Parece que a evolução tecnológica, que permite o acesso democrático à
internet, tornou possível ampliar, até ao absurdo, as ideias do mais mesquinho
ignorante.
Nas redes sociais, que se substituem cada vez mais aos jornais, aos
livros e às aulas universitárias como fonte de informação e formação, colocam-se,
ao mesmo nível, as informações de um cientista e as do “maluquinho de aldeia”,
distinguindo-se apenas pelo número de likes que cada um obtém no seu post.
Assim, até ideias absurdas, mesmo aquelas em que qualquer homem
da Idade Média já não acreditava, tornam-se hoje palco de absurdas divulgações e reverências, como, entre muitas outras, a
crença, que até tem adeptos entre políticos “respeitáveis”, segundo a qual a
Terra , afinal, "pode ser plana".
Se, aqui, estamos ainda ao nível do absurdo, apesar dos seguidores,
outras, ainda “credíveis”, até com alguma pseudocientificidade pelo meio, como a negação
das alterações climáticas, vão fazendo o seu caminho de forma mais consistente
e “séria”, entre comentadores, políticos e até gente com alguma formação.
No futuro, essa gente, que continua a achar que as evidentes alterações climáticas não se devem ao tipo de
desenvolvimento económico dominante (sim, cama-se capitalismo financeiro e neoliberal), e à acção humana, mas a uma conspiração de
“esquerdistas”, vai ficar para história
ao nível das crendices “medievais” e da ignorância mais abjecta que se revelou
ao longo da história humana (das curas “milagrosas”, à superioridade racial,
entre outras) .
O problema é, se essa gente vencer hoje, elegendo ignorantes como eles
para nos governarem, como já acontece nos Estados Unidos, no Brasil e na
Austrália, não haverá futuro para os julgar e, todos, incluindo os próprios,
seremos vitimas da "democratização da ignorância", alimentada pelas redes sociais,
sofrendo na pele as consequências ambientais dessa ignorância.
Ao ler por aí a convicção com que essa gente manifesta a sua
ignorância, até eu, por vezes, me começo a questionar, se afinal … a Terra não
será mesmo plana!!!! (A cabeça deles é, de certeza...).
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