O Ano começou com uma daquelas discussões de “sexo dos anjos”: 1920 é o
primeiro ano da década de 20 ou o último da década de 10?.
Cientificamente, 2020 é de facto o último ano da década de 10, a
segunda do século XXI, um século que começou de facto em 2001.
Claro que tudo não passa de uma convenção.
Não deixa de ser curioso é ver o tipo de argumentos usados por “comentadeiros”,
de Miguel Sousa Tavares a João Miguel Tavares que, em vez de, humildemente,
reconhecerem que se enganaram, na pressa em arranjar tema para comentar, se
apressaram “rosnar” uma série de ameaçadoras diatribes contra aqueles que
defendem o rigor dos conceitos, logo eles que se apresentam como verdeiros
justiceiros do “rigor”.
Mas, se 2020 não é, em rigor, o primeiro de uma nova década, o ano
surgiu logo ameaçador, com dois acontecimentos que nos alertam para vulnerabilidade
da espécie humana: a tragédia dos incêndios na Austrália e o aumentar da tensão
o Médio Oriente, um verdadeiro barril de pólvora para a paz mundial.
As coisas não deixam de estar ligadas: a dimensão dos incêndios
australianos é uma prova da evidência científica das consequências das
alterações climatéricas, provocadas pelo consumo humano; o conflito entre
norte-americanos e o Irão tem na sua origem os interesses que andam à volta do
petróleo, produto cujo uso é um dos principais responsáveis pelas dramáticas
alterações climatéricas.
Não deixa de ser significativo que no meio dos dois debates, o das alterações
climatéricas e o da instabilidade militar no Médio Oriente , esteja uma mesma
figura, Donald Trump!
Voltando à situação na Austrália, ficámos a conhecer um outro criminoso
ambiental, pela forma como boicotou a Cimeira de Madrid, que se pode juntar a
Putin, Trump ou Bolsonaro. Referimos-nos ao primeiro-ministro australiano, Scott
Morrison.
Quando soube que a Austrália tinha sido um dos países a boicotar a
Cimeira do Clima em Madrid, confesso que fiquei surpreendido, tanto mais que,
já nessa altura, a Austrália estava a enfrentar a grave situação dos incêndios,
drama que se tem vindo a acentuar nos últimos anos, atingindo uma dimensão
muito mais grave do que aquela que se viveu no ano que findou na Amazónia.
Ao conhecer essa figura, percebi a atitude do governo australiano. Mais
um idiota ignorante e perigoso, a juntar
a um Trump ou a um Bolsonaro.
É caso para dizer que o ano começa mal.
Aceitemos ou não 2020 como o último de uma década, esperamos que este
não seja o primeiro do “fim do mundo”!
Apesar das ameaças, daqui desejamos um Bom Ano para os nosso leitores.
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