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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O BCE Chantageia o Governo Grego democráticamente eleito, ao cortar apoios aos bancos


Os interesses do sector financeiro parecem cada vez mais incomportáveis com as decisões democráticas tomadas em eleições livres.

Ao longo de uma semana em que se assistiu ao desenrolar de negociações sérias entre o governo recentemente eleito na Grécia e alguns governos da União Europeia, para rever a grave situação social que se vive na Grécia e um pouco por toda a Europa do euro (excluindo a Alemanha e a Finlândia, os únicos beneficiados com a moeda única), por causa do falhanço das políticas de austeridade impostas pelos burocratas europeus, cativos do corrupto e anti-ético sector financeiro,o BCE resolveu prestar mais um servicinho à Banca Alemã.

Quando se assistia à vontade Grega de fazer algumas cedências e de se adaptar à triste realidade que nos é imposta na Europa por esta gente desumana e anti-social que nos governa, eis que o BCE, revelando uma dose de cinismo que só surpreende os ingênuos, resolve deitar achas na fogueira, isto, "coincidência das coincidências", na véspera do encontro entre os ministros das finanças da Alemanha e da Grécia, prestando assim um servicinho aos verdadeiros donos da "Europa".

É bom recordar que estas decisões anti democráticas, aliás coerentes com decisões anti sociais  dos programas de austeridade da Troika impostas aos países do sul, têm por detrás alguns rostos bem conhecidos e que não têm qualquer autoridade, já nem digo democrática, mas ética ou moral, para imporem o colete de forças aos cidadãos da Europa.

Uma das figuras com mais influência e poder no BCE é o nosso conhecido Victor Constâncio, que foi premiado com a sua incompetência (para não dizer conivência), enquanto presidente do BdP, nos casos BPN, BPP e BES, com um tacho (...sim, um verdadeiro tacho, já que foi ganhar quase o dobro que ganhava em Portugal, ao mesmo tempo que defendia as medidas de empobrecimento para os sul da Europa e se indigna com a "subida" dos miseráveis salários mínimos que se pagam em Portugal e na Grécia...), e que está por detrás da chantagem à Grécia.

Outra figura é o espertalhão Junckers, que veio substituir o incompetente e seviçal Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, e que, enquanto governante do Luxemburgo, andou a enganar os estados europeus, permitindo que muitos dos países em dificuldades fossem privados de cobrar impostos a várias multinacionais, num valor que é superior às dividas da Grécia,de Portugal e da Irlanda todas juntas (...e ainda sobra alguma coisa).

Temos ainda aquele holandês de nome impronunciável, que está à frente do Eurogrupo e que representa um outro dos países que mais tem beneficiado com a crise e funciona como um verdadeiro paraiso fiscal, para onde escapa muito do dinheiro do sector financeiro e das grandes fortunas e empresas dos países do sul e  que tanta falta fazem a estes países.

No topo da "cereja" temos a "mãe do monstro", a srª Merkel, que se esqueceu da história da própria Alemanha, (não admira, ela cresceu no meio das mentiras e no "bem bom" da nomenclatura da RDA, só tendo "acordado" para a democracia à beira da queda do muro de Berlim..), cuja reconstrução, quer a do pós-guerra, quer a da pós-unificação, foram pagas com a solidariedade dos outros europeus, e procura seguir o exemplo do Tratado de Versalhes em vez do exemplo do Plano Marshall, em relação ao problema que os países do sul , que cairam no engodo de aderir ao euro em situações desfavoráveis, estão a enfrenta com o déficit e a dívida.

Também não pega a idéia de que um governo legitimamente eleito tenha de cumprir acordos feitos por outros governos, até porque muitos desses acordos, na Grécia como em Portugal, foram assinados nas costas dos cidadãos, contrariando as promessas eleitorais pelas quais foram eleitos os governantes que os assinaram,e, ainda, sob a chantagem do corrupto sector financeiro, que, sendo o responsável pela crise, é quem de facto manda na Europa.

Esperemos que, apesar da chantagem, os gregos consigam fazer com que mude alguma coisa na Europa e que o projecto europeu deixe de fomentar a desigualdade, o empobrecimento e a intolerância, regressando à sua via original, que era a da solidariedade e do reforço do controle democrático por parte dos seus cidadãos sobre a economia. as finanças e a sociedade.

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