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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Tragédias de um Orçamento.


Por vezes, interrogo-me se a actual geração de jornalistas estudou numa escola de jornalismo ou, se não terá estudado, antes, numa escola de produção de telenovelas!!!

A forma como se tem vindo a dramatizar a apresentação do próximo Orçamento de Estado, mais parece, de facto, uma telenovela do que um trabalho lúcido de informação, como seria de esperar por parte dos órgãos de comunicação social.

Ou talvez a escola seja a escola do ministro da propaganda nazi, Goebels, aliás um excelente professor para quem quer aprende como funcionam, eficazmente, a propaganda e a publicidade.

Uma das técnicas desta “escola” é aquela, segundo a qual, uma mentira várias vezes repetida se torna verdade, ou, adaptando aos dias de hoje, várias frases descontextualizadas e meias verdades repetidas até à exaustão e ampliadas pelo megafone de vários comentadores encartados, acaba por condicionar a própria realidade.

Aquilo que sempre foi perfeitamente normal na apresentação de orçamentos, em especial quando não há governos de maioria absoluta, como aconteceu em mais de 3/4 de governos democráticos, que é apresentar um projecto, que depois pode ser alterado após negociações, sempre duras, entre os partidos parlamentares, foi transformado numa novela tágico-cómica, como, aliás, se tem transformado qualquer caso e casinho nos últimos tempos.

O problema é quando esse ambiente de doidos,  criado por uma comunicação social ávida de escândalos e espectáculos para aumentar audiências, contamina a vida política dos partidos ditos “sérios”.

É ver o frenesim que reina nos partidos da direita tradicional, só com a possibilidade remota de voltarem ao poder nos próximos tempos (principalmente, o de controlarem os dinheios da "bauka", que é o que os move....).

Pode-se dizer que a direita anda com a pontaria desafinada, pois se alguém foi atingido pela agitação provocada à volta do Orçamento, não foi o orçamento, mas a liderança e o  interior dos próprios partidos de direita.

O aparecimento de dois candidatos, um no CDS, outro no PSD, ambos com experiência política e pessoas cultas, mas com um discurso extremista, fanaticamente ideológico e revanchista, não augura nada de bom para o futuro desses partidos, a não ser retirar campo de manobra à extrema-direita.

Se ambos ganharem a liderança desses partidos, o PS vai agradecer, pois o voto centrista vai fuigir desses partidos.

À esquerda espera-se, pelo contrário, bom senso. Para quem acha, dentro do BE e do PCP,  que estes perdem pelo facto de facilitarem a vida ao orçamento socialista, a realidade das últimas presidênciais e das autárquicas, aí está para o desmentir, ao contrário da falácia de algum jornalismo e de alguns comentadores, interessados em provocar o caos à esquerda.

Basta ver o que aconteceu a esses dois partidos à esquerda do PS, pelo facto de terem tomado decisões diferentes em relação ao último orçamento.

O BE, que votou contra o orçamento, pensando beneficiar à custa do PCP e do afastamento em relação ao PS, teve duas estrondosas derrotas nesses actos eleitorais, perdendo quase tudo o que tinha conquistado no tempo da geringonça.

Pelo contrário, o PCP, que aprovou o orçamento, tendo perdido alguma coisa, perdeu pouco, e aguentou-se, estabilizando dentro do histórico. Mesmo onde perdeu ou não conseguiu aumentar, como em Loures ou em Almada, continua uma força política considerável e com capacidade de  dar cartas por muito tempo.

No caso das presidênciais e das autárquicas em Lisboa, mais no segundo que no primeiro caso, até conseguiu um bom resultado com João Ferreira.

As perdas do PCP não se devem à sua “aliança” com o PS, mas a uma crise mais estrutural, de falta de renovação e de adaptação aos novos tempos. 

Foi, pelo contrário, a sua capacidade de negociação, ganha com a "geringonça", que travou a sua perda de influência e lhe pode dar, no futuro, um novo alento.

Espera-se, por isso, que à esquerda, ao contrário do frenesim que vai à direita, reine o bom senso.

Este Orçamento não é o ideal, se houver bom senso ainda pode ser aperfeiçoado nas negociações à esquerda, mas a alternativa é a realização de eleições antecipadas, que iriam beneficiar o PS (e o Chega), aprovando-se depois um orçamento menos social, e para o qual o PS, sentindo-se traido pela sua esquerda, seria tentado a negociar à direita, ou, na hipótese remota de uma vitória da direita, um orçamento revanchista, do ponto de vista social, e integrando o resto do “ir além da Troika” que não foi cumprido, com prejuízo para reformados, trabalhadores, pequenas e médias empresas, do país em geral.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

SÓCRATES VAI-SE “SAFAR”!?!!!?



