O Ministério do Interior francês já publicou os resultados oficias da
primeira volta das eleições legislativas francesas.
Apesar disso, a comunicação social portuguesa e os seus comentadores continuam
a comentar …sondagens!!!!
Segundo os resultados oficiais, todos os partidos, menos a França
Insubmissa de Melanchot, acabaram por
ter uma votação inferior às sondagens à boca das urnas, com destaque para o
caso da Republica em Marcha de Macron, que, oficialmente, teve menos de 30%
dos votos, ao contrário da projecção eleitoral, que lhe davam 32%. De facto,
ficou-se pelos 28%, com pouco mais de 6 milhões de votos, na realidade cerca de 14% dos eleitores!!!!
Também a direita Republicana teve, na realidade, uma votação muito mais
reduzida do que aquela que indicavam as projecções no inicio da noite. Em vez
dos mais de 21% de votos indicados, ficou-se, na realidade, por pouco mais de 15%.
O Partido Socialista, para o qual ainda se previa, apesar da derrocada,
uma votação de dois dígitos, ficou-se por pouco mais de 7%.
Apenas a Frente Nacional acabou, oficialmente, com uma votação ligeiramente
inferior às projecções, pouco mais de 13%.
A França Insubmissa foi a única que viu o seu resultado oficial
ligeiramente superior às projecções. Estas davam-lhe 10,9%, mas acabou por
ficar nos 11,2%..
Estes são os resultados finais da 1º volta divulgados pelo Ministério
do Interior Francês:
República em Marcha : 28, 21%;
Os Republicanos : 15, 77%;
Frente Nacional : 13,20%;
França Insubmissa:11, 2%;
Partido Socialista : 7,44%.
A taxa de abstenção ultrapassou metade dos eleitores, com 51, %, a
maior de sempre desde 1958.
Claro que o complicado sistema eleitoral francês, com a obrigação de
realização de 2ª volta, não gerando um parlamento de facto representativo dos
eleitores, nem sendo democraticamente proporcional, vai beneficiar o partido mais
votado, o de Macron, que, representando pouco menos de 15% dos eleitores, pode
obter uma maioria absoluta.
Este sistema e a elevada abstenção pode tirar legitimidade a Macron, e
será gerador de conflitos sociais graves se ele resolver levar para a frente as
"reformas" impostas pela Alemanha.
Também me parece algo apressada a forma como os nossos comentadores já
cantam uma vitória esmagadora para Marcon.
Domingo teremos as cenas dos próximos capítulos….
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