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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crise dos refugiados: Países Pobres dão lição de humanidade aos países ricos



Segundo o relatório anual do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, ontem divulgado, em 2017 atingiu-se o número record de pessoas forçadas a abandonar as suas casas.

Cerca de 69 milhões de pessoas tiveram de fugir a situações de guerra, violência e perseguições, muitas delas provocadas pelas intervenções militares do ocidente (como no Iraque, no Afeganistão, na Síria, na Líbia e um pouco por toda a África).

Esse número dá uma média de 44 mil deslocados por dia.

Mas aquele que é o aspecto mais significativo desse relatório é o facto de desmontar o mito segundo o qual a pressão dessas migrações é feita principalmente sobre o Ocidente.

Na realidade 85% desses refugiados encontram-se e são acolhidos em países do chamado Terceiro Mundo, muitos deles países muito pobres, mas onde, apesar disso, são salvos, acolhidos e alimentados pela população pobre desses países.

Esse relatório é mais um contributo para desmontar o argumentário da extrema-direita populista e xenófoba que domina já uma grande parte dos governos europeus.

Aliás, é significativo que as instituições europeias sejam muito rápidas a aplicar sanções a um país que ultrapasse uma décima de milésimo no deficit orçamental e pura e simplesmente feche os olhos a atitude ignóbil de muitos países Europeus em relação aos refugiados que cá chegam.

É também uma verdade que nos envergonha a todos, como Europeus, se não soubermos acolher dignamente o pequeno número de refugiados, tendo em conta a dimensão global do fenómeno, que escolhe a Europa para se abrigar das guerras e fugir à miséria.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

As Imagens que nos envergonham a todos (...menos aos burocratas de Bruxelas).

No último ano morreram afogados no Mediterrâneo cerca de 4 mil refugiados (mais do que os mortos das Torres Gémeas...).
No início deste ano uma nova tragédia está a abater-se sobre os refugiados: o frio e a neve.
Do lado de cá tudo continua impávido e sereno. Os Burocratas de Bruxelas continuam entretido a discutir décimas nos deficits, para ver quem devem tramar a seguir (talvez os gregos que, sozinhos procuram fazer o que podem pelos refugiados...) .Os comentadores, banqueiros, economistas e políticos continuam a comer e a dormir todos as dias.
Os refugiados que fogem a guerras provocadas e apoiadas pelo ocidente no Libano, na Síria  e no Iraque continuam a tentar chegar ao continente Europeu ou continuam a aguardar sem destino em campos de refugiados lotados no Médio Oriente ou no Norte de África, onde o frio aperta ainda mais do que na Sérvia, na Grécia ou na Macedónia. Os governos terroritas da Hungria e do leste europeu, financiados pela União Europeia continuam a impedir a chegada de refugiados...
 As imagens que mostramos em baixo, tiradas na Europa,  falam por si...haja vergonha:

























 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O respigo da Semana : Nato, Libia, Refugiados e Mentiras


Para o “respigo” desta semana escolhemos a última crónica de Alexandra Lucas Coelho, uma arrebatante denuncia da hipocrisia do Ocidente na forma como tem tratado o drama dos refugiados :

“Mentiras de guerra, 235 mil à espera ou um pedaço da Lua
Por  Alexandra Lucas Coelho  
 In Público de 18/09/2016 - 07:30

 O Ocidente pode montar um confessionário para o pecado de desfazer países, fazer até fila. Entretanto, milhões de pessoas desses países que já não existem continuam a sonhar com um lugar que nunca existirá para eles chamado Europa”.

“1. A guerra da NATO na Líbia foi baseada em mentiras, levou ao caos e fortaleceu o ISIS, concluiu agora o parlamento inglês. Enquanto isso, na Líbia, a ONU contabilizava 235 mil refugiados de toda a África à espera de um barco para Itália, fora os que não se registaram. E um pedaço da Lua caído no deserto da Líbia podia ser comprado online. Um estado do mundo na rentrée sem sair da Líbia.