Que não restem dúvidas: nutro por José Sócrates e tudo o que ele representa o maior desprezo intelectual e político.

Sempre exprimi aqui tudo o que penso da “chico espertíce”, do oportunismo político e da falta de ética  que os anos da governação Sócrates representaram. Basta explorar o nosso tag “anti-Sócrates”.

Fi-lo numa época em que as suas políticas antissociais, o seu desprezo pelos professores, a sua bajulação pelo mundo da alta finança, a sua cedência aos ditames de uma União Europeia entregue às políticas de austeridade (pouco depois levadas ao limite por outra figurinha de triste memória, Passos “ir além da Troika” Coelho), eram incensadas e apoiadas com entusiasmo pela maioria dos comentadores e economistas do sistema, os mesmos que depois apoiaram com entusiasmo as medidas  desgraçadas da Troika, e que agora procuram sacudir Sócrates do “capote” .

Sócrates e Passos Coelho foram as duas faces da mesma moeda que tanto sofrimento causou neste país.

Contudo, essa “chico espertice”, esse oportunismo político e essa falta de ética e sentido de Estado na forma de fazer política, não só não são crime, como foram a base do cavaquismo, surgido nos anos de 1980, atitude que tanto fascinou e modelou toda uma geração de políticos formados nas “jotinhas” do centrão.

Contudo, sempre torci o nariz ao modo como foi conduzido o processo de acusação contra José Sócrates, a “Operação Marquês”.

Não porque tenha qualquer dúvida sobre os seus processos de actuação desonestos eticamente reprováveis, já revelados pelo próprio noutras circunstâncias, na forma como, junto de autarquias da Beira Interior, ainda antes de ser conhecido, deu cobertura a verdadeiras aberrações urbanísticas, ou no caso Freeport, nunca devidamente esclarecido.

O que me levantou dúvidas foi todo o modo como o processo foi conduzido, com uma prisão em directo na comunicação social, com o juiz que conduziu todo o processo até há pouco tempo mais interessado em comportar-se como uma estrela dos media e como comentador político, do que em fazer uma investigação célere e eficaz sobre as trafulhices de Sócrates, sem esquecer as fugas constantes de informação sobre o processo, que muito devem envergonhar o nosso sistema judicial, ao mesmo tempo que queimavam a validade das provas.

Mais preocupado em dar  espectáculo e dirigir um processo político, o herói da nossa extrema-direita, o juiz Carlos Alexandre, acabou por contaminar todo o processo, e agora, pelo que parece, Sócrates já pode sorrir.

O nosso Ministério Público devia ter aprendido com a forma como prenderam Al Capone.

Este não foi preso pelos seus crimes ou roubos, mas por fuga aos impostos.

Ou seja, um  criminoso inteligente, como o é José Sócrates, não deixou provas dos seus crimes financeiros e das suas obscuras negociatas, mas terá deixado rasto nos pequenos pormenores.

Infelizmente em vez de um Eliot Ness tivemos um Juiz Carlos Alexandre.

Se o juíz Carlos Alexandre, quisesse mesmo fazer justiça, em vez de exibir o espectáculo da sua vaidade pessoal, tinha construído um processo mais sólido , menos complicado, indo directo às acusações que podia provar, avançando logo para tribunal, em vez de criar um mega processos, onde se misturam acusações  fáceis de provar, com situações, talvez as mais mediáticas, difíceis de provar legalmente.

Primeiro reuniam-se as provas e depois prendia-se. O que se fez com Sócrates foi o contrário. Primeiro prendeu-se, com base em suspeitas previsíveis, iguais às que se podem apontar  a muito do políticos da “geração centrão”, e depois foi à procura de provas, atrás do “disse que disse” de uma comunicação social ávida de escândalos.

O resultado só podia ser desastroso, queimando a investigação nas labaredas dos títulos sensacionalistas do “Correio da Manhã”.

E assim  chegámos à situação actual.

Espero estar enganado, mas pelo que se vai sabendo, Sócrates vai safar-se desta e até se pode dar ao luxo de processar quem o acusa de falta de ética.

