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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

(última ?) “Carta Aberta” ao PCP e ao BE!


À beira de concretizarem a última e pior asneira da vossa história, eu, que, maioritariamente, desde 1976, em eleições legislativas, sempre votei, ou no BE (ou nos partidos que o formaram) ou no PCP, venho fazer um último apelo para que, se eventualmente alguém com influência nas decisões desses partidos me leia, faça chamar esses partidos à razão, e emendem uma decisão e uma asneira que vai prejudicar os trabalhadores, os reformados, os jovens em trabalho precário, os desempregados, os pobres e o “povo” que tanto dizem defender.

De facto, este não é um bom orçamento, mas é o melhor dos últimos anos, melhor que muitos dos que vocês aprovaram ou legitimaram nos últimos 7 anos.

É um orçamento "poucochinho"? É! Mas é sempre preferível o "pouco" deste orçamento, ao  "coisa nenhuma" de um governo de maioria absoluta ou de centrão, ou ao "menos" e aos "cortes" do orçamento de um governos à direita, pois estas duas últimas são as  alternativas a este orçamento.

Claro que o PS tem culpas, por promessas sucessivamente adiadas, pela cobardia em relação aos poderes de Bruxelas ou por manter medidas antissociais dos tempos da Troika, ou mesmo do governo socrático de má memória.

Ao chumbarem este orçamento, vamos ter de “lamber”, no futuro próximo, e provavelmente por muitos anos, com governos revanchistas muito mais à direita do que a sua origem histórica, mais interessados em defenderem os interesses do corrupto poder financeiro e dos mandantes de Bruxelas e das agências de rating, do que na defesa do cidadão comum, e em retomarem as medidas antissociais do “além da Troika”, cuja aplicação foi interrompida nos governos da geringonça .

Também o PS não voltará a estar aberto a negociar à esquerda, voltando aos velhos e estafados governos do “centrão”, de má memória, com o aumento de influência, no seu seio, com muita mais força, da estafada e corrupta tralha socrática e pelo velho PS das negociatas.

Pela minha parte, se provocarem eleições antecipadas, amigos do BE e do PCP, não contem com o meu voto, pelo menos enquanto me lembrar da vossa atitude em relação a este orçamento.

Claro que não vou votar numa direita cada vez mais extremada e radical, mas também não posso votar num PS cada vez mais dominado pela tralha socrática.

Neste momento, ao contrário do que sempre pensei, só me restam duas alternativas, para não recorrer ao inútil voto em branco ou ainda à mais inútil, e antidemocrática, abstenção.

Restam-me, no horizonte, ou o Livre, apesar da péssima prestação da sua única deputada eleita, ou o PAN, apesar de algum radicalismo na defesa das suas propostas.

Estes dois partidos são os únicos, à esquerda ou ao centro esquerda, a revelarem, neste momento, algum bom senso.

Não é preciso aprovar um orçamento que fica aquém das expectativas, basta a abstenção, para evitarem o ónus de se aliarem à direita, cada vez mais radical e revanchista, e abrirem caminho a uma alternativa ainda pior do que a actual.

Espero que o bom senso volte a dominar à esquerda, para bem dos trabalhadores, dos pensionistas, dos jovens precários, dos desempregados, dos mais pobres e do “povo” que dizem defender.

...Senão, e durante muito tempo, não contem com o meu voto!

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Adeus “Esquerda”!!!??


Fixem esta data: Dia 25 de Outubro de 2021.

Este foi o dia em que a esquerda portuguesa fez haraquíri.

A história do suicídio da “esquerda” portuguesa não começa hoje.

Começou quando, no início desta legislatura, o PS resolveu dificultar um acordo escrito com, pelo menos, um dos partidos à sua esquerda, jogando no medo destes em serem penalizados por não deixarem passar orçamentos pouco ambiciosos, do ponto de vista social, e com medo de confrontar os burocratas de Bruxelas.

Ficou evidente que esta legislatura não chegaria ao fim quando o BE resolveu colocar-se ao lado da direita para votar contra o anterior orçamento.

O PCP cedeu então na abstenção, convencido que iriam ser cumpridas algumas das medidas com ele negociadas, mas que o governo se foi “esquecendo” pelo caminho, ficando por cumprir muto desse orçamento.

