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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Um Cartoon de Natal (com desejo de Boas Festas).


Razões pessoais não me têm permitido anadar por aqui com mais assiduidade.

De qualquer modo, aqui deixo o desejo de Boas Festas para todos, sem esquecer os que vão continuar a passar estas "festas" no meio de bombardeamentos, seja na Palestina, seja na Ucrânia, os que vão continuar a viver na rua (como cerca de 17 mil portugueses) e os que vão continuar com fome ou presos por regimes ditatorias, um pouco por todo o mundo.


quarta-feira, 29 de novembro de 2023

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU, há alguém mais criminoso do que eu? (sem esquecer o Hamas e o Batalhão Azov, entre outros)

 


As origens dos conflitos são diferentes, as histórias também. O Conflito Israelo-Palestiniano dura deste 1948 e o conflito na Ucrânia dura desde 2014.

Em 24 de Fevereiro de 2022 a Rússia invadiu criminosamente a Ucrânia, de forma ilegal, à luz das relações internacionais, com o pretexto de combater ao “nazis” e defender as populações de origem russófona,  alvo das perseguições e dos crimes por parte de bandos nacionalistas, que se digladiavam desde 2014, já tendo provocado entre 10 a 20 mil vítimas, a maioria civis, assistindo-se a massacres de parte a parte, o mais famoso o massacre de Odessa em que foram queimados vivos vários apoiantes da Rússia.

A Rússia tem destruído escolas, hospitais e outras infraestruturas civis ao longo da guerra, com o pretexto (nalguns casos comprovado) de que essas estruturas e os seus ocupantes são usado como escudo humanos por tropas ucranianas, ou foram atingidas acidentalmente por fragmentos de mísseis e drones atingidos pela defesa ucraniana.

Ao longo do mês de Outubro último Israel começou a bombardear, de forma desproporcionada e criminosa, a população civil de Gaza (e também a da Cisjordânia) com o pretexto de combater os terroristas do Hamas, que massacraram, num atentado sem precedentes,  mil e quatrocentos civis israelitas e fizeram reféns mais de 200.

Israel têm destruídos centenas de escolas e hospitais na Faixa de Gaza, sem se desculpar com erros de pontaria, mas com a desculpa da sua utilização militar ou logística por parte do Hamas, situação nunca comprovada por fontes independenetes.

A zona em guerra ou sob ocupação russa na Ucrânia tem a dimensão de grande parte da Península Ibérica.

A zona de guerra na Faixa de Gaza tem metade do tamanho do Algarve.

Segundo dados, já desactualizados (foram publicados pela revista Visão em 5 de Novembro), a invasão russa da Ucrânia que dura há quase 2 anos, provocou, entre a população civil do país, 9 614 mortos e 17 535 feridos, entre os quais 554 crianças mortas e 1180 feridas.

Segundo os mesmos dados, até aquela data, os bombardeamentos de Israel provocaram, na Faixa de Gaza, em cerca de 1 mês de guerra, 9 061 mortos e 24 mil feridos, entre os quais 3 648 crianças mortas e 9 600 feridas.

Nos violentos bombardeamentos da Rússia à Ucrânia, são reportadas, por dia, pelas próprias autoridades ucranianas, um número de vítimas raramente superior à 10, e muitas vezes “apenas” feridos, e sempre que isso acontece apontam para crimes de guerra, enquanto que nos bombardeamentos israelitas morrem centenas de civis por dia, número de que o próprio exército de Israel se gosta de gabar.

Qualquer morto civil numa guerra é sempre um crime de guerra. A violência das situações não se mede pelos números.

Mas, perante os dois pesos duas medidas como essas guerras têm sido comentadas ou divulgadas e os dois pesos e duas medidas da atitude dos responsáveis políticos “ocidentais” (será porque os ucranianos são louros de olhos azuis e os palestinianos são mais escurinhos?) é caso para perguntar: espelho meu, espelho meu, há alguém mais criminoso do que eu? (…eu sei que há, mas entre aqueles dois criminosos que lideram Israel e a Rússia é caso para dizer…venha o diabo e escolha. E já agora, que o Tribunal Penal Internacional tenha coragem para os levar, aos dois, à barra do tribunal para serem condenados como criminosos de guerra, que o são, e se deixe de usar, também, dois pesos e duas medidas).

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Há 60 anos - A Morte de um Presidente

 


Há dez anos publiquei por aqui este texto:

Já aqui me referi à minha primeira memória do mundo, para lá da minha casa, do meu quintal, da praceta e da escola primária.

Durante anos não soube muito bem qual das duas notícias, o anúncio da morte de Edith Piaf ou O assassinato de John Kennedy , tinha sido a primeira que me marcou para além do meu mundo de infância e que me despertou para a existência de um mundo mais vasto.

Vim a saber mais tarde que ambos os acontecimentos tiveram lugar no final de 1963, tinha eu então uns 7 anos de idade e que, cronologicamente, o primeiro acontecimento de que me lembro foi o da morte de Edith Piaf, em 10 de Outubro desse ano, como também já aqui referi.

De qualquer modo, o primeiro acontecimento histórico relevante foi o assassinato de Kennedy.

O tema foi tema de conversas entre os meus pais e lembro-me bem de ver na televisão os filmes do assassinato, embora o que me tenha marcado mais tenha sido o do assassinato de Lee Oswald por Jack Ruby, que aconteceu em directo nas televisões norte-americanas.

Desde aí, para o bem e para o mal, a história dos Estados Unidos, da sua cultura (cinema, banda desenhada, séries televisivas, musica rock) e dos seus feitos, como os da conquista do espaço, passaram a fazer parte do meu imaginário da infância.

As  eleições presidências norte-americanas eram sempre seguidas com atenção na minha casa, como contraponto de um país, como o Portugal de então, onde não existia democracia. 

Os Democratas eram os preferidos do meu pai, tendência que eu seguia com entusiasmo. Lembro-me de, no antigo liceu, brincarmos no intervalo às eleições presidenciais norte-americanas, onde nos dividíamos em grupos, uns apoiando os democratas (na altura Macgovern) e outros gritando por Nixon (mas isto foi já em 1972…).

Seja como for, a história do assassinato de Kennedy e da época foram sempre temas que me fascinaram.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

3 cartoon´s para responder ao meu "amigo" anónimo OPJJ

Tenho sido invadido por comentários, entre o descontextualizado e o ofensivo, entre a leitura enviesada  e o preconceito ideologico sobre aquilo que escrevo, de um tal OPJJ, que, sob essa designação, se esconde no anonimato.

O anonimato é uma das maiores cobardias do nosso tempo.

Já tentei vários meios para obrigar esse anónimo a revelar-se e a dialogar de forma civilizada, tudo sem sucesso.

Penso que a melhor resposta a esse tipo de gente é o humor. 

Como remate final, aqui deixo um conjunto de cartoon´s para responder ao meu "simpático" "atirador", falho de pontaria na maior parte dos casos.



No mundo da “rotulagem”


Fascistas, comunistas, social-fascistas, nazis, populistas, antissemitas, terroristas,  islamofóbicos, apoiantes de Putin, apoiantes do Hamas…e outros rótulos.

No mundo das redes sociais é mais fácil rotular que defender ideias, analisar factos, explicar acontecimentos, contextualizar, debater, de forma civilizada, opiniões divergentes.

Infelizmente, essa tendência para rotulagens apressadas, sobre quem pensa de forma diferente da nossa, está a fazer o seu caminho e, pior do que isso, está a provocar guerras criminosas e a tomada do poder por irresponsáveis.

Hoje não se discutem programas políticos, económicos ou sociais…discutem-se…rótulos!

Tentar contextualizar a guerra da Ucrânia é…”justificar” a criminosa invasão russa!!!

Curiosamente, essa invasão foi “justificada” pelo criminoso Putin com a rotulagem dos ucranianos como…”nazis”!!

Claro que, “para a mentira ser segura tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade”. Existem nazis na Ucrânia, como o tristemente célebre Batalhão Azov, mas também existem nazis do outro lado, entre as forças russas, sem esquecer a actuação criminoso e terrorista do Grupo Wagner.

Do outro, lado muitos se apressaram a colar o rótulo de “comunismo” a Putin, outra falácia ignorante sobre o que se passa na Rússia, um processo, esse sim fascizante, de tomada do poder por uma clique de oligarcas.

Agora, em relação ao criminosos, e ainda mal esclarecido, ataque dos terroristas do Hamas  a Israel e à criminosa resposta do governo de Israel, voltamos a assistir ao mesmo processo de “terrorismo intelectual”.

Quem chamar a atenção para as origens do problema palestiniano, para a origem do Hamas e condenar os crimes de guerra de ambos os lados em Gaza e na Cisjordânia, passa a ser considerado como “amigo do Hamas”, ou “antissemita”!!!

É mais fácil rotular, do que pensar!

É mais fácil rotular que admitir os nossos erros!

É mais fácil rotular do que admitir os crimes dos que consideramos pertencerem à nossa tribo!

Claro que todos aqueles rótulos tem uma origem histórica e conceptual, mas têm de ser usados com base no estudo da sua história e da sua concepção.

Usá-los como forma gratuita e ignorante de arremesso sobre os “adversários” políticos, mina o debate democrático e sereno que se deve ter sobre os temas de actualidade.

Todos nós podemos cair nesse erro, mas será bom que o procuremos corrigir e denunciar, ou, da barbaridade das palavras, depressa cairemos na barbaridade dos actos.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Os “descendentes” dos “Kapos” estão no governo de Israel?