Perdem a democracia, a justiça e  os valores éticos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Quando a política abre a "caça" aos pokemons..


Agora que também os pókemons entraram na vida política nacional (já por cá andava o “Diabo”…) aqui vos deixo um bem humorado cartaz, se bem que os “pókemons” que eu gostava de caçar não fossem esses ( eu sou mais de “caçar” pókemons, tipo “Cavaco”, “Passos Coelho”, “Durão Barroso” ou “Paulo Portas”…).
Não sendo esse cartaz oriundo do meu campo político, é com fair play que o reproduzo em baixo…o humor, quando bem feito, não tem cor política.
(Não sei qual foi o êxito dessa “caçada”, já que o “evento” estava anunciado para Julho passado…):
 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A evolução política em Portugal - Um quadro que explica muito da actual situação:


Extrema - esquerda
Esquerda revolucionária
Esquerda
Centro-esquerda
Centro
Centro-direita
Direita
Conservadora
Direita neoliberal
Extrema Direita
1975
AOC(PCP-ml) > (PSD);
MRPP
 > (UDP, PSD, PS)
UDP   
LUAR > (PS)
PRP >(BE)
LCI >(PSR)
PRT >(PSR)
PCP
MDP>(PCP, PS)
MES >(PS)
FSP >(PS)
PS
PSD
CDS



1985
 MRPP
UDP
PCP > (PS)
PSR
PS
PRD >(PS, PSD)
PSD
CDS


1995

MRPP
UDP >(BE)
PCP
PSR >(BE)
PS

PSD
CDS


2005

 MRPP
PCP
BE

PS
PSD

CDS
PNR 
2015

 MRPP
PCP
BE
PS
PAN



PSD
CDS
 PNR
(o símbolo “ >”  indica para onde foi a maior parte dos seus dirigente e militantes  mais conhecidos ao longo do tempo , indicando-se entre parêntesis os partidos de “destino”)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

"Reformar" a Democracia...ou quando os coveiros da dita se vestem de virgens imaculadas...


Sem partidos não há democracia.

Sem política não há cidadania.

Estas são duas verdades indesmentíveis.

O problema reside na forma não democrática como funcionam os partidos e no modo como a política se profissionalizou, afastando-se da cidadania.

Muitos daqueles que fizeram da política profissão e/ou que devem à política os  cargos, os rendimentos e a visibilidade que ocupam, cientes da velha máxima de  Abraham Lincoln segundo a qual podem “enganar toda a gente durante um certo tempo”, podem mesmo enganar “algumas pessoas todo o tempo”, não podem “enganar sempre toda a gente”, e apercebendo-se de que chegou o momento em que os cidadãos atingiram o seu limiar de tolerância par com as suas aldrabices, começam agora a movimentar-se no sentido de “reformar o sistema político”, tentando alijar as responsabilidades próprias na construção do sistema .

É assim que surgem propostas avulsas, aparentemente justas, para “reformar” os partidos e o sistema eleitoral e político, como a redução do número de deputados ou a criação dos círculos uninominais.

Contudo, a redução de deputados não altera nada, apenas reforça maiorias fictícias, beneficiando os grande aparelhos partidários e retirando a diversidade de opiniões representada pela presença de pequenos partidos.

O problema no parlamento passa por muita coisa, mas em especial, por duas situações: a falta de liberdade de voto dos deputados, sujeitos à disciplina partidária, e o facto de uma esmagadora maioria dos deputados estar no parlamento a representar lobbies financeiros, empresariais ou gabinetes de advogados, mantendo actividade extra parlamentar e beneficiando de um conjunto de privilégios muito para lá do razoável.

Sem se alterar essas situações, até podem reduzir para metade o número de deputados que os problemas de corrupção ética e oportunismo carreirista de uma grande parte dos deputados, não só se manterá, como se agravará, sem os pequenos partidos do “contra poder” presentes para fiscalizarem os excessos.

Quanto à outra proposta, a dos círculos uninominais, já aqui referimos ontem o que pensamos dessa proposta: apenas servirá para reforçar o caciquismo local e personalizar o vedetismo de "notáveis" fabricados pela visibilidade na comunicação social, vendidos como sabonetes.

Pelo contrário, os dois  aspectos cruciais para reforçar a democracia e aproximá-la dos cidadãos terão de passar, em primeiro lugar, pelo debate de ideias e projectos que os candidatos e os partidos devem apresentar aos cidadãos, sendo penalizados pelo incumprimento dos mesmos e, em segundo, pelo reforço da ética sobre a disciplina partidária.