“2. 27°22.17'N 16°11.93'E. Pondo esta coordenada no google, fui dar a um ponto logo abaixo do território líbio controlado pelo ISIS neste momento. O lugar não tem nome no atlas local, mas caçadores de meteoritos baptizaram-no como Dar al Gani, para os íntimos, DaG. Um meteorito é todo o pedaço de cometa, asteróide ou planeta que cai na Terra. Pode, pois, cair em qualquer cabeça terráquea, embora não haja muitos certificados de ocorrências. Se tiver trinta toneladas, o que já aconteceu, não será difícil reconhecê-lo, mas há muitos fragmentos com gramas que só se localizam facilmente em lugares como Dar al Gani: um planalto antigo, de superfície clara, com baixo nível de erosão, aridez durante longos períodos de tempo, rápida eliminação de águas de superfície, ausência de ventos abrasivos com areia de quartzo, uma atmosfera química contrária à ferrugem. A clareza da superfície permite identificar de imediato a escuridão dos meteoritos, e todas as restantes condições permitem preservá-los. Isto, ao longo de 200 quilómetros de extensão por 60 de largura. Alguns dos meteoritos de Dar al Gani estão em museus mas muitos vão parar ao Mercado de Meteoritos, online. Fiquei a saber que isso existia quando esta semana recebi um mail com o título “Fragmento da Lua em leilão. Achei que fosse o anúncio de algum livro de poemas, mas era um “press release” de uma agência de comunicação, e dizia: “Está em leilão um meteorito encontrado em Dar al Gani, no deserto da Líbia, e analisado por uma instituição ligada à NASA, que confirma que a sua composição é semelhante à das amostras trazidos da Lua por Apollo 14 e Apollo 16.” Preço estimado: 8000 euros. Bastava seguir os links do próprio “press release” para perceber que não se tratava de todo o meteorito, que pesa 1425 gramas, e foi oficialmente baptizado DAG400, mas de um fragmento com 4,46 gramas. Esse fragmento é que tem um preço estimado até 8000 euros. Pesquisando um pouco mais no Mercado de Meteoritos arranjam-se uns fragmentos mais em conta. Vi um com 0,11 gramas por 160 dólares (0,11 gramas?) E para quem prefira os marcianos, também há, pelo menos por enquanto. Os que vi, vieram todos da Líbia muito antes da guerra de 2011, e da emergência do ISIS. Sobre o que se passa em Dar al Gani neste Verão, não tenho notícias. É possível que parte dos refugiados africanos que sobem até à Líbia tenham cruzado esse planalto coberto de fragmentos extraterrestres. Ou que o ISIS tenha percebido que podia pô-los a render, e tenha já o seu próprio mercado alternativo online.

“3. Todos aqueles africanos que já sobreviveram a perseguições e toda a espécie de violência concentram-se em Trípoli, Misrata, Benghazi, os portos da costa líbia, na esperança de enfiarem um colete laranja pelo pescoço e seguirem num bote até à Sicília, como 120 mil já fizeram só este ano, e mais de três mil não chegaram a fazer porque morreram. Entre Misrata e Benghazi há o porto de Sirte, mas esse não consta das rotas de fuga, é a base do ISIS para a sua luta pelo controlo das instalações petrolíferas da Líbia. E a Líbia é um paiol de armas esquartejado por vários poderes, sem solução à vista. Se no começo de 2011 alguém tivesse projectado o pior possível para 2016 não ia conseguir chegar a algo tão mau.

