Não deixa de ser curiosa a posição de alguns “empresários”
(eu diria antes, patrões…), ideólogos da direita neoliberal e políticos do
sistema, que passam a vida a perorar contra os trabalhadores e os sindicatos “controlados
por comunistas” , ao mesmo tempo que defendem “reformas” estruturais, com a
finalidade de destruir os direitos sociais e o valor do trabalho, tendo por
objectivo agradar aos “mercados”, aos “investidores” internacionais e aumentar
a “competitividade” com os “países emergentes”.
E quais são os países emergentes e os "mercados" aos quais essa gente pretende
agradar, baixando salários, destruindo o Estado Social e retirando direitos?
Nada mais, nada menos que, por um lado, o último bastião do
comunismo selvagem, a China, o último bastião da corrupção moral e social
comunista, Angola, e por outro, países como a Colômbia, um exemplo de uma
economia emergente que cresceu com o negócio do narcotráfico, a Rússia,
reconstruida com o poder económico das máfias de leste, ou a Índia, o pior
exemplo do capitalismo mais selvagem e miserável.
São estes os exemplos que os nossos “empresários”, ideólogos
da direita neoliberal e políticos do centrão nos pretendem impingir como “alternativa”
e como destino.
Andam muito preocupados com os “comunistas” de cá, mas estão
sempre prontos a vender as empresas nacionais e negociar com países como a
China, onde se combina o pior do comunismo em termo de falta de liberdade, com
o pior do capitalismo, em termos de exploração vil de quem trabalha, ou com
países como Angola, dominada por um partido “marxista”, que lança o povo na
miséria ao mesmo tempo que garante as grandes fortunas das elites construída à
volta do poder corrupto do MPLA, com a conivência dos criminosos da UNITA.
Aquilo que era impensável, ainda não há muitos anos, a
rendição dos modelos social-democrata e
democrata cristão do ocidente (construtores, com altos e baixos e com
imperfeições, daquilo que era um dos
modelos mais conseguidos na história da humanidade, combinando o respeito pelos
direitos humanos, com o respeito pelos direitos sociais e um desenvolvimento
económico harmonioso) aos modelos corruptos e corruptores do “comunismo” chinês,
do narcotráfico do leste e
latino-americano, da corrupção das
elites petrolíferas do médio-oriente, e da exploração selvagem da mão-de-obra
na Índia, na Ásia e na África.
Agradar aos “mercados” que enriqueceram à custa
destes modelos, tornou-se hoje a
principal motivação política da União Europeia, dominada por uma elite
incompetente e desumanizada e conivente com esses “mercados”.
Isto vai acabar mal…mas pelo meio alguns vão ganhar muito
dinheiro, os tais "empresários" e políticos que referimos acima…
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