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quinta-feira, 30 de abril de 2015

O 1º de Maio de 1974 num raro filme amador a cores

Este é um raro filme a cores do 1º de Maio de 1974 em Lisboa.
Foi filmado sem super 8, por um amador, Augusto Pombo, e editado em video por Manuela Cortez:

O 1º de Maio de 1974 em Lisboa nas fotografias de Gerard Bloncourt


Gerard Bloncout é um dos mais conhecidos fotógrafos franceses.

Nasceu no Haiti em 4 de Novembro de 1926, filho de mãe francesa, exilando-se em Paris, onde vive, por ocasião da chegada ao poder do ditados Duvalier.

É um dos mais conceituados pintores haitianos e, por esse seu trabalho, foi nomeado cidadão honorário da cidade de Nova Orleães.

Mas na Europa é mais conhecido pela sua actividade como fotojornalista.

Entre os seus muitos trabalhos destaca-se a forma como acompanhou as grandes manifestações que ocorreram em Lisboa, após o 25 de Abril, e que culminaram no primeiro 1º de Maio comemorado em liberdade, trabalho que, em parte, reproduzimos em baixo, e que pode ser visto quase na íntegra clicando aqui, no blogue oficial de  Gerard Bloncourt, (clicar no nome). 

Outras informações e outros trabalhos de Bloncourt pode ser cistos no seu site oficial AQUI.































quarta-feira, 29 de abril de 2015

O SOM DO DIA _ 781 - Rose Windows The Wanton Song


Os "Rose Windows" são uma banda de Seattle, nos Estados Unidos, fundada em 2010, com um único albúm publicado em 2013, "The Sun Dogs", anunciando-se a edição do seu segundo trabalho para este ano.

Recentemente participaram num albúm de cover´s dos Led Zepellin, evocativo do lançamento em CD do histórico "Physical Graffiti Redrawn".

Podem descobrir o som desse grupo, muito marcado pela voz de Chris Cheveyo, nos post que incluimos em baixo:

O SOM DO DIA - 780 - Rose Windows - Native Dreams (Live on KEXP)

O SOM DO DIA - 779 - Rose Windows | Wartime Lovers

terça-feira, 28 de abril de 2015

Thomas Piketty: 'Inexistência de imposto sucessório é uma anomalia em Portugal' - Renascença



Thomas Piketty esteve ontem na Gulbenkian onde falou da sua obra "O Capital no Século XXI" (uma análise crítica de João Constâncio ao seu conteúdo pode ser lida AQUI e outra de Rui Tavares AQUI), obra onde procura explicar a origem da desigualdade económica  e o os mecanismo do desenvolvimento numa "sociedade de Herdeiros".

Duas entrevistas com esse historiador da economia e crítico da austeridade europeia podem ser lida na edição do Público AQUI ou no site da Rádio Renascença em baixo.

Na entrevista ao Público refere que o principal problema da desigualdade da União Europeia: "é um problema de desemprego, em particular o desemprego jovem, e como restaurar a confiança na zona euro. O que é realmente dramático é que transformámos uma crise que nasceu no sector financeiro privado americano numa crise de dívida pública, apesar de, inicialmente, a zona euro não ter mais dívida pública do que os EUA, o Reino Unido ou o Japão. E conseguimos, apenas por causa das nossas más instituições e más decisões macroeconómicas, criar uma crise a partir do nada. A taxa para os super-ricos não é central neste momento para a Europa. Para nós é mais importante um imposto comum sobre as empresas. Muitas das grandes empresas europeias não pagam impostos nenhuns ou pagam muito pouco e menos do que as pequenas empresas. Vimos como no Luxemburgo, Jean-Claude Juncker estava a fazer acordos com multinacionais para ajudar a pagar apenas 1% ou 2% de impostos e depois veio dizer “sabem, tinha de desenvolver uma estratégia de desenvolvimento para o meu país e tive que tornar o meu país num paraíso fiscal”. Não vamos encontrar o nosso futuro na Europa se todos nos tornarmos paraísos fiscais. Sei que em Portugal há esta discussão de baixar o IRC de 21% para 17%, a seguir vai ser de 17% para 10% e depois de 10% para zero. Se continuarem por esse caminho, daqui a 10 ou 20 anos não haverá impostos sobre as empresas na Europa. Precisamos de um imposto sobre as empresas comum".

