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terça-feira, 29 de abril de 2025

O DIA DA RÁDIO, ou, “Onde estavas no 28 de Abril?”


Sou fã da rádio como meio de comunicação, desde que me lembro.

Foi a ouvir rádio que descobri que havia mundo para além da minha casa.

Um gosto minoritário, mas que ontem se tornou “viral”, como agora se diz.

Ficou provado que, no tão apregoado “Kit de sobrevivência”,  só interessa recorrer ao analógico, desde o rádio de pilhas, às pilhas, passando pelo fogão a gaz, fogareiros e lamparinas  a petróleo (como os velhos candeeiro Hipólito), velas, fósforos e isqueiros, máquinas fotográficas de rolo…e já agora algum dinheiro “vivo” no bolso.

Ligados ao mundo por um velho rádio a pilhas, veio-nos à memória outros momentos em que a rádio era o único meio de seguir acontecimentos em directo, como aconteceu no 25 de Abril.

Acrescente-se a isto o jornalismo de excelência da estatal Antena 1.

Quem só agora descobriu esse canal radiofónico, aconselho a segui-lo ao longo do dia, descobrindo aí não só a reportagem, o directo e a opinião que, fugindo à cassete dos “grandes” canais televisivos, é exemplo de liberdade de informação, de  rigor informativo e pluralismo.

As gerações mais novas não se vão esquecer tão cedo deste dia e, principalmente, do conforto que foi seguir nesse meio “antiquado” e várias vezes acusado de “absoleto” no mundo da “alta tecnologia” digital que nos domina, as únicas notícias lhe chegavam.

Quando um dia lhes perguntarem, “onde estavas no 28 de Abril”, provavelmente a primeira resposta que lhes vai ocorrer é “ a seguir as notícias pelo velho rádio a pilhas do meu pai (ou avô)”.

Ontem foi mais um extraordinário DIA DA RÁDIO.

terça-feira, 3 de março de 2020

O Fim de "O Fio da Meada" na Antena 1

Somos da geração da "rádio", hábito que mantenho regularmente.

Até hoje, a Antena 1 era uma companhia de referência.

Infelizmente, apesar de bater aos pontos o panorama desse meio de comunicação, esta semana, ela, a Antena 1, e nós, ouvintes mais ou menos atentos, ficámos todos mais pobres.

Uma decisão ignorante da uma qualquer anónima Direcção de programação decidiu antecipar o fim de um conjunto de rubricas intituladas "O Fio da Meada".

Era um dos momentos altos da comunicação da palavra, ajudando-nos a reflectir sobre o mundo que nos cerca, um mundo cada vez mais perigoso, intolerante e liderado por  ignorantes.

Com o fim dessas crónicas radiofónicas é a ignorância que ganha terreno.

A actual série era para terminar apenas em Julho, mas a actual direcção de programação dessa rádio resolveu acabar com um iniciativa da direcção de informação, antecipando a data prevista para o seu encerramento.

Ao que parece, a independência e a irreverência dos cronistas, terá incomodado algum "poderoso".

Esta última série contava com as reflexões sempre actuais e pertinentes de Paulo Alves Guerra, Rui Cardoso Martins, Patrícia Portela, Joel Neto e Alexandra Lucas Coelho, a quem coube a despedida de "O Fio da Meada".

Alexandra Lucas Coelho despediu-se com uma interessante crónica, reflectindo sobre a "diminuição da palavra", sobre um mundo onde  "a palavra vale cada vez menos", dominado pelos "influenciadores" do Youtube, que se gabam de não ler um livro, ou pelo Istagram, que tornou o facebook numa "rede velha", e onde a palavra conta muito pouco.

Vale a pena "perder" 3 minutos para ouvir essa crónica de despedida de Alexandra Lucas Coelho:

O Fio da Meada: A gente continua, em algum lugar. A última crónica do Fio da Meada com assinatura de Alexandra Lucas Coelho - (Série de Crónicas matinais na Antena 1)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Comemorar a Rádio.



Hoje é o dia Mundial da Rádio.

Ao contrário do vaticinado, a rádio ainda continua a ser uma grande companhia.

É no rádio que ouço as primeiras notícias do dia.

É “a” Rádio que me acompanha nas viagens, curtas e longas.

É “a” Rádio que me dá a conhecer a voz de muita gente, conhecida e desconhecida.

É “a” Rádio que me recorda as musica da minha vida e me dá a conhecer as novas correntes.

Um rádio aceso permite-se trabalhar, sem me distrair com o ruido das imagens, e acompanhar o mundo, nas suas mais variadas facetas. É como um comboio, mais humano que um automóvel.  

Muito das minhas memórias estão ligadas ao rádio.

