No passado Sábado o insuspeito António Barreto escrevia nas páginas do jornal Público:
“(…) Circulam nos jornais, nas
televisões e nas redes sociais centenas de transcrições de interrogatórios, de
declarações, de despachos confidenciais e de escutas telefónicas. A
procuradora-geral da República utiliza formas sibilinas e estranhas à clareza
do direito e do respeito pela dignidade das pessoas, com o que desencadeia uma
crise política sem precedentes. Se não tiver razão, deve ser banida e
afastada [sublinhado nosso].Se tiver razão, tem de mudar de estilo,
dado que o actual não é próprio da democracia e da justiça”.
No Domingo a ex-directora do Deparetamento Central de Investigação a Acção Penal, Cândida Almeida criticava igualmente a actuação do Ministério Público liderado pela PGR : "rompendo com todas as normas deontológicas, algu´m informou a imprensa da existência do inquérito, não obstante sem suspeitas ou arguidos constituídos", acrescentando que a "justiça da praça pública serve interesses ocultos e entusiasma os pretensiosos e os ignorantes" (Público de 14 de Novembro).
Mais depressa do que se
previa, descobriu-se que, o António Costa do comunicado da procuradoria, que a
foi a causa da demissão de um governo de maioria absoluta, eleito há pouco mais
de um ano, não era o primeiro-ministro.
Entretanto os tribunais não
conseguiram provar as acusações mais graves contra os arguidos.
Não ponho as mãos no lume pela
maioria desses arguidos, mas quem saiu mal disto tudo foi a justiça e o
Ministério Público e, principalmente, a referida Procuradora Geral da
República.
Mais uma vez as fugas
selectivas de informação para a comunicação social, desta vez, para além de
descontextualizadas, mal transcritas, destroem processos de combate à
corrupção, lançando no lamaçal presumíveis inocentes ou complicando e
arrastando processos de combate à corrupção, que acabam na prescrição ou
esquecimento, beneficiando os verdaeiros culpados .
Já agora, investigue-se a origem das fugas ilegais de informação que partem do interior so Ministério Público, esse, sim, um grabe crime de "lesa democracia" e que corroe a confiança na própria justiça.
A responsável máxima por tanta incompetência, que está a ferir de morte a democracia e o Estado de Direito, é a Procuradora Geral da República.
Se lhe restar algum pingo de dignidade e responsabilidade deve seguir a recomendação de António Barreto: Demita-se!
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