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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A euforia dos banqueiros pelos preços “internacionais” e...os nossos salários “nacionais”




Há dias o Governador do Banco de Portugal alertou para o clima de “euforia” no mercado imobiliário, com os preços sempre a subir, mas os banqueiros,reunidos numa conferência organizada pelo “jornal de Negócios”, acham que estátudo normal.

Pudera. Se alguma coisa correr mal cá estão os portugueses para pagar com subida de impostos, cortes nos salários e nas pensões, precariedade e desemprego, e corte nos direitos sociais… (Passos Coelho só está aí à espera de uma oportunidade para os voltar a servir!).

Como todos sabemos, por experiência recente, os banqueiros pouco sofrem com a crise, podendo continuar a auferir dos seus chorudos rendimentos…cá estaremos para pagar!

A desfaçatez de um desses banqueiros chegou ao ponto de justificar e legitimar as subidas de preços em Lisboa e nas grandes cidades do país com a “internacionalização” irreversível do sector.

Para ele os preços altos das rendas e vendas de casa no Porto e Lisboa devem-se ao facto de estas cidades já não dependerem dos “mercados” nacionais mas, de forma irreversível dos “mercados internacionais”.

É pena que os salários e as pensões dos portugueses também não se “internacionalizem”.

Falem a esses senhores da subida do salário mínimo e logo os ouvirão referir os “riscos” financeiros de subir um salário miserabilíssimo de 600 euros para um miserável de 650 euros…

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Sobre o "salário" dos gestores bancários: não é demagogia, é indignação...


Se há tema que se presta à mais boçal e reles demagogia é o dos salários e pensões.

A estratégia de troika e do governo anterior foi ampliar essa demagogia, lançando assalariados do privado contra assalariados do público, trabalhadores precários contra trabalhadores com contrato estável, trabalhadores desqualificados contra trabalhadores qualificados, trabalhadores jovens contra trabalhadores mais velhos, trabalhadores no geral contra pensionistas, desempregados contra quem trabalha (e vice-versa), sempre jogando com a argumentação das diferenças de salários, de horários ou de regime de pensões.

 O objectivo era justificar os constantes cortes nos salários, nos direitos socias e nas pensões e o aumento “brutal” dos impostos pagos pelos assalariados, tudo para se poder salvar um sector bancário corrupto e especulativo.

À frente dessa “cruzada” demagógica, para além dos burocratas da troika e de Bruxelas e dos governantes de então, encontrava-se todo um enxame de “gobelzinhos” bem pagos na comunicação social para propagandear até à exaustão os “princípios” dessa gente (com os comentadores de economia à cabeça). Alguns foram premiados com a direcção de jornais de referência (como aconteceu recentemente no Diário de Notícia e agora no Público).

Era igualmente frequente vermos todos os dias nas televisões , como comentadores ou como participantes activos em colóquios vários, a maior parte dos nossos banqueiros e gestores da banca e de grandes empresas, defendendo diariamente esses cortes nos salários, nas pensões e nos direitos sociais (destacando-se o célebre “bando” do “compromisso Portugal”, hoje substituído pelo “Fórum para a Competitividade”).

O argumento usado era o de que os portugueses, principalmente os assalariados e os pensionistas, viviam “acima das suas possibilidades” e até houve um banqueiro que teve o desplante de considerar que os portugueses aguentavam ainda mais cortes (a célebre frase de Ulrich do “Aguenta, aguenta!!!”).

Por estes dias ficámos a saber quem é que de facto, em Portugal, vive acima das possibilidades do país, os mesmos banqueiros que exigiriam que aguentássemos, e que beneficiaram com os empréstimo da troika que todos estamos a pagar e com os sacrifícios de todos com cortes nos salários e nas pensões e com o “brutal” aumento de impostos.

Mas, se a questão dos salários e das pensões se presta à mais boçal demagogia e ao mais perigoso populismo, a questão do salários e pensões dos banqueiros foge ao âmbito desse rótulo. Neste caso estamos mesmo no reino da mais legitima indignação.

