O cardeal Patriarca de Lisboa já nos tem vindo a habituar, nos últimos tempos, a algumas intervenções infelizes, a última das quais este fim-de-semana, ao referir-se com argumentos anti-democráticos às manifestações de rua.
A Igreja portuguesa, uma das mas avançadas na Europa, onde muitos das figuras mais importantes da hierarquia têm manifestado a sua solidariedade e a sua preocupação em relação à situação dos cidadãos deste país, não merecia uma atitude como a do seu Cardeal.
Talvez a idade avançada do Cardeal possa justificar alguma falta de senso, mas é grave que o faça num momento destes.
O nosso Cardeal esquece-se que a própria Igreja, sempre que se viu ofendida e atacada, não temeu sair à rua para se manifestar.
O nosso Cardeal esquece-se que grandes manifestações de fé, como aquela que ocorreu dia 13 em Fátima, também são manifestações de rua, ainda por cima, este ano, como o comprovam as reportagens feitas entre os fiéis que aí estavam presentes, a motivação da sua presença passava pela preocupação com o desemprego de familiares ou dos próprios, ou com a situação económica e social do país.
O Cardeal não pode ficar ao lado dos poderosos e dos governantes que são os responsáveis pela situação crítica e de desespero em que vivem os cidadãos do país.
Vamos acredita que foi apenas um momento menos feliz do nosso Cardeal...
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