Em relação a este orçamento para 2022, já se percebia que havia um impasse e uma desconfiança mútua entre os partidos da esquerda, situação que culminou na confirmação de que este orçamento não vai passar com os votos à sua esquerda.

A catadupa de medidas apressadas, apresentadas nos últimos dias pelo PS, para tentar agradar à sua esquerda, mais não eram do que o início da campanha eleitoral, por parte desse partido, para entalar os partidos à sua esquerda, que ficam com o ónus de derrubarem o governo mais à esquerda que tivemos desde o 25 de Abril.

Claro que, pelo meio, estava o desejo de alguns sectores do PS, a tralha socrática, com o incendiário Carlos César à cabeça, de controlar a “BazuKa” e de beneficiar, com esta, as suas habituais clientelas .

Mas, à esquerda, havia sempre a possibilidade da abstenção, quanto a mim a única forma de saírem “airosos” desta situação.

Agora, mesmo que possam ter razão nas críticas ou em sentirem-se enganados, os partidos à esquerda do PS vão ficar com o ónus, entre a maior parte do eleitorado de esquerda, de terem optado por uma situação bem pior que é a que vai resultar do chumbo deste orçamento.

Existem 3 alternativas, todas piores para a esquerda, para os trabalhadores, para os pensionistas e para os cidadãos comuns em geral.

A primeira alternativa é as eleições darem um resultado ainda mais complexo de ingovernabilidade, mas favorável ao malfadado centrão das negociatas e da corrupção, com capacidade de desbaratar, a seu favor e da sua clientela habitual, os fundos da “Bazuka”.

A outra alternativa é um PS com maioria absoluta, igualmente marcando o regresso da tralha socrática, das negociatas e da corrupção, igualmente com capacidade de desbaratar a favor da sua clientela os fundos da “Bazuka".

A terceira alternativa é o regresso da direita “além-da-Troika”, revanchista, desejosa de retomar as medidas antissociais que foram interrompidas pelo primeiro governo de Costa, a direita das negociatas e da corrupção, desbaratando os fundos da “Bazuka”, desta vez apenas a favor do poder financeiro e das grandes empresas, pois o que temos à direita não é, nem o PSD liberal, a roçar alguns princípios da social-democracia, do tempo de Sá Carneiro, nem o CDS, democrata-cristão, com preocupações sociais, do tempo de Freitas do Amaral.

Pelo contrário, à direita o que vamos ter, muito provavelmente, é um radical como Paulo Rangel, à frente do PSD, e um extremista, como Nuno Melo, à frente do CDS, com um discurso para agradar à extrema-direita, com o desejo de privatizar tudo, da escola pública à saúde, de agradar ao corrupto sistema financeiro que rege a União Europeia, de agradar aos defensores das politica “austeritárias” da União Europeia, que estão de volta, para continuar na senda, iniciada nos tempos do  “ir além da Troika”, de destruir tudo o que lhes cheire a “Estado Social”, de combate às desigualdades ou de serviço público.

Por isso, tudo o que vier, como resultado do chumbo deste Orçamento, é sempre pior.

Infelizmente, ao contrário da direita, que se divide quando está na oposição, mas se sabe unir, no essencial do seu projecto antisocial, quando chega ao poder, a esquerda, que se une no “protesto” quando está na oposição, tem dificuldade em unir-se, com pragmatismo, para executar as suas políticas sociais, quando chega ao poder, como estamos a assistir mais uma vez.

Claro que nem tudo será negativo com a antecipação de eleições.

Em primeiro lugar, prevendo-se uma situação de grande instabilidade económica e social que se vai viver, um pouco por todo o mundo, e na União Europeia, nos próximos anos ( em resultado da tempestade perfeita, que combina os trágicos efeitos socias da pandemia, com a degradação ambiental sem fim à vista, motivada e acentuada pelos grandes interesses financeiros ligados ao sector energético, com o agravamento da própria crise energética, com o regresso das politicas orçamentais autotitárias da “troika” à União Europeia, com as crescentes tensões político-militares entre a China e os Estados Unidos e a Rússia e a União Europeia...) que vai provocar o aumento do descontentamento e das desigualdades sociais, com um impacto muito maior em países com uma economia frágil, como a portuguesa, o regresso de partidos, como o PCP e o BE à oposição poderá evitar que todo esse descontentamento fique refém do populismo e do oportunismo de extrema-direita, voltando alguma esquerda a absorver e a enquadrar esse crescente descontentamento num combate mais consequente e positivo contra aqueles males crescentes.