A História da Palestina e de Israel não começou com os criminosos ataques terroristas do Hamas no dia 7 de Outubro.

As crianças Israelitas, barbaramente mortas nesse ataque, não foram as primeiras mortas naquele território. Entre Janeiro e o dia 7 de Outubro, o exército israelita e/ou os colonos extremistas e armados lançaram o terror entre os palestinianos da…Cisjordânia…, e mataram cerca de 40 crianças palestinianas, e continuam a matar actualmente com o pretexto de acabar com terroristas. Note-se: estamos a falar da Cisjordânia, não da Faixa de Gaza!!!

O rapto de civis, feitos reféns pelo Hamas, é um crime de guerra e um acto bárbaro e inconcebível, mas a prisão de milhares de palestinianos, sem julgamento, alguns há décadas encarcerados, pelos motivos mais ridículos, pelo Estado Israelita, vai no mesmo sentido do desrespeito pelos mais elementares Direitos Humanos e judicias.

O Hamas foi crescendo e ganhando influência entre os palestinianos com a conivência (alguns referem mesmo o apoio) dos governos de Israel, com o objectivo, não só enfraquecer a Autoridade Palestiniana, como  de tornar o conflito numa guerra religiosa entre fanáticos judeus e fanáticos muçulmanos, justificando assim o terrorismo de Estado de Israel contra o terrorismo do Hamas.

Aliás, está por explicar a facilidade com que o grupo terrorista entrou em território israelita com tanta facilidade e ocupando-o durante horas quando é sabido, dito por quem conhece a zona, que nem um coelho atravessa o "muro" sem desencadear uum rápido alarme. Só com conivência de autoridades israelitas é que esse ataque foi possível. Basta ver que beneficiou com a situação!

Ao longo de décadas o Estado de Israel nunca cumpriu a maior parte das resoluções da ONU, gozando da impunidade de que poucos Estados gozaram por não as cumprirem.

Quando tudo se encaminhava para uma solução de paz duradoura, um fanático extremista judeu assassinou Isac Rabin. Hoje a “família” política e religiosa desse terrorista governa Israel.

Após a queda da União Soviética emigraram mais de 1 milhão de “judeus” (??) de origem russa ou do leste da Europa para o Estado de Israel, com mais direitos que a maior parte dos palestinianos nascidos nesse território, a maior parte deles com tendências racistas e extremistas, atitude hoje dominante na maior parte dos países de leste (Hungria, Polónia, Tchéquia, Eslováquia, Ucrânia e Rússia), desequilibrando a balança política de Israel para a extrema-direita.

Membros do actual governo de Israel, ou que lhes são próximos, como a esposa do primeiro-ministro, desvalorizam o carácter humano dos palestinianos, classificando-os todos como animais, ou mesmo abaixo destes, para “não ofender os animais”, como afirmou a primeira dama, com o objectivo de justificar o tratamento dado aos civis de Gaza, numa prática, aliás, copiada dos nazis, que faziam o mesmo em relação ao judeus para justificarem a desumanidade do tratamento dado a esse povo e o próprio Holocausto.

A forma desproporcionada como o governo extremista de Benjamin Netanyahu reagiu ao ataque terrorista do Hamas configura, cada vez mais, um crime de guerra, tal como o comprovam organizações no terreno, como a ONU, a AMI, Os Médicos Sem Fronteiras, a Amnistia Internacional, a Cruz Vermelha, a OMS, a UNICEF, Repórteres Sem Fronteiras, Human Rights Watch e muitas outras.

A reacção do governo de Israel à acusação dessas organizações é acusá-las de “pactuarem com o terrorismo”, atitude idêntica à de outros ditadores e criminosos quando são confrontados por essas mesmas organizações pelos seus crimes contra a humanidade.

Ao que parece, a actuação do  actual governo de Israel, usando e abusando da chantagem moral com o terrível passado dos judeus, só pode envergonhar a memória das vítimas do Holocausto e as vítimas do anti-semitismo ao longo da História.

Só pode haver duas explicações para essa imoralidade, ou essa gente nada tem a haver com as vítimas do Holocausto, e obtém a classificação de judeu por puro oportunismo (como, aliás, se passa por cá com a venda de identidade sefardita a oligarcas russos e outros criminosos), ou então essa gente é descendente dos “kapos”, e aprenderam bem a lição com os nazis!!!

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Demita-se!


No passado Sábado o insuspeito António Barreto escrevia nas páginas do jornal Público:

“(…) Circulam nos jornais, nas televisões e nas redes sociais centenas de transcrições de interrogatórios, de declarações, de despachos confidenciais e de escutas telefónicas. A procuradora-geral da República utiliza formas sibilinas e estranhas à clareza do direito e do respeito pela dignidade das pessoas, com o que desencadeia uma crise política sem precedentes. Se não tiver razão, deve ser banida e afastada [sublinhado nosso].Se tiver razão, tem de mudar de estilo, dado que o actual não é próprio da democracia e da justiça”.