Com tanta gente informada a mostrar que o actual caminho austeritário seguido pela União Europeia, e tão diligentemente posto em prática pelo actual governo português, nos conduz todos para o abismo, é caso para nos interrogarmos se os actuais líderes políticos da União Europeia são meros executantes das ordens do corrupto grande capital financeiro, do qual pensam tirar proveitos pessoais e para os amigos, ou são mesmo ignorantes e estúpidos...ou um pouco de tudo isso!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Torres Vedras e as primeiras eleições livres - 25 de Abril de 1975

(resultados provisórios das eleições de 1975 no concelho de T. Vedras. Fonte: Jornal Badaladas. Este quadro não inclui os votos em branco nem os nulos)

Passam agora 40 anos sobre a realização das primeiras eleições livres em Portugal, que ocorreram em 25 de Abril de 1975.

Foram então eleitos os deputados para a Assembleia Constituinte da qual resultou a constituição democrática de 1976.

Em Torres Vedras, tal como aconteceu por todo o país, essas eleições foram um êxito, com uma abstenção inferior a ...10%!

Torres Vedras tinha um corpo eleitoral com mais de 44 mil eleitores em condições de votarem e a corrida às urnas foi idêntica ao que aconteceu em todo o país.

Concorriam ao círculo eleitoral de Lisboa 11 partidos políticos.

O Partido Socialista venceu a nível nacional, distrital e concelhio.

Em Torres Vedras o PS só não foi o partido mais votado em A-Dos-Cunhados, Campelos, Freiria, Silveira e S. Mamede da Ventosa, freguesias onde o então PPD foi o partido mais votado.

O PCP teve os seus melhores resultados nas freguesias de Dois Portos, Monte Redondo, Stª Maria (vila) e Runa, onde foi a segunda força política mais votada, as mesmas freguesias onde o PPD teve o seu pior resultado.

O pior resultado do PCP, que foi a terceira força política mais votada nas restantes freguesias, foi em Campelos, sendo ultrapassado pelo CDS, que nessa freguesia obteve o seu melhor resultado relativo.

Se a maior parte dos partidos obteve a maior parte dos votos expressos na freguesia urbana de S. Pedro, tal não aconteceu,  curiosamente com o LCI (partido trotskista que esteve na origem do Bloco de Esquerda) que teve mais votos em A-Dos-Cunhados e com a UDP ( que elegeu dois deputados pelo círculo de Lisboa e que esteve também na origem do BE) que teve mais votos em 4 freguesias rurais do que nas freguesias urbanas, nomeadamente na Silveira, S. Mamede da Ventosa, A-Dos-Cunhados e S. Pedro da Cadeira.

Dois deputados de Torres Vedras foram eleitos para a Assembleia Constituinte, Alberto Avelino pelo PS e Afonso de Moura Guedes pelo PSD.Estes são os dois nomes de Torres Vedras que são referidos no site da Assembleia da República.

Contudo esta informação carece de correcção, que nos foi dada por José Damas Antunes, autor de duas obras infelizmente pouco divulgadas, uma sobre a história do PSD na região Oeste e outra sobre o PSD em Torres Vedras.

Tendo investigado mais a fundo o tema, José Damas Antunes enviou-nos a seguinte informação:

"Moura Guedes não foi eleito directamente, o PPD só elegeu 9 deputados por Lisboa, o Afonso ía em 10º, entrou logo mas a substituir Magalhães Mota, que estava no governo. Há outro Deputado de Torres Vedras, o Furtado Fernandes, eleito por Santarém, e outros que morava em Torres Vedras, o Bento Gonçalves, eleito pelo Porto".

Agradeço a valiosa correcção de Damas Antunes.


Aqui ficam alguns documentos para recordar esse momento (podem clicar sobre os documentos para os verem em tamanho grande):

(lista das mesas de voto no concelho, formadas para as eleições de 1975. Fonte: jornal Badaladas)

(colagem de cartazes do PCP - Fonte : Ezequiel Santos)


(comício do PCP em Abril de 1975, com   a presença de Álvaro Cunhal. Fonte: Ezequiel Santos)

(Manifestação de apoio ao MFA, em Abril de 1975, com representantes do PCP, PS e MDP. São visíveis nas paredes cartazes de propaganda eleitoral do PCP, PPD e CDS. Fonte: Ezequiel Santos).

(comunicado do PS com os resultados eleitorais no concelho e uma "saudação socialista" pela eleição de Alberto Avelino para a Assembleia Constituinte)



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Mais um exemplo do "êxito" das medidas de austeridade: Portugal foi o país com maior aumento da taxa de risco de pobreza em 2014 .

O tão apregoado "êxito" das medidas de austeridade são mais uma vez desmascarados pela realidade.

