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sábado, 10 de setembro de 2022

Isabel II - Uma Rainha “arrastada” pela História

Roubei o título a um cartoon de Luís Afonso, do Público de 9 de Setembro.

Podia acrescentar ao título que …e nós arrastados com ela!.

De facto, pertenço à geração que nasceu com Isabel II como rainha e chegou aos dias de hoje, nos primeiros anos da “terceira idade”, a tê-la como referente de quase 70 anos.

O meu primeiro “contacto” com a rainha começou quando colecionava selos, onde encontrava o seu perfil desenhado em muitos deles, ainda antes de saber quem era aquela figura.

Penso que, tal como se dizia no século XX em relação à Rainha Vitória, que, nascida em 1819, reinou de 1837 a 1901, e marcou a chamada era vitoriana, ou a geração vitoriana, a minha geração vai ficar conhecida por “geração isabelina”.

São raras as figuras mundiais que sirvam com “referentes” para caracterizar o “tempo longo”, o tempo que vem do final da 2ª Guerra até aos nossos dias (do início da 3ª Guerra??).

Não sendo monárquico, considerando até que a monarquia é uma aberração dos tempos modernos, penso, contudo, que a monarquia “só ficava bem”, num sítio, na Inglaterra, talvez porque pertenço à geração que, vendo desaparecer várias referências históricas e assistindo a uma evolução histórica vertiginosa, sem igual na História humana, via na Rainha de Inglaterra uma espécie de referente seguro de continuidade e…”estabilidade”.

Não deixa de ser um mau presságio que essa referente nos deixe neste momento, quando a humanidade enfrenta várias ameaças, da Guerra atómica total aos caos ambiental.

É também um mau presságio para a Europa, mas principalmente para a Grã-Bretanha, que Isabel II nos tenha deixado dois dias depois da tomada de posse da nova governante britânica Liz Truus, figura patética, desonesta, oportunista e malformada, uma espécie de Trump de sais, para pior.

Também não deixa de ser de mau presságio que o novo rei se intitule Carlos III, pois os dois Carlos anteriores não tiveram um final feliz. O primeiro, reinando em clima de guerra civil, acabou executado. O Segundo Carlos, esteve exilado no inicio do seu reinado, então dominado pelos “republicanos” de Cromwell . Ao regressar marcou o seu reinado com graves conflitos com o parlamento, chegando mesmo a governar em ditadura. Enfrentou grandes pestes no seu reino e o célebre incêndio de Londres. A causa da  sua morte ainda hoje é motivo de debate, defendendo alguns que foi envenenado. Fica também para a história o seu casamento com Catarina de Bragança, filha de D. João IV, a única rainha inglesa nascida em Portugal.

Para já, seja qual for o futuro da monarquia inglesa, a “Época Isabelina” fica marcada por grandes acontecimentos e transformações históricas e será a referência comparativa com a época pós-Isabel II.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

BREXIT ou EUREXIT?



Para além do espectáculo pop-pimba, dado pelo Parlamento Europeu na hora da despedida da Grã-Bretanha, após  47 anos de “casamento” por conveniência, o grande receio dos burocratas de Bruxelas e da Troika que nos governa (Comissão Europeia, Eurogrupo e BCE) é mesmo se a Grã Bretanha, após uma dúzia de anos difíceis, acabe por se sair bem de tudo isto.

A arrogância manifestada por essa Troika nos últimos 3 anos face à Grã-Bretanha, justifica-se pela necessidade de fazer da “desgraça” britânica um exemplo para os que contestam o seu poder.

Claro que, internamente, o governo britânico tem de enfrentar a contestação das elites económicas, financeiras e intelectuais que mais beneficiavam com os negócios no continente, bem como as ameaças independentistas escocesas e irlandesas, legitimas e históricas.