Em segundo lugar, em democracia, o voto é sempre soberano e, perante a desagregação das relações entre os partidos à esquerda nos últimos dois anos, nada melhor do que clarificar a situação com a força e a legitimidade do voto.

Lamento que a esquerda, mais uma vez, não se consiga entender no essencial.

Lamento que, mais uma vez, a esquerda não se consiga unir no essencial para por em prática uma verdadeira política social, de combate aos salários baixos, às desigualdades sociais e de progresso que beneficie quem trabalha .

Provávelmente não voltaremos a ter oportunidade de ver aplicadas essas políticas sociais nas próximas décadas e, seja qual for o resultado eleitoral, vamos assistir à degradação de salários e de pensões, dos serviços de saúde e de educação, dos direitos socias e laboriais.

Mas, em democracia, não há que dramatizar.

Vá-se a voto, e clarifique-se a situação porque o voto é a arma do Povo!

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Tragédias de um Orçamento.


Por vezes, interrogo-me se a actual geração de jornalistas estudou numa escola de jornalismo ou, se não terá estudado, antes, numa escola de produção de telenovelas!!!

A forma como se tem vindo a dramatizar a apresentação do próximo Orçamento de Estado, mais parece, de facto, uma telenovela do que um trabalho lúcido de informação, como seria de esperar por parte dos órgãos de comunicação social.

Ou talvez a escola seja a escola do ministro da propaganda nazi, Goebels, aliás um excelente professor para quem quer aprende como funcionam, eficazmente, a propaganda e a publicidade.

Uma das técnicas desta “escola” é aquela, segundo a qual, uma mentira várias vezes repetida se torna verdade, ou, adaptando aos dias de hoje, várias frases descontextualizadas e meias verdades repetidas até à exaustão e ampliadas pelo megafone de vários comentadores encartados, acaba por condicionar a própria realidade.

Aquilo que sempre foi perfeitamente normal na apresentação de orçamentos, em especial quando não há governos de maioria absoluta, como aconteceu em mais de 3/4 de governos democráticos, que é apresentar um projecto, que depois pode ser alterado após negociações, sempre duras, entre os partidos parlamentares, foi transformado numa novela tágico-cómica, como, aliás, se tem transformado qualquer caso e casinho nos últimos tempos.

O problema é quando esse ambiente de doidos,  criado por uma comunicação social ávida de escândalos e espectáculos para aumentar audiências, contamina a vida política dos partidos ditos “sérios”.

É ver o frenesim que reina nos partidos da direita tradicional, só com a possibilidade remota de voltarem ao poder nos próximos tempos (principalmente, o de controlarem os dinheios da "bauka", que é o que os move....).

Pode-se dizer que a direita anda com a pontaria desafinada, pois se alguém foi atingido pela agitação provocada à volta do Orçamento, não foi o orçamento, mas a liderança e o  interior dos próprios partidos de direita.

O aparecimento de dois candidatos, um no CDS, outro no PSD, ambos com experiência política e pessoas cultas, mas com um discurso extremista, fanaticamente ideológico e revanchista, não augura nada de bom para o futuro desses partidos, a não ser retirar campo de manobra à extrema-direita.

Se ambos ganharem a liderança desses partidos, o PS vai agradecer, pois o voto centrista vai fuigir desses partidos.

À esquerda espera-se, pelo contrário, bom senso. Para quem acha, dentro do BE e do PCP,  que estes perdem pelo facto de facilitarem a vida ao orçamento socialista, a realidade das últimas presidênciais e das autárquicas, aí está para o desmentir, ao contrário da falácia de algum jornalismo e de alguns comentadores, interessados em provocar o caos à esquerda.

Basta ver o que aconteceu a esses dois partidos à esquerda do PS, pelo facto de terem tomado decisões diferentes em relação ao último orçamento.

O BE, que votou contra o orçamento, pensando beneficiar à custa do PCP e do afastamento em relação ao PS, teve duas estrondosas derrotas nesses actos eleitorais, perdendo quase tudo o que tinha conquistado no tempo da geringonça.

Pelo contrário, o PCP, que aprovou o orçamento, tendo perdido alguma coisa, perdeu pouco, e aguentou-se, estabilizando dentro do histórico. Mesmo onde perdeu ou não conseguiu aumentar, como em Loures ou em Almada, continua uma força política considerável e com capacidade de  dar cartas por muito tempo.