Desta vez é a Cáritas Europeia a denunciar o resultado das medidas de austeridade aplicadas em vários países da União Europeia, por imposição do FMI, do BCE, da Comissão Europeia e do corrupto sistema financeiro que está por detrás das decisões dessas instituições.

Num relatório que vai ser hoje apresentado, aquela organização humanitária revela que Portugal foi, entre os sete países mais atingidos pela crise, o que registou o maior aumento da taxa de risco de pobreza e exclusão social

A taxa de pobreza infantil em Portugal atingiu em 24,4%, taxa que cresceu, num só ano, 2,6 pontos percentuais.

Portugal regista ainda um valor de pobreza entre assalariados de 10,7%, valor que continua a subir (ainda hoje foi anunciado que, em Portugal, uma grande parte dos licenciados recebem menos de 600 euros de vencimento...).

Apesar de grande parte das medidas de austeridade serem justificadas pelo governo e pelas instituições europeia pela necessidade de equilibra as contas do país, tais medidas não impediram, ainda de acordo com o dito relatório, que Portugal seja o segundo país, a seguir à Grécia, a representar a pior dívida pública, 128% do PIB.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Breve evocação a Mariano Gago

Faleceu no final da semana passada o professor Mariano Gago.

Mariano Gago é uma daquelas raras figuras que, passando por vários governo, fez obra útil para o país e que tinha um projecto que levou a bom porto, que foi apostar no desenvolvimento da investigação científico e tecnológica em Portugal.

Muitos do êxito de que se houve falar todos os dias obtidos por jovens cientistas portugueses um pouco por todo o mundo é em grande parte fruto do seu trabalho sério nessa àrea, apesar do ataques e do descalabro de que a investigação científica tem sido alvo nos últimos tempos por parte do actual governo e das políticas dirigidas pelo actual ministro da educação.

Em qualquer circunstância seria trágica a morte de uma personalidade como Mariano Gago, mas ela foi-o ainda mais trágica por acontecer num momento em que vivemos um período em que a sua obra é diligentemente destruida e espezinhada.

O incómodo da obra de Mariano Gago para a propaganda do actual governo ficou bem visível no modo desastrado como Passos Coelho se referiu ao acontecimento.

Mas a memória e o trabalho de Mariano Gago vai persistir muito para lá do actual lixo político.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Mais uma herança do "comissário" Barroso: Histórias de horror à partida, intolerância à chegada

Chegou a hora de os governos europeus  “enfrentarem as suas responsabilidades”. Foi neste termos que Jonh Dalhiusen, responsável da Aministia Internacional na Europa e na Ásia Central, se referiu à tragédia que mais uma vez aconteceu no Mediterrâneo.

A “Europa” e grande parte dos seus governos tem  graves responsabilidades na situação que resulta do aumento de insegurança, nas guerras incontroláveis e no caos económico e social em que o Norte de África, a África central e o Médio Oriente estão envolvidos.

Foi a “Europa”, nomeadamente através daquele que foi o seu líder máximo nos últimos dez anos, Durão Barroso, que apoiou a guerra do Iraque que conduziu à actual situação no Médio Oriente e disseminou as sangrentas guerras religiosas que se espalharam por aquelas regiões.

Foi a “Europa” que, desrespeitando a ONU, destruiu os equilíbrios no Norte de África, por via da forma irresponsável como apoiou a acção da NATO contra o ditador Kadhaffy, deixando populações inteiras entregues ao caos e à mais absoluta miséria.

Foi a “Europa” que, mercê das suas políticas de austeridade, resolveu retirar o apoio financeiro ao programa de resgate e salvamento “Mare Nostrum”, aplicado em 2013 e abandonado passados poucos meses, porque os parceiros europeus da Itália se recusaram a partilhar os gastos dessa operação.

Uma das razões das tragédias diárias no Mediterrâneo prende-se com o facto de “navios mercantes mal equipados” estarem a ser “enviados para cumprir funções, para as quais não foram preparados”, como afirmou um repórter do jornal Times of Malta, exactamente porque países como a Itália e Malta, ameaçados financeiramente pelas políticas de austeridade impostas pela União Europeia, sem apoio para operações e meios de equipamento caros, têm estado práticamente sozinhos a actuar em acções de salvamento e resgate.

As guerras, que se acentuaram pela desagregação e descritibilidade da ONU, levada a cabo por George Bush jr no principio do século, com  o apoio de Durão Barroso, Tony Blair e Aznar, levam populações inteiras a terem de se deslocar à procura de melhores condições de vida e, essencialmente, de um futuro e de paz.