Claro que os graves problemas sociais que existem na Grã-Bretanha, iniciados com o governo neoliberal de Thactcher, e que os seus cidadãos atribuem à União Europeia, se não forem resolvidos agora, tiram poder de manobra e legitimidade aos defensores do Brexit.

Mas mesmo esta situação pode tornar-se um grande problema para os burocratas de Bruxelas, pois, se aceitarem, por vingança ou interesse próprio, a independência da Escócia e a integração da Irlanda do Norte na República da Irlanda, deixarão de ter legitimidade para negar o direito à independência da Catalunha, para além de terem de enfrentar muitas outras situações idênticas  no próprio seio do espaço Europeu.

Além disso, em muitos casos, a prazo, é a União Europeia que perde.

A Grã-Bretanha tem, obviamente, como língua oficial o inglês, que continua a ser, no seio da União Europeia, a única língua de entendimento num espaço com mais de vinte línguas, embora não exista agora um único país da EU que tenha o inglês como língua oficial.

A Grã-Bretanha tem moeda própria, a libra, uma das mais antigas do mundo, mais consolidada do que o euro, uma das 4 mais importantes a nível mundial (dólar, euro, libra e o iene).

A Grã-Bretanha tem um dos três exércitos mais poderosos da Europa, sendo que ou outros dois estão fora da UE, o Russo e o Turco.

A Grã-Bretanha tem em Londres o maior centro financeiro da Europa e um dos maiores do mundo, e nada nos leva a acreditar que o vai deixar de ter.

A Grã-Bretanha já não pertencia ao Tratado de Schengan antes do Brexit, pelo que o problema da fronteira com a Irlanda é um falso problema.

Ou seja, a Grã-Bretanha tem todas as condições para, depois de uns anos de instabilidade e algumas dificuldades, se poder tornar uma potência mais atractiva do que uma União Europeia que não cresce, desigual (veja-se as disparidades no seio de países do euro, entre salários, pensões, preços e condições de vida), com uma classe média com crescentes dificuldades de sobrevivência, alimentando o populismo de extrema-direita (que já governa países como a Hungria e a Polónia e, em coligação, outros países da UE), totalmente submetida aos ditames do poder financeiro, em prejuízo dos direitos socias dos cidadãos europeus, incapaz de resolver eficazmente o drama dos imigrantes, sem politica internacional autónoma (a reboque dos Estados Unidos e da NATO).

Se os líderes europeus se preocuparem mais em castigar a Grã-Bretanha do que a interrogarem-se sobre as razões do Brexit, a prazo, para mal de todos nós, diga-se, voltaremos a ver o triste espectáculo pimba no Parlamento Europeu, mas desta vez as lágrimas correrão pelo…Eurexit!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Brexit or not Brexit



Todo esta comédia à volta do Brexit é resultado de duas décadas de uma Europa (tanto na Grã Bretanha como na União Europeia) governada por uma geração de políticos irresponsáveis, ignorantes, intolerantes, arrogantes, inconsequentes, cobardes e facilmente corruptíveis pelo poder financeiro e outras máfias.

Uma comédia que caminha cada vez mais para uma tragédia, não só para os britânicos, mas também para toda a União Europeia.

Uma União Europeia que, para além de estar na origem do Brexit, devido à sua incapacidade irresponsável de liderar com a questão da emigração e de, ao governar contra os cidadãos, aumentar o clima de ódio e intolerância social, neste processo esteve mais interessada em  vingar-se dos britânicos do que em encontrar soluções equilibradas e moderadas para resolver a situação.

Aos burocratas da União Europeia só interessa que o caso do Brexit sirva de exemplo para quem se atreva a contestar o seu poder e influência.

Por isso, em vez de encontrarem uma solução equilibrada, idêntica àquela que vigora para com países como a Noruega,a Islândia,a Suiça ou o Canadá, só procuram vingança.