“4. O resultado da intervenção da NATO em 2011 foi “um colapso político e económico, guerra entre milícias e entre tribos, crises humanitárias e de migração, violações alargadas dos direitos humanos, a proliferação das armas do regime Kadhafi pela região e o crescimento do ISIS no Norte de África”, diz o relatório da Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento do Reino Unido. Com uma maioria de deputados do Partido Conservador, o comité condena duramente a participação britânica na guerra, liderada então por David Cameron, mas aprovada de forma esmagadora por 557 deputados, contra 13. “Não encontrámos provas de que o governo tenha levado a cabo uma análise séria da natureza da rebelião [contra Kadhafi] na Líbia”, dizem agora esses mesmos deputados no relatório. “A estratégia do Reino Unido baseou-se em pressupostos erróneos e numa compreensão incompleta das informações”, não conseguindo “identificar que a ameaça [de Kadhafi] aos civis era exagerada e que os rebeldes incluíam um elemento islamista significativo”. Ou seja, a ideia de que Kadhafi se preparava para massacrar civis em Benghazi terá sido comprada pelos governos ocidentais aos rebeldes sem provas que a confirmassem, ao mesmo tempo que no meio desses rebeldes estavam os embriões de vários grupos extremistas, como o ISIS, que aproveitaram a guerra ocidental para fazerem base ali. O relatório também diz que a França tinha objectivos políticos e económicos, não humanitários, e que a rebelião não teria sido bem-sucedida sem a intervenção externa. Milhares morreram na sequência dessa intervenção (aliás aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em nome da protecção de civis) e centenas de milhares ficaram desalojados, transformando a Líbia num estado falhado.

“5. Talvez muitos dos 557 deputados britânicos que aprovaram a intervenção durmam melhor este Outono-Inverno, depois de baterem no peito em mea culpa, embora pelo relatório pareçam bater no peito alheio. O Ocidente pode mesmo montar um confessionário para o pecado de desfazer países, fazer até fila. Entretanto, milhões de pessoas desses países que já não existem continuam a sonhar com um lugar que nunca existirá para eles chamado Europa, e enquanto assim for, na melhor das hipóteses, ainda estarão vivos”.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mais uma vez a União Europeia deu uma triste imagem de si própria.


A desunião e a falta de solidariedade, bem como a cobardia política da maioria dos líderes políticos europeus, ficou mais uma vez evidente na última cimeira de ministros europeus para debater a situação dos refugiados.

Mais uma vez ficou provado também que a adesão dos países do leste à União Europeia foi feita de forma apressada e irresponsável, a mesma irresponsabilidade que já ficou provada em relação à criação da moeda única.

De irresponsabilidade em irresponsabilidade, de cobardia em cobardia, de falta de solidariedade em falta de solidariedade, se vai destruindo o mítico “espírito europeu” que esteve na origem da criação da União Europeia.

E já agora convém mais uma vez destruir alguns mitos que se têm vindo a afirmar no seio dos burocratas da europa, de alguma comunicação social e até entre muitos cidadãos, sobre a questão dos refugiados.

Não, os refugiados não são terroristas. Pelo contrário eles são as primeiras vítimas do terrorismo do chamado Estado Islâmico e do terrorismo de muitos “estados” do Norte de África e do Médio Oriente. A esmagadora maioria dos terroristas que têm atacado o ocidente viviam e tinham passaporte de países europeus, nem vêem para a europa em botes a afundarem-se ou sujeitos a caminhadas indignas. Claro que pode haver excepção e infiltrados, mas para os identificar existem os serviços secretos dos países ocidentais.

Não, os refugiados não são invasores nem obedecem a qualquer esquema maquiavélico para ocuparem a Europa. O número de refugiados é uma gota de àgua na população europeia e a esmagadora maioria vive refugiada no seu próprio país e em países vizinhos: cerca de 4 milhões de refugiados no seu próprio país, a Síria, outros tantos nos países vizinhos, Jordânia, Libano, Turquia e Egipto. Se Portugal absorveu num ano mais de 500 mil refugiados na década de 70, numa altura de grande instabilidade política e social e de grande crise económica, porque é que a Europa, a região mais rica do mundo, com 500 milhões de habitantes, não será capaz de absorver as centenas de milhares de refugiados que chegam ao continente?

