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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

2020 : O “primeiro da década” ou o “primeiro do fim do mundo”?



O Ano começou com uma daquelas discussões de “sexo dos anjos”: 1920 é o primeiro ano da década de 20 ou o último da década de 10?.

Cientificamente, 2020 é de facto o último ano da década de 10, a segunda do século XXI, um século que começou de facto em 2001.

Claro que tudo não passa de uma convenção.

Não deixa de ser curioso é ver o tipo de argumentos usados por “comentadeiros”, de Miguel Sousa Tavares a João Miguel Tavares que, em vez de, humildemente, reconhecerem que se enganaram, na pressa em arranjar tema para comentar, se apressaram “rosnar” uma série de ameaçadoras diatribes contra aqueles que defendem o rigor dos conceitos, logo eles que se apresentam como verdeiros justiceiros do “rigor”.

Mas, se 2020 não é, em rigor, o primeiro de uma nova década, o ano surgiu logo ameaçador, com dois acontecimentos que nos alertam para vulnerabilidade da espécie humana: a tragédia dos incêndios na Austrália e o aumentar da tensão o Médio Oriente, um verdadeiro barril de pólvora para a paz mundial.

As coisas não deixam de estar ligadas: a dimensão dos incêndios australianos é uma prova da evidência científica das consequências das alterações climatéricas, provocadas pelo consumo humano; o conflito entre norte-americanos e o Irão tem na sua origem os interesses que andam à volta do petróleo, produto cujo uso é um dos principais responsáveis pelas dramáticas alterações climatéricas.

Não deixa de ser significativo que no meio dos dois debates, o das alterações climatéricas e o da instabilidade militar no Médio Oriente , esteja uma mesma figura, Donald Trump!

Voltando à situação na Austrália, ficámos a conhecer um outro criminoso ambiental, pela forma como boicotou a Cimeira de Madrid, que se pode juntar a Putin, Trump ou Bolsonaro. Referimos-nos ao primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.

Quando soube que a Austrália tinha sido um dos países a boicotar a Cimeira do Clima em Madrid, confesso que fiquei surpreendido, tanto mais que, já nessa altura, a Austrália estava a enfrentar a grave situação dos incêndios, drama que se tem vindo a acentuar nos últimos anos, atingindo uma dimensão muito mais grave do que aquela que se viveu no ano que findou na Amazónia.

Ao conhecer essa figura, percebi a atitude do governo australiano. Mais um idiota ignorante e  perigoso, a juntar a um Trump ou a um Bolsonaro.

É caso para dizer que o ano começa mal.

Aceitemos ou não 2020 como o último de uma década, esperamos que este não seja o primeiro do “fim do mundo”!

Apesar das ameaças, daqui desejamos um Bom Ano para os nosso leitores.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

As tragédias e as esperanças dos anos terminados em 9



Quase todos os anos terminados em 9, nos últimos 100 anos, foram marcados, ora pela esperança, ora pela tragédia, muitas vezes pela esperança que conduz à tragédia.

0 ano de 1919 foi o primeiro de paz, após a tragédia da Primeira Guerra e marcou muito do destino do resto do Século. Em Junho seria assinado o Tratado de Versalhes que, ao mesmo tempo que reafirmava a desagregação dos Impérios Centrais (Alemanha e Austria-Hungria) e do Império Otomano, esteve na origem, pela humilhação imposta aos vencidos, do desenvolvimento do fascismo e do nazismo. Em Portugal foi o ano da última grande tentativa de restauração da Monarquia, que desencadeou a última guerra civil registada até hoje no país,  iniciando a segunda etapa da Primeira República, após o breve interregno sidonista.

Dramático foi o ano de 1929, encerrando uma década de esperança (os “loucos anos 20”) com o crash das bolsas de Nova Iorque , repercutindo-se na vida económica e social de todo o mundo e marcando o inicio do fim do liberalismo democrático em muitos países, contribuindo para fortalecer os regimes ditatoriais já existentes.

A Segunda Guerra, iniciada em 1939, foi a principal consequência da conjugação do Tratado de Versalhes com a Crise de 1929, e fez desse ano um dos mais trágicos do século, marcado igualmente pela vitória de Franco na Guerra Civil de Espanha, uma das mais sanguinárias ditaduras de sempre e que conduziu ao poder um dos ditadores  mais sanguinárias de sempre.

