Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
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domingo, 27 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
A Crónica de Daniel Oliveira: Manifestação de amanhã ainda há vida fora das redes sociais?
É já amanhã que se realiza a manifestação organizada pelo colectivo "QUE SE LIXE A TROIKA", que tem início às 15 horas, partindo do Rossio até à Assembleia (o percurso pode ser visto em baixo).
Entretanto sugerimos a leitura AQUI do blog do grupo, onde pode encontrar depoimentos bastantes interessantes, bem como a crónica de Daniel Oliveira, que pode ser lida clicando em baixo:
terça-feira, 22 de outubro de 2013
“Obrigado Troika”…uma manifestação que só podia ser mesmo a gozar..
Afinal a manifestação de apoio à troika, convocada por um hipotético
grupo auto-intitulado “Obrigado Troika”,não passou de uma original e irónica
brincadeira organizada pelos promotores da manifestação do próximo
fim-de-semana, o grupo “Que se lixe a Troika!”.
Talvez por isso, e porque se deixaram enganar de forma indecente, os
órgãos de comunicação social procuraram disfarçar o ridículo em que caíram
silenciando maioritariamente esse “não acontecimento”.
Eu próprio acreditei na iniciativa, pois julgo que, infelizmente, até
existirá espaço para uma iniciativa a sério de apoio à troika, pois há muitos
que estão a ganhar com esta crise, basta olhar à nossa volta…
Já estava a imaginar uma manifestação liderada por Poiares Maduro, em
representação do governo, ombreando como o funcionário da União Europeia em
Portugal que redigiu o conhecido vergonhoso documento de chantagem e ataque às
instituições democráticas portuguesas, acompanhados por representantes das
embaixadas da Alemanha, Holanda, Finlândia e, porque não, de Angola e da China,
empunhando megafones de onde debitavam as palavras de ordem da manifestação:
“Portugueses trabalhadores e qualificados fora de Portugal, Já!”;
“Trabalho com direitos Não! Precaridade Sim!”;
“Nem mais um português com Pão, Saúde, Educação e Habitação!”;
“Os funcionários públicos e os pensionistas que paguem a crise!”;
“Sindicalistas? Vamos a eles, carago!”;
“Tribunal Constitucional para a Rua, já!”;
“Constituição? Só por cima do meu caixão!”;
“O povo não aguenta? Ai aguenta, aguenta!!!”;
“Salários, impostos, desempregados e reformados? Não pagamos! Não
pagamos! Não pagamos! Não pagamos…”;
“Estado Social? Querias…contenta-te com a sopa dos pobres!”.
Logo atrás, um grupo de banqueiros e grandes empresários, liderado por
Eduardo Catroga, Fernando Ulrich e
Ricardo Salgado, marchava à frente de milhares de especuladores bolsistas e de
accionistas de grandes empresas, onde estavam representados todos os membros
das empresas do PSI 20 que colocaram os seus impostos nos paraísos fiscais,
agradecidos pelos sucessivos perdões fiscais e pelo dinheiro do empréstimo da
troika, pagos por todos nós, que vieram salvaguardar o seu estilo de vida .
Podiam-se ver ainda muitos antigos gestores e accionistas do BPN.
Seguia-se uma ala liderada por Camilo Lourenço, César das Neves, Vitor
Bento, e Ricardo Arroja, formada por cerca de 500 manifestantes, que incluíam
os comentadores, economistas e jornalistas que circulam revezadamente por
jornais e televisões, a tropa de choque da propaganda em favor do memorando e
que nos tenta impingir o caminho único, massacrar-nos a convencer-nos da nossa
culpa por vivermos “acima das nossas possibilidades”, isto é, vivendo com mais
de 600 euros, ou ainda justificando-nos todos os cortes com a “falta de
dinheiro” (..mas…o dinheiro não foi queimado, não depende da meteorologia e, se
existe na Alemanha, país com a mesma moeda e fazendo parte do mesmo espaço
económico comum, porque é que não pode existir em Portugal ou na Grécia???...).