Os salários que essa gente aufere roça o nível da corrupção ética.

Contudo, pessoalmente, nada tenho contra os salários pagos pelo privado aos seus gestores, desde que essas empresas cumpram os requisitos que o jornalista José Vitor Malheiro enumerava em crónica recente (ler AQUI):

“As empresas cumprem o seu papel social e assumem a sua responsabilidade social quando cumprem as leis, quando pagam os seus impostos sem usar subterfúgios, quando criam emprego e promovem a formação profissional, quando tratam e remuneram com decência os seus trabalhadores, quando apostam no desenvolvimento sustentável, quando tentam oferecer aos seus clientes os melhores produtos e serviços, quando assumem responsabilidade pelos seus erros e os corrigem, quando apostam na investigação e desenvolvimento”.

Ora quando falamos de bancos não é disso que falamos.

Para além disso, a maior parte da banca tem recebido do Estado várias ajudas nos últimos tempos e a maior parte delas à custa do bem-estar dos cidadãos contribuintes, pois são estes que têm de pagar o “processo de ajustamento” desses bancos. Ou seja, a maior parte da banca portuguesa recorreu a ajudas estatais para sobreviver e para pagar as aventuras especulativas em que se envolveu, e a conta é paga pelos cidadãos através dos cortes nos salários e nas pensões e pelo “brutal” aumento de impostos sobre o trabalho, bem como através da destruição do “estado social” e da perda de “direitos socias”.

Para além disso, esses bancários são os mesmos que opinam, para criticar, os aumentos dos salários mínimos e das pensões mais baixas, para além de defenderam a continuidade de medidas de austeridade.

Há ainda que não esquecer os estratagemas que essa mesma banca e esses mesmos gestores usam para escapar ao pagamento de impostos, recorrendo ao serviço de paraísos fiscais.

Por isso, o salário dos gestores desses bancos não é um mero assunto de “moral”, ou mesmo de populismo e demagogia, mas é um assunto que diz respeito a todos os cidadãos, principalmente os que pagam os seus impostos e sofreram cortes no seu rendimento.

A situação é ainda mais escandalosa quando se fala da situação de gestores de empresas públicas, e não colhe a desculpa da necessidade de ´para que os bens públicos sejam bem geridos, ser necessário pagar bem, pois o mesmo argumento podemos usar para pagar aos professores, aos médicos e a outros profissionais da administração pública.

Tenho por mim que o Estado, neste caso, deve dar o exemplo, limitando os salários em qualquer função àquilo que se passa nas carreiras públicas.

A referência primeira devia ser o salário do Presidente da República e a referência segunda, o que se passa com a carreira dos professores universitário. Um Professor catedrático no topo da carreira e em regime de exclusividade recebe um salário de 5mil e quatrocentos euros, descontando à cabeça mais de 1/3 deste valor para impostos vários.

Não há função mais exigente do que a de catedrático do ensino superior, por isso parece-me uma referência justa.

Mas o mais estranho disto tudo é o silêncio demasiado ruidoso de comentadores e políticos, que se revelaram tão preocupados com o aumento do salário mínimo e das pensões mas que, sobre este tema, nada dizem, a não ser para justificar a “excepção”.

A mesma admiração é extensível a instituições como a Troika, o FMI, o BCE ou a Comissão europeia, que tão preocupados se mostraram com o “grande aumento” do salário mínimo e das pensões ou com a reversão de algumas medidas de austeridade.

Haja decência!!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

...e agora espera-se que Carlos Costa se demita do BdP...Banif poderá custar quase 4.000 milhões de euros

Mais uma vez os contribuintes portugueses vão pagar os erros do Banco de Portugal e os desmandos do sector financeiro.

O mínimo que se espera é que o governador do Bando de Portugal, Carlos Costa, ponha de imediato o seu lugar à disposição, se ainda lhe restar um mínimo de decência, e perdendo de imediato todos os direitos, dele e da sua administração. em relação a todos os benefícios e privilégios que gozam pelo exercício desse cargo (como o "direito de pernada" nas pensões...).

