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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mais uma vez a União Europeia deu uma triste imagem de si própria.


A desunião e a falta de solidariedade, bem como a cobardia política da maioria dos líderes políticos europeus, ficou mais uma vez evidente na última cimeira de ministros europeus para debater a situação dos refugiados.

Mais uma vez ficou provado também que a adesão dos países do leste à União Europeia foi feita de forma apressada e irresponsável, a mesma irresponsabilidade que já ficou provada em relação à criação da moeda única.

De irresponsabilidade em irresponsabilidade, de cobardia em cobardia, de falta de solidariedade em falta de solidariedade, se vai destruindo o mítico “espírito europeu” que esteve na origem da criação da União Europeia.

E já agora convém mais uma vez destruir alguns mitos que se têm vindo a afirmar no seio dos burocratas da europa, de alguma comunicação social e até entre muitos cidadãos, sobre a questão dos refugiados.

Não, os refugiados não são terroristas. Pelo contrário eles são as primeiras vítimas do terrorismo do chamado Estado Islâmico e do terrorismo de muitos “estados” do Norte de África e do Médio Oriente. A esmagadora maioria dos terroristas que têm atacado o ocidente viviam e tinham passaporte de países europeus, nem vêem para a europa em botes a afundarem-se ou sujeitos a caminhadas indignas. Claro que pode haver excepção e infiltrados, mas para os identificar existem os serviços secretos dos países ocidentais.

Não, os refugiados não são invasores nem obedecem a qualquer esquema maquiavélico para ocuparem a Europa. O número de refugiados é uma gota de àgua na população europeia e a esmagadora maioria vive refugiada no seu próprio país e em países vizinhos: cerca de 4 milhões de refugiados no seu próprio país, a Síria, outros tantos nos países vizinhos, Jordânia, Libano, Turquia e Egipto. Se Portugal absorveu num ano mais de 500 mil refugiados na década de 70, numa altura de grande instabilidade política e social e de grande crise económica, porque é que a Europa, a região mais rica do mundo, com 500 milhões de habitantes, não será capaz de absorver as centenas de milhares de refugiados que chegam ao continente?

Não, os refugiados não vão desequilibrar os “valores” culturais e religiosos da Europa. Mesmo que todos os refugiados fossem muçulmanos, e muito não o são, representariam um acréscimo de menos de  1% na população muçulmana a viver na Europa, ou seja, esta passava de 4 para 5%...

Por último, não, a Europa não pode ser desresponsabilizada pela situação que provocou esta vaga de imigrantes, ou seja, as guerras no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria, Basta ler a posição de muitos dos líderes políticos europeus quando se tratou de desencadear aqueles conflitos, para se perceber a grande (ir)responsabilidade  do ocidente na situação. Aliás, está ainda por esclarecer a responsabilidade do ocidente no financiamento e armamento do Estado Islâmico e de outros grupos terroristas. É bom recordar que a Arábia Saudita, o grande aliado do ocidente na região, é o grande apoiante dos grupos terroristas sunitas, e continua a impedir o acolhimento de refugiados provocados pelas guerras que eles apoiam, com armamento fornecido à Arábia Saudita …pelo ocidente.




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