Ainda me recordo de seguir de madrugada, quando era miúdo, os relatos dos jogos de hóquei em patins  e de futebol, muitas vezes realizados de madrugada em países distantes, debaixo dos lençóis, às escondida dos meus pais.

Foi escutando clandestinamente as emissões da BBC em português que tomava conhecimento do mundo sem censura.

Foi pela rádio que acompanhei, minuto a minuto, esse dia “claro e límpido” que foi o 25 de Abril e tantos outros acontecimentos.

Tive ainda o privilégio de ter participado no movimento das “rádios piratas”, aprendendo muito e fazendo grande amigos.

Ainda hoje a rádio continua a ser mais rápido a divulgar as últimas notícias.

É na rádio que trabalham os melhores jornalistas e se formaram os melhores jornalistas, mesmo que muito a tenham abandonado pela televisão.

Ao contrário do vaticinado, não foi o vídeo que acabou com os “radio star”, porque a rádio sobrevive e o vídeo já passou à história…

Estou convencido que as primeiras noticias de outras vidas no universo nos vão chegar primeiro pelas ondas da rádio.

E estou também convencido que, depois do Mundo acabar, as ondas da rádio vão sobreviver e vai ser o que resta da memória da existência da nossa espécie.

Saudemos este dia, hoje e sempre.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Juntos por Todos, um espectáculo solidário

 
 
 Foi o momento alto da noite de ontem.
"Juntos por Todos" reuniu 25 músicos numa noite solidária, para lembrar e apoiar as vítimas do fogo de Pedrogão Grande.
Uma espécie de Live Aid português, onde desfilaram os principais nomes da música portuguesa, alguns dos mais importantes dos vários estilos, géneros e gerações musicais.
Penso contudo que um momento vai ficar gravado para sempre, a soberba actuação de encerramento de Salvador Sobral, mostrando que estamos perante um génio da musica, imaginativo, surpreendente e criativo.
As rádios deram uma lição de grande unidade e civismo na forma como transmitiram o evento, reunindo no mesmo comentário e na mesma sala os representantes dos principais órgãos radiofónicos portugueses.
Pelo contrário, as televisões deram um triste espectáculo, com comentários  diferenciados, não dando as entrevistas em palco aos autores no final da sua actuação, sempre que os entrevistadores eram de canais diferentes.
 A iniciativa de realizar este espectáculo em sinal aberto em  todos os canais partiu da RTP 1, mas, pelos vistos, os canais privados impuseram as suas condições. É lamentável!
Mas o que interessa é a entrega total dos músicos portugueses, dos técnicos, dos policias e de todos os trabalhadores que estiveram por detrás deles, dando uma lição de solidariedade genuina a muita gente.
Grande Noite!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Morreu Jaime Fernandes, uma das grandes vozes da nossa rádio.

JAIME FERNANDES foi uma das grandes referências da rádio portuguesa, e a sua voz faz parte da história desse meio de comunicação, de um tempo  em que era através da rádio que todos seguíamos as últimas notícias e os acontecimento mais palpitantes.
 
Com 69 anos, Jaime Fernandes continuava em actividade, agora na RTP, com provedor do telespectador.
 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

No Dia Mundial da Rádio - A Minha Memória do tempo da Rádio:


Comemorando-se hoje o dia mundial da rádio, recordo o meio de comunicação que mais me seduziu ao longo dos tempos.

Pertenço à primeira geração de portugueses que conheceram a televisão, mas a rádio foi sempre uma presença mais assíduo nos dias da infância e da juventude.

Foi através da rádio que segui os primeiros acontecimentos nacionais e internacionais, desportivos, culturais e musicais, de que me lembro.

Já aqui escrevi que foi ao ouvir rádio que soube do assalto ao comboio correio na Inglaterra, um dos mais rocambolescos assaltos de sempre, no verão de 1963, ou da morte de Edith Piaf, em Setembro desse anos, e do assassinato de Kennedy, em Novembro.

Foram as primeiras notícias do mundo de que me lembro.

Apesar de ter televisão em casa desde muito novo, esta só iniciava a sua emissão no início da noite, e assim era através da companhia de um rádio aceso na sala que íamos brincando, fazendo os trabalhos de casa e conversando em família.

Lembro-me dos noticiários da Emissora Nacional ou dos Parodiantes de Lisboa no Rádio Clube Português que nos acompanhavam à hora do almoço em família, base de muitas conversas e comentários sobre o mundo e a vida.

Foi ainda através da rádio que todos seguimos avidamente as notícias do 25 de Abril.

O rádio portátil a pilhas veio revolucionar o meio, permitindo transportar a musica e os acontecimentos do mundo para toda a parte.