Ainda no último Sábado o representante da Agência da ONU para os refugiados em Itália culpava a “retórica extremista e irresponsável” contra a imigração pelas falhas nas operações de resgate, acrescentando que, neste “momento, em muitos países europeus, o diálogo político e a retórica são bastante extremistas e irresponsáveis” devido ao medo de perderem eleições que estão calendarizadas para os próximos tempos, como é o caso britânico, o país que tem sido o principal responsável por se andar a adiar o apoio eficiente aos países que têm de enfrentar o drama.

A União Europeia é também responsável por ter feito do Mediterrâneo a principal via da imigração clandestina, ao apoiar e fomentar autêntico muros fronteiriços nas fronteiras terrestres de Espanha, Grécia e Bulgária.

A afirmação do presidente da Câmara da ilha grega de Kos é o exemplo máximo da mentalidade com que muitos políticos europeus encaram a situação ao afirmar, na semana passada, que “não dava nem uma garrafa de água aos refugiados que chegam à ilha, porque estes afastam os turistas” (!!!!).

De uma União Europeia refém do poder financeiro, poder este construído através da miséria de povos inteiros, através dos negócios de armamento e onde circula o dinheiro dos traficantes que estão por detrás da organização das vagas de imigrantes que são lançados no Mediterrâneo a caminho da Europa, não será de esperar qualquer resolução série a permanente para o problema,                 quanto muito algumas afirmações de circunstância e medidas avulso.

Procurem os responsáveis pela miséria africana, pela desintegração do Iraque, do Afeganistão, do Paquistão, da Líbia e da Síria e encontrarão os verdadeiros responsáveis , pela fuga em massa de populações inteiras que se afogam depois no Mediterrâneo…mas isso não interessa aos políticos europeus nem ao sistema financeiro que eles representam, nem à comunicação social por eles controlada.

A tão apregoada globalização só é defendida para a circulação de capitais e para a deslocalização de grandes empresas. Os povos, esses estão condenados a viver na miséria, sem poderem fugir, ou arriscando a vida em travessias mortais.

Histórias de horror à partida, intolerância à chegada (clicar para ler).

A imigração clandestina para Europa explicada em mapa (Le Monde)

BêDêZine:Cartoon´s denunciam a hipocrisia das políticas de emigração da União Europeia:

("ao menos desencorajamos os analfabetos!...)

BêDêZine: Quando a força dos cartoon´s é maior que todos os ...(clicar para ver mais)

Morreu a escritora, feminista e católica Ana Vicente

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Como descreditar uma Universidade: Durão Barroso recebe hoje em Madrid um doutoramento "honoris Causa


Segundo notícia hoje divulgada, Durão Barroso vai receber hoje  um doutoramento 'honoris causa' pela Universidade Europeia de Madrid. "Considerado um dos principais políticos da história recente, Durão Barroso trabalhou a favor da cidadania no processo de integração europeia e exerceu um importante papel mediador a favor da paz e da conciliação dos povos", indicou a instituição numa nota de imprensa

E assim se presta um valioso contributo para desacreditar um instituição universitária do país vizinho.

Como é que se pode afirmar que o homem "trabalhou a favor da cidadania no processo de integração europeia"? Estamos a falar da mesma pessoa que contribuiu para destruir a solidariedade europeia, que contribui para tornar as instituições europeias meras serviçais dos obscuros interesses do sistema financeiro,  que governou contra a vontade e os direitos dos cidadãos europeus que, em democracia, sempre se manifestaram contra a austeridade que ele tão bem defendeu enquanto representante da Comissão Europeia e que tanto contribuiu para desarticular um dos pilares da União Europeia, o Estado Social com tanto esforço construído pelos seus antecessores no seu cargo? .

E como é que se pode afirmar que "exerceu um importante papel  mediador a favor da paz e da conciliação dos povos"? Estamos a falar do mesmo homem que tão diligentemente se prestou a apoiar Bush na invasão do Iraque, acção que teve os resultados hoje visíveis no Médio Oriente, e que, por esse serviço, abandonou o governo do seu país para receber como prémio a liderança da Comissão europeia?

Não havia melhor maneira de desacreditar os valores que são ensinados na Universidade Europeia de Madrid!!!


Mas de Espanha não vêem só más notícias. Em baixo podem ler uma notícia que é um importante contributo para desmascarar a acção de Durão Barroso:



Céus de Torres Vedras :

Ontem, por volta das oito da noite, era este o céu que avistava da minha casa, do lado nascente de Torres Vedras: