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terça-feira, 16 de outubro de 2012

A GRANDE FARSA, ou, como roubar dez milhóes (menos alguns) de portugueses...



 (Cartoon de Antero Valério)

Há uma semana fomos confrontados pelo ministro Gaspar com uma pesadíssima carga fiscal, a incidir, sabe-se agora, 80% sobre o factor trabalho. Era um “aumento brutal” de impostos, agora é um aumento “muito significativo”!!!.

Uma semana correu, fizeram-se intermináveis reuniões ministeriais, clamaram vozes dos partidos da coligação contra a brutalidade dessas medidas, deu-se a entender que tanta reunião, barulho e opinião, onde não faltou a de Cavaco Silva, iria levar a alguma maquilhagem da austeridade, baixando umas décimas aqui outras ali, voltou o ministro Gaspar a uma nova e monótona e intervenção… e não foi mudada uma linha. É caso para dizer que a montanha pariu…um Gaspar!

Aí está, em todo o seu esplendor e de forma “legal” e “institucional” o documento que “legitima” o maior roubo da história sofrido pelos cidadãos portugueses em tempo de paz.

Gaspar, que diz que está ao “serviço” do país para pagar a educação cara que este lhe deu !!!!, revelou que essa educação, em termos humanos e sociais, não foi assim tão boa e não justifica o preço.

Já se sabia que Passos Coelho nos aldrabou, basta comparar as suas intervenções e aquilo que ele defendia no final do governo de Sócrates, com as que tem feito e defendido nos últimos tempos. Já percebemos que Passos Coelho, ou é ignorante, ou é um grande trapaceiro, ou tudo isso. O que não é, é um homem de palavra.

Agora vamos ficar a saber se os deputados do CDS e Paulo Portas, mais o Presidente da República, ainda são mais rápidos a deixar cair a palavra dita, pois a única forma consequente de responder à insensibilidade de Passos Coelho e Gaspar, que não mudaram uma linha à primeira versão do Orçamento e fecharam a abertura à correcções ou às  sugestões que lhe foram feitas por aqueles ao longo da última semana, é a de recusarem este orçamento. 

Para Cavaco Silva é a última oportunidade de se mostrar credível. Se assim não for, e por falta de alternativas institucionais à roubalheira e à destruição da economia e da sociedade portuguesa que a aplicação deste orçamento representa,  o poder vai cair rapidamente na rua, com todas as consequências previsíveis e imprevisíveis que daí resultarão.

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