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segunda-feira, 7 de março de 2016

Porque é que o novo emprego de Maria Luís Albuquerque é eticamente repugnante.


A comunicação social designa o novo emprego de Maria Luis Albuquerque como “polémico”.

Se houvesse coragem e independência nessa mesma comunicação social para designar as coisas pelos nomes, devia intitular a atitude da ex-ministra como “eticamente repugnante”.

A atitude da ex-ministra das finanças é eticamente repugnante porque ela é uma ex-ministra das finanças, cargo que ocupava até há três meses atrás, que passou cerca de três anos a lidar com a alta finança, a banca e a dívida e agora aceita um emprego numa empresa financeira que está ligada à alta finança, à banca e à dívida e que teve actividade relacionada com decisões tomadas pela ex-ministra enquanto exerceu o cargo.

A atitude da ex-ministra é eticamente repugnante porque, a mesma, agora como deputada, e exercendo este cargo em exclusividade (foi esta a notícia que ouvi), aceita agora um cargo fora do parlamento, onde vai receber quase o dobro daquilo que recebe como deputada, acumulando os dois vencimentos .

A atitude da ex-ministra de Passos Coelho é eticamente repugnante por tratar-se de alguém que, junto de instituições europeias e na execução das políticas que praticou enquanto ministra das finanças, sempre defendeu e praticou a austeridade fundada nos cortes salariais e nas pensões, na critica ao aumento do salário mínimo, na defesa do aumento das horas de trabalho, com o argumento de os portugueses andarem  a viver “acima das suas possibilidades”, e que agora vai receber um ordenado de cerca de cinco mil euros mensais, para trabalhar apenas 2 a 4 dias por mês, trabalho que vai ser mais passeio pago a Londres que trabalho.

Tudo isto cheira a pagamento de favores, tendo em conta a forma mafiosa como funciona a maior parte das agências e instituições financeiras europeias, pelo que se exige uma rigorosa investigação sobre a ligação entre  as decisões que tomou enquanto ministra das finanças e a actividade da empresa para onde ela agora vai “trabalhar”.

Maria Luís Albuquerque vai receber cinco mil euros por mês na Arrow Global - Economia - TSF Rádio Notícias (clicar para ler).

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