No caso das presidênciais e das autárquicas em Lisboa, mais no segundo que no primeiro caso, até conseguiu um bom resultado com João Ferreira.

As perdas do PCP não se devem à sua “aliança” com o PS, mas a uma crise mais estrutural, de falta de renovação e de adaptação aos novos tempos. 

Foi, pelo contrário, a sua capacidade de negociação, ganha com a "geringonça", que travou a sua perda de influência e lhe pode dar, no futuro, um novo alento.

Espera-se, por isso, que à esquerda, ao contrário do frenesim que vai à direita, reine o bom senso.

Este Orçamento não é o ideal, se houver bom senso ainda pode ser aperfeiçoado nas negociações à esquerda, mas a alternativa é a realização de eleições antecipadas, que iriam beneficiar o PS (e o Chega), aprovando-se depois um orçamento menos social, e para o qual o PS, sentindo-se traido pela sua esquerda, seria tentado a negociar à direita, ou, na hipótese remota de uma vitória da direita, um orçamento revanchista, do ponto de vista social, e integrando o resto do “ir além da Troika” que não foi cumprido, com prejuízo para reformados, trabalhadores, pequenas e médias empresas, do país em geral.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Ferreira Leite questiona esta “Europa”.


"Enquanto houver tratado orçamental, Portugal [e outros países europeus que estão na mesma situação] não vai crescer".
Quem fez essa afirmação foi a antiga Ministra das Finanças e ex-lider do PSD, Manuela Ferreira Leite, durante a  conferência "Economia de Pobreza", que ontem se realizou em Lisboa no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Manuela Ferreira Leite realçou ainda que "a política europeia tem sido a causa da desgraça" em Portugal "e em toda a Europa".
O Tratado orçamental, recorde-se, impõe uma deficit de 3%, mas é a questão do déficit estrutural que levanta mais polémica, dada a quase impossibilidade de o calcular com rigor.
Também a questão dos 3% do deficit não é consensual, primeiro porque os grandes países da União Europeia, como a França ou a Alemanha, nem sempre o cumprem, dependendo das suas necessidades, e nunca foram penalizados por isso, como, por outo lado, aquela percentagem não tem qualquer base científica, isto é, porque 3% e não, 2% ou 5%???
Além disso, como aquela percentagem é calculada em relação ao PIB, quando o PIB desce ou estagna, como acontece com os países que têm adoptado as medidas de austeridade impostas pela troika, aquela percentagem sobe. Se houvesse medidas de desenvolvimento económico e social, o PIB seria maior e o mesmo valor representava uma percentagem menor.
Ao contribuírem para a estagnação, as medidas impostas pela troika fizeram cair o PIB, aumentar a dívida e o deficit, aumentando a pobreza e o desemprego, entrando-se assim num círculo vicioso do qual um país intervencionado não consegue sair.
Neste momento, sem se questionar a saída do euro ou as medidas impostas por Bruxelas, apenas têm existido duas vias, ou aceitar tudo o que é imposto por Bruxelas, indo mesmo “além da troika” , aproveitando-se a situação para impor um programa ideológico neoliberal que destrói direitos e obrigações sociais, que foi oque fez Passos Coelho, ou tenta-se negociar com Bruxelas no fio da navalha, procurando “redistribuir” a austeridade e retirar as medidas meramente ideológicas impostas pelo “além da troika”,  mas mantendo a economia quase estagnada, que é o que o actual governo está a fazer.
Contudo, a manter as actuais medidas e continuando a impor o “tratado orçamental” da forma cega como o tem feito o politburo de Bruxelas vai agravar a situação de países como Portugal .
Por isso,  questão é, cada vez mais,se será este o projecto europeu que interessa aos cidadãos europeus, àqueles que produzem, trabalham e pagam os seus impostos,  que não estejam do lado do corrupto sector financeiro que é o único beneficiado com tais políticas ???
Questionar a burocracia de Bruxelas e as políticas que impõe aos cidadãos é cada vez menos uma questão meramente ideológica, de direita ou esquerda, mas é cada vez mais uma questão de bom senso e inteligência, se é que se quer salvar o projecto europeu.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ONTEM FOI UM DIA MAU PARA A DIREITA RADICAL NEOLIBERAL "PAFISTA" E PARA OS SEUS COMENTADORES DE SERVIÇO NA SIC NOTÍCIAS:Moody’s elogia aprovação do OE: “Elimina risco de eleições antecipadas”

Ontem foi um dia mau para a a retórica "austeritária" da direita radical neoliberal dos "pafistas".