Em segundo lugar, espera-se que a Comissão Europeia, tão pronta a ajudar o sector financeiro, revele desta vez algum bom senso e não inclua os custos desta decisão, que eles pressionaram e aprovaram, nas contas do déficit português.

Em terceiro lugar que a comissão parlamentar que se vai formar para investigar o que levou a esta situação colabore com a justiça para levar os responsáveis a tribunal.

..é o mínimo...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal e o valor da incompetência

Já tinha acontecido o mesmo com Victor Constâncio, o mais incompetente de todos, responsável pelos primeiros grandes escândalos na banca portuguesa (BPN e BPP), "premiado" com um sinecura no BCE, com um ordenado ainda maior do que aquele que auferia em Portugal.

Temos agora Carlos Costa, que mais uma vez revela toda a sua incompetência, já demonstrada com o caso BES e premiado pela troika  Cavaco/Passos/Portas com a recondução no cargo, e que agora volta a revelar-se em todo o seu esplendor no caso Banif.

A "coisa" não seria grave se, primeiro, os ordenados dos incompetentes como Costa e Constâncio, e as reformas douradas a que têm direito, não fossem pagas por todos nós, depois se pagassem com a incompetência com, no mínimo, despedimento por justa causa, perdendo direitos, como os privilégios do sistema de reformas do BdP, e, finalmente, se as consequências da sua incompetência não recaíssem sobre depositantes e clientes dos banco, sobre os funcionários dos mesmos e, já se sabe, sobre os contribuintes.

E os ordenados e direitos de essa gente não são de somenos.

De acordo com dados já desactualizados, o Presidente do Banco de Portugal recebia há pouco tempo mais de 15 mil euros de ordenado por mês, mais 32% que o presidente do FED norte-americano.

O conjunto de Presidente, Vice-presidente e mais dois vogais da administração do BdP custam ao erário público quase 800 mil euros por ano (fora outros privilégios).

Além disso os membros da administração desse banco têm à partida a garantia de, com um mínimo de cinco anos de serviço, acederem ao nível 18 do patamar das reformas, que lhes dá direito a uma pensão que varia entre o mínimo de dois mil e trezentos euros e o máximo de três mil e setecentos euros mensais, tendo direito ainda a um "complemento de reforma", somado àquele valor, de quatro mil e quinhentos euros mensais, fora outras regalias, podendo acumular essa reforma com outras da Caixa Geral de Aposentações ou outras a que tenham "direito".

É caso para dizer que tanta incompetência dá um grande contributo para aumentar o déficit do país e devia ter consequências.

No minimo, alguma vergonha na cara...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

HSBC - mais um banco a pilhar os europeus...ou como eles continuam a pilhar os cidadãos!

A penultima edição da revista francesa Marianne dedica um dossier especial ao caso HSBC, um banco que ajudou os seus clientes a fugirem ao pagamento de impostos e a branquear capitais.

Em Portugal a notícia já morreu, como é habitual nestes temas, apesar de terem sido identificados pelo menos 220 portugueses.

Parece que em Portugal é "normal" a fuga aos impostos e o branqueamento de capitais por parte das grandes empresas e das "grandes" famílias.

Aconteceu isso com o caso da descoberta de que 19 das 20 empresas do PSI 20 tinham sede em obscuros escritórios holandeses para não pagarem impostos em Portugal. Foi o caso mais recente do Luxemburgo onde muitas empresas europeias tinham as suas sedes, escapando ao pagamento de biliões de euros noutros países da Europa.

Mas por cá, tudo isso parece normal...

Sob o título "Como eles Pilharam a França", a revista Marianne denuncia bancos, gente do show-biz,grandes fortunas e delinquentes ligados a várias máfias que, com a conivência de gabinetes de advogados, políticos e legisladores permitiram situações como aquela agora descoberta no caso do HSBC. 