Para além disso a política deve ser cada vez menos uma profissão e a garantia de uma carreira e cada vez mais um acto de cidadania. Para isso é necessário retira privilégios àqueles que exercem cargos políticos, seguindo alguns dos modelos existentes nos países nórdicos.

Um deputado deve ser um representante dos cidadãos, deve cumprir o programa e as ideias com que foi eleito e deve abandonar regularmente as funções políticas, regressando ao estatuto sócio-profissional que mantinha antes de exercer aquele cargo, tão rapidamente quanto possível, dando lugar a outros cidadãos, num sistema de rotatividade e inovação permanente.

Quanto aos partidos, estes não podem ter um discurso “anti-autoritário” e “liberal” para fora e funcionar como um micro sistema totalitário na sua organização e na escolha dos seus líderes.

Sem discutir estas situações, as “ideias” que andam aí a ser divulgadas por “notáveis” e profissionais da política não passam de meros discursos de circunstância, numa busca incessante para se manterem à tona  e disponíveis para cargos políticos no futuro, na esperança de não serem esquecidos no “novo” ciclo político que se avizinha, esperando, pelo contrário, que ninguém se lembre de indagar sobre a responsabilidade e os benefícios que a maioria deles teve no passado recente graças ao descalabro político-partidário que agora criticam e pretendem “reformar”.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

UMA INTERESSANTE ENTREVISTA COM O "VENDEDOR" ANTÓNIO BORGES - Ou a entrevista que por cá ninguém tinha coragem de fazer:

Esta entrevista é uma lição de jornalismo independente. Por cá a subserviência em relação a figurões como este é total. Felizmente aind existem jornalistas frontais...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

...DE REGRESSO...



(FONTE: "O INIMIGO PÚBLICO", Jornal Público)
 
Estamos de regresso.

Vamos continuara a provocar e a incomodar com as nossas opiniões politicamente incorrectas e escritas em carne viva.

Vamos também continuar a divulgar temas que nos interessam, na musica, na fotografia, no cinema, na arte… e as notícias que nos motivam.

1 - “TROIKAS E BALDROIKAS”

Num momento decisivo para o futuro do euro, da Europa e, por tabela do país, vamos procurar aqui fazer um pequeno balanço do que mais marcou este mês e meio em que estivemos (quase) ausentes deste espaço.

Por agora o país conhece mais uma visita dos senhores da “troika”.

Espera-se que, quando na próxima semana se souber o resultado da avaliação dessa gente, os portugueses recebam um pedido formal de desculpas pelo resultado das políticas de austeridade que nos impuseram, e que se revelaram um fracasso:

-  números do desemprego que não param de subir; 

- cortes drástico nos rendimentos que provocaram uma avassaladora quebra do consumo e que teve como resultado a descida da colecta fiscal e a falência em massa de empresas (já vai quase nas 5 mil desde Janeiro); 

- números da recessão acima do esperado;

- e, a prova máxima do fracasso, já que esse era o grande objectivo das medidas de austeridade que nos foram impostas, deficit muito acima do previsto.

Não sei se o erro foi mais da troika ou do governo. Aquela, aliás, já se procura descartar da sua responsabilidade no desastre nacional. Este, por sua vez, tem muitas responsabilidade no descalabro da situação económica e social do país, já que o objectivo de “ir para além da troika” potenciou o desastre.

No meio de tudo isto resta-nos algum “consolo” pela acção de um carteirista que assaltou um membro da troika no eléctrico 28, pondo à prova a imunidade dessa gente paga a peso de ouro. É caso para dizer que…” ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão”…

BORGES, O “INSTALADO”…

Entretanto António Borges, um  “pintarolas” arrogante que nem o FMI quis nas suas fileiras, veio  lançara a confusão em relação à credibilidade das privatizações, área em que tem funcionado como uma espécie de ministro-sombra deste governo, representante de obscuros intereses finaceiros, ao propor a extinção do segundo canal… (e os "abutres" já andam por aí a aproveitar a "onda"..).Ainda por cima o mesmo Borges teve o desplante de, na “Universidade” (???) de Verão do PSD (terá sido aqui que se formou o Relvas?...), se queixar dos “interesses instalados”, ele que é um dos rostos visíveis dos interesses instalados que destruíram a sociedade e a economia deste país…e é com gente desta que o país se governa!!!

