Em democracia ganha-se
ou perde-se por um voto e Theresa May, por muito que custe a engolir, ganhou as
eleições britânicas.
Além disso, os conservadores, apesar da vitória amarga de
ontem, aumentaram a sua votação, embora tenham perdido a maioria absoluta,
mercê do tipo de sistema eleitoral e, principalmente, devido à derrota de
muitos dos seus aliados eleitoral e do grande crescimento do partido
Trabalhista.
Um dado curioso destas eleições britânicas foi a derrota dos
“extremos”, quer os anti-brexit mais assanhados, como se revelou pela grande
queda do Partido Liberal e do Partido
Nacionalista Escocês, quer os mais radicais defensores do Brexit e da
componente xenófoba dessa alternativa, o UKIP.
O "austeritarismo" neoliberal dos conservadores e liberais, a xenofobia do UKIP e o terrorismo, num acto eleitoral concorrido e que desafiou o medo, foram alguns dos derrotados destas eleições.
Mas, mais do que os trabalhistas, o grande vencedor da noite
foi Jeremy Corbyn, conseguindo obter um dos melhores resultados de sempre do
partido que lidera.
Corbyn demonstrou que, recuperando os princípios e os
valores socialistas e sociais e rompendo com a deriva neoliberal imposta aos
trabalhistas por Tony Blair é possível, não só travar o declínio da social-democracia
na Europa, como conseguir um grande resultado eleitoral.
Mais uma vez, como aconteceu recentemente em França com
Jean-Luc Mélanchon ou, numa perspetiva diferente, com António Costa em
Portugal, quando os trabalhista , socialistas e social-democratas recuperam os
seus valores sociais e de demarcam claramente da deriva neoliberal encontram
condições para, não só travar a decadência desses partidos,como obter grandes
resultados eleitorais.
Por isso Tony Blair e
a sua terceira via, que gerou por essa Europa fora aberrações como José
Sócrates, Jeroen Dijsselbloem ou Manuel Valls, foram os grandes derrotados da
noite de ontem.
O trabalhismo, o socialismo e a social-democracia estão de
volta para combater a desumanidade neoliberal.
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