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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"SELVAGENS": Oliver Stone no seu melhor



Selvagens é, para mim, um dos melhores filmes de sempre de Oliver Stone.

Abordando  um tema muito batido no cinema, uma história de traficantes de droga, a riqueza das personagens e a originalidade da história coloca este filme num patamar muito alto.

Começando pelo inédito ponto de partida, dois produtores independentes que vivem no limiar da legalidade e procuram evitar a violência do negócio, Ben, um pacifista que aplica parte da sua fortuna em acções de solidariedade e o seu amigo Chon, um ex-militar, o homem de mão quando as coisas se complicam, que partilham a mesma mulher, Ophelia, até ao facto de terem de enfrentar um cartel mexicano, liderado por um bela mulher, Elena, o filme, apesar da violência de algumas situações, nunca resvala para a vulgaridade.

O cartel mexicano tenta infiltrar-se em território norte-americano, para alargar mercados e fugir à crise, tentando convencer os dois amigos a partilharem o negócio com eles. 

É aqui que tudo se complica, quando o cartel os tenta chantagear raptando Ophelia que, no cativeiro, se torna quase confidente da líder do cartel.

A tudo isto junta-se uma dupla de actores, como John Travolta, um policia corrupto, com ligações políticas e ao mundo da finança, o principal protector da dupla Bem-Chon, e Benicio del Toro, um violento assassino a soldo do cartel mexicano.

Não deixa de ser curioso que o título do filme tenha origem num diálogo entre o personagem representado por del Toro e um outro pistoleiro, eles uns verdadeiros selvagens na sua “profissão”, mas que se referem a Bem, Chon e Ophelia como sendo uns “selvagens” por viverem uma  sexualidade a três .

Um filme surpreendente, que vive de uma grande riqueza dos diálogos e do tratamento humano de personagens que vivem no meio da maior desumanidade.

A habitual mensagem política de Oliver Stone, menos evidente neste filme, lá continua nas entrelinhas, com referências marginais à corrupção política e policial e á ligação entre o mundo da droga e o mundo dos negócios financeiros.

Um filme a ver e rever, que ficará para história da cinematografia de Oliver Stone. 

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