a Guaidó, com quem combinou telefonicamente a acção da oposição, enviando um especialista em golpes de Estado violentos na América Latina ( cada vez mais “o quintal” dos Estados Unidos) para "ajudar" Guaidó .

A União Europeia caminha mais uma vez para, de forma irresponsável,  ajudar à festa norte-americana, tal como fez na ex-Jugoslávia, no Iraque, na Líbia, na Síria e na Ucrânia, com os resultados conhecidos.

A possibilidade de diálogo e conciliação, que implicará sempre o afastamento de Maduro e eleições livres para a presidência e para o Parlamento, onde concorram em igualdade todos os lados em confronto, avançando com uma ajuda humanitária urgente a toda a população, sob controle da ONU, da Igreja e de ONG’s credíveis, esboroa-se a cada hora que passa.

Maduro continua irredutível, e oferece soluções de eleições e diálogo desde que se mantenha no poder, e a oposição revela o sectarismo e intolerância de sempre recusando qualquer diálogo.

Para resolver o  impasse da situação, avizinha-se  cada vez mais uma saída sangrenta, onde o primeiro a avançar ganha, perdendo a credibilidade e a legitimidade que cada um exibe até ao momento.

Ou Maduro avança e vai provocar um banho de sangue, seguido de perseguições em massa, levando, eventualmente, a um sangrento golpe de Estado, à invasão do país pelos países vizinhos com o apoio norte-americano  e a uma consequente Guerra Civil, ou avança a oposição, conjunturalmente unida, mas com lideres que têm agendas diferentes, iniciando um processo de caça aos chavistas, com apoio militar dos Estados Unidos,  do Brasil e da Colômbia, seguindo-se uma Guerra Civil sangrenta que, pode durar mais ou menos ou se pode alargar aos países vizinhos, dependendo muito da reacção da Rússia e da China.

No meio de tudo isto a União Europeia, que podia ter um papel activo na solução do problema, sai mais uma vez mal na fotografia, deixando o protagonismo para os Estados Unidos, a China e a Rússia.

O que é um facto é que as vozes do diálogo, da tolerância e da conciliação (com destaque para a ONU e a Igreja), estão cada vez mais isoladas devido à incompetência e intolerância dos dois lados, num mundo governado por crápulas como Trump, Bolsonaro, Putin, Erdogan ou Jinping…

Esperam-se tempos negros para os venezuelanos e, provavelmente, para os povos latino-americanos e, a prazo, para o resto do Mundo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Venezuela : Nem Maduro nem Guaidó.



Não nutro, nem nunca nutri, qualquer ilusão sobre o triste destino da chamada “Revolução Bolivariana”, iniciada por Chavez em 1999, ano em que chegou ao poder, muito graças ao descrédito de um regime democrático corrupto e incapaz de combater a pobreza e a desigualdade.

Nos primeiros dez anos de governo, o chavismo tirou da pobreza e do analfabetismo milhões de venezuelanos, mas essa melhoria revelou-se estruturalmente débil, muito dependente das variações do preço do petróleo.

Quando Chavez morreu em 2013 e foi substituído por Maduro, já o chavismo tinha iniciado o seu percurso descendente a caminho do desastre social em que o país se encontra hoje mergulhado, minado pela corrupção e pela desorganização generalizada da economia.

A incompetência, a irresponsabilidade e a retórica demagógica de Maduro só contribuíram para agravar a situação, agravada pela existência de uma oposição dividida, e tão irresponsável e demagógica como Maduro.

Em 2013 Maduro ganhou as eleições, embora por uma pequena margem de diferença em relação ao seu adversário.

A oposição não reconheceu a vitória de Maduro, iniciando um período de violentas manifestações de rua que continuam até aos nossos dias.

Em 2015, contudo, essa mesma oposição, com base na mesma Constituição e no mesmo processo eleitoral que tinha dado a vitória a Maduro, ganhou a maioria no parlamento, sem questionar, desta vez o resultado. Pelo contrário, Maduro apressou-se, então, em reconhecer a derrota.

