A penultima edição da revista francesa Marianne dedica um dossier especial ao caso HSBC, um banco que ajudou os seus clientes a fugirem ao pagamento de impostos e a branquear capitais.
Em Portugal a notícia já morreu, como é habitual nestes temas, apesar de terem sido identificados pelo menos 220 portugueses.
Parece que em Portugal é "normal" a fuga aos impostos e o branqueamento de capitais por parte das grandes empresas e das "grandes" famílias.
Aconteceu isso com o caso da descoberta de que 19 das 20 empresas do PSI 20 tinham sede em obscuros escritórios holandeses para não pagarem impostos em Portugal. Foi o caso mais recente do Luxemburgo onde muitas empresas europeias tinham as suas sedes, escapando ao pagamento de biliões de euros noutros países da Europa.
Mas por cá, tudo isso parece normal...
Sob o título "Como eles Pilharam a França", a revista Marianne denuncia bancos, gente do show-biz,grandes fortunas e delinquentes ligados a várias máfias que, com a conivência de gabinetes de advogados, políticos e legisladores permitiram situações como aquela agora descoberta no caso do HSBC.
Esse dossier inclui ainda uma entrevista com o jornalista francês Antoine Peillon, especialista na investigação de casos de corrupção e fraudes fiscais, onde ele denuncia a guerra que o sistema financeiro está a fazer aos "povos".
Esse jornalista já havia publicado e denunciado em 2012 o tipo de actuação do HSBC, que "facilitava" a vida fiscal de um vasto leque de clientes, onde se juntavam personalidades do mundo do espectáculo, do desporto, da política, das grandes indústrias com traficantes de droga e organizações terroristas, todos apoiados pelos mesmos gabinetes de advogados e gabinetes de negócios financeiros . Toda essa gente se juntava regularmente em eventos mundanos, convidados pelo banco, e aí aprofundavam os seus negócios e as suas ligações de poder.
Era nessa mistura que essa gente organiza aquilo que ele chama, usando o termo de outro jornalista, "a violência dos ricos" contra o conjunto dos cidadãos.
O jornalista afirma que o poder politico e a administração fiscal conhecem bem a forma como funciona a corrupção exercida por essa gente e nada fazem porque o poder politico e os altos cargos públicos são, em França, ocupados por gente ligada e corrompida pelos grandes bancos e pelas grandes empresas, ao mesmo tempo que são estas que apoiam o poder político.
Considera esse jornalista que a actual crise só podia ser combatida eficazmente fazendo frente à corrupção financeira e à fraude fiscal.
O jornalista fala do caso francês, mas a situação não é muito diferentes noutros países da Europa, e, tal como o título de Marianne, também nós nos podemos interrogar sobre quem tem andado a pilhar Portugal neste últimos anos??!!!! Infelizmente em Portugal existem muitos poucos jornalistas com apoio, vontade ou coragem para fazerem essa investigação!!!
Ler também: HSBC garante que fez “transformação radical” desde 2008(clicar para ler).
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