Esse dossier inclui ainda uma entrevista com o jornalista francês Antoine Peillon, especialista na investigação de casos de corrupção e fraudes fiscais, onde ele denuncia a guerra que o sistema financeiro está a fazer aos "povos".

Esse jornalista já havia publicado e denunciado em 2012 o tipo de actuação do HSBC, que "facilitava" a vida fiscal de um vasto leque de clientes, onde se juntavam personalidades do mundo do espectáculo, do desporto, da política, das grandes indústrias com traficantes de droga e organizações terroristas, todos apoiados pelos mesmos gabinetes de advogados e gabinetes de negócios financeiros . Toda essa gente se juntava regularmente em eventos mundanos, convidados pelo banco, e aí aprofundavam os seus negócios e as suas ligações de poder.

Era nessa mistura que essa gente organiza aquilo que ele chama, usando o termo de outro jornalista, "a violência dos ricos" contra o conjunto dos cidadãos.

O jornalista afirma que o poder politico e a administração fiscal conhecem bem a forma como funciona a corrupção exercida por essa gente e nada fazem porque o poder politico e os altos cargos públicos são, em França, ocupados por gente ligada e corrompida pelos grandes bancos e pelas grandes empresas, ao mesmo tempo que são estas que apoiam o poder político.

Considera esse jornalista que a actual crise só podia ser combatida eficazmente fazendo frente à corrupção financeira e à fraude fiscal.

O jornalista fala do caso francês, mas a situação não é muito diferentes noutros países da Europa, e, tal como o título de Marianne, também nós nos podemos interrogar sobre quem tem andado a pilhar Portugal neste últimos anos??!!!! Infelizmente em Portugal existem muitos poucos jornalistas com apoio, vontade ou coragem para fazerem essa investigação!!!



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Para O Banco Mundial tudo isto é bom para os "Negócios" em Portugal: precaridade laboral, salários baixos, trabalho não qualificado, empobrecimento generalizado , emigração de jovens qualificados...

Segundo uma notícia hoje divulgada pela Lusa “Portugal sobe para 25.º lugar no ranking do Banco Mundial que avalia a facilidade de fazer negócios”.

Ainda segundo essa mesma notícia, a maior “facilidade na extinção de postos de trabalho e redução dos pagamentos extra por trabalho em dias feriados são aspectos da reforma laboral destacados pelo Banco Mundial”.

Por outro lado a descida “da tributação dos lucros das empresas em 2013 foi outro aspecto destacado pelo Banco Mundial” .

Ainda de acordo com a Lusa, “Portugal melhorou seis posições no ranking do Banco Mundial que mede a facilidade de fazer negócios em cada país, ao subir do 31.º para o 25.º lugar. O estudo ‘Doing Business 2015’, que vai na sua 12.ª edição e é hoje divulgado, avalia as normas e regulações em cada país no que respeita às empresas locais em 2013 e 2014, de forma a comparar a facilidade de fazer negócios em 189 países”.

De acordo com esse relatório “ Singapura mantém-se este ano na primeira posição do “ranking” para a facilidade de fazer negócios. Seguem-se a Nova Zelândia, Hong Kong (China), Dinamarca, Coreia, Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente, todos com melhorias de posição”.

“Os 10 indicadores avaliados pelo relatório incluem quais os procedimentos, o tempo e os custos necessários para se criar um novo negócio, para construir um armazém, para conseguir ligação à rede eléctrica e para transferir uma propriedade.

“Os sistemas de informação de crédito, os direitos dos accionistas minoritários, as obrigações fiscais das firmas e aquilo que é necessário para realizar trocas comerciais marítimas ou para resolver disputas e insolvências comerciais são outros pontos que o estudo do Banco Mundial analisou mais uma vez este ano”.