De forma irresponsável, em vez de ter enfrentado Maduro nas eleições de 2018, eleições das quais teria saído vencedora, a oposição resolveu boicota-las,enquanto  parte dos líderes da oposição estavam  presos.

Maduro voltou a ser eleito, com mais de 6 milhões de votos, num total de 9 milhões de votantes (quase 80% dos eleitores foram às urnas disputadas por três candidatos).

Aproveitando-se da incompetência da oposição, Maduro aproveitou a oportunidade para, de forma demagógica e irresponsável, violar a Constituição de 1999, retirar poderes ao parlamento e convocar uma fantochada eleitoral que levou à formação de um parlamento ilegal, e paralelo ao parlamento legitimo, chamado de Assembleia Constituinte, que visa criar uma nova Constituição, que substituía a de Chavez, aumentando o poder da presidência e permitindo a recandidatura de Maduro a um terceiro mandato.

Pelo meio de tanta irresponsabilidade de parte a parte, a Venezuela caiu numa crise económica e social profunda, a pobreza, que tinha diminuído drasticamente no inicio do chavismo, atingiu níveis nunca vistos na história da Venezuela e milhões de venezuelanos tiveram de fugir do país.

As sanções económicas impostas por  alguns países e o boicote dos grandes empresários contribuíram igualmente para agravar a situação da maior parte da população.

No meio do caos surgiu agora um novo demagogo ,que,  aproveitando-se da situação desesperada da população e da própria conjuntura internacional, se proclamou presidente interino.

Resumindo e concluindo:

- Maduro, em eleições manipuladas, pela ausência forçada, nuns casos, irresponsável, noutros, dos mais fortes candidatos da oposição, foi eleito presidente de forma que, sendo legal, é moralmente ilegítima;

- A Assembleia Constituinte, esmagadoramente dominada por apoiantes de Maduro, é toda ela ilegítima;

- O Parlamento, embora em final de mandato e desfalcado dos apoiantes de Maduro que dele faziam parte, é de facto o único órgão politico ainda com alguma legitimidade, mas que se deixou enredar na demagogia irresponsável de alguns líderes da oposição;

- O auto-proclamado presidente  Gauidó, abrindo um grave precedente para justificar qualquer situação idêntica que se passe pelo mundo fora, dando força a que outros sigam o exemplo de se auto-proclamarem presidentes perante um qualquer gigantesca manifestação de rua, uma atitude de legitimidade duvidosa, teve  o condão de alertar para a grave situação da Venezuela

Saída para a situação?

A ideal seria o diálogo entre as partes  e a convocação de Eleições Parlamentares no mais curto espaço de tempo e novas eleições presidenciais num prazo mais dilatado, talvez de um ano.

Para isso era necessário que vivêssemos numa era de consensos e diálogo nas relações internacionais e onde o ONU tivesse peso, o que não acontece na actualidade

Infelizmente não existem condições para esse diálogo, aliás já afastado pela oposição.

Assim, o que se previsivelmente se  vai passar é uma das seguintes situações (ou um pouco de todas elas):

- Um banho de sangue perpetrado  por Maduro contra a oposição:

- Um golpe de Estado sangrento, à Pinochet, depondo Maduro;

- Uma guerra Civil igualmente sangrenta.

Pobre povo venezuelano tão irresponsavelmente liderado e com um “alternativa” na oposição igualmente tão irresponsável e demagógica, que se tornou o joguete de obscuros interesses económicos e financeiros e da arrogância incompetente das principais lideranças internacionais.

Se a oposição é mal acompanhada por Trump ou Bolsonaro, Maduro está acompanhado por outros facínoras, como Putin ou Edrogan.

Entretanto a União Europeia, que podia surgir como força de diálogo,  vai seguir quem os interesses financeiros ordenarem que siga, dando mais uma vez tiros nos pés, como fez no Iraque, no Médio Oriente, no Norte de África, na Ucrânia, na Turquia ou na Rússia, talvez para tentar fazer esquecer os seus próprios “Maduros” (na Hungria, na Polónia e noutros países do leste).

Por sua vez, neste como noutros casos, a  preocupação da comunicação social não é esclarecer a verdade mas tomar partido, apresentar uma "realidade" a preto e branco, de "bons" contra "maus", e a  preocupação dos líderes mundiais não é a defesa dos Direitos Humanos, da liberdade e da Democracia, mas apenas os interesses estratégicos e políticos da agenda de cada um e os servir os grandes interesses financeiros ligados à actividade petrolífera e que especula com a dívida da Venezuela.

Pobre povo da Venezuela que, mais uma vez, e como tem acontecido noutros pontos do mundo, não tem o destino nas suas mãos.

Por tudo isso, é de temer o pior.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Haddad não é Lula, nem Lula é Maduro.




Na grande mentira em que se tornou a campanha eleitoral brasileira, deixou de haver tempo para pensar.

Entre o chorrilho de mentiras da campanha histérica, a destilar ódio, de Bolsonaro e dos seus apoiantes, com muitos seguidores em Portugal, vem aquela de misturar tudo no mesmo saco.

Se Haddad é do PT logo é corrupto, porque Lula está preso, com acusações, no mínimo ridículas ou que fariam corar de vergonha qualquer juiz europeu.

Claro que não ponho as mãos no lume pela inocência de Lula ou do PT.

Sabe-se que o PT só pode governar porque teve de fazer cedências aos “establishement” financeiro e económico brasileiro, para, em  troca, tentar combater as gritantes desigualdades sociais que explicavam o descalabro social brasileiro.

Quem o empurrou para essas cedências foram figuras como Fernando Henriques Cardoso que, agora, cobardemente, se escondem na “neurtralidade” para deixar passar Bolsonaro.

Cedendo a essa gente, Lula deixou rabos de palha que acabaram por lhe ser fatais, num país habituado a funcionar na base da corrupção financeira e económica. 

Mas, mesmo assim, o tipo de acusações que apresentam e que o levaram à prisão são ridículas.

Pior ainda foi a destituição de Dilma, há dois anos, após outros dois anos em que a impediram de governar, destituição que foi conduzida por criminosos que acabaram na prisão ainda mais depressa do que Lula e com acusações bem mais graves e fundamentadas, nunca tendo conseguido encontra algo contra ela, a não ser o facto de terem maioria nos “parlamentos” e terem votado os seu afastamento, por razões meramente politicas, antes de irem quase todos presos.

Que há corrupção no Brasil, há. Que essa corrupção atingiu em força o PT, é verdade.

Mas ela atingiu o PT e todos os partidos e toda classe politica, e vinha muito detrás, e mesmo o “impoluto”  Bolsonaro e os seus apoiantes mais directos têm contas a prestar à justiça.

Só que a justiça está politizada de tal maneira, com muitos dos juízes mais conhecidos a apoiar directa ou indirectamente Bolsonaro, que este e os seu apoiantes nunca vão ser acusados, muito menos se, como tudo parece indicar, Bolsonaro se tornar o próximo presidente do Brasil.

Seja como for, esteja Lula inocente ou não, em relação a Haddad não existe nenhuma acusação de fraude, a não ser em “fake news” do costume, logo, por aí, Haddad não é Lula.

E Haddad também não é Lula do ponto de vista politico, já que representa a ala mais moderada do PT, algo que, em termos europeus, andaria próximo do centro-esquerda, nada da “extrema-esquerda” de que o acusam os fanáticos intolerantes  e ignorantes de lá e de cá.

Mas, por outro lado, nem Lula nem Haddad são Maduro, outra mentira que tentam colar ao PT e aos seus líderes.

De facto, durante os governos de Lula e os primeiros tempos de Dilma, ao contrário do que aconteceu na Venezuela de Maduro, o Brasil conheceu um dos seus períodos de maior prosperidade, enriquecimento e desenvolvimento.

Também ao contrário de Maduro, e apesar das pressões da ala mais radical do PT, Lula recusou-se a alterar a Constituição para se perpetuar no poder.

Aliás, se à comparação a fazer, não é entre Haddad e Maduro, mas entre Maduro e Bolsonaro. 

