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terça-feira, 14 de novembro de 2023

Demita-se!


No passado Sábado o insuspeito António Barreto escrevia nas páginas do jornal Público:

“(…) Circulam nos jornais, nas televisões e nas redes sociais centenas de transcrições de interrogatórios, de declarações, de despachos confidenciais e de escutas telefónicas. A procuradora-geral da República utiliza formas sibilinas e estranhas à clareza do direito e do respeito pela dignidade das pessoas, com o que desencadeia uma crise política sem precedentes. Se não tiver razão, deve ser banida e afastada [sublinhado nosso].Se tiver razão, tem de mudar de estilo, dado que o actual não é próprio da democracia e da justiça”.

No Domingo a ex-directora do Deparetamento Central de Investigação a Acção Penal, Cândida Almeida criticava igualmente a actuação do Ministério Público liderado pela PGR : "rompendo com todas as normas deontológicas, algu´m informou  a imprensa da existência  do inquérito, não obstante sem suspeitas ou arguidos constituídos", acrescentando que a "justiça da praça pública serve interesses ocultos e entusiasma os pretensiosos e os ignorantes" (Público de 14 de Novembro).

Mais depressa do que se previa, descobriu-se que, o António Costa do comunicado da procuradoria, que a foi a causa da demissão de um governo de maioria absoluta, eleito há pouco mais de um ano, não era o primeiro-ministro.

Entretanto os tribunais não conseguiram provar as acusações mais graves contra os arguidos.

Não ponho as mãos no lume pela maioria desses arguidos, mas quem saiu mal disto tudo foi a justiça e o Ministério Público e, principalmente, a referida Procuradora Geral da República.

Mais uma vez as fugas selectivas de informação para a comunicação social, desta vez, para além de descontextualizadas, mal transcritas, destroem processos de combate à corrupção, lançando no lamaçal presumíveis inocentes ou complicando e arrastando processos de combate à corrupção, que acabam na prescrição ou esquecimento, beneficiando os verdaeiros culpados .

Já agora, investigue-se a origem das fugas ilegais de informação que partem do interior so Ministério Público, esse, sim, um grabe crime de "lesa democracia" e que corroe a confiança na própria justiça.

A responsável máxima por tanta incompetência, que está a ferir de morte a democracia e o Estado de Direito, é a Procuradora Geral da República.

Se lhe restar algum pingo de dignidade e responsabilidade deve seguir a recomendação de António Barreto: Demita-se!

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