Depois de Abril acompanhei as emissões do Rádio Clube Português em FM, que foi onde muitos da minha geração tiveram contacto com a história do rock e do pop, descobrindo as musicas que passaram pelas nossas vidas.

Tive o privilégio de ter conhecido por dentro os míticos estúdios do antigo Rádio Clube Português, pois um projecto meu foi seleccionado para uma hora de programação num programa do José Nuno Martins, isto no inicio da década de 80, tendo conhecido na ocasião outro mítico nome da rádio, o João David Nunes.

Pouco tempo depois envolvi-me nos projectos de lançamento das rádios locais, andando de antena na mão, com microfone e gira-discos, com um grupo de amigos, de casa em casa, a fazer as primeiras emissões de rádio pirata, actividade formalizada depois em projectos como a Rádio Extremadura e a Rádio Oeste, ao longo de mais de dez anos, acompanhando ainda, por afinidade pessoal, o projecto da TSF, tendo conhecido os primeiros estúdios e alguns dos históricos dessa rádio.

Ainda hoje prefiro a companhia da rádio à televisão.

Actualmente não começo o dia sem ouvir as notícias na Antena 1, aquele que é actualmente o meu projecto de rádio preferido.

Apesar de todas as ameaças, nem o vídeo, nem os novos meios de comunicação conseguiram “matar” o prazer de ouvir rádio.

NO DIA MUNDIAL DA RÁDIO: António Silva explica como funciona O Aparelho de Rádio.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A VIDA DOS SONS - Especial 25 de Abril


Ana Aranha, Iolanda Ferreira, com Vanessa Augusto, são as responsáveis por um dos mais interessantes programas que passa na rádio Nacional, A Vida dos Sons.
Todos os Sábados de manhã podemos recordar os sons que fizeram a história do século XX.
Na sua última edição,sábado passado, teve lugar um dos programas mais interessantes da série,dedicado ao 25 de Abril, e que pode ser ouvido integralmete clicando em baixo:

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A VIDA DOS SONS -Antena 1 -

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Sempre gostei mais da rádio do que da televisão.
Cresci a ouvir rádio e sempre me cativou o mistério de não saber a quem pertencia "aquela voz" que se escutava.
Muitos acreditaram que a rádio iria conhecer uma fase de criatividade com a liberalização dos anos 80 do século passado. Foi assim no início, mas depressa os interesses publicitários e económicos destruiram o sonho de uma "nova rádio".
Hoje, a maior parte das rádios privadas estão transformadas em meros "gira-discos", repetindo-se umas às outras ou imitando o que de pior existe na rádio, a transbordar de publicidade, quase sem informação ou reportagens dignas desse nome.
Ao contrário do que muitos julgavam, foram as rádios estatais as únicas a evoluir para uma programação cuidada, uma informação de qualidade, a divulgação da boa musica e a realização de reportagens adequadas ao meio.
Foi assim, já há vários anos, depois de andar a ouvir rádios locais ou a TSF, que regressei à "velha" Antena 1 e hoje não passo um dia sem a ouvir várias vezes ao dia.
A sua programação leva-nos a recuperar o velho prazer de ouvir rádio e, entre a qualidade generalizada da sua programação, há um programa recente que se destaca: A VIDA DOS SONS.
Coordenado por Ana Aranha e Iolanda Ferreira, penso não estar a exagerar ao afirmar que este é um dos melhores programas de sempre realizados na rádio.
Conheci a Ana Aranha e não me surpreende que ela esteja ligada a este projecto. São de antologia as suas intervenções culturais na rádio nacional desde há vários anos.
A Ana Aranha foi minha aluna na escola da Freiria e, em mais de trinta anos de carreira como professor, nunca encontrei um aluno que escrevesse tão bem e de forma tão criativa como ela.
Em boa hora a Antena 1 a integrou nos seus quadros e as suas qualidades estão mais uma vez comprovadas neste programa.
Percorrendo os arquivos da rádio, que acompanham um século de história, recorrendo ainda à colaboração dos que o viveram ou estudaram, A VIDA DOS SONS é um espaço de audição obrigatrória para todos os que pretendem conhecer esse período.
É a prova de que a rádio tem futuro e nos pode continuar a surpreender.

A VIDA DOS SONS - Especiais Antena 1 - Multimédia RTP (clicar para aceder aos programa e arquivos)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um Adeus a António Sérgio


(Fonte: Público on-line)

Deixou-nos este domingo um grande senhor da rádio, António Sérgio,apenas com 59 anso.
A sua voz era inconfundível, a sua originalidade imensa.
Devo-lhe ter conhecido muito de bom que se fez nos anos 80, através da audição,altas horas da madrugada,do seu "Som da Frente".
Obrigado!