No Domingo a ex-directora do Deparetamento Central de Investigação a Acção Penal, Cândida Almeida criticava igualmente a actuação do Ministério Público liderado pela PGR : "rompendo com todas as normas deontológicas, algu´m informou  a imprensa da existência  do inquérito, não obstante sem suspeitas ou arguidos constituídos", acrescentando que a "justiça da praça pública serve interesses ocultos e entusiasma os pretensiosos e os ignorantes" (Público de 14 de Novembro).

Mais depressa do que se previa, descobriu-se que, o António Costa do comunicado da procuradoria, que a foi a causa da demissão de um governo de maioria absoluta, eleito há pouco mais de um ano, não era o primeiro-ministro.

Entretanto os tribunais não conseguiram provar as acusações mais graves contra os arguidos.

Não ponho as mãos no lume pela maioria desses arguidos, mas quem saiu mal disto tudo foi a justiça e o Ministério Público e, principalmente, a referida Procuradora Geral da República.

Mais uma vez as fugas selectivas de informação para a comunicação social, desta vez, para além de descontextualizadas, mal transcritas, destroem processos de combate à corrupção, lançando no lamaçal presumíveis inocentes ou complicando e arrastando processos de combate à corrupção, que acabam na prescrição ou esquecimento, beneficiando os verdaeiros culpados .

Já agora, investigue-se a origem das fugas ilegais de informação que partem do interior so Ministério Público, esse, sim, um grabe crime de "lesa democracia" e que corroe a confiança na própria justiça.

A responsável máxima por tanta incompetência, que está a ferir de morte a democracia e o Estado de Direito, é a Procuradora Geral da República.

Se lhe restar algum pingo de dignidade e responsabilidade deve seguir a recomendação de António Barreto: Demita-se!

terça-feira, 31 de outubro de 2023

A ONU e os “Incoerentes”


Todos os países que fazem parte da ONU, cerca de 200, assinaram a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Infelizmente são poucos os que cumprem os princípios desses documentos, ao mesmo tempo que ignoram a maior parte das resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança e pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Quando terminou a “Guerra Fria”, nos anos 90 do século XX muitos viram o início de uma nova era de paz e de respeito pelos Direitos Humanos, alguns até preconizaram o “fim-da-história”, num mundo “iluminado” pela democracia e pela liberdade.

Infelizmente não foi o que aconteceu.

O clima de violência generalizado, a proliferação do populismo de extrema-direita e de “democracias” “iliberais”,  o aumento de guerras de grande intensidade, aliados aos graves problemas climatéricos, acelerados pelo o domínio da selvajaria do capitalismo neoliberal capturado pelo corrupto mundo financeiro ( fruto da lavagem de dinheiro de várias máfias ligadas à especulação imobiliária, ao negócios do armamento e ao tráfico de droga) , destruíram a oportunidade de construir um mundo de paz, democracia, liberdade, prosperidade e de respeito pelos Direitos Humanos.

A incapacidade de reformular a ONU foi o principal factor que nos levou ao ponto onde estamos.

Os Estados Unidos, que começaram a desvalorizar aquela instituição e as suas associadas (como a Unesco, a Unicef, a OMS, a OIT, entre outras), agindo muitas vezes à revelia dessas instituições, ou a China e a Rússia, com sonhos imperialistas, travaram qualquer reforma no funcionamento dessa instituição, nomeadamente impedindo a revisão do direito de veto, que trava qualquer acção da ONU e desrespeita a crescente importância global de outros países, como o Brasil, a Argentina, o México, a África do Sul ou a Índia e travando o acesso, por razões históricas ultrapassadas pelo fim da Guerra-fria, de países importantes como a Alemanha ou o Japão, sem esquecer outras nações com dimensões importantes, quer do ponto de vista demográfico, quer do ponto de vista económico, como o Canadá, a Austrália, a Indonésia ou o Egipto e a Turquia.

Essa reforma, para tornar a ONU funcional, devia abandonar o direito de veto, substituindo-o pela maioria qualificada e reforçando o papel da Assembleia Geral, alargando o número de membros permanentes do Conselho de Segurança e reforçando o papel de uma força militar de manutenção da paz, papel que, na actualidade, está entregue ao livre arbítrio da NATO, controlada pelos Estados Unidos, organização militar que, depois do final da guerra-fria, abandonou as suas caracteristicas defensivas, intervindo militarmente em muitos sítios (ex-Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Líbia…),  agindo várias vezes  à revelia das decisões da ONU .

Para analisar a incoerência de muitos dos países que fazem parte da ONU em relação à defesa do Direito Internacional e dos Direitos Humanos, basta analisar o sentido de voto de muitos desses países em duas ocasiões recentes, condenando a invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia ou, agora, defendendo a criação de corredores humanitários para salvar os civis da Faixa de Gaza.