Como era possível que quisessem que os britânicos  aceitassem um acordo que previa todo o ónus para o lado britânico e todas as vantagem para a União Europeia que podia continuar a exigir, durante dois anos após a saida, que os britânicos continuassem a pagar e a serem sujeitos ao controle financeiro europeu, para além da questão irlandesa, uma falsa questão, já que a Irlanda,tal como a Grã-Bretanha, nem faz parte do acordo de Shengan?

A arrogância dos lideres europeus está “só”  a esquecer-se de três coisas: a Grã-Bretanha era uma das três economias que mais contribuíam para as finanças europeias; a Grã-Bretanha tem o único exército digno desse nome da Europa ocidental; a Grã-Bretanha é muito mais “europeia” que muitos do países que fazem parte da União Europeia.

Claro que, juntando a tudo isto, não podemos esquecer décadas de governança britânica que conduziram a uma grave situação social e económica que, internamente, gerarou um clima de ódio contra a Europa e um clima de intolerância social que alimenta o populismo, com dois responsáveis, que têm sido muito esquecidos no imediatismo da informação: Thatcher e Blair.

Os actuais políticos britânicos não passam de caricaturas grosseiras desses dois políticos que foram responsáveis pela decadência britânica das últimas décadas e geraram tanto politico incompetente que enchem o parlamento de Londres.

Não se vendo o mínimo de bom senso de parte a parte, o Brexit vai acabar mesmo muito mal, tanto para o reino de sua majestade como para o “reino” de Bruxelas…e para todos nós!

quarta-feira, 28 de março de 2018

Como desviar as atenções da consequência do Brexit

Em situações mal esclarecidas e pouco claras, como a tentativa de assassinato de um antigo espião russo em solo britânico, a pergunta que faço, em primeiro lugar, é: a quem interessa essa acto?

Até agora não existem provas credíveis sobre a origem desse crime ignóbil, embora a resposta mais óbvia e mais fácil seja acusar Putin por estar detrás desse atentado às relações internacionais.

Quando, sem provas credíveis, se lança de imediato uma acusação, não baseada em provas credíveis e concretas, recorrendo à velha técnica segundo a qual “uma mentira várias vezes repetida se torna verdade”, com acusações ao “suspeito do costume”, devemos manter todas as nossas reservas sobre qualquer conclusão apressada.

É sempre bom recorrer aos exemplos da História, como o caso do incêndio do Reichtag ou, bem mais recente, o caso das célebres armas de “destruição maciça” de Saddam.

Em ambos o caso a técnica foi a mesma:

- encontrar um acusado “credível”, os “comunistas” no caso alemão [até puseram no lugar um louco de passado comunista], um ditador sanguinário, no caso do Iraque;

- apresentar “provas” “credíveis”, que consigam enganar toda a gente, explorando receios e preconceitos ideológicos, repetindo a “mentira” da “prova” até esta se tornar verdade;

- diabolizar os que duvidam dessas “provas”, acuasando-os de serem mal informados ou aliados de ideologias assassinas e de ditadores, impedindo assim, pela “superioridade moral”, qualquer tentativa de análise contrafactual.

Em situações como a do caso britânico, a pergunta não deve ser se Putin era capaz de o fazer, mas em que é que esse acto o beneficiava, a não ser que se considera Putin um idiota.

A resposta a esta última questão é a de que Putin era capaz de o fazer, mas em nada podia beneficiar com esse acto, porque, pode-se não gostar de Putin e de tudo o que ele representa, e nós já aqui escrevemos várias vezes que não gostamos, mas ele não é um idiota.

O crime ocorreu em plena campanha eleitoral russa, e a sua divulgação só podia prejudicar a sua eleição.

Por outro lado, numa situação de crescente isolamento da Rússia, devido ao caso Ucraniano e à sua intervenção na Síria, não lhe interessava agravar essa situação.

Por último, se Putin estivesse interessado em mostrar a sua força face ao “ocidente” tinha outras formas mais sofisticadas e credíveis de o fazer.

