Podia acrescentar ao título que …e nós arrastados com ela!.
De facto, pertenço à geração que nasceu com Isabel II como rainha e
chegou aos dias de hoje, nos primeiros anos da “terceira idade”, a tê-la como
referente de quase 70 anos.
O meu primeiro “contacto” com a rainha começou quando colecionava selos,
onde encontrava o seu perfil desenhado em muitos deles, ainda antes de saber quem era aquela figura.
Penso que, tal como se dizia no século XX em relação à Rainha Vitória,
que, nascida em 1819, reinou de 1837 a 1901, e marcou a chamada era vitoriana, ou
a geração vitoriana, a minha geração vai ficar conhecida por “geração isabelina”.
São raras as figuras mundiais que sirvam com “referentes” para
caracterizar o “tempo longo”, o tempo que vem do final da 2ª Guerra até aos
nossos dias (do início da 3ª Guerra??).
Não sendo monárquico, considerando até que a monarquia é uma aberração
dos tempos modernos, penso, contudo, que a monarquia “só ficava bem”, num
sítio, na Inglaterra, talvez porque pertenço à geração que, vendo desaparecer
várias referências históricas e assistindo a uma evolução histórica
vertiginosa, sem igual na História humana, via na Rainha de Inglaterra uma
espécie de referente seguro de continuidade e…”estabilidade”.
Não deixa de ser um mau presságio que essa referente nos deixe neste
momento, quando a humanidade enfrenta várias ameaças, da Guerra atómica total
aos caos ambiental.
É também um mau presságio para a Europa, mas principalmente para a
Grã-Bretanha, que Isabel II nos tenha deixado dois dias depois da tomada de
posse da nova governante britânica Liz Truus, figura patética, desonesta,
oportunista e malformada, uma espécie de Trump de sais, para pior.
Também não deixa de ser de mau presságio que o novo rei se intitule
Carlos III, pois os dois Carlos anteriores não tiveram um final feliz. O
primeiro, reinando em clima de guerra civil, acabou executado. O Segundo
Carlos, esteve exilado no inicio do seu reinado, então dominado pelos “republicanos”
de Cromwell . Ao regressar marcou o seu reinado com graves conflitos com o
parlamento, chegando mesmo a governar em ditadura. Enfrentou grandes pestes no
seu reino e o célebre incêndio de Londres. A causa da sua morte ainda hoje é motivo de debate,
defendendo alguns que foi envenenado. Fica também para a história o seu
casamento com Catarina de Bragança, filha de D. João IV, a única rainha inglesa
nascida em Portugal.
Para já, seja qual for o futuro da monarquia inglesa, a “Época Isabelina” fica marcada por grandes acontecimentos e transformações históricas e será a referência comparativa com a época pós-Isabel II.
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