A notícia talvez tenha passado despercebida a muitos.
Num canto da página 13 da edição do Público do passado dia
12 de Outubro, numa notícia de dois
parágrafos, anunciava-se que Portugal vai receber 19,5 milhões de euros “em
ajuda alimentar da EU”.
Essa “esmolinha” vai ser atribuída no próximo ano ao abrigo
de um programa de distribuição de géneros alimentares “aos cidadãos mais
necessitados”. E quem o anunciou? Nada menos que a antidemocrática Comissão
Europeia, que destina 500 milhões de euros a um programa de distribuição de
géneros alimentares que visa “ajudar” cerca de 18 milhões (!!!) de pobres em 19
dos Estados-membros.
Ou seja, por um lado temos uma cínica Comissão Europeia, que
nunca foi eleita por um único cidadão europeu ( a não ser por uns burocratas e
alguns políticos), que apoia e incentiva medidas de destruição de postos de trabalho, de cortes nas ajudas sociais e apela ao
empobrecimento geral da população europeia, além de os saquear com cargas
fiscais pesadíssimas, recolhendo e poupando assim milhares de milhões de euros
destinados ao seu próprio funcionamento, à ajuda do corrupto sector financeiros
e garantindo mão-de-obra barata qualificada concorrencial com a mão-de-obra africana
e chinesa , e, por outro lado, uma Comissão Europeia, caritativa, que destina
uma quantia irrisória do seu orçamento para “ajudar” os pobres e miseráveis que
eles criaram com as suas políticas.
Uma situação que
seria irónica, se não fosse trágica, e que hoje aqui recordamos, neste que é o
DIA MUNDIAL DA IRRADICAÇÃO DA POBREZA, dia em que o Jornal de Notícias anuncia
que as actuais medidas de austeridade vão levar a que mais de três milhões de portugueses caiam na pobreza nos próximos tempos e no
mesmo dia em que, esse jornal e o Público, revelam um estudo que mostra que, até 2009, se
conseguiu reduzir a pobreza, graças a medidas sociais que agora vão ser destruídas
por este orçamento, abençoado pela mesma Comissão Europeia que nos vais dar um “esmolinha”,
e se continua a agravar a situação do país, como um dos mais desiguais na
Europa.
Não nos podemos esquecer que este governo e os seus “braços
armados” na comunicação social insistem
na defesa do empobrecimento do país como
terapia para se “sair” da crise, com a bênção daquela mesma Comissão Europeia.
Tanto cinismo e desrespeito pelos cidadãos já cansa…
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