Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
Pesquisar neste blogue
Mostrar mensagens com a etiqueta Jerónimo Martins. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jerónimo Martins. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Mixórdia de Temáticas - Pingo Doce - Adquirir produtos à bruta
Perante tanta interpretação "sociológica" sobre um dos temas do dia e a defesa que alguns fazem do conceito de "boda aos pobres" que estaria por detrás das "boas" intenções caritativas do sr. Jerónimo Martins, resta-nos usar o humor:
Etiquetas:
Humor,
Jerónimo Martins,
Pingo Doce,
Ricardo Araújo Pereira
UMA EXCELENTE REPORTAGEM sobre o 1º de Maio num supermercado perto de si: “Parece o fim do mundo!” .
Uma excelente reportagem sobre a loucura do consumo no 1º de Maio, da autoria das jornalistas Mariana Oliveira e Rosa Soares:
Etiquetas:
1º de Maio,
Cartoon,
Consumo,
Jerónimo Martins,
Pingo Doce
1º de Maio - Dia de "São Consumidor"?
(Foto de Nuno Ferreira Santos/Público)
Quem consultar hoje as primeiras páginas da imprensa
mundial, encontrará referências às manifestações do 1º de Maio, com destaque
para as grandes manifestações em Espanha, em França , na Grécia e em muitos
outros cantos da Europa, da América Latina à Ásia.
Contudo, quem fizer o mesmo exercício com a imprensa
nacional, com a única excepção do Público, a quem devemos a metafórica
fotografia que ilustra esta página, os títulos e as imagens em destaque referem
o degradante espectáculo de prateleiras vazias e gente a acotovelar-se em bichas intermináveis para entrar ou sair
dos supermercados da cadeia Pingo Doce.
Muita gente sujeitou-se a bichas que duraram o equivalente a
um dia de trabalho, primeiro para entrar, depois para pagar à saída, levando
muita gente a “saquear” as prateleiras de bolachas e iogurtes para matar a fome
dessa espera.
Muita gente que resolveu escolher os congelados, acabou por
ver esses produtos estragarem-se e a derreterem-se ainda antes de os pagar, tal
foi o tempo de espera.
A maioria acabou por comprar o que não necessitava para
perfazer o valor mínimo para beneficiar da promoção de 50% de desconto em
compras superiores a 100 euros.
As fotografias e vídeos do interior desses supermercados
mostravam aquilo que pareciam cenas de saque e assalto, como se viesse aí uma
guerra ou o fim do mundo, com lixo espalhado pelas prateleiras vazias e pelo
chão e lutas e discussões por um pacote de leite.
A empresa da Jerónimo Martins explorou o que existe de mais
primário no comportamento das pessoas, explorando a seu favor o medo provocado
pela crise económica a os fenómenos mais degradantes da psicologia de massas.
A escolha do dia para lançar essa promoção não foi inocente,
foi uma autêntica provocação, induzindo as pessoas a recorrerem ao mais degradante
espírito consumista, num dia que devia ser de afirmação cívica.
Já não bastava toda a chantagem que tem vindo a ser exercida
sobre os trabalhadores dessa cadeia de supermercados (…e de todas as outras)
para os obrigar a trabalhar num dia que devia ser de descanso, de convívio ou
manifestação cívica, para agora tornar a vida dessas pessoas num verdadeiro
inferno.
Ao que parece, contudo, a administração dessa empresa não
acompanhou os seus trabalhadores nessa obrigação, já que não responderam às perguntas
de alguns órgãos de comunicação social com a argumentação que estavam fechados
por “ser feriado”.
Não deixa de ser curioso o silêncio sobre este fenómeno por
parte de uma série de economistas e sociólogos que tanto gostam de perorar
contra o excesso consumista e a falta de atitude cívica do “povo” e sempre
prontos a defender a austeridade em nome da crise.
Mas o fenómeno é facilmente explicável, se olharmos para o
nome dos autores das edições e dos responsáveis pelas instituições e fundações
financiadas pela Jerónimo Martins. O silêncio é fácil de comprara por quem tem
dinheiro.
Desta triste situação ficam aqui duas ou três perguntas que
gostava que alguém me respondesse.
Uma primeira pergunta é para o sr. Presidente da República: o sr, sempre tão preocupado com a
imagem do país lá fora, não tem nada a dizer sobre a degradação das imagens que
marcaram este 1º de Maio em Portugal, que correram o mundo e que vão ser alvo
de chacota generalizada?
Outra pergunta para os responsáveis pela concorrência económica:
sei que já andam a investigar os acontecimentos, mas pergunto se, em caso de se
comprovar a existência de prática de dumping, que atitude vão tomar em relação
aos responsáveis por essa empresa?
E já agora o governo, tão preocupado com o deficit, não se
interroga se o apelo irracional ao consumo de campanhas com esta não é tão
responsável pela crise em que vivemos, como o são a irresponsabilidade do
crédito bancário ou a incompetência dos políticos?
