Mais de um mês ausentes deste blog, muito se passou que merecia ser destacado neste nosso regresso.
Mas uma imagem, hoje publicada na imprensa, tornou urgente que o nosso primeiro comentário deste nosso regresso fosse marcado pela tristeza e pela revolta.
Aquela terrível fotografia resume todo o horror que se abateu sobre o Mediterrâneo e os refugiados que procuram na Europa a paz e o futuro que não encontram numa região lançada numa das mais terríveis guerras da nossa época.
Aquela criança afogada e morta, que vai ficar na história das mais terríveis fotografias de sempre, e que hoje foi escolhida para a primeira página do jornal Público (Editorial: Por que publicamos esta fotografia) já não vai a tempo de mudar a vida de Aylan Kurdi, mas, esperemos, pode mudar de vez o destino dos milhares de refugiados de uma guerra, ou conjunto de guerras, que, recorde-se, atingiram a dimensão dramática que se conhece graças às políticas ocidentais no Iraque, na Síria e na Líbia.
A História de Aylan e da sua família (a mãe e o seu irmão encontraram igulmente a morte na mesma viagem) pode ser lida AQUI, na reportagem do Diário de Notícias e devia envergonhar os líderes políticos Europeus e ocidentais (nomeadamente as autoridades canadianas), que continuam envolvidos em estéreis discussões sobre "cotas" de emigrantes, em vez de agirem imediatamente.
Diga-se, em abono da verdade, que, pelo menos desta vez, a srª Merkel é uma das poucas políticas a revelar humanidade e a procurar soluções rápidas para o drama dos migrantes.
Pelo contrário a atitude de vários governantes da Europa de leste, com a Hungria à cabeça, são uma vergonha para todos os europeus, assim como a desprezível atitude do governo britânico do sr. Cameron.
As próprias instituições europeias, sempre tão prontas a realizar reuniões intermináveis para humilhar os países do sul da Europa, mostram-se incompetentes para resolver o drama com a urgência que se exige, marcando uma cimeira para discutir o assunto para daqui a quase...quinze dias.
Não podendo fazer muito mais, a maior parte dos cidadãos europeus deve manifestar a sua indignação pública em relação aos líderes políticos desta triste Europa e exigir a rápida resolução da dramática situação vivida pelos migrantes do Mediterrâneo.
Que, ao menos, a morte trágica de Aylan, documentada naquela terrível fotografia, possa servir para acordar e abanar a consciência adormecida dos Europeus.
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