Se há alguém tão demagógico, tão extremista, tão incompetente e irresponsável como Maduro é Bolsonaro.

E, sim, é com Bolsonaro, e não com Haddad, que o Brasil se vai tornar uma nova Venezuela.

Tudo descarrilou quando Dilma foi impedida de governar, sendo toda a sua acção sabotada por um Congresso e um Senado dominados pela direita e por corruptos, hoje quase todos na prisão, sendo destituída e seguindo-se dois anos de governo Temer.

Assim, nos últimos quatro anos, a sociedade brasileira conheceu um retrocesso que fez o país regressar à violência, à miséria e à desigualdade que tinha recuado nos tempos de Lula.

Hoje dá jeito aos fanáticos fanfarrões que estão por detrás de Bolsonaro misturar tudo, e colar o PT à realidade actual, que teve origem nestes últimos quatro anos de desgovernação, que tanto jeito deram ao crescimento do “fenómeno” Bolsonaro.

Pode-se ou não gostar de Haddad ou do PT.

Deve-se combater a corrupção (mas também a partidarização da justiça).

Mas Haddad não é igual a Lula e, muito menos, a Maduro.

E, não, não está em causa uma luta entre extremos, mas uma luta entre um candidato do centro-esquerda, Haddad, que respeita a democracia, e sem maioria no senado e no congresso, que o controlará nos seus excessos, e um candidato da extrema-direita, Bolsonaro, que controla a maioria do senado e do congresso, que já disse preferir a ditadura à democracia e que elogia e fomenta o ódio e a violência como forma de governar…o resto é (má) conversa!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Venezuela : à fantochada “madurista” oposição responde com uma caricatura de referendo.



Nicólas Maduro, com a sua irresponsabilidade e a sua postura tragicamente caricatural,  tem vindo a desbaratar o pouco de “positivo” que herdou do chavismo e tem conduzido o país para um desfecho trágico e sangrento.

Mas o grande drama da Venezuela e do povo venezuelano é a falta de alternativa e de credibilidade na oposição.

Dominada por alguns arruaceiros, da mesma estripe de Maduro, tão caricatos ou ridículos como este, que têm recusado qualquer tentativa de resolução pacífica da grave situação venezuelana, como, por exemplo, a oferta que o Papa Francisco fez para mediar o conflito, têm beneficiado de alguma condescendência da comunicação social.

Aliás, que credibilidade pode merecer essa oposição, que entrou em desobediência civil em 2013, quando Capriles perdeu as eleições presidenciais para Maduro, com uma pequena diferença, de 500 mil votos, num universo de quase 20 milhões de eleitores, com o pretexto de  as considera fraudulentas e ilegítimas e, dois anos depois, ganhando as eleições para o parlamento com uma diferença de quase 2 milhões votos em relação ao partido de Maduro, eleições realizadas nas mesma condições que as anteriores, já considerou este resultado legítimo? Aceitamos a democracia conforme o resultado que nos convém? Neste e noutros aspectos essa oposição merece tanta credibilidade como as diatribes de Maduro!!!!

Uma das mais recentes atitudes caricatas dessa oposição foi andarem a apelar à libertação de um dos seus líderes, alegando a sua saúde frágil, provocada por maus tratos na prisão, e esse mesmo líder, libertado recentemente, se bem que em prisão domiciliária, vir apresentar-se publicamente perante os seus apoiantes com o aspecto de quem saiu de um ginásio…

Claro que uma das razões para se condenar Maduro é a existência de dezenas de presos políticos, situação denunciada por várias organizações independentes, como a Amnistia Internacional, situação inadmissível em qualquer regime político.

Mas a atitude da oposição, ao confundir verdade com propaganda política, só contribui para se desacreditar e para desacreditar a justeza de muitas das suas criticas ao regime “chavista”.

Uma outra situação de mera propaganda, prende-se com a verdadeira identificação dos muitos mortos que se têm registado nos violentos confrontos de rua. Nem todos os mortos têm sido provocados pelas forças policias e paramilitares do regime: Alguns dos assassinatos mais violentos têm como vítimas apoiantes de Maduro.