Reagindo à notícia, o Ministro da Economia Pires de Lima afirmou à RTP que acha “ que é bom valorizar este ranking, que coloca Portugal na 25ª posição, à frente de nações como a Holanda, França, Espanha, Itália, Polónia e Japão, e seguramente com as quais faz bem Portugal comparar-se e perceber que está num ranking superior”.

Ou seja, a melhoria dos “negócios”, tal como já se tinha registado com a “melhoria” no ranking de “competitividade”,  sobe quando  aumentam as desigualdades socias, a pobreza generalizada,  principalmente a infantil, o desemprego, principalmente o jovem e o de longa duração ou a  precaridade laboral.

Ficamos assim a saber que, para os “bons negócios”, defendidos pelo Banco Mundial, é essencial uma  aumento do emprego pouco qualificado, ao mesmo tempo que se reduz o salário, de desvaloriza o factor trabalho, se reduz os impostos de capital e se aumentam os impostos sobre os trabalhadores.

Ao contrário do ministro Pires de Lima, não me alegra nem me alivia que neste ranking  estejamos à frente de países como a Holanda, a França, a Espanha, a Itália, a Polónia e o Japão e mais próximos de países “exemplares”, do ponto de vista da defesa dos direitos humanos e/ou sociais como… Singapura, China , Inglaterra ou Estados Unidos…

Não deixa de ser curioso que os países que lideram este tipo de rakings “económicos” apareçam, no único índice que vale para avaliar as as condições humanas e sociais, que é o da ONU para o Desenvolvimento Humano , em posições sempre mais abaixo.

Para essa gente o bom negócio é aquele que precariza o emprego, desqualifica o trabalho, aumenta o desemprego para baixar salários, e paga poucos impostos de capital.

Por isso, os foguetes que este governo  e os seus amigos do comentário económico e político andam a deitar por causa dessa posição de Portugal , não nos devem, a nós, cidadãos contribuintes e cumpridores, alegrar, mas deixar-nos preocupados sobre o tipo de “negócios” que instituições como o Banco Mundial e outras do género (FMI, OCDE, OMC, BCE…)defendem para a generalidade da humanidade  e do desenvolvimento humano.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O RESPIGO DA SEMANA - "O NOSSOS BANQUEIROS SÃO DE CONFIANÇA?" por Nicolau Santos.



Os nossos banqueiros são de confiança?
por Nicolau Santos
in Expresso on line , 21 de janeiro de 2013

“O título é provocatório, mas tem a ver com o facto de ter sido dito e redito que a banca portuguesa não só está sólida como nada tem a ver com o que se passa noutros países, onde os escândalos se sucedem com regularidade.

“Quanto à solidez, estamos conversados. Três bancos portugueses recorreram já a ajudas estatais (BCP - 2000 milhões, BPI - 1500 milhões, Banif - 1100 milhões), sem as quais não conseguiriam cumprir os rácios exigidos pela EBA, Associação Bancária Europeia.

“Quanto aos escândalos, façamos um esforço de memória. Em 2003, Tavares Moreira, presidente não executivo do CBI, é suspenso pelo Banco de Portugal de exercer funções em conselhos de administração de empresas financeiras sob a acusação de declareações falsas, manipulação e falsificação de contas (em 2006, o Ministério Público arquivou o processo).

“João Rendeiro, ex-presidente do BPP, que em dezembro de 2008 pediu uma ajuda estatal de 750 milhões para salvar o banco, é acusado pela CMVM de criação de títulos fictícios, violação de deveres relativos à qualidade de informação prestada aos clientes, entre outras irregularidades graves e muito graves.

“José Oliveira e Costa, ex-presidente do BPN, foi detido no final de 2008. Há dois anos que está a ser julgado por sete crimes, devido a ter criado uma contabilidade paralela num banco virtual. A fatura para os contribuintes ronda neste momento os 6000 milhões de euros.

“Jorge Jardim Gonçalves, presidente do BCP, acaba de ser condenado a pagar uma coima de um milhão de euros pelo crime de manipulação de mercado, mediante a criação de offshores e falsificação de documentos. Com ele, foram condenados Filipe Pinhal, Christopher de Beck, António Rodrigues, Paulo Teixeira Pinto e Al+ipio Dias. Todos vão recorrer das sentenças.