Vinham depois todos aqueles, mais alguns milhares, que conseguiram
ludibriar o fisco, e continuam alegremente a exibir os seus sinais exteriores de riqueza, prova de que é injusto
acusar a troika de empobrecer o país. Estes chegaram ligeiramente atrasados,
por dificuldade em estacionar os Ferraris, Jaguares , Porches e topos de gama,
ainda a cheirar a fresco..
Seguia-se uma impressionante ala de milhares de secretários de Estado,
gestores de institutos, fundações e empresas públicas, assessores,
representantes de conhecidos escritórios de advogados, representando o
empreendedorismo que a troika preserva.
Logo atrás milhares de anónimos militantes do PSD e do CDS que ainda acreditam no pai Natal nas
benesses do estado, na esperança de serem rapidamente promovidos a “boys” para
os muitos “jobs” que a troika vai criar com a sua política de
“desenvolvimento”.
A encerrar a manifestação, liderados pela srª Isabel Jonet, os milhares de pobrezinhos que o Paulo Porta
citou, que não participam em manifestações da CGTP , mas que marcaram a sua
presença nesta grande manifestação, na esperança de poderem partilhar a boda
aos pobres prometida para o final.
Chagados ao Largo Jean Monet, juntos da representação da Comissão
Europeia em Portugal, foram lida mensagens
de Durão Barroso, de Olli Rehn,
Angela Merkel, srª Lagarde e de, a partir de um sitio qualquer da
América Latina, de Cavaco Silva e Passos Coelho (Paulo Portas estava em lugar
incerto), de incentivo na luta contra a Constituição, contra o Tribunal Constitucional, contra os
Sindicatos e toda a oposição, contra os direitos sociais e contra os piegas de
toda a espécie, e de apoio caloroso ao grande trabalho de empobrecimento
colectivo e de salvação dos mercados financeiros, levados a cabo pela nobre
acção da troika e dos seus executantes em Portugal .
Terminada a manifestação, instalou-se a confusão à entrada do Gambrinos
e do Tavares Rico, aberto até altas horas da madrugada, até esgotar todas as
reservas de marisco e o whisky.
Como se vê, uma manifestação como aquela, levada a “sério” até que
podia reunir alguns milhares de manifestantes e estar bem compostinha…os 5% dos
portugueses que escapam ou beneficiam da crise acentuada pela acção da troika,
até podiam encher uma avenida ou … (sem malícia…) o Campo Pequeno…
sexta-feira, 1 de março de 2013
2 de Março: Pelo Direito à Indignação
À medida que se aproxima a data da manifestação convocada
para 2 de Março do movimento “Que Se Lixe a Troika”, e depois de mais de uma
semana marcada por forte contestação a membros do governo, aumenta o nervosismo
de certos comentadores instalados no sistema do “centrão”.
Os seus argumentos vão subindo de tom, ora criticando e
diabolizando, ora desvalorizando os motivos que vão levar os portugueses à rua
no próximo Sábado.
Para uns a rua é contrária ao exercício da democracia,
esquecendo-se que a rua tem crescido como palco da contestação nos últimos
tempos exactamente porque a dita “legitimidade democrática” não tem funcionado.
Quando os tribunais deixam prescrever ou arrastam processos de criminalidade política,
nunca chegando, nem a um cabal esclarecimento dos vários casos de corrupção que
envolvem políticos, nem à condenação dos criminosos engravatados, são eles que
deslegitimam a justiça como pilar de uma sociedade democrática saudável.
Quando temos um presidente da República que se limita a
mandar umas bocas e nunca reage em conformidade, deixando passar muita coisa
que este governo impõe ao país, mesmo quando viola preceitos constitucionais, é
ele que deslegitima o cerne das suas funções de “defender e fazer cumprir a Constituição”.