Ontem foi também um dia mau para a retórica "anti-orçamento" dos comentadores de serviço a essa ideologia "austeritária", acoitados na comunicação social televisiva, com destaque para a SIC.

Foi azar, porque na véspera a Sic Notícias tinha tirado a noite para arrasar o "orçamento de esquerda" (com a rara excepção de António José Teixeira e Nicolau Santos, dois dos poucos comentadores de serviço nas televisões, com honestidade intelectual).

Claro que este "orçamento" não é o que idealizo para este país, tem fragilidades e imperfeições, mas, em parte, essas fragilidades, imperfeições e contradições devem-se mais às exigências de Bruxelas e da ideologia "pafista" que por lá domina ( e que por lá andou a envenenar o ambiente, como se sabe agora) do que à vontade da maioria governamental.

Claro também que, para mim, as agências de rating não me merecem qualquer credibilidade ou respeito, são organizações mafiosas que sobrevivem á custa da especulação criminosa do mundo financeiro.

Mas para o mundo "pafista", esta notícia tem o mesmo peso e provoca o mesmo abalo nas suas convicções "austeritárias" que causaria uma advertência de Hitler a um comandante das SS, que fosse criticado por tratar mal um judeu...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A "geringonça" afinal funciona e vale a pena bater o pé a Bruxelas: Orçamento para 2016 aprovado por Bruxelas

A "guerra" não está ganha, mas Portugal e os portugueses venceram uma importante batalha.

Afinal vale a pena fazer valer os interesses de Portugal junto dos burocratas de Bruxelas.

Afinal a "geringonça" funciona.

Afinal é possivel termos um governo que nos defende em vez de fazer o papel de capataz e carrasco.

Gostava de ver a cara dos comentadores de serviço e dos homens do "PAF"...

Orçamento para 2016 aprovado por Bruxelas(clicar para ler)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

OE/2015. Gastos em estudos sobem 32% para 766 milhões.

Mais uma daquelas notícias que morre esquecida no meio da catadupa de contra-informação, futebol e irrelevâncias:


Nunca percebi a necessidade dos ministérios em recorreram a pareceres e estudos externos aos próprios ministérios ou às instituições públicas.

Os ministérios estão cheios de especialistas nas mais variada àreas e as escolas públicas, desde o básico ao universitário, de pessoal altamente qualificado.

Por isso não se percebe o recurso a "estudos e pareceres" pagos pelo estado a entidades exteriores. Todos aqueles que trabalham nos ministérios e nas escolas públicas já recebem salários pelo seu trabalho e são mais que suficientes para integrarem nas suas funções a elaboração de tais "estudos e pareceres".

Parece-me que esta á mais uma forma de colocar os contribuintes a pagar interesses privados e  clientela partidária.

Mais grave ainda é o valor desses gastos com "estudos e pareceres"....mais de 700 milhões de euros, apenas num ano...

Só para terem uma idéia, esse dinheiro pagava 15 museus Picasso, como aquele que vai ser inaugurado este fim-de-semana em Paris.

Com um gasto desses os tais "estudos e pareceres" têm de ser de grande relevância e qualidade e então os cidadãos devem exigir a lista de tais estudos, as instituições privadas e as pessoas envolvidas e devem ter acesso gratuito ao resultado de tais "estudos e pareceres". Por aquele valor é o mínimo exigivel.

Vá lá senhores jornalistas, façam o vosso trabalho e investiguem que "estudos e pareceres" são esse que custam ao país, apenas num anos, 1% do empréstimo da Troika...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Orçamento, o Presidente e os comentadores do costume...





O Ano que agora começa anuncia-se complicado e dramático para muitas pessoas, famílias e empresas portuguesas, por via da aprovação de um Orçamento de Estado (OE)  socialmente criminoso e, pelo que se sabe, inconstitucional em muitas das suas decisões.


O ano político começou marcado pela mensagem de ano novo do Presidente da República (PR) e, principalmente, pela sua decisão de enviar para o Tribunal Constitucional (TC) um pedido de fiscalização sucessiva do OE.