Até agora não existe uma prova credível do envolvimento russo nesse condenável acontecimento e tudo o que tem acontecido é atirar areia aos olhos da opinião pública.

Então quem ganha com esta situação?

Sem duvida o poder politico britânico, que assim pode desviar as atenções do descalabro a que está a conduzir o país, numa altura em que decorrem as negociações do Brexit.

Claro que isto não quer dizer que tenham sido os serviços secretos britânicos. Mas existe um claro aproveitamento politico de certos sectores políticos britânicos para ganharem credibilidade internacional à custa deste lamentável caso.

Por detrás deste caso podem estar serviços secretos de países inimigos da Rússia,  máfias russas, "putinistas" descontrolados, adversários internos de Putin ou quem queira agravar a já de si pouco credivel diplomacia russa.

Tudo é possível, mas só um inquérito independente, que explore, sem preconceitos, todas as hipóteses, e sem explorar apenas a pista dos “suspeitos do costume” é que pode tornar credível uma explicação para a situação.

Até lá, todas as conclusões e todos os aproveitamentos políticos da situação só servem para destruir [convenientemente ?...} provas e agravar a já de si muito perigosa situação internacional.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Eleições britânicas : Socialismo nas urnas, Tony Blair ( e a “terceira via”) no caixote do lixo


Em democracia ganha-se ou perde-se por um voto e Theresa May, por muito que custe a engolir, ganhou as eleições britânicas.
Além disso, os conservadores, apesar da vitória amarga de ontem, aumentaram a sua votação, embora tenham perdido a maioria absoluta, mercê do tipo de sistema eleitoral e, principalmente, devido à derrota de muitos dos seus aliados eleitoral e do grande crescimento do partido Trabalhista.
Um dado curioso destas eleições britânicas foi a derrota dos “extremos”, quer os anti-brexit mais assanhados, como se revelou pela grande queda  do Partido Liberal e do Partido Nacionalista Escocês, quer os mais radicais defensores do Brexit e da componente xenófoba dessa alternativa, o UKIP.
 
O "austeritarismo" neoliberal dos conservadores e liberais, a xenofobia do UKIP e o terrorismo, num acto eleitoral concorrido e que desafiou o medo,  foram alguns dos  derrotados destas eleições.
Mas, mais do que os trabalhistas, o grande vencedor da noite foi Jeremy Corbyn, conseguindo obter um dos melhores resultados de sempre do partido que lidera.
Corbyn demonstrou que, recuperando os princípios e os valores socialistas e sociais e rompendo com a deriva neoliberal imposta aos trabalhistas por Tony Blair é possível, não só travar o declínio da social-democracia na Europa, como conseguir um grande resultado eleitoral.
Mais uma vez, como aconteceu recentemente em França com Jean-Luc Mélanchon ou, numa perspetiva diferente, com António Costa em Portugal, quando os trabalhista , socialistas e social-democratas recuperam os seus valores sociais e de demarcam claramente da deriva neoliberal encontram condições para, não só travar a decadência desses partidos,como obter grandes resultados eleitorais.
Por isso Tony Blair  e a sua terceira via, que gerou por essa Europa fora aberrações como José Sócrates, Jeroen Dijsselbloem ou Manuel Valls, foram os grandes derrotados da noite de ontem.
O trabalhismo, o socialismo e a social-democracia estão de volta para combater a desumanidade neoliberal.

As imagens da noite eleitoral britânica

















(FONTE : The Guardian)

Eleições Britânicas: o Dia Seguinte














quinta-feira, 8 de junho de 2017

Primeiras Imagens das eleições Britânicas

O acto eleitoral britânico, que hoje está a decorrer, pode ser, durante o dia, acompanhado seguindo o jornal The Guardian , AQUI.
 
Entretanto esse mesmo jornal tem vindo a divulgar algumas das primeiras imagens desse acontecimento.
 