LOFF versus RAMOS

Noutro lado, anda aí a correr uma polémica entre historiadores que está a raiar os níveis do absurdo, acerca de duas maneiras de interpretar o Estado Novo. Penso voltar  a este assunto, mas estou a acabar de ler a parte do trabalho de Rui Ramos sobre a época em causa para me pronunciar. Mas numa primeira e apressada opinião, embora me identifique mais com as teses de Manuel Loff do que com as de Rui Ramos, parece-me que Loff se excedeu e exagerou na forma como abordou o trabalho de Ramos. Este foi credível na resposta que deu sobre o assunto. Condenável é a entrada absurda e boçal de Maria Filomena Mónica na discussão, um verdadeiro ataque de terrorismo “ intelectual”. Textos como os de Mónica já não se encontram hoje nem no mais miserável pasquim de aldeia (…sim, eu sei, encontram-se cada vez mais no universo dos blogues e outras redes sociais…). É grave também que se esteja a usar o tema para atacar o pluralismo do jornal Público…

O MUNDO QUE NOS RODEIA…

Lá por fora, entretanto, a Síria continua a ferro-e-fogo, perante a incompetência da comunidade internacional . Vivemos, aliás, uma época de lideranças de fantochada, como se vê na desastrosa e cada vez mais perigosa situação Europeia. Para o descalabro ser completo no mundo Ocidental, só faltava Obama perder as eleições nos Estados Unidos…

Os casos Assange e Pussy Riot são as duas faces do avanço do autoritarismo político e do desrespeito pela liberdade e pelos direitos.

As notícias sobre a crescente degradação do clima, que avança a passos largos à custa de andarem todos distraídos com a “crise”, uma crise que tem sido conveniente para muitas malfeitorias , são avassaladoras e avisos sérios sobre o desastre que se aproxima.

Mas nem tudo são sinais negativos. Os Jogos Olímpicos de Londres e, agora, os Paralímpicos, viram mais uma vez demonstrar que a humanidade é capaz de se unir em projectos comuns e enfrentar a maiores dificuldades. Desses jogos saiu também uma grande lição para a Europa: se todos os países da União Europeia concorressem sob a mesma bandeira, teriam ultrapassado em muito a soma de resultados e medalhas dos Estados Unido e da China. Resta-nos a consolação de ver a Inglaterra a bater a Alemanha nas medalhas, sendo este último um dos países da EU que demonstrou uma maior decadência em relação aos resultados obtidos há quatro anos na China. A autoproclamada superioridade alemã sofreu um grande rombo…

De registar ainda o desaparecimento de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar outro planeta e que foi uma figura motivadora  para todos aqueles que hoje têm mais de 45 anos de idade. Fez-nos também questionar como é possível que os mais jovens deste planeta nunca tenham assistido a uma aventura como a da conquista do espaço, e a chegada de homens a outro planeta.

 O sonho parece estar a abandonar o destino da humanidade. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vasco Gonçalves, sete anos depois:


Há homens ( e mulheres) com os quais muitas vezes discordei e até combati.

Mas entre esses uns mereceram sempre o meu respeito, pela sua convicção, pela sua firmeza, porque faziam o que faziam porque acreditavam, e não em proveito próprio.

Entre esses homens está Vasco Gonçalves.

A política portuguesa (..e europeia..) de hoje, está entregue a gente cinzenta e vendida, mais interessada em gerir a carreira própria e a dos “amigos”, detentora de um discurso fanaticamente formatado no “neoliberalismo” e politicamente “correcto”, com posse ensaiada ao pormenor para “parecer bem” na comunicação social que a serve, totalmente vazia de ética e de ideias, arrogante para com os fracos e subserviente para como os poderosos.

Por isso respeito cada vez mais homens que diziam o que sentiam e respeitavam os mais fracos, não olhando aos custos pessoais e políticos das suas convicções.

Entre esse homens está Vasco Gonçalves…e, à esquerda e á direita,  poucos mais… (...Sá Carneiro, Lucas Pires, Álvaro Cunhal, Salgado Zenha, Salgueiro Maia, Vitor Alves, Melo Antunes…apenas para referir alguns dos que já nos deixaram).

Discordei muitas vezes das suas decisões, cheguei mesmo a ligar-me a organizações que o combatiam, mas devo reconhecer, ao fim de todos estes anos e perante a triste realidade dos nossos dias, que homens como Vasco Gonçalves fazem-nos falta.