Não, os refugiados não vão desequilibrar os “valores” culturais e religiosos da Europa. Mesmo que todos os refugiados fossem muçulmanos, e muito não o são, representariam um acréscimo de menos de  1% na população muçulmana a viver na Europa, ou seja, esta passava de 4 para 5%...

Por último, não, a Europa não pode ser desresponsabilizada pela situação que provocou esta vaga de imigrantes, ou seja, as guerras no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria, Basta ler a posição de muitos dos líderes políticos europeus quando se tratou de desencadear aqueles conflitos, para se perceber a grande (ir)responsabilidade  do ocidente na situação. Aliás, está ainda por esclarecer a responsabilidade do ocidente no financiamento e armamento do Estado Islâmico e de outros grupos terroristas. É bom recordar que a Arábia Saudita, o grande aliado do ocidente na região, é o grande apoiante dos grupos terroristas sunitas, e continua a impedir o acolhimento de refugiados provocados pelas guerras que eles apoiam, com armamento fornecido à Arábia Saudita …pelo ocidente.




Compreender a situação na Síria em 5 minutos (Le Monde)

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Fascismo na União Europeia :Hungria autoriza exército a disparar contra migrantes .


Sr. Juncker, srª Merkel, sr.Tusk...são gente de bem e com coragem? Expulsem imediatamente a Hungria da União Europeia!

Explicando a crise dos refugiados na Europa em 6 minutos

A semana que hoje se inicia vai ser decisiva em relação à forma como a União Europeia vai lidar com a crise dos refugiados.

O pequeno filme animado que reproduzimos em baixo alerta-nos para a situação dos refugiado, recordando-nos a origem do problema e denunciando igualmente a hipócrisia das lideranças políticas da Europa:

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A propósito da miséria moral da União Europeia, por causa da crise dos refugiados, recordamos a grandeza dos portugueses nas décadas de 70/80 do século passado

O pior da Europa ( e também alguma coisa do que tem de melhor, com algumas surpresas pelo meio...) tem vindo ao de cima com a actual crise dos refugiados.

Os governos da Inglaterra e da Hungria têm liderado a mais abjecta e vergonhosa campanha contra a dramática situação dos emigrantes, enquanto os governos da Alemanha e da Austaria têm revelado, para surpresa nossa, o outro lado da moeda, o lado da defesa dos valores solidários da Europa.

Pelo meio o habitual "Nim" da França.

Mas será bom recordar que o que tem provocado tanta agitação e atitudes ignóbeis de alguns governos, como o da Hungria, que, se tivessemos gente corajosa a liderar a União Europeia, estaria neste momento a ser convidada a deixar a União, é a situação de cerca de 200 mil refugiados, a maior parte fugindo de guerras alimentadas pela irresponsabilidade da política internacional do ocidente.

A este propósito convém recordar um episódio recente da história portuguesa.

Em pleno PREC, e nos primeiros anos da consolidação democrática em Portugal, atravessando o país uma das mais dramáticas e difíceis crises políticas, económicas e sociais do século, este pequeno país, que então não pertencia à União Europeia e tinha uma moeda em desvalorização acentuada, conseguiu, em cerca de um ou dois anos absorver cerca de 500 mil refugiados, expoliados de tudo, vítimas de uma descolonização dramática.

E esses mais de 500 mil refugiados (há quem fale num milhão), integrou-se rápidamente na precária sociedade portuguesa e muito contribuiu para o período de maior desenvolvimento econónico, cultural e social de Portugal, nas décadas de 80 e 90, do século XX.

Por isso, quando vemos a confusão que reina na União Europeia, com 500 milhões de habitantes e onde estão os países mais ricos e desenvolvidos do mundo, por causa da crise da emigração, e o problema que estão a colocar à integração de cerca de 200 mil refugiados, sentimo-nos cada vez mais envergonhados por pertencermos a este espaço que é a União Europeia.