O mais curioso conjunto de imagens é o da presença do "fiel amigo", acompanhando os donos na votação:







...entretanto há a registar já um caso, o da nojenta capa do  Sun, uma espécie de Correio da Manhã lá do sítio, mas para pior, fazendo campanha negativa contra os trabalhistas:
...Apesar dessa campanha negra, talvez aconteça uma surpresa...

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Obviamente... Corbyn!!!


Por cá e por lá, Corbyn tem sido o bombo da festa dos comentadores do costume, os tais que se babam todos quando se recordam de Blair, um político (vai-se sabendo cada dia que passa) corrupto , que aprofundou o trabalhinho de destruição social iniciado por Thatcher na Grã-Bretanha e foi um dos “rostos do mal”  que conduziu a Europa e o Mundo à situação actual de grande instabilidade e injustiça social.

Dizem os tais que Corbayn é “passado”, é “radical” e é contra a mítica “globalização”.

Para essa gente, ser “passado” e “radical” é defender coisas tão simples como o direito à saúde, o direito à educação, o direito a uma vida digna para quem trabalha, tudo direitos humanos, consignados na Carta dos Direitos Humanos e Universais, com tanto peso como o direito a escolher quem nos governa ou ter liberdade, pois a humanidade é um todo, não uma leitura parcial, conforme as interpretações e as conveniências politicas, financeira ou ideológicas de certos comentadores.

Passado é voltar a um século XIX sem direitos socias, de profundas desigualdades socias e económicas, de uma democracia mitigada e parcial, que é o que defende essa gente.

Radical é lançar na miséria, na desesperança, na instabilidade, na guerra, é tirar um futuro digno às novas e às velhas gerações, que é o que o sistema neoliberal que está na base de tão “abalizadas” opiniões propõe.

E, já agora, o simples facto de essas opiniões serem dominantes entre o mundo dos nossos comentadores e políticos é já a prova da falta de liberdade que existe no seio da nossa comunicação social, que só consegue existir porque tem atrás de si o mesmo poder financeiro que defende com unhas e dentes e apenas admite o contraditório em minoria, para disfarçar a falta de liberdade.

E já agora, sobre a mítica “globalização”, que leva muitas vezes à frase idiota de que “o mundo mudou” (!!!!!....mas...não está sempre a mudar, desde a pré-história???....), ela sempre existiu na história da humanidade, com esse ou outro nome (“mundialização”, “colonização”, “descoberta”, “migração”…) , foi sempre o rumo da história humana, mas a sua construção e irreversibilidade não foi isenta de actos de desumanidade e de destruição . Defender a humanização da “globalização” não me parece que seja um acto de “lesa-globalização”.

A irreversibilidade da “globalização” é evidente desde que os homens existem, e lutar pela sua humanização não me parece uma atitude “conservadora”, “passadista” ou “radical”.

Claro que essa gente defende um único caminho para a globalização, o da globalização dos “mercados” e dos “capitais” do “mundo financeiro”. A globalização da democracia social, da liberdade cultural e das gentes (como se vê pelo modo como a “Europa” tem tratado o problema da emigração e dos refugiados) não cabe nessa “globalização”.

Essa idéia de globalização, defendida por essa gente, essa sim, parece-me profundamente retrógrada, conservadora, desumana e, cada vez mais, antidemocrática.

Por isso, é necessário recuperar as preocupações socias e humanistas que construíram a Europa com a qual todos sonhámos e que foi construída por “trabalhistas” e “socialistas”, antes da deriva “Blairista” ( e, já agora, por cá, … “socrática”…).

Essa Europa não é “passado” e defende-la não é “radical” e por isso lideres que rompem com a deriva neoliberal blairista são sempre bem-vindos.

Obviamente, se fossemos ingleses, votaríamos Corbayn.

quarta-feira, 29 de março de 2017

“Brexit” ou “Eurexit”?