O ano de 1949 é considerado um ano crucial para o inicio da Guerra Fria, com a União Soviética a testar a sua primeira bomba atómica, a criação da NATO e a divisão definitiva da Alemanha com a fundação de dois estados, a RFA e a RDA.

1959 começa com a vitória da Revolução Cubana, ao mesmo tempo que o General De Gaulle tomava posse como primeiro presidente da Vª República francesa, sem esquecer a criação da República Popular da China, acontecimentos que iriam marcar toda a década.

1969 é um ano cheio de acontecimentos esperançosos, marcados pela afirmação de uma nova geração, reflexo do Maio de 1968. É o ano da chegada do homem à Lua e do Festival de Woodstock, um dos anos marcantes na contestação à Guerra do Vietname. Por cá a agitação estudantil conhece um dos seus momentos decisivos com a Crise Académica iniciada pelos estudantes de Coimbra e que irá ter um papel importante na consciencialização da  geração que vai estar por detrás do 25 de Abril. Este ano também é marcado por alguma abertura do regime, liderado desde o final do ano anterior por Marcelo Caetano, culminando nas eleições legislativas, com a presença de três movimentos da oposição e a eleição da chamada ala liberal.

1979 é outro ano cheio de acontecimentos marcantes. Desde logo o afastamento do poder, pelo exército do Vitname, do sanguinário regime dos Khmer Vermelhos, que provocará uma curta invasão do Vietname por parte da China. O Khmer vermelhos sobrevivem na clandestinidade graças a uma aliança entre o Ocidente e a China no apoio a esse grupo terrorista, uma das muitas contradições da Guerra Fria. É também o ano da chegada ao poder no Irão dos ayatollahs, com o conhecido episódio da invasão e ocupação da embaixada dos Estados Unidos em Teerão. Na América Latina dá-se a tomada do poder dos sandinistas na Nicarágua. Em África morre Agostinho Neto e o sanguinário ditador do Uganda, Adi Amin, é derrubado. Ao mesmo tempo que a Grécia adere à União Europeia, Margaret Thatcher é eleita a primeira mulher a dirigir um governo britânico. Também em Portugal toma posse aquela que vai ser, até hoje, a única mulher primeira-ministra, Maria de Lurdes Pintasilgo, num governo provisório de cem dias, até à realização das eleições legislativas ganhas em Dezembro por aquela que foi até hoje a mais importante aliança da direita portuguesa, a Aliança Democrática liderada por Sá Carneiro. Foi ainda um ano fundamental para a musica popular com o lançamento do álbum The Wall dos Pink Floyd e London Calling dos the Clash, marcando este o auge do movimento punk.

Grandioso foi também o ano de 1989, o ano da queda do muro de Berlim. Antes já o movimento “Solidariedade” tinha tomado o poder na Polónia. Animados pelo fim do Muro e aproveitando o clima de abertura soviética, os regimes comunistas começam a cair no leste europeu, com destaque para a Revolução de Veludo na Checoslováquia e para a Revolução Romena. Nesse mesmo ano os soviéticos começam a retirar do Afeganistão. Menos festiva foram  as manifestações da praça de Tiananmen na China, que terminaram num banho de sangue. Nesse mesmo ano morre o Ayatola Khomeini e o pintor Salvador Dali.

1999 é o ano do nascimento do euro, mas em Portugal segue-se com emoção a situação em Timor Leste , cujo povo decide a independência em referendo, sofrendo a repressão violenta das forças indonésias, ao mesmo tempo que a China recupera a soberania sobre Macau. Emocionante será igualmente o funeral de Amália Rodrigues, que morre nesse ano. O ano é marcado nos Estados Unidos pelo massacre de Columbine.

Finalmente o ano de 2009 foi aquele em que a crise financeira, iniciada no ano anterior, começou a fazer sentir os seus efeitos um pouco por toda a Europa, mas com principal incidência na Grécia, na Islândia, na Irlanda e em Portugal. Em Portugal tomava posse o 2º governo de José Sócrates, de tão má memória. Foi também o ano da primeira pandemia do século XXI, a Gripe A. Num ano que marcou o inicio do fim do clima de confiança que se vivia na Europa desde a queda do Muro de Berlim, 20 anos antes, existem dois momentos de esperança, remando contra a maré, mas, à luz dos nossos dias,  uma esperança apenas conjuntural: a tomada de posse de Barack Obama, primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos, e de José Mujica como presidente do Uruguai.