A boas notícia, comparando essas duas  votações, a 1º de 12 de Outubro de 2022 defendendo a integridade territorial da ONU, à luz da Carta das Nações Unidas, a segunda de 27 de Outubro de 2023, defendendo o direito de Protecção humanitária em relação à populações da Faixa de Gaza, é que houve 79 países que, coerentemente, votaram a favor de ambas as resoluções, pese o facto de alguns desses votantes o fazem de forma hipócrita, já que, muitos deles, não respeitam os mais elementares Direitos Humanos dos seus próprios cidadãos, como é o caso, por exemplo, do Afeganistão e da Arábia Saudita.

É também boa notícia que, entre os que, de forma coerente, votaram favoravelmente ambas as resoluções, estão Portugal e outros países da União Europeia como a Bélgica, a Irlanda, o Luxemburgo, Malta, Eslovénia e Espanha. Entre os países europeus que não pertencem à EU, também votaram, em coerência, Andorra, Bósnia, Liechtenstein, Moldávia, Noruega e Suiça.

Destacam-se ainda, na coerência da defesa da Carta da ONU, países como Angola, Argentina, Brasil, Guiné-Bissau, México, Marrocos, Nova Zelândia, Timor-Leste e Turquia.

A má notícia é que muitos países, em especial a maior parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança, não se encontram na lista desses 79 países, mostrando que só respeitam os “Direitos” de acordo com os seus projectos políticos ou os seus preconceitos ideológicos. Entre esses membros permanentes, apenas a França aprovou ambas as resoluções.

Ainda pior é a falta de coerência, reveladora dos dois pesos e duas medidas, de 21 dos 27 países da União Europeia !!!???. Sem esquecer a escandalosa posição da Ucrânia!!!

Com essa diferente votação, muitos desses países deixam de ter “moral” para falar em Direitos Humanos ou em respeito pelo Direito Internacional.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Palestina- Israel – A única manifestação na qual me sentiria bem!


A propósito do horrendo ataque do Hamas e da resposta criminosa do exército Israelita, têm tido lugar, um pouco por todo o mundo, manifestações para todos os gostos.

Todas elas têm em comum o ódio pelo adversário e o radicalismo de algumas mensagens.

Tenho todo o respeito pelas vítimas do Holocausto e defendo o direito de os judeus terem uma pátria.

Infelizmente, os últimos governos judeus de Israel cospem todos os dias na memória do Holocausto e no respeito pelas suas vítimas, quando fazem aos palestinianos o mesmo que os nazis fizeram, ou instigam ao ódio contra quem pensa de modo diferente.

Tenho respeito pela luta do povo palestiniano, pelo seu direito de existir nas terras e nas casas dos seus antepassados, e têm toda a razão em acusarem o poder Israelita de racista e criminoso, no modo como os vem tratando há décadas.

Infelizmente, os que os dizem representar, ou caíram na mais abjecta corrupção, como a autoridade palestiniana, ou abraçarem a causa criminosa e terrorista do Hamas, conspurcando a memória dos que lutaram pelo direito da sua existência.

As comparações absurdas que se veem por aí não ajudam à conciliação ou à resolução do problema.

Em primeiro lugar, a comparação não deve ser entre o Hamas e Putin, mas entre o Hamas e os bandos criminosos que pululam, desde 2014, na massacrada Ucrânia, como os bandos de assassinos do Batalhão Azov ou do Grupo Wagner, entre outros.

Se devemos comparar o criminoso Putin a alguém, é com o criminoso Netanyahu. As acções de ambos estão listadas como crimes de guerra por organizações como a ONU e a Amnistia Internacional, entre muitas outras. No Tribunal Penal Internacional está pendente, desde 2014 (??) uma queixa contra os crimes de guerra do exército israelita e do Hamas, embora só a Palestina seja subscritora da adesão a esse tribunal, ao contrário de Israel (porque será?), assim como não a subscreveram a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos (porque será, também???). Aquele tribunal foi célere a condenar Putin, mas arrasta-se na condenação ao Hamas e a Netanyhau, mostrando que funciona com dois pesos e duas medidas

Em segundo lugar, comparar o número de hospitais destruídos pela aviação israelita em Gaza com o número de hospitais destruídos pela Rússia na Ucrânia , para desvalorizar os ataques israelitas, com já vi por aí, é outra falácia. Estamos a comparar um país, como a Ucrânia, um país de mais de 600 mil Km2, maior que toda a Península Ibérica, o maior país da Europa depois da Rússia, com 40 milhões de habitantes, com a Faixa de Gaza, com uma área equivalente a metade do Algarve, onde vivem 2 milhões de pessoas. Logo, em Gaza, o número de hospitais não é comparável com o número de hospitais existentes num país como a Ucrânia. Logo, a destruição de um hospital em Gaza equivale a dezenas de hospitais na Ucrânia.