A Grã-Bretanha assume hoje a sua saída da União Europeia, um processo que ainda vai demorar cerca de dois anos a concretizar-se plenamente.

Embora todas as análises considerem que vai ser a Grã-Bretanha a sofrer as piores consequências pela decisão, nada garante que assim seja.

Os países mais desenvolvidos da Europa estão fora da União Europeia, com são o caso da Noruega e da Suiça.

Por sua vez o único país que conseguiu ultrapassar a crise financeira e resolve-la de forma adequada e a favor dos cidadãos foi outro país que está fora da União Europeia (EU), como foi o caso da Islândia (que, aliás, desistiu do processo de adesão à União Europeia).

Por isso não é liquido que, a médio prazo, a Grã-Bretanha não venha a beneficiar da sua saída da EU.

Aliás, penso que é esta hipótese que mais preocupa os burocratas do Politburo de Bruxelas, pois uma Grã-Bretanha que a prazo venha a crescer e a melhorar as suas condições socias e económicas seria um “mau exemplo” para os burocratas de Bruxelas e podia entusiasmar outros países, sujeitos ao garrote “austeritário” de Bruxelas, a rebelarem-se a exigirem, ou um novo rumo para a Europa ou a saída da organização.

É essa preocupação que justifica a atitude de alguns desses burocratas, procurando hostilizar os britânicos e tornar a separação uma separação altamente litigiosa e conflituosa, dificultando ao máximo a saída, pois precisa que esse acto sirva de exemplo a qualquer tentativa de rebeldia no seio da EU.

Claro que os motivos que levaram a Grã-Bretanha a sair não são bons motivos, mas, se o resultado for o contrário do que é vaticinado por comentadores e políticos fiéis à ortodoxia de Bruxelas, o “Brexit” pode transformar-se, a prazo, num “Eurexit”.

"Brexit" em cartoon´s

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Volta “Tony”, NÃO estás perdoado!!


Foi um dos maiores bluff´s da política internacional, criador da chamada “terceira via” que, em Portugal, teve comoo principal seguidor, José Sócrates.

Foi o primeiro de uma geração de políticos europeus, ditos “modernos”. “cosmopolitas”, mas que acabaram, todos, abrindo caminho ao desastre que se vive da Europa e no Mundo.

Sonhou “espalhar” a “democracia” e a “liberdade” pelo mundo, através do poder das armas.

Ao seu lado estiveram políticos como Bush, Barroso e Aznar que lançaram o Médio Oriente no caos com as consequências que todos conhecemos.

Blair continua a defender-se, argumentando que o Iraque “está melhor sem Saddam” (!!!). Mas essa mentira é desmentida pelos próprios iraquianos que então  saudaram a queda do ditador, como Khadim, “o iraquiano que odiava Saddam e deu em 2003 o primeiro golpe na estátua do ditador derrubada em Bagdad” e que hoje , diz  “de forma lapidar à BBC: “Saddam foi-se, mas agora temos mil Saddams.” Bush imaginava um “efeito dominó” de democracias, mas foi o contrário disso que ele (ajudado por Blair) legou ao mundo” (in Público on-line).

Com a divulgação, ontem , ao fim de sete anos de investigação, do inquérito que condena Blair, está aberta a porta para o condenar, a ele e aos políticos que o apoiaram (Bush, Barroso e Aznar e muitos outros), por crimes de guerra contar a humanidade. Pelo menos é isso que as associações dos familiares mortos no Iraque, na Grã-Bretanha, estão apostados em fazer.

Nisso o excelente filme de Roman Polanski, de 2010,  “O Escritor Fantasma”, era premonitório, uma metáfora sobre Blair, aqui transformado em "Lang":

Tony Blair desmascarado pelos cartoonistas :

BêDêZine: Tony Blair em cartoon: Os "especialistas" levaram sete anos a desmascarar Tony Blair. Os cartoonistas não levaram tanto tempo : (clicar no azul para ver mais cartoon´s).