Hoje é o dia Mundial da Rádio.
Ao contrário do vaticinado, a rádio ainda continua a ser uma grande
companhia.
É no rádio que ouço as primeiras notícias do dia.
É “a” Rádio que me acompanha nas viagens, curtas e longas.
É “a” Rádio que me dá a conhecer a voz de muita gente, conhecida e
desconhecida.
É “a” Rádio que me recorda as musica da minha vida e me dá a conhecer
as novas correntes.
Um rádio aceso permite-se trabalhar, sem me distrair com o ruido das imagens,
e acompanhar o mundo, nas suas mais variadas facetas. É como um comboio, mais
humano que um automóvel.
Muito das minhas memórias estão ligadas ao rádio.
Ainda me recordo de seguir de madrugada, quando era miúdo, os relatos
dos jogos de hóquei em patins e de
futebol, muitas vezes realizados de madrugada em países distantes, debaixo dos lençóis,
às escondida dos meus pais.
Foi escutando clandestinamente as emissões da BBC em português que
tomava conhecimento do mundo sem censura.
Foi pela rádio que acompanhei, minuto a minuto, esse dia “claro e límpido”
que foi o 25 de Abril e tantos outros acontecimentos.
Tive ainda o privilégio de ter participado no movimento das “rádios
piratas”, aprendendo muito e fazendo grande amigos.
Ainda hoje a rádio continua a ser mais rápido a divulgar as últimas
notícias.
É na rádio que trabalham os melhores jornalistas e se formaram os
melhores jornalistas, mesmo que muito a tenham abandonado pela televisão.
Ao contrário do vaticinado, não foi o vídeo que acabou com os “radio
star”, porque a rádio sobrevive e o vídeo já passou à história…
Estou convencido que as primeiras noticias de outras vidas no universo
nos vão chegar primeiro pelas ondas da rádio.
E estou também convencido que, depois do Mundo acabar, as ondas da
rádio vão sobreviver e vai ser o que resta da memória da existência da nossa
espécie.
Saudemos este dia, hoje e sempre.
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