Na guerra da Ucrânia, que dura há quase dois anos, já foram mortos cerca de 10 mil civis, entre os quais mais de 500 crianças. Nos bombardeamentos a Gaza, em menos de um mês, foram mortos quase 5 mil civis, mais de 1000 dos quais são crianças (também já li e ouvi justificações abjectas para este número, com a desculpa da população jovem de Gaza!!!).

Quem condena, e bem, os crimes de guerra da Rússia na Ucrânia, tem de condenar, com a mesma veemência, quer a criminosa acção do Hamas, quer a continuada acção criminosa do exército Israelita.

Aliás, existem muitas interrogações sobre a acção do Hamas. Quem conhece a região, altamente vigiada, onde um simples coelho, que passe uma vedação da fronteira Gaza para Israel, dá logo alarme, interroga-se com foi possível que aquele ataque terrorista e criminoso do Hamas pudesse ter sido possível, ainda por cima com a duração de horas, sem que houvesse um simples alarme. Se tivermos em atenção que o principal a beneficiar com essa acção foi o enfraquecido governo extremista de Netanyahu, este tem muito que explicar, quando as coisas se acalmarem.

Por tudo isto, no meio das muitas manifestações e contra - manifestações que se vão realizando por todo o mundo, a favor ou contra Israel e a Palestina, a única manifestação justa, e na qual eu me sentiria bem, seria aquela que juntasse judeus e palestinianos condenando, ao mesmo tempo, os crimes do Hamas e os crimes do governo de Netanyahu.

Infelizmente, neste mundo polarizado e de cegueira colectiva, tal não vai ser possível.

Temo, como dizia Gandhi,  vamos continuar na lógica do “olho por olho, dente por dente”, até ficarmos todos cegos.

NOTA FINAL : uma palavra se solidariedade para com o Secretário Geral da ONU, António Guterres, pela sua coragem e pelo facto do ataque feroz a que foi sujeito pelo representante e pelo governo de Israel, envergonhando, mais uma vez, a memória das vítimas do Holocausto.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Paralelos!!!???

 


Os nazis começaram por retirar aos judeus as suas casas, as suas propriedades, os seus bens.

Os extremistas judeus começaram por expulsar os árabes palestinianos das suas casas, das suas propriedades e dos seus bens.

Os nazis enfiaram os judeus em ghettos, onde estes "viviam" em condições sub-humanas.

Os extremistas judeus enfiaram os palestinianos em “campos de refugiados”, sendo a faixa de Gaza o maior gheto de palestinianos, onde estes vivem em condições sub-humanas há décadas.

Quando os judeus do ghetto de Varsóvia se revoltaram, recorrendo a actos “terroristas” para atacar os seus opressores nazis, estes responderam bombardeando e invadindo o ghetto de Varsóvia, extreminando judeus, matando mulheres, velhos e crianças e enviando os sobreviventes para os campos de extermínio.

Quando uma facção violenta e extremista dos palestinianos usou o terrorismo contra civis israelitas indefesos (a maior diferença em relação ao que relatámos anteriormente), o exército israelita, a mando de um governo extremista, da família politica do assassino de Rabin, iniciou a vingança, com bombardeamentos indiscriminados contra a população civil de Gaza, hospitais, escolas, campos de refugiados da ONU, crianças (vai são mais de mil mortas), mulheres e velhos, fazendo recordar o ataque ao ghetto de Varsóvia, cuja violência dos bombardeamentos  nada fica a dever à violência dos nazis contra populações indefesas.

Só falta o extreminio total dos palestinianos (o “parcial” já dura há décadas), para a "comparação" ser completa, mas os próximos tempos vão-se aproximar disso.

O povo judeu e o povo palestinianos não mereciam tal horror.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

O cobarde ataque terrorista do Hamas contra populações indefesas, o cobarde bombardeamento indiscriminado de Israel contra populações civis…e a retórica “pipi” da Comissão Europeia…



Todo o acto terrorista é um acto de hedionda cobardia, tendo por norma disparar ou lançar bombas contra populações indefesas.

Foi isso que fez o Hamas em território Israelita.

Qualquer Estado, mesmo um Estado governado por extremistas, como acontece em Israel, tem o direito de responder para punir os responsáveis por esses actos.

A resposta legitima ao ataque cobarde do Hamas, tem, contudo, que ser proporcional, não pode ser indiscriminado, nem justifica responder à barbárie com a barbárie.

Sem surpresas, dado o “histórico”, é isto que o Estado de Israel, governado por um criminoso de guerra, apoiado por religiosos fanáticos fundamentalistas, está a fazer, em linha com o que já vinha fazendo noutros territórios palestinianos, mesmo antes daquele criminoso atentado terrorista.

Por isso não nos surpreende a violência indiscriminas dos cobardes bombardeamentos da artilharia e da aviação israelita que não poupam escolas, campos de refugiados, organizações não governamentais, representantes da ONU e hospitais.