E chegamos a 2019, num clima de grande pessimismo sobre o futuro da humanidade e da democracia, por via do crescimento incontrolado de movimentos de extrema-direita, situação simbolicamente representada pela tomada de posse de Bolsonaro no Brasil e do previsível crescimento dos movimentos antidemocráticos nas eleições para o parlamento europeu que se disputam este ano, sem esquecer o agravamento do holocausto ambiental.

Mais uma vez este ano terminado em 9 promete ser um ano que vai marcar a História com H grande, como aconteceu com os seus “antecessores”do último século.

Se o fará como tragédia ou num clima de esperança renovada, vai depender um pouco de todos nós.

Um Bom Ano para todos, desejando que cada um revele o melhor de si próprio, sem se deixar dominar pelo ódio e pela intolerância que parecem marcar cada vez mais as sociedades actuais. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

2017 – Vem aí o Ano de todos os sustos!


Fazer previsões sobre um novo ano é sempre um risco, mas é possível detectar alguns sinais no horizonte e o ano de 2017 inicia-se cheio se sinais, a maior parte preocupantes, mas também, paradoxalmente, nenhum ano se apresentou tão imprevisível como o que agora se inicia.

Na mira do historiador, do politólogo e do sociólogo, estamos a viver um período fascinante, mas, na mira do cidadão comum, da democracia e da liberdade, os sinais são deveras preocupantes.

O ano iniciou-se mesmo com um mau presságio, com o terrível atentado de Istambul, recordando-nos que o terrorismo e o longo braço do Daesh vão continuar a  fazer estragos por essa Europa fora.

Mas outros sinais, herdados do ano anterior, revelam-se preocupantes para o destino da Europa e mesmo da humanidade, como a eleição de Trump, que tomará posse no próximo dia 20 e se prepara para alterar profundamente todo o modo de viver em democracia e liberdade, com uma grande dose de imprevisibilidade.

Também herdados do ano anterior, temos o acentuar do poder político da Rússia de Putin e do poder económico da China e a continuação da trágica desestabilização no Médio Oriente, onde a guerra civil na Síria é “apenas” um episódio e que irá provocar o agravamento do drama humanitário dos refugiados.

Em paralelo continuamos a assistir à falência económica, financeira e politica do projecto da União Europeia, muito por culpa das elites dirigentes europeias.

Este ano pode marcar o declínio definitivo do projecto europeu, com a ascensão da extrema-direita na maior parte dos países do velho continente e o descalabro desse crime financeiro que dá pelo nome de “euro”.

Realizam-se eleições em França, na Holanda, na Alemanha e, previsivelmente, na Itália, nas quais a extrema-direita, mesmo que não as vença, vai reforçar imenso a sua influência.

As únicas boas notícias que o mundo tem é a chegada de António Guterres à liderança da ONU e  a continuação do papa Francisco à frente da Igreja, embora sem grandes poderes para enfrentarem  os perigos que se avizinham.

Por cá, a pacificação social e política que o país conheceu no ano anterior pode alterar-se profundamente este ano, por razões internas, como a elaboraçlão do orçamento de 2018 e o resultado das eleições autárquicas lá mais para o final do ano, embora a manutenção de Passos Coelho na liderança do PSD continue a ser um seguro de vida para a “geringonça”, mas também por razões de ordem externa, como a crescente instabilidade financeira e política que se prevê com a chegada de Trump ao poder, o resultado das eleições na Europa e a cegueira do politburo de Bruxelas.

Enfim, poucas vezes se assistiu a um inicio de ano tão pouco auspicioso e previsível.

Pode dizer-se que, se o “ovo da serpente” foi “chocado” no ano anterior, neste ano vamos assistir à acção da “serpente”…

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A Minha Primeira Imagem do Ano:

Santa Cruz, esta manhã, a minha primeira fotografia deste ano de 2013, a minha maneira de vos desejar a todos um Bom Ano de 2013...apesar de tudo o que se prevê...