“O atual presidente do Banif, Jorge Tomé, é arguido num processo relativo à altura em que exerceu funções como administrador da Caixa Geral de Depósitos.

“Mais recentemente o presidente do BESI, José Maria Ricciardi, e o administrador do BES, Amílcar Pires, foram constituídos arguidos na sequência de uma queixa da CMVM envolvendo a transação de ações da EDP e um alegado crime de abuso de informação privilegiada.

“Finalmente, o presidente do BES, Ricardo Salgado, apressou-se a pagar os impostos devidos por dinheiro que tinha colocado no exterior sem ter sido declarado ao fisco.

“Várias destas situações podem redundar em nada e alguns destes responsáveis estarem inocentes. Mas convenhamos que é preocupante o número de banqueiros portugueses que neste momento estão a contas com a justiça.

“E a não ser que se considere que o Banco de Portugal e a CMVM estão contra a estabilidade do mercado, talvez seja melhor os banqueiros meterem a mão na consciência e reforçarem os seus códigos de comportamentos.

“O bem mais precioso que um banco tem é a confiança dos seus clientes. Quando ela se perde, o banco está perdido. Mas a confiança nos bancos é a confiança naqueles que os dirigem. É bom que os banqueiros nacionais meditem nisso”. 

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/os-nossos-banqueiros-sao-de-confianca=f781009#ixzz2K1bwyQBl

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Banqueiros, Contribuintes e Vampiros...


Ao ler a notícia acima destacada no Diário de Notícias, dei por mim a fazer um contagem de memórioa e empírica e "descobri" que, em Portugal, existem mais de  dez (DEZ!!!) bancos com cobertura nacional.

Tendo em conta que o sector financeiro e bancário é o maior responsável pela situação em Portugal ( e na Europa) e tendo em conta que Portugal é um país pequeno, com menos de dez milhões de habitantes, menos que muitas cidades por esse mundo fora, e com meios financeiros escassos, parece-me que aquele número é exagerado e que neste país não há espaço para tantos bancos.

Quando vemos que a banca portuguesa continua a exibir lucros fabulosos, apesar de estrangularem o crédito às famílias e às empresas, enquanto, por outro lado, continua  a receber ajudas que deviam ser canalizadas para a economia real e para as famílias, absorvendo a maior parte do bolo do empréstimo da troika que todos vamos pagar, como se tudo isto não bastasse, ficamos agora a saber que uma parte significativa do anunciado aumento de impostos destina-se a criar uma "almofada", no valor de 7,5 mil milhões de euros para "proteger" a banca.

Ou seja, a banca que fomentou de forma irracional e irresponsável, todo o tipo de créditos que levaram os portugueses quase à bancarrota, lucrando com essa situação,mas que, quando a situação financeira entrou em colapso devido a todo o tipo de aventuras em que a banca se meteu, não quis assumir a responsabilidade pelos riscos assumidos e fez cair sobre o Estado e sobre os cidadãos o pagamento da factura da sua irresponsabilidade.

Em circunstância normais, numa economia capitalista e concorrencial que tanto dizem defender, deviam assumir toda a responsabilidade pelo desvario das suas jogadas financeiras, que levaria, em última instância, à falência ou fusão dalguns desses bancos.

O Estado e os cidadãos não podem continuar a pagar para que os banqueiros, os accionistas e os administradores desses bancos continuem a passar incólumes pela crise que provocaram, beneficiando do saque generalizado das actuais políticas de austeridade, mantendo privilégios e lucros.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

OS ROSTOS DO MAL,ou "DESTRUIÇÃO! DESTRUIÇÃO! DESTRUIÇÃO": Jens Wiedmann: "Não nos podemos deixar chantagear por um país por medo do contágio" .