Surpreende-nos a lentidão ou a falta de condenação a esses actos por parte de uma Comissão Europeia que responde de imediato a qualquer acto idêntico por parte da Rússia no território Ucrâniano.

Surpreende-nos sim os “dois pesos e duas medidas” da Comissão Europeia, apoiando um criminoso, como o primeiro-ministro israelita, contra quem pendem várias condenações na ONU e no Tribunal Penal Internacional e denuncias de crimes de guerra por parte da Amnistia Internacional.

O povo palestiniano, o povo judeu e o povo ucraniano sofrem do mesmo mal, atacados por governos terroristas, governados por criminosos de guerra.

A Comissão Europeia, com o seu discurso “pipi”, perde assim toda a legitimidade para condenar Estados criminosos, quando apoia, sem pestanejar, um Estado que pratica crimes de guerra e, mais grave, torna a União Europeia irrelevante no palco internacional.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Os Massacres hediondos e os massacres “fofinhos”.


Há muitos anos conheci um amigo do meu pai, piloto da Força Aérea Portuguesa, homem da oposição, mas que, por razões profissionais, tinha combatido na Guerra Colonial, participando em bombardeamentos, na Guiné, sobre aldeias dominadas pelo PAIGC.

Ele sabia que tinha participado em massacres sobre a população civil, obedecendo às ordens do governo português e, porque não teve outra opção a não ser participar nesses massacres, considerava que o mínimo que podia fazer era denunciar esses crimes e desmentir a tentativa das autoridades do Estado Novo de negarem a realização desses massacres, já que ele tinha participado neles, a mando dos seus superiores hierárquicos.

Dizia ele que, apesar de tudo, como lá de cima não via o resultado dos bombardeamentos, não assistindo ao horror no terreno, como acontecia com tropas de infantaria, tinha evitado ficar traumatizado para vida. Mas não desistia de denunciar a situação junto de quem o ouvia.

Anos depois, aí pela década de 1980, conheci um mercenário, também piloto da Força Aérea, que tinha combatido na Força Aérea Israelita, e que  confirmou a actuação dessa força aérea, tendo participado em bombardeamentos sobre aldeias palestinianas, a mando do governo de Israel. Também ele lamentava o sucedido e tinha consciência que, nesses bombardeamentos, tinha massacrado populações civis, e, por isso, sentia-se com legitimidade para denunciar as tentativas dos governos de Israel de branquear a situação, o que lhe custou o emprego.

Nessa guerra fratricida entre Israelitas e Palestinianos, nenhum dos lados tem as mãos limpas de sangue, entrando-se num carrocel imparável de horror.

Como dizia Gandhi, entrando na lógica do "olho por olho, dente por dente", todos acabaram cegos.

Foi isso que aconteceu, mais uma vez, no passado Sábado, coma actuação terrorista e hedionda do Hamas em solo Israelita.

Israel tem o direito de, neste caso em concreto, retaliar contra os terroristas do Hamas, mas, se quer mostrar que é diferente, tem de actuar com discernimento e de forma cirúrgica, evitando massacrar ainda mais a população palestiniana, atirando-a para os braços dos extremistas islâmicos.

Com os meios que tem, de apoio aéreo, de acesso a satélites e a armas sofisticadas, com o uso da mais avançada tecnologia militar, apoiado pelos serviços de informação dos Estados Unidos, Israel, se se quer demarcar da barbárie, tem o direito de retaliar, mas tem a obrigação de evitar os massacres de outros tempos.

Infelizmente não é isso que temos visto, nas imagens de bombardeamentos à Faixa de Gaza, que em tudo nos fazem recordar a acção dos nazis no Ghetto de Varsóvia.

Infelizmente, mais uma vez, assistimos ao velho princípio dos dois pesos e duas medidas, em que uns massacres são hediondos, e são, mas outros, se forem realizado por “amigos”, são “fofinhos”.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

…Outra vez???


Quando a Rússia invadiu ilegal e criminosamente a Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022, a condenação por esse acto hediondo foi generalizada, e bem.

O problema é que esse dia, mais do que um ponto de partida no conflito interno que existia na Ucrânia, desde o golpe fascista (sim, fascista, sem aspas) do “Maiden”, em 2014, foi um ponto de chegada de um período marcado pela perseguição mútua, muitas vezes com o recurso a acções criminosas, como o célebre incêndio do sindicato em Odessa ("pró-russos" queimados vivos dentro da sede), entre as populações ucranianas e as de origem russa, situação que foi o pretexto para o ditador Putin ocupar a Crimeia e apoiar as milícias do Donbass.

A situação de pré-guerra civil que se viveu na Ucrânia, entre 2014 e 2022, provocou cerca de 10 mil mortos de ambos os lados, e permitiu o aparecimento e fortalecimento de milícias terroristas, de tipo fascista, em ambos os lados da barricada, como o Batalhão Azov,  o Grupo Wagner ou os bandos de criminosos pró-russos do Donbass.