De forma demagógica, marcada pela desinformação e pela má-fé, muitos comentadores e jornais vieram alardear sobre os custos da decisão de Cavaco, avançando que, caso o tribunal Constitucional reconheça a inconstitucionalidade dos pontos que mereceram as dúvidas do PR (o corte unilateral de um dos subsídios aos Funcionários Públicos e Pensionistas e a diferenciação feita em relação ao valor acima do qual os portugueses com rendimentos pagarão a sobretaxa de 3,5% do IRS, a partir de 1350 euros, no caso dos pensionistas, e dos 1500 euros para os trabalhadores), esse custo, nas receitas previstas em  OE ,  variará entre os mil milhões e os dois mil milhões de euros, caso aquelas medidas viessem a ser revistas por uma decisão do TC.


Ou seja, o que preocupa comentadores e jornalistas não é o facto de esse valor ser retirado aos rendimentos de pensionistas e funcionários públicos de forma inconstitucional, nem é o facto deste governo, mais uma vez, fazer tábua rasa da Constituição que jurou cumprir. Aliás, diga-se que esse valor é idêntico àquele que o governo anunciou, também nos últimos dias, que vai enterrar na recapitalização de um banco privado, num processo muito parecido com o caso BPN e de contornos igualmente obscuros.


Os tais mil e tal milhões de euros que vão ser espoliados aos pensionistas e aos funcionários públicos, correspondem, pois, não só ao valor que vai ser depositado pelo governo na compra de acções de um banco privado em dificuldades, como representa “apenas” 15% de tudo aquilo que vai custar aos portugueses o BPN. 


Se somarmos a tudo isto aquilo que já custou aos contribuintes o caso BPP, e a recapitalização do BCP e do BPI, mais as PPP, fazer alarde do custo daquilo que é simplesmente um roubo organizado aos pensionistas, funcionários públicos e contribuintes no geral, demonstra, quer por parte das direcções dos jornais que fizeram título daquele valor previsto, quer por parte dos comentadores que vieram argumentar com esses valores, esquecendo o essencial, uma grande falta de respeito, quer pela Constituição, quer por aqueles que estão a ser violentamente espoliados dos seus rendimentos nos últimos dois anos.


Alguns desses comentadores até já chegaram ao desplante de propor a mudança da Constituição para que aquelas medidas possam ser aprovadas em definitivo.


Outros fazem correr a ideia que aquela taxa sobre os pensionistas é uma taxa sobre as pensões mais altas, procurando lançar a confusão de forma demagógica. 1350 euros é uma pensão alta? Pode parecer alta comparativamente com os valores miseráveis da maioria das pensões. Aliás, as pensões realmente altas, acima dos três mil euros, e não vou discutir a forma como, nalguns casos, foram obtidas (por políticos, administradores do Banco de Portugal e de empresas públicas e outros), já estão taxadas de forma diferente. Não é a estas que o PR se refere.

O que devia preocupar esses jornalistas e comentadores não era a quebra de receitas deste OE, caso o TC dê razão ao Presidente, mas o ter-se a ficar a saber que este OE pretende espoliar, de forma inconsatitucional, pensionistas e funcionários públicos, num valor superior a um milhão de euros. 


Costuma-se dizer que “ano novo, vida nova”. Seria bom também que, uma vez por todas, houvesse seriedade e decoro entre os comentadores e jornalistas e que, uma vez por todas, deixassem de nos atirar areia para os olhos. Os portugueses podem ser estúpidos uma vez, mas não o são sempre.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O DESESPERO DE UM ELEITOR DO PSD NA HORA DE APROVAR O ORÇAMENTO..

ONTEM O PÚBLICO DIVULGOU ESTA CARTA DE UM ELEITOR DO PSD:


CARTAS À DIRECTORA  -  

"Um PSD evoca Brecht

"Um dia bateram-me à porta e anunciaram-me que o Governo tinha decidido cortar meio subsídio de Natal. Apesar de ser inconstitucional, compreendi o sacrifício que o Governo me pedia; 

"Noutro dia bateram à porta do meu pai e anunciaram-lhe que lhe iam cortar meia pensão do Natal. Apesar de considerar que era um roubo, ainda o admiti, porque o país estava em estado de emergência;

