As origens dos conflitos são diferentes, as histórias também. O Conflito Israelo-Palestiniano dura deste 1948 e o conflito na Ucrânia dura desde 2014.
Em 24 de Fevereiro de 2022 a
Rússia invadiu criminosamente a Ucrânia, de forma ilegal, à luz das relações internacionais,
com o pretexto de combater ao “nazis” e defender as populações de origem russófona,
alvo das perseguições e dos crimes por
parte de bandos nacionalistas, que se digladiavam desde 2014, já tendo
provocado entre 10 a 20 mil vítimas, a maioria civis, assistindo-se a massacres
de parte a parte, o mais famoso o massacre de Odessa em que foram queimados vivos
vários apoiantes da Rússia.
A Rússia tem destruído escolas,
hospitais e outras infraestruturas civis ao longo da guerra, com o pretexto
(nalguns casos comprovado) de que essas estruturas e os seus ocupantes são
usado como escudo humanos por tropas ucranianas, ou foram atingidas
acidentalmente por fragmentos de mísseis e drones atingidos pela defesa ucraniana.
Ao longo do mês de Outubro
último Israel começou a bombardear, de forma desproporcionada e criminosa, a
população civil de Gaza (e também a da Cisjordânia) com o pretexto de combater
os terroristas do Hamas, que massacraram, num atentado sem precedentes, mil e quatrocentos civis israelitas e fizeram reféns
mais de 200.
Israel têm destruídos centenas
de escolas e hospitais na Faixa de Gaza, sem se desculpar com erros de
pontaria, mas com a desculpa da sua utilização militar ou logística por parte
do Hamas, situação nunca comprovada por fontes independenetes.
A zona em guerra ou sob
ocupação russa na Ucrânia tem a dimensão de grande parte da Península Ibérica.
A zona de guerra na Faixa de
Gaza tem metade do tamanho do Algarve.
Segundo dados, já
desactualizados (foram publicados pela revista Visão em 5 de Novembro), a
invasão russa da Ucrânia que dura há quase 2 anos, provocou, entre a população
civil do país, 9 614 mortos e 17 535 feridos, entre os quais 554
crianças mortas e 1180 feridas.
Segundo os mesmos dados, até aquela data, os bombardeamentos de Israel provocaram, na Faixa de Gaza, em cerca de 1 mês de guerra, 9 061 mortos e 24 mil feridos, entre os quais 3 648 crianças mortas e 9 600 feridas.
Nos violentos bombardeamentos da Rússia à Ucrânia, são reportadas, por dia, pelas próprias autoridades ucranianas, um número de vítimas raramente superior à 10, e muitas vezes “apenas” feridos, e sempre que isso acontece apontam para crimes de guerra, enquanto que nos bombardeamentos israelitas morrem centenas de civis por dia, número de que o próprio exército de Israel se gosta de gabar.
Qualquer morto civil numa
guerra é sempre um crime de guerra. A violência das situações não se mede pelos
números.
Mas, perante os dois pesos
duas medidas como essas guerras têm sido comentadas ou divulgadas e os dois
pesos e duas medidas da atitude dos responsáveis políticos “ocidentais” (será porque os ucranianos são louros de olhos azuis e os palestinianos são mais escurinhos?) é caso
para perguntar: espelho meu, espelho meu, há alguém mais criminoso do que eu? (…eu
sei que há, mas entre aqueles dois criminosos que lideram Israel e a Rússia é
caso para dizer…venha o diabo e escolha. E já agora, que o Tribunal Penal
Internacional tenha coragem para os levar, aos dois, à barra do tribunal para
serem condenados como criminosos de guerra, que o são, e se deixe de usar,
também, dois pesos e duas medidas).
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