Ou seja, condenar a violação do direito internacional e os actos criminosos das forças russas, desde a invasão, é uma coisa, esquecer o que vinha de trás, é outra.

O problema é que, quem ousou interrogar-se sobre o que se passava na Ucrânia antes daquela data, ou separe o legitimo direito de defesa do povo ucraniano da situação no interior do próprio poder ucraniano, que também recorre a crimes de guerra, embora em menor número que os russos, e é dominado pela corrupção generalizada, é automaticamente rotulado de pró-putin, uma falácia intelectualmente desoneste, mas que tem feito o seu caminho.

O mesmo terrorismo intelectual, falacioso e desonesto, está agora a fazer o seu caminho, a propósito da situação palestiniana.

Também parece que, na Palestina, os hediondos e horrorosos crimes agora perpetrados por esse bando terrorista que domina a Faixa de Gaza, o Hamas, foi o início de tudo e foram os únicos actos criminosos realizados naquele território.

Condenar os crimes do Hamas é uma coisa. Pretender aproveitar-se da situação para fazer esquecer o papel dos recentes governos de Israel no massacre e no desrespeito pelos direitos dos Palestinianos é outra coisa totalmente diferente. Chama-se oportunismo político e má-fé.

Também agora, quem queira recordar o que está por detrás desta acção criminosa, que tem uma história de mais de cem anos de conflitos nunca resolvidos, e na qual o recurso a massacres e crimes de guerra de ambos os lados é prática comum, anda a ser enxovalhado como “apoiante de terroristas”.

É caso para exclamar: …outra vez? Chega de intolerância e de terrorismo intelectual!

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O Direito à Habitação, um direito por cumprir.

                                    

A Habitação condigna é um direito constitucional!!

Faz parte daqueles direitos sem os quais “não há liberdade a sério”.

Os outros direitos, como diz a mesma canção são “ a paz, o pão, a saúde e a educação”.

Podíamos juntar uma rede pública de transportes em condições, a defesa do ambiente e o respeito pela natureza.

Governo ou partido político que não tenha como preocupação esses princípios não é digno de credibilidade ou respeito, mesmo que a forma de os defender e promover possa variar, de acordo com os princípios e as ideologias de cada uma.

Quando se discute a “nação”, no parlamento, no conselho de Estado ou nos debates televisivos o que devia estar no centro dos debates era a falta de muitos desses direitos e a forma de os concretizar.

Infelizmente, todas aquelas discussões estão transformadas em mero ruído mediático, em tricas de bastidores, em ataques de carácter.

Não percebo, por exemplo, para que serve um conselho de Estado, com a velharia do costume, beneficiando de várias regalias por pertencerem a esse órgão não eleito, quando o que se discute é o “silêncio” ou o comportamento de a ou b!!!

Voltando à habitação, este é um dos direitos que nunca foi levado muito a sério e que está na base de muitos dos problemas que enfrentamos noutros sectores, como na educação e na saúde, pois, sem casas para habitar ou com preços e rendas incomportáveis, ninguém vai poder ou querer deslocar-se para certas zonas do país.

A habitação tem estado sujeita à total selvajaria do “mercado”, à especulação financeira ao serviço de oligarcas ou de criminosos de várias espécies, daí termos chegado à situação actual de preços e rendas incomportáveis para o nível de vida português.

Visitei este verão uma zona do sul de França e a cidade de Toulouse, a quarta maior desse país, e tive curiosidade em espreitar para as montras das imobiliárias.

Para meu espanto, num país como salário mínimo de 1 400 euros e onde o salário , no mínimo, é o dobro daquele que se paga em Portugal, comparando qualquer profissão, encontrei casas, algumas casarões em zonas de campo, tudo em bom estado e conservação, com preços a rondar os 200 mil euros, e até muitas abaixo deste preço.

Na própria cidade de Toulouse encontrei muitos estúdios para alugar entre os 500 e 700 euros.

É só comparar esses preços e essas rendas com o nível de vida e com o que se passa em Portugal. …e não só em Lisboa! Em Torres Vedras não se aluga nenhuma casa, algumas autênticas ruínas, por menos de 700 euros e em Lisboa a média por qualquer “barraca” ronda os mil e duzentos euros para cima!

Quanto aos preços de venda, é raro encontrar uma “barraca” por menos de 300 mil euros.

A menos que se duplique o valor dos salários, sem se resolver o problema da habitação não se consegue resolver qualquer outro problema em Portugal.

Infelizmente não vejo por aí um debate sério sobre o assunto.

E, como dizia a sábia Helena Roseta, os estudos estão feitos, as soluções são conhecidas. Só falta coragem para enfrentar os lobbies da especulação financeira e imobiliária.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

O Cartoon da Semana