Quando temos um governo que foi eleito com base em promessas
e garantias, rapidamente violadas logo a seguir à sua posse e que, em vez de
defender os cidadãos dos malefícios de um memorando assinado à pressa pelo
governo anterior, procura aproveitar-se da grave situação financeira para impor
a sua agenda neoliberal ,intenção que escondeu dos eleitores durante a campanha
eleitoral, governando para o empobrecimento dos cidadãos e para a perda de
direitos sociais de quem produz e trabalha, em prol de obscuros interesse
financeiros, que governa em prol dos “mercados” contra os cidadãos e que é
incapaz de defender os interesse nacionais junto das instâncias internacionais,
aceitando sem pestanejar as malfeitorias impostas pela Comissão Europeia, pelo
BCE e pelo FMI e, ainda por cima, falha todas as metas que “justificavam” a sua
atitude, é o próprio governo que deslegitima a sua existência e a sua
legitimidade democrática.
Quando temos umas finanças que tratam cada cidadão como
criminoso, que montam um esquema de controle sobre os pequenos e médios
empresários e sobre os cidadãos em geral que envergonharia qualquer regime
stalinista, mas deixa de fora o combate à grande fraude fiscal, perdoando os
que de facto prevaricam,(os grandes sectores financeiros que colocam os seus
lucros em paraísos fiscais, recorrem a sofisticadas engenharias fiscais para
não pagar à mesma proporção dos cidadãos normais e beneficiam legalmente de
taxas fiscais muito generosas, comparativamente com aquelas a que os
trabalhadores e os pequenos e médios empresários estão sujeitos) é o próprio sistema
que se deslegitima a si próprio, ao governar contra os cidadãos, a favor do
sector financeiro que é o principal responsável pela grave crise que estamos a
viver.
Quando temos uma comunicação social que, com rara e honrosas excepções (só me lembro da Antena 1, do jornal Público e da revista Visão....) , se deixa manipular pelos grandes interesses financeiros, que a alimentam, e nos debitam até à nausea a ideologia do poder financeiro com as frases feitas dos portugueses "que andaram a viver acima das suas possibilidades", como se todos fossemos culpados por igual, confundindo direitos com "privilégios" e defendendo o pensamento único deste modelo neoliberal, ela deixa de ser o espaço de liberdade, informação e debate que devia ser, para se transformar em mera caixa de ressonância dos poderosos, o novo "Ministério da Propaganda". É sintomático que um jornal de "referência" se vanglorie de "fazer opinião" e que uma televisão privada se gabe de "criar a noticia"!!!!
A rua torna-se assim a forma legitima dos cidadãos
manifestarem todo o seu descontentamento e revolta contra o actual estado de
coisas.
Mas outros comentadores, ou os mesmos referidos acima, usam
igualmente outro argumento contra a rua que é o das alternativas e do “programa”
dessa mesma rua.
Pensam a rua ainda como a rua do tempo em que muitos deles
militavam no radicalismo totalitário e pensam na rua como uma qualquer tomada
da bastilha ou do palácio de inverno. Mas a rua de hoje é muito mais
heterogénea, e por isso consegue ser mais democrática do que os “democratas”
que nos governam com os preconceitos do pensamento único neoliberal.
A rua não tem que oferecer uma alternativa de poder mas deve
servir de aviso aos partidos políticos, principalmente aos do “arco do poder”
para a necessidade de se aproximarem dos cidadãos, de inovarem a sua cartilha ideológica, de serem
de facto uma alternativa entre si e de respeitarem as suas promessas eleitorais
e os anseios dos cidadãos.
De uma vez por todas devem ouvir os anseios da rua, em vez
da a olharem com o desdém arrogante do costume, devem perceber que a rua está
dar-lhes uma oportunidade para fazerem e defenderem uma outra política, a verdadeira
política, que é aquela que é feita para e pelos cidadãos, e não aquela que continuam
a fazer que tem como único objectivo gerirem carreiras pessoais ou cumprir
agendas escondidas impostas por obscuros interesse financeiros.
A rua é o último recurso dos que, de facto, ainda acreditam
na democracia e na política.
A rua, esta rua, na sua maioria esmagadora, não quer “tomar
o poder”, mas quer avisar os poderes, o financeiro, o político e o da
comunicação social, que nos devem deixar em paz, nos devem devolver a
esperança e as nossas vidas, nos devem deixar cumprir os nossos sonhos e os nossos projectos.
A rua só quer exigir respeito e dignidade.
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