"Depois bateram-me à porta e anunciaram-me que iam tirar-me dois meses de salário e dois meses e pensão ao meu pai. Depois da estupefacção a resignação;

"A 7 de Setembro bateram-me porta para me anunciar que me tiravam 7% do salário para dar 5,75% ao patrão e ficarem com os trocos, em principio para os cofres da Segurança Social.
Desta vez fiquei indignado. Achei que estava a ser roubado e que estavam a transformar os patrões em receptadores de dinheiro roubado. Em reacção corri para a rua a protestar;

"Bateram-me mais uma vez à porta e informaram-me de que o ministro das Finanças ia reescalonar as taxas do IRS de modo a tomá-lo mais progressivo. Imaginando que iam poupar os rendimentos mais baixos e taxar fortemente os mais altos, pensei que o Governo, finalmente voltava ao trilho da Lei;

"Mas, para surpresa minha, voltaram a bater-me à porta para me ameaçarem com aumentos brutais do IMI. A minha indignação transformou-se em raiva e juntei-me ao movimento nacional de resistência ao pagamento do IMI;

"Ainda mal refeito do choque do IMI, bateram-me novamente à porta para me mostrarem, nos jornais, em grandes parangonas a cinco colunas, os novos escalões de IRS. Afinal aumentavam as taxas dos rendimentos mais baixos, menos os dos mais altos e não criavam nenhum escalão para os mais ricos. E a progressividade do rei dos impostos diminuía;

"A minha raiva subiu de tom e resolvi não mais votar no PSD e estou preparado para qualquer acção revolucionária que apareça. Ao fim e ao cabo, eu, o meu pai e a minha família já não temos nada a perder".

Nunes de Almeida, Ericeira

in Público, Cartas à Directora, pág.44, 17 de Outubro de 2012.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

No Dia Mundial da Irradicação da Pobreza: a Comissão Europeia e o governo criam os pobres que depois vão "ajudar"...



A notícia talvez tenha passado despercebida a muitos.

Num canto da página 13 da edição do Público do passado dia 12 de Outubro, numa  notícia de dois parágrafos, anunciava-se que Portugal vai receber 19,5 milhões de euros “em ajuda alimentar da EU”.
Essa “esmolinha” vai ser atribuída no próximo ano ao abrigo de um programa de distribuição de géneros alimentares “aos cidadãos mais necessitados”. E quem o anunciou? Nada menos que a antidemocrática Comissão Europeia, que destina 500 milhões de euros a um programa de distribuição de géneros alimentares que visa “ajudar” cerca de 18 milhões (!!!) de pobres em 19 dos Estados-membros.

Ou seja, por um lado temos uma cínica Comissão Europeia, que nunca foi eleita por um único cidadão europeu ( a não ser por uns burocratas e alguns políticos), que apoia e incentiva medidas de destruição  de postos de trabalho, de  cortes nas ajudas sociais e apela ao empobrecimento geral da população europeia, além de os saquear com cargas fiscais pesadíssimas, recolhendo e poupando assim milhares de milhões de euros destinados ao seu próprio funcionamento, à ajuda do corrupto sector financeiros e garantindo mão-de-obra barata qualificada concorrencial com a mão-de-obra africana e chinesa , e, por outro lado, uma Comissão Europeia, caritativa, que destina uma quantia irrisória do seu orçamento para “ajudar” os pobres e miseráveis que eles criaram com as suas políticas.

Uma  situação que seria irónica, se não fosse trágica, e que hoje aqui recordamos, neste que é o DIA MUNDIAL DA IRRADICAÇÃO DA POBREZA, dia em que o Jornal de Notícias anuncia que as actuais medidas de austeridade vão levar a que mais de três milhões de portugueses  caiam na pobreza nos próximos tempos e no mesmo dia em que, esse jornal e o Público, revelam  um estudo que mostra que, até 2009, se conseguiu reduzir a pobreza, graças a medidas sociais que agora vão ser destruídas por este orçamento, abençoado pela mesma Comissão Europeia que nos vais dar um “esmolinha”, e se continua a agravar a situação do país, como um dos mais desiguais na Europa.
Não nos podemos esquecer que este governo e os seus “braços armados” na comunicação social insistem na defesa do  empobrecimento do país como terapia para se “sair” da crise, com a bênção daquela mesma Comissão Europeia.

Tanto cinismo e desrespeito pelos cidadãos já cansa…