Claro que a responsabilidade politica pelos crimes, seja qual for a sua origem, cabe a quem detém o poder, ou seja, a Maduro, e por isso, este terá um dia de responder por esses crimes.

Este fim-de-semana a oposição acabou mais uma vez por dar um tiro no pé.

Organizando uma caricatura de referendo (cuja manipulação não é muito diferente da que Maduro prepara para a inadmissível e antidemocrática   convocação da Assembleia Nacional Constituinte), como aliás todos vimos nas televisões  de ontem, com gente a colocar as cruzes nos boletins de voto à vista de todos, sem privacidade, e com as “assembleias de voto” a exibir e a indicar explicitamente o sentido de voto, esta conseguiu atrair menos de metade dos eleitores, apenas os que estão ao lado da oposição.

“Votaram” no “referendo” menos quase 500 mil do que aqueles que votaram na oposição a Maduro em 2015 e destes aprovaram as pretensões da oposição cerca de 6 milhões e 400 mil.

Recorde-se que Maduro ganhou as presidenciais de 2013 com 7, 5 milhões de votos, com Capriles a conseguir 7,3 milhões, e que nas eleições para o Parlamento a oposição obteve 7,7 milhões de votos, batendo o Partido de Maduro, que obteve 5,5 milhões de votos.

Ou seja… a montanha vai parir um rato e o impasse vai continuar, com todos os custos socias e económicos que têm vindo a aumentar o drama da vida dos venezuelanos.

A única solução era a realização de eleições verdadeiramente democráticas para o Parlamento e para a Presidência. Mas isso nenhum dos lados quer, e uma solução democrática e institucional para a tragédia venezuelana parece cada vez mais afastada, por irresponsabilidade de ambas as partes, conduzindo cada vez mais a Venezuela para um desfecho trágico, uma ditadura militar ou uma guerra civil…

terça-feira, 30 de maio de 2017

Nem Temer, nem Maduro!!!


No Brasil o presidente Temer enfrenta uma contestação em crescendo, motivada, não só pela forma antidemocrática como se apossou do poder e pela destruição sistemáticas das medidas de carácter social levadas a cabo pelos  seus antecessores, mas também pela forma como, sem legitimidade, procura impor um programa neoliberal de destruição do muito que no Brasil  se conseguiu conquistar em desenvolvimento humano nos últimos anos.

A agravar toda essa situação, vê-se agora envolvido num esquema de corrupção, ele que chegou ao poder em nome da luta contra a corrupção.

Por ironia da história, quase todos os que destituíram a presidente Dilma estão agora a contas com a justiça, enquanto, até ao momento, nada se conseguiu provar contra ela.

Se Temer se mantiver por muito tempo, o Brasil caminha para o descalabro económico e social e voltará à situação onde estava antes da chegada do Partido Trabalhista ao poder, se bem que este partido não tenha conseguido fugir ao generalizado esquema de corrupção em que vive a classe política brasileira.

Nos antípodas da família política de Temer, também o presidente da Venezuela, Maduro, está a conduzir o país para a um beco sem saída, agravando as condições de vida dos venezuelanos e sendo incapaz de propor uma saída política para a crise.

Com a sua irresponsabilidade, Maduro arrisca-se a destruir, não só o país, mas também as políticas sociais, algumas bastante positivas, levadas a cabo pelo seu antecessor, embora Chávez fosse outro populista irresponsável.

A Venezuela corre o risco de, depois de afastar Maduro, acabar por deitar fora “o bébé com a àgua do banho”, até porque a alternativa ao candidato a ditador não é muito mais credível do que ele.

Se houvesse dúvidas sobre a política desastrosa de Maduro, bastava consultar os últimos dados daquele país sobre a mortalidade infantil (AQUI), publicadas pelo próprio governo da Venezuela, um índice que não falha  quando queremos fazer um julgamento objectivo sobre as políticas socias levadas a cabo pelos governos dum país, pois classificam o bem-estar social da sua população.

Por isso é caso para dizer:

Fora Temer e Fora Maduro!!!