Aí pelos anos 80 houve um grupo de rock de Torres Vedras, os CTT, que conheceram os seus quinze minutos de fama com um tema que tinha por estribilho o grito “Destruição! Destruição!Destruição!”…

Já não me lembro do resto do tema nem da musica, mas este “verso” vem-me à memória cada vez que oiço um burocrata “responsável” pelos destinos europeus ou um qualquer cinzentão do mundo financeiro virem defender o seu modelo de “resolução” da crise, que passa sempre pelos mesmos princípios: austeridade, redução de direitos socias, limitações aos serviços socias, desvalorização do valor do trabalho.

Como é óbvio a entrevista de Jens Weidman, presidente do Bundesbank, reforça com o fanatismo de sempre, a que já estamos habituados por parte dessa gente, aquele “programa” de destruição social da Europa.

Ficamos a saber que o aumento dramático do desemprego e da pobreza, o agravamento da recessão e a destruição das funções sociais dos estados, é, para essa gente, um sinal de que o memorando de austeridade está a ser “bem aplicado” e no “bom caminho” em Portugal e na Irlanda, e terá o mesmo destino em Espanha e em Itália.

Mas o mais grave nessa entrevista está nas ameaças veladas, em primeiro lugar à Grécia e em segundo aos restantes países do sul: ou mantêm a rota da austeridade aplicada por essa gente ou “arriscam-se a uma saída do euro”.

Pessoalmente, já não sei se a saída do euros é uma ameaça ou não seria, pelo contrário, uma benesse para esses países e para os seus cidadãos.

Olhando para a situação grega, não só vejo aí o futuro que nos espera, como não vejo aí qualquer futuro. Sair do euro pode ser doloroso no início, mas para os gregos e para os portugueses desempregados e viveendo em dramáticas condições de miséria e pobreza, por exemplo, dor maior do que aquela que sofrem, ainda por cima sem futuro à vista, já não será possível, com ou sem euro. Pelo menos a saída do euro obrigaria à procura de alternativas e, penso, em dois ou três anos, os Gregos, e os países do sul que saíssem do euro, iriram encontrar um rumo e talvez um futuro melhor do que aquele que os mercados financeiros, a Comissão Europeia e a Srª Merkel preconizam para as próximas décadas.

Claro que todos aqueles que, na Grécia, na Irlanda, em Portugal, em Espanha, ou na Itália, beneficiaram com o euro e as medidas de austeridade (políticos corruptos, banqueiros, especuladores financeiros, grandes empresários), terão tudo a perder. Mas para o resto da população em sofrimento, já nada há a perder…até podem ganhar alguma coisa.

Penso até que o “grande medo” é que a Grécia, saindo do euro, consiga recuperar rapidamente da miséria em que vive, o que seria um “mau exemplo” e punha em questão o modelo de austeridade que aquela gente preconiza. 

Dessa gente, como se pode confirmar pela entrevista que pode ser lida, parcialmente, em baixo, com a sua austeridade, só podemos esperar ….Destruição! Destruição! Destruição

sexta-feira, 13 de abril de 2012

SACANAS SEM LEI - 25 - Miguel Beleza “Aumento da idade da reforma vai ser definitivo”.




O sr. Miguel Beleza, tal como muitos outros ex-administradores do Banco de Portugal, ex-ministros das finanças e ex-administradores de empresas públicas, passam a vida a debitar opiniões, por essa imprensa fora, sobre os “altos salários” dos portugueses, sobre os “privilégios” dos professores e funcionários públicos” ou sobre “todos” os portugueses que “andaram a viver acima das suas possibilidades”.

Agora o sr. Miguel Beleza escolheu como tema do seu “tempo de antena” a urgência em obrigar os portugueses a reformarem-se cada vez mais tarde e, provavelmente, e de preferência, com reformas cada vez mais miseráveis, ao nível da pura indigência.

As premissas do sr. Miguel Beleza, para tentar influenciar os nossos governantes, que gostam muito da opinião dessa gente “prestigiada”, até podem estar correctas, mas o sr. Beleza não tem qualquer autoridade moral para se pronunciar sobre as reformas dos outros.

