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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Russofobia, a xenofobia dos “democratas” e “intelectuais” “ricos”, "politicamente correctos".

                                 

Responder à criminosa invasão da Ucrânia, pelo exército de Putin, com russofobia é um mau serviço prestado a uma boa causa, a do direito de defesa da Ucrânia, como país soberano.

Infelizmente é isso que se tem assistido como “arma” de combate contra Putin, confundindo o ditador russo com o povo russo e a sua cultura.

Podemos perceber a raiva dos ucranianos, mas já não podemos perceber que essa raiva seja alimentada, de forma disparatada, pelos seu líderes políticos e, ainda menos, pelos aliados da causa ucraniana (alguns desses “aliados” alimentaram a máquina de guerra russa, aceitaram chorudos negócios como oligarcas russos e ainda beneficiam do gaz e do petróleo russo!!!)..

Ainda menos percebemos o alinhamento da União Europeia e das suas lideranças com esse tipo de discurso e atitude.

Aliás, proibir cidadãos russos de se deslocarem ao “ocidente” é uma forma de os manter sujeitos à propaganda de Putin. Saindo do país, mesmo que em turismo, pelos contrário essa era uma oportunidade desses cidadãos ficarem a conhecer outras versões do que se passa na Ucrânia, podendo divulga-las, quando regressassem ao país, contribuindo para desacreditar a versão que Putin tenta vender na sua comunicação social.

No caso português até temos um bom exemplo para “não ir na cantiga” da perseguição de tudo o que é russo.

Nos anos 60 e início dos de 70 do século passado, o ditador português, Salazar, incapaz de ver os sinais dos tempos ( e deles foi avisado por gente que lhe era fiel, como Marcelo Caetano ou Adriano Moreira), foi incapaz de resolver o problema colonial, envolvendo o país numa guerra sangrenta e criminosa, condenada por grande parte da comunidade internacional, nomeadamente na ONU.

Se a atitude dos países democráticos, que condenavam a Guerra Ultramarina, fosse a mesma que hoje tomam em relação aos russos, os nossos emigrantes, em França, na Alemanha, na Suíça, no Canadá, teriam sido perseguidos e intimidados pelos governos, pela imprensa e pelos cidadãos desses países, recordando que a maior parte dos emigrantes eram apolíticos e alguns até apoiariam o regime de Salazar e a Guerra Colonial.

A diferença é que, nesses tempos, tínhamos o “ocidente” governado por grandes líderes, que sabiam distinguir valores, e hoje ele é governado por figuras liliputianas, incultas, apenas preocupadas com audiências televisivas e as "opiniões" nas redes sociais.

Não deixa também de ser curioso que, muitos dos que não se cansam, e bem,  de perorar contra atitudes xenófobas, são os mesmos que argumentam, com a mesma veemência, defendendo atitudes russófobas.

Percebe-se assim que a sua critica à xenofobia não passa de uma atitude de puro oportunismo, para “parecer bem” e alinhar com o “politicamente correcto”, mas, perante os russos, duplamente vítimas do ditador Putin e da “perseguição” do “ocidente”, esses “líderes” , “pensadores” e “influenciadores” quebram o verniz e são xenófobos como aqueles que criticam.

No fundo, no fundo, a russofobia é a xenofobia dos ditos “democratas” ricos e “livres pensadores”.

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