A terceira pergunta é para os consumidores: já pensaram que,
se o Pingo Doce, uma das cadeias de supermercados com produtos mais caros, pode
oferecer 50% de desconto em quase todos os seus produtos e na quase totalidade
dos seus stocks, e se mesmo assim, tem lucro, porque é que não baixa os preços
em definitivo? Ou perguntando de outro modo: se conseguem vender produtos com
50% de desconto sem perderem dinheiro, já perceberam a escandalosa margem de
lucro dessas empresas em dias normais?
Por último, para aqueles que vêem neste acto um acto
benemérito da empresa, uma espécie de boda aos pobres, devem-se perguntar
porque é que essa empresa recorre a off-shores para fugir aos impostos pagos em
Portugal ou se foram de facto os mais pobres que beneficiaram com esta
campanha.
A maior parte dos pobres e todos aqueles que trabalham com
salários mínimos não podem dispor, de um dia para o outro, de um mínimo de cem
euros para beneficiarem deste tipo de campanhas, ou, se o fizeram, em breve vão
sentir no bolso o modo como responderam irracionalmente ao desejo consumista.
Este foi um dia de vergonha e infâmia…
Etiquetas:
1º de Maio,
Consumo,
Contra-situacionismo,
Jerónimo Martins,
Pingo Doce
terça-feira, 1 de maio de 2012
O "Primeiro de Maio" da Jerónimo Martins...à minha porta.
Moro numa praceta onde funciona um híper do Pingo Doce e hoje
acordei ao som de vozes e carros, situação pouco habitual antes das 9 da manhã e
num feriado.
Sei agora que a confusão, que continua a esta hora, com
bichas barulhentas de gente à minha porta, se deve a uma promoção daquela rede
se hipermercados.
Agora percebi o movimento de empregados nesse
estabelecimento ontem à noite – andavam numa azáfama a mudar os preços, para
melhor se enganar o “povinho”.
Uma iniciativa que é uma afronta, diria mais, uma provocação
da Jerónimo Martins ao espírito do Primeiro de Maio, ainda por cima na época em
que vivemos, onde o apelo ao consumo desenfreado e desnecessário deste tipo de
campanhas esteve na origem do actual descalabro financeiro do país…
…com a agravante da degradação contínua das condições de
trabalho nesse tipo de empresas e com o facto de os lucros deste promoção, em
vez de beneficiarem a economia do país, irem beneficiar os off-shores onde essa
empresa coloca os seus lucros para fugir aos impostos…
Que forma mais indigna de comemorar este dia…
Etiquetas:
1º de Maio,
Cartoon,
Consumo,
Economia,
Jerónimo Martins,
Trabalho
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Isto é o que a Jerónimo Martins e as empresas do PSI 20 podem fazer pelo País?
Numa entrevista concedida à SIC Notícias em 7 de Abril último, Alexandre Soares dos Santos, presidente do conselho de Administração da Jerónimo Martins afirmava: “Nós temos é que olhar para nós e perguntar: o que é que eu posso fazer pelo meu país?”. Ontem ficámos a saber o que é que ele e a sua empresa podem fazer pelo país: transferir grande parte dos lucros obtidos em Portugal para o paraíso fiscal holandês, de forma a poder pagar menos impostos.
Essa atitude vai, aliás, ao encontro do que nos tem sido propostas nos últimos tempos por governantes e economistas: o que é que os jovens qualificados podem fazer pelo país? – Emigrar!; o que é que os trabalhadores portugueses podem fazer pelo país?: - Empobrecer!.
Tem-se falado muito em ética empresarial. A “Jerónimo Martins” deu-nos um exemplo da falta dela.
Deve-se, contudo, referir que a acção dessa empresa é totalmente legal, revelando que, muitas vezes, a falta de ética é fomentada pela própria lei.
Há muito tempo que alguns protestam contra a desigualdade fiscal entre o trabalho e o capital, desfavorável ao primeiro, mas quem tem poder nada tem feito, argumentando com o receio da fuga de capitais. Ora, como se vê, apesar o capital já ser fortemente beneficiado em termos fiscais, tal não evita a sua fuga continuada.
Tal também se fica a dever à falta de coragem das instituições europeias em combaterem, no seu próprio seio, a existência, quer de paraísos fiscais, quer de grandes disparidades em termos fiscais entre os países membros.
Por último, é de registar que a atitude da Jerónimo Martins não é inédita em Portugal. A maioria esmagadora das empresas cotadas em bolsa recorre ao mesmo esquema para fugir ao pagamento de impostos. Só no último ano, 19 das 20 empresas do PSI 20 fugiram com 11 mil milhões de euros para os paraísos fiscais, dez vezes mais do que aquilo que o estado vai reter aos funcionários públicos.
Boicotar as empresas da Jerónimo Martins pode ter um carácter simbólico, mas só seria coerente se se estendesse a todas as empresas que usam o mesmo método eticamente reprovável de fugir às suas obrigações para com o país que as sustenta.
Espera-se que o poder político, sempre tão pronto a penalizar os mais fracos, trabalhadores, pequenos empresários, funcionários públicos, revele agora coragem para tomar medidas que penalizem fortemente quem foge às suas obrigações sociais e fiscais.
Etiquetas:
Contra-situacionismo,
Economia,
Jerónimo Martins,
União Europeia
Subscrever:
Mensagens (Atom)