É que o sr. Miguel Beleza, que começou a trabalhar aos 29 anos, tendo sido administrador do Banco de Portugal entre 1987 e 1989 e governador do mesmo banco entre 1992 e 1994, por esses sete anos de “trabalho”, após 15 anos de descontos e aos 45 anos de idade, teve direito, em 1995, a uma reforma de …3 062 euros!!!!.

E não me venham dizer que isto é demagógico...demagogia é justificar até á nausea a austeridade que ele e os amigos nos andam a impor há vários anos, há pelo menos uma década. Demagogia é considerar que uns têm direito a ordenados de luxo porque "estão no mercado" e que os outros apenas têm direito a ordenados de "lixo" porque trabalhar e produzir não será tão prestigiante com especular no mundo financeiro...

Não é o único que vem para as televisões e para os jornais lançar “bitates” sobre a necessidade de contenção salarial, de aumentar a idade da reforma e de a reduzir para níveis da simples sobrevivência caritativa ou sobre “andarmos a viver acima das nossas possibilidades”.

Para saberem do que é que muitos desses falam quando falam desses temas, é consultar este post do blogue ANOVIS ANOPHELIS , sobre as reformas douradas do Banco de Portugal, o qual, apesar de ter sido publicado em 2006, mantem-se actual, até porque, a ter havido alguma alteração na situação, foi para acrescentar mais uns tantos ao rol.

Dos economistas referidos, apenas escapam, pela dignidade, Octávio Teixeira e Bagão Félix, ambos porque continuam a denunciar a cegueira das actuais politicas de austeridade e o último, também, por se ter recusado a receber a reforma a que tinha direito.

Os outros, como Miguel Beleza, andam por aí a influenciar o poder para fazerem cair sobre os cidadãos o ónus da sua incompetência e dos seus privilégios.

Essa gente devia ter vergonha quando fala, principalmente porque não têm autoridade para falar dos outros quando têm sido daqueles que mais beneficiaram de salários, reformas e vidas, essas sim acima das possibilidade deste país.

Um dia, quando se fizer a história da responsabilidade pela dramática situação em que vivem os cidadão deste país, não tenho dúvida que muitos desses, com Miguel Beleza, à cabeça, farão parte dessa galeria de cromos...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mais um episódio da guerra desencadeada pelo poder financeiro contra a Europa:Afinal, o Goldman Sachs manda no mundo?

 Na guerra desencadeada pelo poder financeiro contra os cidadãos e trabalhadores europeus, o banco Goldman Sachs desempenha um papel central na imposição do modelo de desregulamentação e destruição da estabilidade social europeia.

Neste artigo, que pode ser lido em baixo, fica claro o objectivo do poder financeiro, assim como ficamos a saber quais são os principais agentes da estratégia financeira desse banco na União Europeia, onde se destaca o nome de Mario Draghi, indigitado para substituir o incompetente sr. Trichet à frente do BCE.

Também existem nomes portugueses nesse jogo de influências: um António Borges, director departamento europeu do FMI, com grande proximidade ao o actual ministro das finanças de Portugal, Carlos Moedas, secretário de estado adjunto de Passos Coelho e António Horta Osório, presidente do LLoyds Bank .

O artigo revela ainda a acção e as ligações do Goldman Sachs a Portugal.

Lendo com atenção o artigo, que pode ser consultado clicando em baixo, vê-se que não estamos perante mais uma teoria da conspiração, mas perante uma bem documentada reportagem que nos alertas para um dos pilares da actual guerra mundial lançada pelo poder financeiro contra os povos do mundo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

UMA NOTÍCIA QUE PASSOU (QUASE) DESPERCEBIDA (porque será?!!!): Kadhafi investiu 24 milhões no BCP e BES.

"Tão amigos que nós...éramos!!!"


...zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades...ou, o dinheiro está sempre à frente dos direitos humanos!!!