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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Macron, com o apoio de 14% dos eleitores, está à beira da maioria absoluta


O Ministério do Interior francês já publicou os resultados oficias da primeira volta das eleições legislativas francesas.

Apesar disso, a comunicação social portuguesa e os seus comentadores continuam a comentar …sondagens!!!!

Segundo os resultados oficiais, todos os partidos, menos a França Insubmissa de Melanchot,  acabaram por ter uma votação inferior às sondagens à boca das urnas, com destaque para o caso da Republica em Marcha de Macron, que, oficialmente, teve menos de 30% dos votos, ao contrário da projecção eleitoral, que lhe davam 32%. De facto, ficou-se pelos 28%, com pouco mais de 6 milhões de votos, na realidade cerca de 14% dos eleitores!!!!

Também a direita Republicana teve, na realidade, uma votação muito mais reduzida do que aquela que indicavam as projecções no inicio da noite. Em vez dos mais de 21% de votos indicados, ficou-se, na realidade, por pouco mais  de 15%.

O Partido Socialista, para o qual ainda se previa, apesar da derrocada, uma votação de dois dígitos, ficou-se por pouco mais de 7%.

Apenas a Frente Nacional acabou, oficialmente, com uma votação ligeiramente inferior às projecções, pouco mais de 13%.

A França Insubmissa foi a única que viu o seu resultado oficial ligeiramente superior às projecções. Estas davam-lhe 10,9%, mas acabou por ficar nos 11,2%..

Estes são os resultados finais da 1º volta divulgados pelo Ministério do Interior Francês:

República em Marcha : 28, 21%;

Os Republicanos : 15, 77%;

Frente Nacional : 13,20%;

França Insubmissa:11, 2%;

Partido Socialista : 7,44%.

A taxa de abstenção ultrapassou metade dos eleitores, com 51, %, a maior de sempre desde 1958.

Claro que o complicado sistema eleitoral francês, com a obrigação de realização de 2ª volta, não gerando um parlamento de facto representativo dos eleitores, nem sendo democraticamente proporcional, vai beneficiar o partido mais votado, o de Macron, que, representando pouco menos de 15% dos eleitores, pode obter uma maioria absoluta.

Este sistema e a elevada abstenção pode tirar legitimidade a Macron, e será gerador de conflitos sociais graves se ele resolver levar para a frente as "reformas" impostas pela Alemanha.

Também me parece algo apressada a forma como os nossos comentadores já cantam uma vitória esmagadora para Marcon.

Domingo teremos as cenas dos próximos capítulos….

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