Esta gente já não tem um pingo de vergonha na cara.
No mesmo dia em que o FMI, qual virgem inocente (Lagarde
virgem???), veio dizer aquilo que qualquer pessoa de bom senso e a viver no
mundo real, sem formação económica, sem
um título de uma qualquer universidade de nome pomposo, sem o salário
milionário, isento do pagamento de impostos, de um economista do FMI, já sabia há muito
tempo, ou seja, que as medidas de austeridade estão a afundar os países
sujeitos aos programas de ajustamentos impostos por essa mesma instituição, o
“ditador” (alguém que governa sem legitimação democrática) Durão Barroso, o
patético sr.Rompoy e o sinistro sr. Schäube continuam a insistir na mesma
receita de austeridade de sempre.
O sr. Barroso vai ainda mais longe no seu desplante, ao
sacudir responsabilidades pelas decisões de austeridade desastrosas, tentando
responsabilizar apenas os governos fantoche que governam os países em
dificuldade pelo efeito das medidas:
É preciso de facto muito descaramento.
Não é preciso ser economista, andar a estudar nas mais “prestigiadas”
universidades de economia do mundo, ou receber salários milionários para
trabalhar em “prestigiadas”(!!!),
instituições internacionais (Comissão Europeia, OCDE, FMI, BCE…), para perceber
que um aumento brutal de impostos, cortes radicais nos salários e desrespeito
criminoso por direitos sociais iriam conduzir países como Portugal, Grécia,
Irlanda, Espanha, Itália, e, a prazo, França e até, no futuro próximo, a
própria Alemanha, a um aumento gigantesco do desemprego, da miséria e da
pobreza, das desigualdades socias, da recessão, e da conflitualidade social, sem
sequer conseguir cumprir, antes
agravando, aquele que se tornou o
objectivo esquizofrénico dessas instituições de baixar o deficit e a divida
soberana.
Enfim, pelo menos há uma parte da Troika que começa a abrir
os olhos para a realidade, só que provavelmente já vem tarde demais, pelo menos
em Portugal, pois, por aqui, temos um governo incapaz de reconhecer erros, até
porque, reconhecer os erros punha em causa o único programa deste governo que é
cumprir cegamente o programa de saque da Troika, governar para “além da
troika”, aproveitando-se da crise para justificar a diabolização dos
funcionários públicos e dos trabalhadores e para impor o seu programa de
destruição do Estado Social, e ser o
“bom aluno” de uma “escola” rasca (a Comissão Europeia e BCE) com “professores”
ignorantes e irresponsáveis (Barroso, Rhen, Constâncio, Rompoy , Merkel …).
Como escrevia hoje no Jornal de Negócios o jornalista celso
Filipe, a “Comissão Europeia pertence à categoria daqueles que acertam no
euromilhões depois dos números serem conhecidos”, instituição que, após “uma
aturada reflexão” conseguiu “descortinar a existência de uma “fissura” social e
política em Portugal”. Apesar disso, aquela mesma Comissão Europeia, pela voz
do patético Rompoy e do sinistro Schäube reforçaram ontem , o primeiro que
“Portugal está no bom caminho” e o segundo na necessidade de continuar com as
mesmas medidas de austeridade.
Essa gente começa a ser perigosa para os cidadãos da Europa
e para a própria sobrevivência da União Europeia como projecto de paz, projecto
esse que, paradoxalmente, recebeu hoje o Prémio Nobel da Paz, prémio que vem à
revelia do momento histórico dessa instituição governada por um conjunto de
burocratas incompetentes, irresponsáveis, desumanos, ao serviço dos
especuladores financeiros e socialmente
criminosos, que estão a pôr em causa a paz social e, a prazo, a paz política do
espaço Europeu.
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